Roberto Freire, em linguagem apropriada, é o quê?

Domingão à noite, estréio o meu TweetDeck, um sistema que ajuda muito a operar o Twitter. Empolgado com a novidade, mergulho de cabeça no mundo dos micro-blogs, retuindo mensagens que eu gosto, criando novas, pesquisando, brincando e brigando.

Até que cai na minha timeline (é assim que chama?) a seguinte mensagem de Roberto Freire, esse pulha mau-caráter:

Ah, eu não podia deixar passar essa... Roberto Freire é nordestino, conhece bem a história de tragédias da região. Nos últimos cem anos, milhões e milhões de nordestinos morreram de fome, sede e doenças provocadas pela má alimentação. Como ele pode falar desse jeito!!!

O nordestino é o povo mais trabalhador do Brasil. No Rio de Janeiro, a maioria dos bares só contrata nordestinos porque o carioca não tem como competir com o tipo incansável e disciplinado do sertanejo. São pessoas simples, honradas, honestas e trabalhadoras. Raríssimo um imigrante nordestino entrar na criminalidade.

Tanto é trabalhador que tem conquistado muitas coisas. A maioria dos bares cariocas hoje são propriedade de nordestinos, grande parte tendo começado a vida no Rio como simples garçons. Conquistaram inclusive a presidência da República, na figura de Lula, e o eleitorado do Nordeste é quem assegurará uma vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, para o bem de todo o país, da América Latina e do mundo.

Então eu respondi à mensagem de Freire, com a síntese que o Twitter nos exige:

Vejam só. Roberto Freire ganha um salário de, sei lá, uns vinte mil reais, para integrar um desses Conselhos inúteis que as prefeituras criam só para dar emprego a derrotados como ele.

(Olha a prova aí, confira o terceiro nome, de baixo para cima.
Roberto Freire entende alguma coisa de turismo? )

No caso, ele é aspone da prefeitura de São Paulo, território serrista, embora presidida por Kassab, do DEM. É muita cara de pau um sujeito que ganha verba pública para não fazer nada tentar humilhar os nordestinos pobres que ganham bolsa e assistência em função da tragédia social que eles vivem. Dá vontade de ser Deus e mandar o Freire renascer na pele de uma nordestina miserável do sertão pernambucano. E na hora que ela for se cadastrar para o Bolsa Família, de maneira a poder alimentar seus cinco filhinhos pequenos, uma voz do além a lembrará que ela já se chamou Roberto Freire, ganhava vinte mil reais para não fazer nada, e passava os domingos no Twitter criticando a ajuda do governo às pessoas carentes...

Apenas no blog eu posso me estender e usar uma linguagem mais apurada. No Twitter, a gente é obrigado a resumir, sintetizar, e não considero que eu tenha usado uma linguagem não-apropriada ao chamar Roberto Freire de "safado". No entanto, foi assim que Roberto Freire qualificou minha menção à sua pessoa:

Bem, cada um tem a sua opinião...  Por falar nisso, convido você a se divertir um pouco também com minhas peripécias, brigas e aventuras no Twitter. Basta clicar aqui e dar Follow!