5 de outubro de 2007

Crônica de um Popular carioca


(Joca e namorada, Marcelino e Xico Sá, e um chapa lá trás que esqueci o nome)


(Marcelino, Xico Sá e eu)




A reportagem está um pouco atrasada, mas vale a intenção. O Paulo Scott desembarcou no Rio de Janeiro para produzir o Primeiro Popular na cidade. Conseguiu reunir dezenas de figuraças da cena literária local e nacional. Uma galera forte passou pela Cinematheque: Xico Sá, Marcelino Freire, Chacal, Joca Terron, Omar Salomão, Michel Melamed, Cecilia Giannetti, Fernanda D'Umbra, João Paulo Cuenca e muitos outros.

O Cinematheque é um bar sofisticado de Botafogo, situado no coração cinematográfico do Rio, que é a área compreendida entre os cinemas do grupo Estação, aos quais somam-se as 8 salas do ArtPlex da praia de Botafogo. Os shows acontecem no segundo andar, um espaço intimista, com excelente serviço de bar.

Scott produziu um recital dinâmico, descontraído, apaixonante, com música, fotografia, leituras e palhaçadas.

Depois do evento, naturalmente, rolou aquela celebração, no próprio Cinematheque, depois transferida para o botequim mais próximo, cujo dono foi convencido de que valia a pena adiar o horário de fechamento. Bebemos dezenas de cervejas enquanto Xico Sá fazia discursos anti-lacerdistas sobre Renan Calheiros.

Algumas horas mais tarde, uma nave espacial pousou ao lado e abduziu o grupo inteiro. Não me lembro do que aconteceu enquanto estive sequestrado. Felizmente não voltei com nenhuma dor na região lombar. Quando dei por mim estava no Lamas, com alguns membros do grupo. Os outros não sei se voltaram à Terra ou continuam lá. O Paulo Scott eu sei que está bem.

O Xico Sá continuou destilando sua ironia renanzista e eu, apesar de concordar com seus argumentos, mandei-o se foder diversas vezes, na maior amizade, como é de praxe nessas circunstâncias. Até porque depois da trigésima cerveja, o meu vocabulário se restringe a alguns palavrões, vociferados em diferentes tonalidades. Sei transformar um vá tomar no cu, ou vá se foder em uma declaração de amor. A linguagem é o que a gente faz dela, ou nas palavras de Xico Sá: "Não diga: Não é nada disso que você está pensando. Diga: Junte-se a nós e sejamos felizes!"*

* Do livro Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias, Editora do Bispo.

2 comentarios

Anônimo disse...

dom miguelito, eu te amo. so tu pra aguentar um borracho proudhoniano-getulista-populista como yo! na proxima sera pior. adorei o post. beijo
do seu don francisco sa

Anônimo disse...

mestre

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