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14 de novembro de 2008

Bortolotto no Rio

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A vida na cidade grande é curiosa. Ficamos anos sem ver amigos que moram perto, décadas sem saber o nome de vizinhos, e perdemos peças que aguardávamos há tanto tempo. Por exemplo: o brother Mario Bortolotto, o tennessee williams da praça roosevelt, trouxe duas peças para o Rio de Janeiro, Hotel Lancaster e Natimorto, as duas em bons teatros do Rio de Janeiro: Sesc em Copacabana e Teatro Leblon, e eu, que tanto esperei pela vinda dessas peças, agora não tenho tempo muito menos dinheiro para assisti-las. Dinheiro nem é problema tão grave, no caso do Sesc, teatro com preços tranquilos e também porque, se eu quisesse, podia pedir ingressos de cortesia ao diretor, que é meu amigo. O negócio é falta de tempo. Estamos na fase final da organização da Bienal de Artes, Ciência e Cultura, do Rio de Janeiro, evento para o qual, conforme já informei, respondo pelo blog, comunicação virtual e quebro um galho na filmagem do making-of. Mas para vocês que estão com a vida ganha, aconselho fervorosamente que não percam esta oportunidade de assistir as peças do Bortolotto. Mais informações sobre as peças, consultem o blog do patrão. Para os que moram em Sampa, a oferta de peças do Marião continua farta.

24 de julho de 2008

Temporada Bortolotto no Rio encerra neste fim de semana

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A temporada do grupo Cemitério dos Automóveis, que trouxe 4 peças ao teatro Ziembinski, termina neste final de semana com À Queima Roupa, de Mario Bortolotto. Segundo o dramaturgo, esse é um de seus trabalhos preferidos. O blog recomenda. No domingo, o preço é R$ 1,00, devido à promoção da prefeitura, e costuma lotar. Eu devo ir no sábado.


No Teatro Ziembinski - Tijuca
25, 26 e 27 de Julho - às 20h
Rua Heitor Beltrão, s/n (em frente ao metrô São Francisco Xavier)
Ingresso : R$ 15 (meia : R$ 7,50)

21 de julho de 2008

Bortolotto revive últimos dias de Kerouac

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Neste sábado, fui assistir a peça Kerouac, texto de Maurício Arruda Mendonça e interpretação de Mario Bortolotto, no teatro Ziembiski. Bortolotto revive os últimos dias do escritor americano. Morto aos 47 anos, de cirrose, Kerouac é um dos nomes mais célebres da chamada geração beat. Vivendo com a mãe e sua terceira esposa, ele passa a maior do tempo trancado em casa, lembrando os velhos tempos e lamentando o presente. O texto cai como luva para Bortolotto, ele também um escritor, com assumida influência beat. É muito bonito. Semana que vem, de sexta a domingo, tem mais Bortolotto, com a peça A Queima Roupa, no mesmo Ziembiski, que fica em frente ao metrô São Francisco Xavier. Horário: 20 horas. Ingresso: R$ 15 (7,5 para estudantes).

Semana passada, eu fui assistir outra peça com B., Efeito Urtigão, e escrevi uma resenha, aqui.

*

Aproveita e lê a última trágica e hilária coluna do Mirisola no Congresso em Foco. É recomendável especialmente para quem não morre de amores por bancos e banqueiros.

15 de julho de 2008

Onde os fracos têm vez

1 comentário


Anatole France dizia que a principal distinção entre homem e animais era a mentira. Não sei se concordo, porque os bichos sabem se disfarçar muito bem. Para mim, o que mais distingue os homens é sua fraqueza. E compreender e até gostar de suas fraquezas. Estou mais com Graciliano Ramos, que não queria livrar-se seus defeitos, porque sem eles, dizia, perderia sua própria personalidade. Lembro essas coisas para falar de uma peça de teatro.

Jornalista revoltado, ególatra, neurastênico, isola-se numa choupana distante da cidade, em busca de sossego. Um amigo o descobre lá e decide fazer uma visita, trazendo uma mala cheia de bebidas. Os dois iniciam um diálogo agressivo, marcado pelos furiosos desabafos do protagonista. Assim resumo personagens e trama de Efeito Urtigão, assinada e interpretada por Mario Bortolotto, com participação do ator Paulo de Tharso.

Marcos - o jornalista - não parece interessado na opinião de Emerson, o amigo. Diz, ou melhor, vocifera, o que pensa com uma franqueza brutal. O amigo está lá, atento. Vê-se, pelas caretas, que não aprova algumas coisas, mas entende tudo. Um dos elementos bonitos da peça é justamente essa compreensão. Que também é do espectador. O amigo de Marcos também somos nós, que ouvimos, divertidos, suas invectivas absurdas, ou nem tanto, tristemente sérias, hilariamente estapafúrdias.

O autor trabalha com muitos silêncios e uma trilha sonora extremamente precisa. Silêncio, olhares, discretas expressões faciais - realizando um teatro com notória influência do cinema, conforme o próprio autor reconhece. Com isso, faz um teatro dinâmico, moderno, sem cacoetes espetaculares ou circenses.

- Me diz o nome de uma só pessoa que gosta de você! Me dá um nome! Um só! - diz Marcos, desafiando o amigo (a citação é de memória, não literal). E aí temos outro elemento importante da peça: o afeto. Ou a falta de. A grande amargura, e também a grande liberdade, de Marcos é a ausência de afetos. Não tem amigos. Ou achava que não. Por isso a visita o perturba tanto. O amigo quer fazer uma reportagem sobre Marcos e sua vida de "Urtigão", o inesquecível personagem de Walt Disney. Eis um ponto engraçado: Marcos quer se comparar a Hunter Thompson, o fundador do jornalismo gonzo, que encerrou seus dias isolado num rancho, atirando nos raros e imprudentes visitantes. Mas Emerson prefere equipará-lo a um antipático caipira, que também perseguia, a tiros, os incautos intrusos.

Amizade, revolta e solidão. Eis os elementos centrais desse belo trabalho de Bortolotto, que aprendeu a fazer arte com os mil defeitos e fraquezas que nos fazem tão absurdos, patéticos - e surpreendentes.




PS: Neste final de semana, Bortolotto volta ao Rio com Kerouac, peça que ainda não assisti, mas da qual tenho excelentes referências. No teatro Ziembiski, de sexta a domingo.

4 de julho de 2008

Bortolotto no Rio

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Uma rodada de peças do dramaturgo , escritor, roteirista e, sobretudo, hábil sinuqueiro, Mario Bortolotto, estréia hoje no teatro Ziembiski, na Tijuca. A 2ª Mostra do grupo Cemitério de Automóveis ajuda o Rio a combater o provincianismo de seu teatro, dominado por títulos como "não-sou-feliz-mas-tenho-marido". O sinuqueiro & poeta londrinense radicado em São Paulo, mais especificamente na Praça Roosevelt, terá peças exibidas durante todo o mês de julho. Serão quatro peças, uma em cada fim de semana. Bem vindo, brother.