28 de junho de 2005

Crise já começa a dividir o país

Vale a pena acompanhar os últimos acontecimentos com a consciência crítica, observando como os grandes meios de mídia, com todos suas ferramentas (colunistas, repórteres, cartunistas e comediantes), conseguemdesconstruir biografias e histórias de luta pela justiça social.

De uma hora para outra, o réu deixou de ser Roberto Jefferson e virou o PT, mostrando que a tática do ex-presidente do PTB foi bem sucedida. Assim como Hitler e as lideranças nazistas, Jefferson soube usar a hostilidade de poderosos segmentos econômicos (mídia, classe média) contra o governo Lula, e transformou-se, sem maiores culpas, através de denúncias vazias, no pretexto para o clima de desestabilização política que domina o país.

A estratégia foi muito inteligentemente aplicada e está realmente causando estragos e confusão na opinião pública. Tendo optado por se tornar um partido de massas, o PT tem milhões de filiados e simpatizantes. Não pode, evidentemente, controlar a vida ética de cada um.

Soma-se a isso declarações e artigos oportunistas de intelectuais "esquerdistas" adversários do governo que usam o momento para ferir mais fundo seus desafetos. É impressionante como certos "medalhões" se escondem atrás de um falso "esquerdismo" ilustrado para disfarçar seu próprio ócio político e vazio filosófico.


Entretanto, há um outro lado na história, como sempre. Movimentos sociais, intelectuais progressistas e um setor da mídia menos comprometido com as elites (como a Carta Capital e muitos sites) perceberam a manobra para enfraquecer o governo Lula e estão se posicionando, por uma questão de equilíbrio, de outro lado.

A divisão política que as elites sempre temeram, após ver os estragos que fez na Venezuela e faz na Bolívia; e que o próprio Lula tem tentado, de todas as formas, evitar desde o início de seu mandato; esta divisão se esboça, não ainda de forma irreversível, mas já representando uma situação ao mesmo tempo perigosa e promisssora, já que traz altos riscos políticos e econômicos; podendo se tornar, contudo, um momento de ruptura política que Lula sempre achou prudente evitar em sua primeira gestão.

A ver. Pelo menos, não dá mais para negar que a História continua viva no Brasil.

Comente!