9 de julho de 2011

Quem tem medo de Orson Welles?


Neste sábado frio, tomei o café da manhã bombardeado por manchetes globais sobre a nova denúncia do Procurador-Geral da República, Antônio Gurgel, contra o esquema do mensalão. E também por alguns desdobramentos da queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, cujas supostas estrepolias ainda não tive chance de abordar por aqui. Trata-se de uma excelente oportunidade para filosofar um pouco sobre aquele que possivelmente seja o mal mais antigo da civilização: a corrupção política.

Ao filosofar sobre o tema, porém, não pretendo com isso apelar para uma generalização conivente ou oportuna, apontando a escuridão do passado para acharmos as trevas de hoje menos sombrias. Ao contrário, gostaria de fazer uma abordagem que nos tornasse mais conscientes e mais indignados.

É um desafio.

Podemos começar por uma asserção corroborada tanto pelo senso comum quanto pela ciência política: o poder corrompe.

Não é uma afirmação moralista, embora seja uma avaliação, sim, bastante pessimista. A raíz do vocábulo "corromper" é forte: vem do latim "corrumpere", que significa "destruir, devastar, arruinar, desperdiçar". Mas também possui o significado de "alterar".

Poderíamos ainda fazer uma gracinha pós-moderna e separar a palavra com tracinho: o poder co-rompe.

O poder "rompe" a igualdade básica entre seres humanos. A democracia é uma ideologia linda, um contrato político sofisticado, mas jamais conseguirá superar este trauma de nascimento: brincávamos todos juntos, éramos irmãos, amigos, iguais; de repente, tem alguém mandando, outro obedecendo.

Mesmo numa democracia perfeita, em que há sufrágio universal realizado com lisura, o trauma permanece, pois evidentemente entram em jogo pesados interesses econômicos. Não foi apenas o povo que votou em Dilma Rousseff; sua campanha custou bilhões de reais. Empresários apostaram em deputados, prefeitos, governadores. Cabos eleitorais investiram mais do que sua força de trabalho; correram riscos pessoais, às vezes até risco de vida. Todos querem, mesmo que finjam o contrário, cobrar a conta por tanto esforço.

Muitos cientistas estudam as transformações ou desvios psicológicos provocados pelo poder. O fenômeno é analisado também por todo artista interessado na psicologia humana, e qualquer pessoa, de maneira empírica e desinteressada, tem sua própria teoria sobre o tema.

De maneira geral, há um consenso negativo sobre as consequências do poder. E isso porque há um fundamento igualitário que nos une a todos. Cidadãos de todas as ideologias, todos os credos, sentem uma invencível irmandade ao se verem no mesmo botequim, longe do poder, reclamando ou defendendo seus líderes. Podem até brigar mortalmente, mas será sempre uma briga entre irmãos, um fratricídio.

Esta irmandade entre os iguais torna-se clara com o tempo. Se antes Céline era condenado por seu antissemitismo e simpatia pelos nazistas, hoje o perdoamos não apenas por ser um grande artista, intérprete das misérias e angústias do espírito humano, mas sobretudo por ser um dos nossos, um homem comum, confuso, pobre, perseguido, frágil. Nunca o perdoaríamos se tivesse sido um político, um chefe militar.

O poder é entendido, todavia, assim como a democracia e a existência do Estado, como um mal necessário.

Mas a origem da corrupção política nasce desta ruptura básica. A partir do momento em que eu tenho poder, sinto-me mais livre do que outros cidadãos, e essa liberdade contamina a minha visão de mundo. Minha liberdade política torna-se desenvoltura moral.

Nesse ponto, unem-se todas as ideologias em sua gritaria contra os perigos do poder.

Por ocasião do escândalo Palocci, houve gente que atacou o ministro com o argumento de que a esquerda não poderia se igualar à direita no quesito  "pragmatismo político", querendo dizer que não poderia se deixar levar por uma suposta falta de ética presente organicamente na direita. Besteira. Falso moralismo. Aliás, o certo é criticarmos o "falso moralismo" e não o moralismo em si. O moralismo, o debate moral, é sempre necessário. Mas a corrupção política da direita só é maior porque ela se expôs por mais tempo ao poder. A partir do momento em que a esquerda se expõe ao mesmo sol, ela terá a pele bronzeada pela mesma radiação ultravioleta.

É preciso também que evitemos a injustiça de depreciar a nobre indignação moral do cidadão comum para com a roubalheira constante no alto escalão do poder, tratando-a como lamentável vulnerabilidade à manipulação midiática. O que acontece é justamente o contrário. A mídia manipula com astúcia (afinal este é seu principal trunfo) a desconfiança atávica do cidadão comum em relação aos donos do poder. Essa desconfiança, porém, é nobre. Pode-se dizer que ela é o fundamento da democracia, que é o regime político que melhor soube enfrentar os dilemas morais criados pela necessidade de nos organizarmos socialmente e com isso conferirmos poder a uns e não a outros. A democracia aceita a existência do poder, mas tudo faz para fragmentá-lo e mantê-lo sob o controle popular.

Não é por outra razão que a sociedade, historicamente, tem sempre desprezo pelos bajuladores.

O grande barato dos comentaristas romanos, o que os tornou clássicos da literatura mundial, como Tácito e Suetônio, reside na liberdade crítica com que eles trataram os grandes nomes da política de sua época. Na obra de Suetônio, por exemplo, ao mesmo tempo em que Júlio César recebe inúmeros elogios por sua dedicação às agruras sociais do povo (César era do partido popular, a esquerda romana), dentre outras qualidades, é impiedosamente criticado por sua vaidade, cobiça, corrupção e outros defeitos terríveis.

Eles mesmo confessam, porém, que só puderam escrever com tal liberdade em função do seu distanciamento histórico e da relativa liberdade política de que ainda gozavam. Quando o totalitarismo passa a reger a vida romana, acabam-se as artes, a literatura, e a crítica política divertida, livre e saudável que havia germinado por séculos, tanto em Roma quanto na Grécia Antiga.

É por isso também que eu entendo e aprovo o esforço da blogosfera progressista em libertar-se da pecha de "chapa branca". Ela quer ser crítica, livre, nobre.

Daí voltamos ao tema da corrupção política, mais especificamente a do governo federal e seus aliados, seja nos ministérios, seja nos estados.

A sociedade não pode ser tolerante ou leniente: o combate à corrupção deve ser implacável. Se provarem que Lula praticou um ilícito, que o esquartejem na rua; se provarem que Dilma prevaricou, que a degolem em praça pública! Obviamente uso hipérboles: as condenações devem passar pelos ritos institucionais, com todo o direito à defesa. Quer dizer, aí reside o ponto principal. A sociedade precisa aprimorar as suas técnicas de combate à corrupção não apenas para melhor capturar os bandidos, mas também para proteger os inocentes. Quer dizer, ninguém é inocente. Um político no poder, só pelo fato de estar no poder, arrasta consigo uma espécie de maldição. Ao longo de sua vida, acumulou adversários, invejas, equívocos. Seria difícil pensar num político, mesmo o mais santo e generoso, que não tenha praticado um ato de prepotência ou injustiça em sua carreira.

O aprimoramento das instituições, porém, deve visar o endurecimento do combate à corrupção, mas também evitar o agravamento desse preconceito atávico, genético, do homem comum contra o político.

E aí entramos na seara dessa ligação polêmica, às vezes positiva, muitas vezes negativa, entre as instituições que combatem a corrupção (ministerio público, justiça, polícias) e imprensa.

É notório que vários escândalos concretos de corrupção nascem de denúncias feitas pela imprensa comercial. Tal fato não deriva de nenhuma qualidade moral intrínseca a uma empresa de mídia em particular, embora devamos admitir que a existência de uma imprensa de oposição incentiva os inimigos do governo a denunciarem seus podres. É neste sentido que a blogosfera não vê problemas no fato da grande mídia brasileira ser uma imprensa de oposição. Ao contrário, blogueiros como Eduardo Guimarães afirmam que se sentem mais seguros em ter governos do PT justamente por saberem que haverá sempre denúncias; em caso de governos do PSDB, não há confiança de que a imprensa será tão diligente - pelo menos esta nunca usou com muita energia seu arsenal quando FHC fez de tudo para aprovar a reeleição para si mesmo (sem ao menos consultar o povo, como fez Chávez), manipulou o câmbio e vendeu nossas estatais a preço de banana.

O problema é quando esta ânsia de prender o ladrão leva o denunciante a querer fazer justiça com as próprias mãos, com isso cometendo outro tipo de injustiça, às vezes até mais grave, politicamente, do que aquelas que denuncia. Montesquieu, em seu clássico O Espírito das Leis, lembra que o falso testemunho e a calúnia, por seu potencial devastador contra a democracia e contra o delicado espírito de confiança mútua do qual ela precisa para sobreviver, eram considerados crimes hediondos em Atenas e na Roma republicana.

Quando todos os cidadãos são livres para se manifestar politicamente, as vozes mais estridentes que se levantam no meio da ágora não são, necessariamente, aquelas dos mais honestos e bem intencionados. Desde que nasceu a democracia, cínicos e mentirosos logo identificaram a oportunidade de usar suas qualidades retóricas para se dar bem sem muito esforço. Esses cupinchas da mídia surgiram, na verdade, há milhares de anos; não defendem a democracia por uma questão de princípios, mas porque são seus parasitas.

O que devemos fazer, portanto, na minha opinião, é apostar no fortalecimento das instituições de controle. Incentivar que sejam mais independentes e mais democráticas. Ao mesmo tempo, porém, temos que produzir uma cultura de respeito à defesa dos indivíduos, incluindo aí as autoridades políticas.

Quanto aos desvios éticos, eu acho que devem ser todos postos no papel. Não podemos nos expor a esse absurdo de condenarmos políticos com base na interpretação leiga e sempre preconceituosa do cidadão comum, para o qual todo político é um ladrão - e num sentido filósofico, todo político é um ladrão de nossa liberdade e do nosso sentido de igualdade.

Como fizeram com Palocci.

Pré-condenar um inocente é um crime tão grave ou pior do que roubar dinheiro público. O peculato devasta as contas do Estado, a pré-condenação solapa o Estado de Direito, ameaça a democracia e as liberdades individuais. Esta condenação paralela ao Estado de Direito, esse pré-julgamento empírico, realizado fora das barras dos tribunais, enquanto um ato preponderantemente midiático, interessa somente à mídia. No tribunal midiático, não há nenhum rigor ou controle sobre os direitos sagrados da defesa. A mídia exibe um arremedo qualquer de defesa, em geral extremamente precário, e que, na maioria das vezes, é usado contra a própria vítima. Isso sem contar os inúmeros artifícios semióticos que a mídia tem a seu dispor para demonizar um desafeto: imagens, vídeos, charges, animações, programas de humor, entrevistas com personalidades da cultura, etc.

Tudo isso tem sido colocado, há tempos, nesta pesada conta que chamamos "liberdade de imprensa". É um assunto complexo e delicado, pois nenhum democrata verdadeiro quererá tolher o direito sacrossanto dos jornais de meterem o pau em quem lhes convir. A própria entrada da Justiça nessa seara tem sido tratada como indesejável, desagradando inclusive a blogosfera.

A tendência dos regimes políticos modernos, em todo mundo, todavia, será a regulamentação democrática da mídia. A partir do momento em que os grandes jornais, revistas e canais de TV, recebem enorme quantidade de verbas públicas, oriundas da publicidade oficial, é necessário que estes órgãos se submetam a um código de ética público e democrático. Se quinhentas pessoas escrevem uma carta reclamando de uma matéria, e duas a elogiam, não é correto que o jornal publique somente as duas últimas, ou mesmo apenas uma de cada. É preciso que haja equilíbrio, bom senso e justiça. À imprensa cabe informar, denunciar, criticar e dar espaço aos produtores de cultura. O dono do jornal e o colunista tem o direito de expor livremente suas ideias e visões de mundo. Mas é preciso dar um pouco mais de proteção também ao indivíduo e à sociedade, que muitas vezes se veem totalmente desamparados diante da ferocidade midiática. Isso se consegue através de: 1) uma regulamentação que assegure tanto a liberdade da imprensa quanto o direito de resposta do cidadão; 2) uma política educacional que estimule o cidadão a manter uma postura tão crítica em relação à mídia quanto ela já o é em relação aos governos.

Por fim, a propria sociedade civil, através de seus canais privados (literatura, blogosfera, cinema, teatro) deve construir valores, símbolos e filosofias, que sirvam como armas para que o cidadão saiba enfrentar não apenas os desmandos de seus governantes, mas também as prepotências dos barões da mídia. O cinema americano, seja feita a justiça, tem feito isso desde a década de 30, com os filmes de Frank Capra, culminando com a obra-prima de Orson Welles, Cidadão Kane. O primeiro grande filme moderno tem como assunto principal a emergência desse poder sem controle, anárquico e totalitário ao mesmo tempo, que é o surgimento dos oligopólios midiáticos. Welles foi perseguido por toda a grande imprensa da época, chamado de comunista para baixo, mas a força de sua arte fê-lo triunfar no final. Esperemos que, um dia, nossos cineastas e escritores tenham a mesma coragem de Welles para denunciar problemas ainda mais graves no Brasil, pois o Cidadão Kane, ao contrário de nossos barões de Limeira, jamais apoiou um golpe de Estado e a derrubada de um governo democrático... A história brasileira precisa ser recontada para que possamos entender melhor o presente. As liberdades individuais, embora hoje tenham virado assunto de salão junto às dondocas do Instituto Millenium, são hoje ameaçadas não pelo Estado, que é regulado pelo sufrágio e pela separação dos poderes, mas por uma mídia oligopolizada e mafiosa, que age ao arrepio das leis para julgar e condenar seus desafetos, interferindo perniciosamente no processo democrático.

14 comentarios

helen disse...

Desculpe. Incomodou-me muito este trecho do seu discurso:
"Mas a corrupção política da direita só é maior porque ela se expôs por mais tempo ao poder. A partir do momento em que a esquerda se expõe ao mesmo sol, ela terá a pele bronzeada pela mesma radiação ultravioleta."
Posso até parecer ingênua (talvez de fato o seja), mas discordo dessa ideia de que o grau de corrupção é diretamente proporcional ao tempo de permanência das pessoas no poder.
Acho que quem se diz de esquerda assume certos compromissos, adota uma certa ética que, se não evita, pelo menos deve dificultar a corrupção. Se entendermos que a esquerda tem (ou pelo menos deveria ter!) propósitos diferentes dos da direita, não poderemos achar normal que um político de esquerda negue na prática esses propósitos.
Se, por exemplo, faz parte do discurso da esquerda a distribuição de renda, os atos de corrupção (que normalmente levam à concentração de renda porque desviam os recursos que são de todos para o bolso de uma minoria) estão incoerentes com esse discurso. Isso, no meu entender, é desonestidade.
Em princípio, então, todo mundo seria desonesto?
Se um dia eu chegar a pensar assim, passarei a anular meu voto. Tomara que isso não me aconteça
porque ver em cada pessoa um desonesto em potencial tornará certamente minha vida muito difícil.

Miguel do Rosário disse...

helen, está certa, mas a pessoa conservadora também tem seus principios políticos que serão violados. Não estou dizendo que toda pessoa se corromperá ao contato com o poder. Digo que ela estará exposta da mesma forma.

Anônimo disse...

Você escreveu:
"Mas a corrupção política da direita só é maior
porque ela se expôs por mais tempo ao poder.
A partir do momento em que a esquerda se expõe
ao mesmo sol, ela terá a pele bronzeada pela mesma radiação ultravioleta."

Concordo com essa posição, por isso acho que o poder deve alternar de "mãos". Foi necessário a eleição do Lula e sua reeleição, para o poder sair das mãos de um grupo dominante para as mãos de outro grupo, o PT. Mas achei que a eleição da Dilma não foi boa, porque está sendo necessário a troca de mãos novamente. Ao final do mandato dela já serão 12 anos de PT no Governo Federal. Se houver uma reeleição serão
16 anos. É muito tempo.

Anônimo disse...

A frase abaixo me fez filosofar também.

"Cabos eleitorais investiram mais do que sua força de trabalho; correram riscos pessoais, às vezes até risco de vida. Todos querem, mesmo que finjam o contrário, cobrar a conta por tanto esforço."

Você agiu como um verdadeiro cabo eleitoral empenhado e dedicado. Ainda age assim. Qual a sua parcela?

Zé.

Claudio disse...

Zé, acho que o Miguel agiu como dedicado cabo eleitoral, como eu e milhares de pessoas que querem viver em país mais soberano e justo, não de um partido político ou uma pessoa, mas de uma mudança no paradigma da política que vivemos.
Uma qualidade do discurso do Miguel, creio, é tentar desideologizar (é assim mesmo?) o debate.
Nós votamos em uma plataforma progressista inaugurada por Lula e esperamos aprofundada por Dilma.
A intolerância com a corrupção é um ideal, não uma ideologia, que as pessoas de bem exigem.
Vamos lá Miguel, o caminho é árduo, pois esse dilema é falso.

spin disse...

O pool midiático parece que nomeou Paulo Bernardo como a bola da vez, vamos ver nos próximos dias, se a pauta do JN será dedicada totalmente ao ministro, como fizeram com o Palloci. Daí para ganhar a internet e o condenado ser apedrejado em praça pública é um pulo, ainda mais agora que o PSDB lançou Aécio candidato em 2014.

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/07/perguntas-de-o-globo-e-respostas-do.html

Anônimo disse...

Miguel, há um erro de grafia, vc registrou
disperdiçar no lugar de desperdiçar
Ótimo texto

Anônimo disse...

Ops, agora que vi que um outro comentarista comentou com o nome de zé, esse aí que veio com veneno não é o mesmo que apontou um erro de digitação.

zé aliado e amigo

Anônimo disse...

Anônimo disse:....Mas achei que a eleição da Dilma não foi boa, porque está sendo necessário a troca de mãos novamente. Ao final do mandato dela já serão 12 anos de PT no Governo Federal. Se houver uma reeleição serão
16 anos.
....
Não foi boa o que cara pálida. Se os gauchos não tivessem seguido o PIG e trazido de volta gente tipo Yeda Crucius, enfim, se tivessem mantido o PT no Estado e Prefeitura, com certeza o RS estaria em ótima situação.
O mesmo vale para o Brasil.
Esta regra não vale para SP e seus 20 anos de tucanos no poder.
Enfim, depende quem governa por muito tempo né.

zé 2.

helen disse...

A questão é "empurrar" o governo pra seguir uma agenda mais progressista. Com a base de apoio que a Dilma infelizmente tem, fica difícil cumprir essa agenda e avançar na promoção de justiça social. Entregar tudo de volta pras mãos dos conservadores, esses que sempre mandaram e desmandaram e já mostraram muito bem com quem e com o quê são de fato comprometidos, é jogar no lixo o pouco que já se conseguiu avançar nesses últimos oito anos e meio.

Anônimo disse...

Oi zé 2 concordo que 20 anos no Governo de SP é muito tempo para um mesmo grupo político e que lá também tem que ter alternância. Alternância essa que ocorreu (brevemente) na cidade de SP com a eleição da Marta.
Também concordo que Yeda Crucius foi péssima para o RS. Só que no caso dela aposto que você não encara as denúncias midiáticas como golpe de PIG.
Já denúncias de mensalão e corrupção no Ministério dos Transportes (por exemplo) são golpes de PIG né ?

Anônimo disse...

Dá um baita orgulho ser sua prima! Parabéns pelo artigo! Gilse

Adriano Matos disse...

Ótima análise da realidade da política aqui e em todo lugar e também do remédio para impedir o excesso, em poder da mídia que, entretanto, infelizmente, não o administra. Ao contrário, a mídia se presta a confundir, ofuscar os fatos, porque tem interesses. Não a toa, no golpe militar em 64 a participação das grandes família midiáticas não foi outra: Frias colaboracionista, Marinho colaboracionista, Mesquita colaboracionista e conspirador.

E não cumpre seu papel cidadão pelo único motivo que na sociedade da informação, são os barões da mídia e das comunicações quem detém o maior poder. Ninguém propõe contra si mesmo nem deixa de usufruir dos direitos, mesmo ilegítimos, do vencedor. Estivessem os sapateiros no topo da cadeia, ou os padeiros, ou qualquer um, a atitude seria a mesma.

Por isso, é dever do estado atuar para impedir o desequilíbrio e, no caso dessa nossa geração, equivale a impedir propriedade cruzada, regular direito de resposta, enfim, uma lei dos medios.

Marcelo de Matos disse...

O poder corrompe, concordo, mas a corrupção não advém só do poder. Ultimamente, quando algum jornalista começa a falar em corrupção já podemos pressentir que ele falará em Palocci. Há instantes, eu estava assistindo a uma crônica do Salomão na Band. Ele começou a falar em corrupção e, dito e feito, lá veio a estória do médico sanitarista que se tornou consultor financeiro. Não me julgo moralista, nem verdadeiro, nem falso. Palocci, a meu ver, não cometeu nenhum ato de corrupção. Ganhar dinheiro com consultoria é um indicador de competência, não de desonestidade. Claro que é preciso obedecer à lei, ou seja, cumprir a quarentena, que foi devidamente cumprida. Se Palocci fosse tucano o PIG não teria criado esse factóide. Como se trata de um petista querem vestir-lhe um jaleco amarelo e carimbar em suas costas, em vermelho: Setor Público. Falaram muito na “porta giratória entre o público e o privado”, mas, a Folha acaba de contratar Aécio Neves para escrever às segundas. E tem mais: outro médico, o Pagura, secretário do governo Alckmin, recebia sem trabalhar em um hospital de Sorocaba. Esse não foi demonizado pelo PIG. Ao contrário, deixou o governo, mas, continua atendendo em sua clínica que tem convênio com dezenas de órgãos públicos, como Petrobrás, Correios, Sabesp, Cetesb, etc. Pagura é político, mas, é médico também. Onde se situa a corrupção? Apenas no lado político ou, também, no privado?

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