26 de janeiro de 2007

Estou em Clermond-Ferrand



Esse é um clássico que ainda não assisti, o primeiro longa-metragem de David Lynch



Ê vida louca! Quem diria que aquele cara que passava finais de tarde bebendo cerveja nos arredores da cruz vermelha, ou lendo David Goodis no seu kitnet caótico, estaria agora em Clermond-Ferrand, no centro da França, cercado de neve por todos os lados, experimentando temperaturas de menos dez graus e fazendo a cobertura do Festival Internacional de Curta-Metragem 2007.

Bem, é isso. Viemos para cá estimulados pela oportunidade de um alojamento grátis em casa de amigos (árabes, naturalmente), e agora estou na sala de imprensa do Festival, usando um Macintosh sofiscadíssimo, prestes a participar da cerimônia de abertura, na qual espero que sirvam alguma coisa alcóolica, pois estou há mais de dois meses praticamente sem beber. Afinal, o dinheiro que me proporcionaria maravilhosas tardes e noites de bebedeira em terras tupis, aqui tenho que economizar para não passar fome. Mas vale a pena, pela chance de conhecer um país diferente. De conhecer a neve, finalmente!

Quando saltamos do trem, não resisti. Olhei para aquela neve branquinha, fofinha, saborosa... massageei um bocado na mão e botei na boca... Bem que eu estava com fome, admito, e a neve é salgada, gostosa. Comi um bom bocado, e parei, com receio de estar fazendo alguma coisa errada.

No trem, eu fiz várias anotações sobre o que escrever aqui. Estou cheio de idéias. Voltar a atualizar este blog está me fazendo um bem danado! Agora eu sei porque estava me sentindo tão deprimido. Eram saudades desse blog, onde posso escrever o que eu quero, da maneira que eu quero e onde tenho feito verdadeiros amigos. Engraçado, aliás, observar que tenho construído amizades mais consistentes com pessoas distantes que lêem meu blog do que meus vizinhos de cidade. Isso porque, lendo meu blog, as pessoas conhecem meu verdadeiro eu.

Bem, a sala vai fechar em 10 minutos. Comecei tarde hoje. Volto amanhã!

1 comentário

Anônimo disse...

Miguel, estou muito comovido com suas palavras. Fiz uma carta para você. Como é um pouco extensa, favor leia-a no meu blog http://abandon.zip.net

Um abraço,

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