Mostrando postagens com marcador eleições 2010. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador eleições 2010. Mostrar todas as postagens

9 de março de 2011

William Waack também almoçou na Casa Grande

16 comentarios


Após horas mergulhado nos telegramas da embaixada e consulados norte-americanos sobre as eleições 2010, finalmente encontrei mais algumas pérolas. Um outro personagem da mídia aparece com destaque: William Waack!

Antes de prosseguir, evitemos uma injustiça. Embora seja um pouco estranha a preferência dos diplomatas americanos por encontros exclusivamente com políticos e jornalistas de oposição, não há, nos bilhetes, nada que indique, por parte dos diplomatas ianques, ações concretas para beneficiar os tucanos. Não nessa safra de telegramas, ao menos. Quer dizer, há ações políticas bem claras, mas perfeitamente compreensíveis para políticos francamente conservadores como são os diplomatas norte-americanos. Eles não fingem ser de esquerda. Ao contrário, monitoram permanentemente os movimentos de esquerda nas Américas, como aliás mostram alguns documentos desta mesma safra. E também já sabemos, pelo Wikileaks, que Serra encontrou-se com representantes da Chevron, grande petroleira americana, e prometeu mudar as leis do pré-sal em favor de empresas norte-americanas. Pensando melhor, tiveram ações concretas sim.

O que mais vemos, nesta safra de bilhetes diplomáticos, são caciques do PSDB e figurinhas da mídia ansiosos em angariar apoio dos diplomatas imperiais e, com isso, da Casa Branca.

Daí para ganhar doação de algum daqueles bilionários americanos de ultra-direita é somente um passo...

Por falar em Casa Branca, um telegrama da Secretária de Estado, Hillary Clinton, vazado no mesmo pacote, mostra que o governo norte-americano vinha acompanhando atentamente os desdobramentos pre-eleitorais no Brasil. Num recado bem sintético e com um quê de enigmático, Clinton observa que a diplomacia americana no Brasil tem fornecido "excelentes análises sobre a candidata Dilma Rousseff, as quais tem sido usadas para produção de documentos de alto nível para nossos formuladores de política externa".

Mas falemos do sempre sensível e franco William Waack, o âncora que nunca se preocupou em ocultar seu desconforto ao anunciar notícias tristes como queda no desemprego, aumento nos salários e crescimento econômico.

Dois telegramas do Consulado Americano de São Paulo citam Waack. No primeiro, o texto afirma que "os críticos mais duros de Dilma Rousseff enfatizam que seus discursos na TV e em público irão matar sua candidatura". Quem falaria isso? Bem, na frase seguinte, aparece um nome...

O jornalista William Waack descreveu para o Cônsul de São Paulo um evento recente em que Serra, Rousseff, [Aécio] Neves e [Ciro] Gomes participaram. Segundo Waack, Gomes foi o mais forte de todos; Neves o mais carismático; Serra um pouco frio e desinteressado, mas competente; e Rousseff a menos coerente.

Todos fortes e bons, portanto, menos Dilma...

Outros críticos, diz o texto, "foram mais sutis, usando porém uma argumentação intuitiva segundo a qual o desejo por continuidade, após anos de progresso e prosperidade, beneficiaria na verdade a José Serra, porque ele é visto por muitos como capaz de seguir melhor os rumos econômicos traçados por Fernando Henrique Cardoso e continuados por Lula."

Daí chegamos a outro nome importante da imprensa brasileira a vaticinar prognósticos triunfantes para José Serra.

Helio Gurovitz, diretor de redação da revista Época, descreveu o Brasil como similar ao Chile, argumentando que a base social do país evoluiu de maneira que iria preferir alternar partidos para manter a continuidade, mais do que deixar um só partido no poder por um longo período (...)

Finalizando esse trecho anti-Dilma, o documento do consulado informa simplesmente que "outros dizem que ela é a candidata errada na hora errada."

A melhor parte, no entanto, vem no telegrama seguinte:

O jornalista William Waack anunciou, num almoço com o Cônsul Geral [de SP] em 4 de setembro [de 2009] que Serra e Aécio haviam selado um acordo, concordando em disputar juntos a eleição, com Serra na cabeça da chapa. Um segundo participante do almoço, o diretor do Instituto FHC Sérgio Fausto, expressou surpresa diante da afirmação de Waack, mas acrescentou que FHC não iria permitir que a rivalidade entre Serra e Neves dividisse o partido.

O redator do consulado encerra o parágrafo concluindo que "uma combinação de Serra e Neves unificaria o PSDB e seria formidável."

O que teria levado Waack a fazer uma declaração tão peremptória ao Cônsul dos Estados Unidos? Ele é jornalista importante, sabe que sua palavra tem um peso especial. Uma hipótese é que a mídia, naquele momento, já havia decidido que Aécio deveria aceitar a missão de ser vice de Serra. Lembro muito bem como a imprensa do eixo Rio-São Paulo deflagrou uma campanha fortíssima (e até mesmo violenta, com sugestões porventura ameaçadoras...) para convencer Aécio. Teria o PSDB se tornado um partido de marionetes da mídia de maneira tão explícita que Waack imaginou que poderia dar por fato consumado aquilo que era apenas um anseio dos cardeais da imprensa de oposição?

Bem, nunca saberemos, a menos que algum repórter corajoso se disponha a perguntar a Waack, embora eu suspeite que este repórter ingressará, imediatamente, numa lista negra e não trabalhará mais para nenhum grande jornal...

Amiga minha sugere que Waack usava essas conversas na Casa Branca para escolher convidados e temas em seus programas de entrevistas na Globonews.

Esses vazamentos mostram que, diante do envolvimento da grande imprensa em articulações políticas com os serviços diplomáticos norte-americanos, a blogosfera é um meio bem mais confiável para divulgação de documentos secretos relativos aos... serviços diplomáticos norte-americanos...

*

Leia também:
- Wikileaks: a disputa pelo PMDB, ‘partido não ideológico’, por Maria Frô.

No post anterior, há vários links para outras matérias sobre a última leva de documentos do Wikileaks.

*

Lista dos documentos já publicados (em inglês).

Marina era a grande aposta de Serra

13 comentarios


Mensagens do consulado do Rio de Janeiro vazadas pelo Wikileaks revelam que Serra apostava em Marina Silva, do PV, como seu grande trunfo para vencer Dilma Rousseff nas eleições de outubro de 2010. O cônsul americano informa ter mantido produtivo bate-papo com o colunista da Veja, Diogo Mainardi, que lhe contou acerca de uma conversa dele com o então governador de São Paulo, José Serra.

Diz o cônsul, logo no sumário de nota vazada, de fevereiro de 2010: “Observadores políticos e representantes partidários argumentam que há possibilidade do provável candidato do PSDB, José Serra, pedir à candidata do Partido Verde, Marina Silva, para ser a sua vice. Enquanto parece improvável que Marina Silva aceite tal papel, a maioria acredita que ela iria, no mínimo, apoiar José Serra no pleito.”

As mensagens da embaixada americana revelam que os representantes diplomáticos dos Estados Unidos monitoravam muito atentamente o desenrolar dos acontecimentos políticos e partidários no Brasil, e seus interlocutores são representantes do tucanato e colunistas da Veja e do Globo.

A nota em questão relata um almoço do cônsul com o “proeminente colunista político da Veja, Diogo Mainardi [que] contou-lhe que sua recente coluna em que propunha aliança entre Serra e Marina nas eleições havia sido fruto de uma conversa entre Mainardi e Serra, na qual o tucano havia dito que ‘Marina era seu vice dos sonhos’. Serra expressou, na conversa com Mainardi, os mesmos argumentos que este usou em seu artigo, que a biografia de Marina Silva e suas credenciais esquerdistas ajudariam a reduzir o impacto do carisma de Lula sobre os mais pobres e deixar Dilma em desvantagem junto ao eleitorado de esquerda, ao mesmo tempo em que minimizaria a associação de Serra ao governo de Fernando Henrique, que Lula/Dilma esperavam usar na campanha.”

Passada as eleições, vemos que, de fato, Marina ajudou Serra, embora não da maneira completa que ele esperava, mas simplesmente dividindo o eleitorado de Dilma Rousseff. Animal político astuto que é, o tucano sabia que a verde era talvez a única maneira de roubar votos do eleitorado lulista/dilmista. Quantas articulações e promessas e ofertas não devem ter sido feitas para tentar seduzir Marina?

Mainardi e Serra, relata o cônsul, acreditavam que Marina fosse apoiar o PSDB.

O colunista não achava que Marina aceitasse o papel de vice, mas que daria apoio ao tucano no segundo turno. Mainardi, que como sempre não acertou uma, diz ainda que, uma hipótese mais realista era Aécio Neves aceitar a vaga de vice de José Serra.

Outro interlocutor do cônsul é o colunista do Globo, Merval Pereira, com quem ele manteve uma conversa no dia 21 de janeiro. Merval diz ao cônsul que conversou com Aécio Neves e que o mineiro afirmou estar “disposto a tudo” para ajudar Serra, inclusive ser vice. Eh cônsul bem articulado, héin? Eh turminha unida! Merval Pereira, Mainardi, Serra, Aécio e diplomatas norte-americanos, lutando juntos por um Brasil mais justo!

Merval Pereira, agora um Imortal da filosofia, disse ao cônsul que “não só acreditava que Aécio Neves toparia ser vice de Serra, como Marina Silva também o apoiaria na disputa”. Ô maravilha de cenário!

Os americanos, no entanto, não são tão bobos quanto Merval. Os diplomatas consultaram outras fontes, não tão otimistas (pro lado do Serra) quanto os colunistas da grande mídia. Falaram com Rodrigo Maia, por exemplo, que naturalmente não achava nada maravilhoso uma chapa puro-sangue do PSDB, nem apreciava tanto uma aliança triunfal com Marina Silva. O próprio cônsul faz observações semelhantes.

O cônsul conversa ainda com os tucanos Otávio Leite (RJ), Antonio Carlos Mendes (SP), Clovis Carvalho, e Marcelo Itagiba. Troca também umas ideias com o senador Agripino Maia. Ao cabo, vê-se que o serviço diplomático americano obtém um conjunto de informações bastante razoável, embora se restrinja a dialogar com as forças de oposição.

Confira a íntegra do documento no original. A Mariafro publicou uma tradução.

Leia também, sobre o mesmo tema:



Prezados, tenho em meu poder um conjunto de 24 documentos bombásticos da diplomacia americana no Brasil, versando sobre as eleições 2010, vazados pelo Wikileaks. Consegui analisar apenas um, até porque queria fazê-lo de maneira completa. Mais tarde, vou dar uma olhada no resto. Outros blogueiros, como já linkei acima, também estão mandando ver.

1 de novembro de 2010

Vencemos

22 comentarios


(Nesta pintura de Delacroix, vê-se Dilma e os blogueiros sujos ao final da batalha contra o PIG).

O post anterior, do Lungaretti, não reflete o meu estado de espírito. Para mim não houve vitória anunciada até o derradeiro minuto, até os 90% dos votos apurados. Aí sim, pude respirar tranquilo. Só agora, portanto, rodeado de jornais de luto pela derrota do candidato dos riquinhos e egoístas, tenho prazer em levantar a voz e, com perdão da palavra, gritar: VENCEMOS PORRA!

CRÔNICA DA VITÓRIA ANUNCIADA

6 comentarios



Celso Lungaretti (*)

Quem acompanha meu trabalho, não precisou esperar até este domingo (31/10) para saber quem venceria a eleição presidencial.
Doze dias antes, em 19 de outubro, eu cantei a bola, no meu artigo O diabo trapaceou Serra: tomou-lhe a alma sem dar nada em troca:
"...Serra não encontrou o mapa da mina.

"...Uma mudança surpreendente do quadro só seria possível se Serra fosse um personagem eletrizante; mas, seu estilo é de quem está sempre explicando o óbvio a estudantes burrinhos.

"O aborto (...) da hipotética virada já começa a se evidenciar nas pesquisas eleitorais.

"Pior que a derrota será a decepção causada por Serra àqueles que ainda acreditavam nele.

"Aceitar o apoio e beneficiar-se da baixaria das correntes virtuais ultradireitistas, fazer promessas demagógicas como a do salário mínimo de R$ 600 e colocar uma questão religiosa no centro da campanha o deixou com a imagem de quem pisa até no pescoço da mão para chegar à Presidência.

"O último a projetar tal imagem acabou morrendo na praia. E, convenhamos, fazia bem mais por merecer o ambicionado troféu."
No fundo, minha linha de raciocínio foi bem simples.
Serra se chocava contra um governo recordista de aprovação e que passa por fase das mais auspiciosas: a situação financeira dos cidadãos tem melhorado consistentemente e as perspectivas são de que a economia continue crescendo.
De quebra, a empada não tem uma, mas três azeitonas: o pré-sal, a Copa do Mundo e a Olimpíada.
Então, a verdade nua e crua é que Serra já teria sido fulminado no 1º turno, caso Marina Silva não tivesse disparado na reta final, obtendo surpreendentes 19,3% dos votos válidos.
O candidato demotucano ficou com os 32,6% que as pesquisas lhe auguravam. Se dependesse só de sua (inexistente) capacidade de reação, teria ido à lona já em 3 de outubro.
A segunda chance lhe caiu do céu, mas ele tinha 14,5 milhões de votos a menos do que Dilma Rousseff. Sabia que o espólio de Marina Silva e demais candidatos derrotados não seria só seu. PRECISAVA DESESPERADAMENTE DESLANCHAR, nas quatro semanas que tinha pela frente.
Ora, nas duas primeiras semanas a campanha de Dilma não só conseguiu superar os danos psicológicos de não haver correspondido à expectativa de que liquidaria logo a fatura, como recolocou a candidata em trajetória ascendente.
Foi a exata repetição do que aconteceu na disputa entre Lula e Alckmin em 2006.

E, como Serra deixara escapar entre os dedos seu melhor momento, dentre outros motivos por causa do desempenho burocrático nos debates, eu apostei tranquilamente que o desfecho também seria exatamente o mesmo de quatro anos atrás.
Não deu outra.
A diferença em favor de Dilma diminuiu um pouco, para 12 milhões de votos. Mas, Serra ficou bem longe de se constituir em verdadeira ameaça.
Ela teve 47,6 milhões de votos no 1º turno e aumentou o total em 8,1 milhões.
Aos 33,1 milhões de Serra acrescentaram-se 10,6 milhões.
Acertaram as pesquisas: os votos de Marina foram redirecionados um pouco mais para Serra.
Só que bem menos do que o necessário para salvarem o demotucano de uma derrota acachapante e que, caso não ocorra um verdadeiro milagre, o condenou a ter mesmo o destino de Brizola: morrer sem realizar seu maior sonho.
TUCANO NÃO É FÊNIX E GUERREIRA 
NÃO DEVE SER ESTÁTUA DE DAVI
Para Serra, o desafio agora é renascer das cinzas. Só que tucano não é fênix e o peso dos erros cometidos nesta campanha -- direitização aberrante e chocante, demagogia religiosa, promessas populistas, etc. -- se tornou lastro que atrapalhará em muito suas tentativas de alçar novo voo.
Dilma, por sua vez, terá de provar que é algo mais do que uma estátua de esculpida com tamanha perfeição pelo artista Michelangelo da Silva que acabou ocupando o melhor pedestal no panteão do Planalto.
Não esquecendo jamais que, tão importante quanto trazer os 43,7 milhões que votaram em Serra para o campo progressista é dar aos 26,8 milhões de desencantados (abstenções, brancos e nulos) motivos para acreditarem que as mudanças são possíveis.
O lulismo no poder já provou sua competência no gerenciamento do estado em conformidade com os interesses dominantes, mas garantindo uma fatia um pouco maior do bolo para aqueles que produzem todas as fatias.
A dívida social, entretanto, está muito longe de ser zerada, como o foi o débito com o FMI.
Torço para que a Dilma saiba aproveitar seu grande momento, não sendo apenas uma estátua de Davi, mas sim a aguerrida companheira que: 
  • como Chaplin, queria chutar o traseiro dos ociosos; 
  • como Cristo, trouxe uma espada para combater a injustiça; e 
  • como Marx, pretendia proporcionar a cada trabalhador o necessário para a realização plena como ser humano.
* Jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

31 de outubro de 2010

Provocação pessoal

Seja o primeiro a comentar!

Dilma vence as eleições com 56% dos votos validos

1 comentário

Blogueiro da Record, Marco Antonio Araújo, promete

6 comentarios

31 outubro 2010 às 20:07

comentarios-icon25 Comentarios »

Os derrotados da eleição

A guerra acabou. Dilma Rousseff é presidente do Brasil. Para chegar até aqui, teve que enfrentar uma das batalhas mais violentas da história da República. E venceu.
Derrotou não só seu adversário, José Serra, mas também um exército implacável, cruel e muito poderoso: os principais grupos de comunicação do país. Estes são os grandes derrotados nesse dia de glória para a democracia.
Os milhões de votos recebidos pela candidata petista são a prova gigantesca de que os brasileiros nunca mais se deixarão ser manipulados. Nem permitirão ser tratados como gente ignorante. O povo, definitivamente, não é bobo.
Durante meses, houve um bombardeio incessante de manchetes, chamadas, apelos, boatos e factoides. Um massacre impiedoso, orquestrado. Em fiapos de verdade, urdiram uma rede de mentiras e preconceitos.
Não bastou ser atacada durante o horário eleitoral gratuito. Isso faz parte do jogo. Infame foi ser fustigada diariamente pela propaganda política voluntária dos barões da mídia.
Dilma Rousseff e milhões de brasileiros enfrentaram o maior jornal do país, a Folha de S.Paulo. E a maior emissora de TV, a Globo. A revista de maior tiragem, a Veja. Nessa tropa de choque incansável também perfilam os jornais O Estado de S.Paulo e O Globo. Turma da pesada.
Nos próximos dias, sempre às 10h e às 16h, vamos usar este espaço para detalhar a forma como esses derrotados agiram do alto de seus palanques. Como pisotearam a liberdade de imprensa.
Cada um com seus soldados. Ou capangas. Tanto poder para quê? Tanta arrogância, fulminada pela força das urnas. Os que escrevem e entrevistam e ditam editoriais ficaram mudos. Quem manda, senhores do universo, é quem lê, quem ouve, quem vê. Os vitoriosos. Deste Brasil.

 Marco Antonio Araújo

Capa do New York Times e Globo

1 comentário



Homenagem a Pernambuco

1 comentário



Se tem um estado com o qual o Brasil pode contar, nesses dias difíceis, é o aristocrático, miserável, delirante, terra de Lampião, Josué de Castro, Chico Science e Lula, o dionisíaco, severo, letal, carinhoso Pernambuco!

Bella Ciao

2 comentarios



Procurei, procurei, mas não tem nenhuma que supere essa, Bella Ciao cantada pela charmosa e linda Milva.

Pé no chão

Seja o primeiro a comentar!

Acho que essa música pode expressar melhor esse momento.



Isso enquanto não confirmarmos a vitória do bem, não do DEM. No entanto, a alegria contagiante de Clara Nunes, com seus sorriso devastador, e a energia que emerge de sua voz profunda, sensual, seu porte altivo e guerreiro, expressam por outro lado uma alegria nascida da própria tristeza, do próprio bom senso e do otimismo natural do povo.

Finalizo mais uma vez com Santo Agostinho: "Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar a sabedoria!"

29 de outubro de 2010

O samba do Rio homenageia "mulher na presidência"

5 comentarios

Trilha sonora para o feriadão

4 comentarios

Saudações, Miguel.

Sou leitor assíduo do Óleo do Diabo e gostaria de compartilhar contigo e os demais leitores um CD que montei com músicas "dilmistas". Segue o e-mail que já enviei para meus amigos:



Deu um pouquinho de trabalho, mas muito mais prazer. Aqui está um arquivo com uma hora de músicas pra gente tocar neste fim de semana histórico. Pra elevar o ânimo antes de votar e pra comemorar o resultado durante todo o feriadão.
Tem os jingles da campanha da Dilma, inclusive o "Dilma lá" do Wagner Tiso, músicas feitas no calor do momento (destaque para o partido da bolinha de papel, he he) e clássicos de artistas da música brasileira que manifestaram seu apoio à candidata do Brasil que está dando certo.
Aí vai um passo-a-passo para você baixar o arquivo, descomprimí-lo e botar para tocar as músicas, que estão em formato MP3 - mas se você quiser criar um CD de áudio, a seleção cabe direitinho numa mídia de CD, que poderá tocar em qualquer aparelho.

1) - Clique no link, que vai te levar para a primeira página, onde você deve clicar em "download now";
2) - Vai abrir outra página, com a contagem de espera (uns 60 minutos). Espere terminar o tempo e clique em "download the file now"
3) - Vai aparecer a caixinha "abrir" ou "salvar". Mande salvar e escolha a pasta para onde o arquivo será baixado;
4) - Depois de concluído o download, é só descompactar utilizando qualquer programinha com essa finalidade (filzip, winrar, 7zip e por aí);
5) - Aí é só botar pra tocar e ir pra galera!

Algumas dessas músicas são "copy left" e outras são "copy right", mas eu acho que seus autores e intérpretes não se importarão se você participar desta corrente musical do bem: Espalhe para os amigos!

http://www.4shared.com/file/Owk0IZHY/Dilma_Presidente.html


Saudações Dilmistas e até a vitória!

Porque os estudantes apóiam Serra

8 comentarios

28 de outubro de 2010

Caricaturas de alguns artistas que declararam apoio à Dilma

23 comentarios

(Via blog Amigos do Presidente Lula)

27 de outubro de 2010

Diário de guerra

5 comentarios

Pois é, amigos. Tudo bem aqui no front. Dilma crescendo, mobilização cada vez maior da sociedade. Sei que o jogo não está ganho, mas o clima melhorou sensivelmente. A grande expectativa é sobre uma matéria da Folha, a ser publicada amanhã ou depois, sobre a participação de Dilma na ditadura, usando ou não os documentos secretos do Supremo Tribunal Militar. Se a mídia em peso embarcar numa campanha terrorista de última hora, causa arrepios o que pode acontecer. Mas a gente vai dar combate até o fim e com a ajuda do bom senso do povo, iremos enfrentar mais esse desafio.

Até a Cedae resolveu consertar todos os bueiros da minha rua, que andavam vazando esgoto nos últimos meses. A OI se sensibilizou e reinstalou o Velox no meu apartamento, o telefone voltou a funcionar... Minha situação, no entanto, é a seguinte. Tenho que entregar até o dia 10 de novembro um monte de tradução de filme (legendas).

Com toda essa campanha política, na qual me envolvo por pura paixão (ou seja, dinheiro que é bom, nada), acabei naturalmente atrasando tudo e agora tenho que me dedicar a isso. E ainda tem o Twitter. Com meu espírito romântico-desesperado, mergulhei no twitter de cabeça, escrevendo dezenas de mensagens por dia, fazendo todo tipo de piada, detonando o Serra (com verdades que nuca tem destaque na mídia), fazendo análises sérias, rindo, chorando, conversando, enfim, participando a meu jeito. Eu consigo trabalhar nas traduções ao mesmo tempo em que batuco no Twitter. Fico assistindo aos filmes e simultâneamente, nos momentos sem diálogo, mando uns petardos de 140 ou menos caracteres.

O blog continua ativo, mas um pouco mais "terceirizado", como vocês podem perceber, ou seja, com posts de outros autores, além de textos menos "elaborados". A blogosfera é assim mesmo, um grande espaço coletivo, onde a gente se complementa, num revezamento constante. De qualquer forma, como já disse em outro post, após as eleições, e após meados de novembro (depois que entregar essas legendas), retorno com força total ao trabalho por aqui, mas num espaço novo, com um nome diferente (mais "católico") e com um estilo mais sisudo. Não posso me dar ao luxo de parar ou desistir. Urge evoluir, amadurecer, consolidar-se. Não quero mais voltar aqui para reclamar da vida ou da falta de dinheiro. O Brasil está crescendo a olhos vistos e escasseiam, proporcionalmente, os pretextos para os lamurientos e autopiedosos. Tempo de arregaçar as mangas e trabalhar duro. Que vençam os melhores e seja o que Deus quiser. A cerveja fica para depois.

Encerro com o habitual pedido de assinatura, seguindo o exemplo de meus colegas empresários, como Roberto Civita e Otávio Frias. Eles tem um pouco mais de grana que eu (e talvez menos caráter também, mas quem sou eu para julgar); no fundo, porém, todos estamos no mesmo barco, tentando sobreviver e vender seu peixe, uns com mais dificuldade (meu caso) do que outros (caso deles). Sim, porque ainda tem isso: tenho que fazer (e o faço com muito gosto) análises diárias, de segunda a sexta, para os assinantes da Carta Diária. Não me incomodarei, portanto, em acrescentar o seu nome à lista, desde que você tenha a generosidade de depositar o valor da assinatura na conta informada.

Faça o bem para a humanidade: vote 13, na Dilma, e faça uma assinatura da Carta Diária, ajudando um blogueiro duro, além de sujo.

Até daqui a pouco. Boa sorte para nós todos.

PS: Os comentários agora são moderados, porque nesse finalzinho de campanha, os trolls entraram em desespero, e passaram a atirar para todo lado, xingando até a mãe da gente. Depois das eleições, a gente, se for o caso, volta ao normal.

Amaury Ribeiro Jr entrega documentos que comprometem Serra

2 comentarios

Essa é uma informação que rolou apenas no Terra e nos blogs sujos. Catei um post resumido sobre o caso no blog Olhos do Sertão:

"BOMBA!


Amaury Ribeiro Jr. entrega a Polícia Federal e a jornalistas documentos que  omprometem Serra em corrupção relacionada às privatizações, na era FHC.

Nesta terça feira, 26/10/2010, o jornalista, Amaury Ribeiro Junior, entregou uma carta aos jornalistas e parte de documentos entregues à Polícia Federal.

Em trecho da carta diz ele: “Estou passando às mãos de todos cópia de uma pequena parte do material que entreguei hoje à Polícia Federal. Todos os papéis foram obtidos de forma legal sem quebra de sigilo fiscal. Vale lembrar que a documentação refere-se aos anos de 1998 até 2002...

“Desejo que a liberdade de imprensa em vigor no país possa servir, agora, ao esclarecimento da população... 

“Em muitas ocasiões se falou de propina na venda de estatais, mas esta é a primeira vez que aparece uma evidência disso lastreada por documentos bancários oficiais.”


Leia aqui a carta na íntegra e aqui trechos de documentos entregues por Amaury Sr. à Polícia Federal.

Quero ver se a Globo vai mostrar!!!"

Dilma dispara no Sensus: vantagem salta para 17 pontos

14 comentarios

Ótima notícia, ainda mais porque era no Sensus que a petista havia registrado a situação mais crítica. Agora, ela dispara, ampliando sua diferença anterior de 5,6% para 17,2% dos votos válidos. Com isso, na média das pesquisas, a vantagem de Dilma sobe para aproximadamente 15 pontos.

Saliente-se que, no Datafolha divulgado de ontem, Dilma manteve a vantagem de 12 pontos, com detalhes importantes: ela cresceu no sul, sudeste, entre mulheres e evangélicos, sinalizando que, de fato, a boataria religiosa perdeu efeito.

A íntegra da pesquisa Sensus está aqui (relatório-síntese) e aqui (relatório de cruzamento, com mais dados).

Abaixo a íntegra de matéria do Terra, sobre a pesquisa Sensus divulgada há pouco:

CNT/Sensus: Dilma tem 58,6% e Serra 41,4% dos votos válidos

27 de outubro de 2010 • 10h44 • atualizado às 11h03

Claudia Andrade
Direto de Brasília

Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira (27) mostra a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, com 58,6% dos votos válidos contra 41,4% do tucano José Serra.

O levantamento mostra aumento da vantagem da petista em mais de 10 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada nos dias 18 e 19 deste mês. Antes, Dilma tinha 52,8% dos votos válidos contra 47,2% de Serra: vantagem de 5,6 pontos percentuais. Agora, a diferença entre os dois chega a 17,2 pontos percentuais.

Os votos válidos desconsideram brancos e nulos, que somaram 4,7% dos 2 mil eleitores entrevistados entre os dias 23 e 25, e indecisos, que somaram 6,8%.

Considerando-se os votos totais, Dilma tem 51,9% e Serra, 36,7%. Na pesquisa anterior, divulgada semana passada, a petista tinha 46,8% contra 41,8% do tucano.

A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 37609/2010.

Rejeição

O índice de rejeição à candidata petista que era de 35,2% na pesquisa anterior, caiu para 32,5%. Serra tinha rejeição de 39,8% e agora atinge seu recorde da pesquisa CNT/Sensus, com 43%. Para o instituto, rejeições acima de 40% seriam indicativos de derrota do candidato.

Na análise do instituto, a troca mútua de acusações entre os candidatos faz o eleitor voltar seu interesse novamente para os aspectos econômicos, onde a petista levaria vantagem.

Íntegra do debate na Record

2 comentarios

Deixo aqui o link para o debate, como registro histórico.

Parte 1



Parte 2



Parte 3



Parte 4



Parte 5



Comentário: Nesse bloco, Dilma, provocada por Serra, consegue fazer um belo discurso sobre não criminalizar o movimento social, que suscitou, no bar onde eu assisti, uma saraivada de palmas e gritos de entusiasmo. Ao mesmo tempo, ela marca a diferenças em relação a métodos do MST. Dá uma boa estocada sobre o fato de Serra ter rasgado o compromisso (assinado ao vivo na TV) de não abandonar a prefeitura de São Paulo. Depois concluiu com chave de hora: MST não é questão de polícia, como você acha, Serra, é questão de política social. O bar foi ao delírio.

Parte 6

26 de outubro de 2010

Tão profunda e volumosa quanto o pré-sal

5 comentarios

Reproduzo abaixo, outro post colhido lá no site Conversa Afiada.

Leandro Fortes: turma do Serra desvia R$ 400 milhões em SP


    Publicado em 26/10/2010
  • Compartilhe Envie Para um Amigo  Share with Delicious Share with Digg Share with Facebook Share with LinkedIn Share with MySpace Share on Google Reader Share with Twitter
  • Imprimir Imprima |
  • Vote 
    Avaliação NegativaAvaliação Positiva (+16)


Na mão grande, governador ?


Extraído do site da CartaCapital:

Auditoria comprova sumiço de recursos federais em SP


Por Leandro Fortes

Quando assumir, pela terceira vez, o governo do estado de São Paulo em 1º de janeiro de 2011, o tucano Geraldo Alckmin terá que prestar contas de um sumiço milionário de recursos federais do Ministério da Saúde dimensionado, em março passado, pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). O dinheiro, quase 400 milhões de reais, deveria ter sido usado para garantir remédios de graça para 40 milhões de cidadãos, mas desapareceu na contabilidade dos governos do PSDB nos últimos 10 anos. Por recomendação dos auditores, com base na lei, o governo paulista terá que explicar onde foram parar essas verbas do SUS e, em seguida, ressarcir a União pelo prejuízo.


O relatório do Denasus foi feito a partir de auditorias realizadas em 21 estados. Na contabilidade que vai de janeiro de 1999 e junho de 2009. Por insuficiência de técnicos, restam ainda seis estados a serem auditados. O número de auditores-farmacêuticos do País, os únicos credenciados para esse tipo de fiscalização, não chega a 20. Nesse caso, eles focaram apenas a área de Assistência Farmacêutica Básica, uma das de maior impacto social do SUS. A auditoria foi pedida pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, para verificar denúncias de desvios de repasses de recursos do SUS para compra e distribuição de medicamentos nos sistemas estaduais de saúde.


O caso de São Paulo não tem parâmetro em nenhuma das demais 20 unidades da federação analisadas pelo Denasus até março de 2010, data de fechamento do relatório final. Depois de vasculhar todas as nuances do modelo de gestão de saúde estadual no setor de medicamentos, os analistas demoraram 10 meses para fechar o texto. No fim das contas, os auditores conseguiram construir um retrato bem acabado do modo tucano de gerenciar a saúde pública, inclusive durante o mandato de José Serra, candidato do PSDB à presidência. No todo, o período analisado atinge os governos de Mário Covas (primeiro ano do segundo mandato, até ele falecer, em março de 2001); dois governos de Geraldo Alckmin (de março de 2001 a março de 2006, quando ele renunciou para ser candidato a presidente); o breve período de Cláudio Lembo, do DEM (até janeiro de 2007); e a gestão de Serra, até março de 2010, um mês antes de ele renunciar para disputar a eleição.


Ao se debruçarem sobre as contas da Secretaria Estadual de Saúde, os auditores descobriram um rombo formidável no setor de medicamentos: 350 milhões de reais repassados pelo SUS para o programa de assistência farmacêutica básica no estado simplesmente desapareceram. O dinheiro deveria ter sido usado para garantir aos usuários potenciais do SUS acesso gratuito a remédios, sobretudo os mais caros, destinados a tratamentos de doenças crônicas e terminais. É um buraco e tanto, mas não é o único.


A avaliação dos auditores detectou, ainda, uma malandragem contábil que permitiu ao governo paulista internalizar 44 milhões de reais do SUS nas contas como se fossem recursos estaduais. Ou seja, pegaram dinheiro repassado pelo governo federal para comprar remédios e misturaram com as receitas estaduais numa conta única da Secretaria de Fazenda, de forma ilegal. A Constituição Federal determina que para gerenciar dinheiro do SUS os estados abram uma conta específica, de movimentação transparente e facilmente auditável, de modo a garantir a plena fiscalização do Ministério da Saúde e da sociedade. Em São Paulo essa regra não foi seguida. O Denasus constatou que os recursos federais do SUS continuam movimentados na Conta Única do Estado. Os valores são transferidos imediatamente depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED).


Em fevereiro, reportagem de CartaCapital demonstrou que em três dos mais desenvolvidos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS foram, ao longo dos últimos quatro anos, aplicados no mercado financeiro. O fato foi constatado pelo Denasus após um processo de auditoria em todas as 27 unidades da federação. Trata-se de manobra contábil ilegal para incrementar programas estaduais de choque de gestão, como manda a cartilha liberal seguida pelos tucanos e reforçada, agora, na campanha presidencial. Ao todo, de acordo com os auditores, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passava, à época, de 6,5 bilhões de reais, dos quais mais de 1 bilhão de reais apenas em São Paulo.


Ao analisar as contas paulistas, o Denasus descobriu que somente entre 2006 e 2009, nos governos de Alckmin e Serra, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados para programas de assistência farmacêutica – cerca de 11% do montante apurado, agora, apenas no setor de medicamentos, pelos auditores do Denasus. Além do dinheiro de remédios para pacientes pobres, a primeira auditoria descobriu outros desvios de dinheiro para aplicação no mercado financeiro: 12,2 milhões dos programas de gestão, 15,7 da vigilância epidemiológica, 7,7 milhões do combate a DST/Aids e 4,3 milhões da vigilância epidemiológica.


A análise ano a ano dos auditores demonstra ainda uma prática sistemática de utilização de remédios em desacordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) estabelecida pelo Ministério da Saúde, atualizada anualmente. A lista engloba medicamentos usados nas doenças mais comuns pelos brasileiros, entre os quais antibióticos, antiinflamatórios, antiácidos e remédios para dor de cabeça.  Entre 2006 e 2008, por exemplo, dos 178 medicamentos indicados por um acordo entre a Secretaria de Saúde de São Paulo e o programa de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, 37 (20,7%) não atendiam à lista da Rename.


Além disso, o Denasus constatou outra falha. Em 2008, durante o governo Serra, 11,8 milhões do Fundo Nacional de Saúde repassados à Secretaria de Saúde de São Paulo para a compra de remédios foram contabilizados como “contrapartida estadual” no acordo de Assistência Farmacêutica Básica. Ou seja, o governo paulista, depois de jogar o recurso federal na vala comum da Conta Única do Estado, contabilizou o dinheiro como oriundo de receitas estaduais, e não como recurso recebido dos cofres da União.


Apenas em maio, dois meses depois de terminada a auditoria do Denasus, a Secretaria Estadual de Saúde resolveu se manifestar oficialmente sobre os itens detectados pelos auditores. Ao todo, o secretário Luís Roberto Barradas Barata, apontado como responsável direto pelas irregularidades por que era o gestor do sistema, encaminhou 19 justificativas ao Denasus, mas nenhuma delas foi acatada. “Não houve alteração no entendimento inicial da equipe, ficando, portanto, mantidas todas as constatações registradas no relatório final”, escreveram, na conclusão do trabalho, os auditores-farmacêuticos.


Barata faleceu em 17 de julho passado, dois meses depois de o Denasus invalidar as justificativas enviadas por ele. Por essa razão, a discussão entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo sobre o sumiço dos 400 milhões de reais devidos ao programa de Assistência Farmacêutica Básica vai ser retomada somente no próximo ano, de forma institucional.