19 de maio de 2007

Estadao faz elogio neutro à PF

E claro, nao cita o nome de Lula nem uma vez. Como se o sucesso das operaçoes da PF fosse um acontecimento divino. Ja a Veja, revistou os milhares de fatos que relacionam uma mega-empresa com politicos e escolheu, é claro, a lancha emprestada para o governador da bahia. Petista, obvio. A empresa trabalha com governos federais, estaduais e municipais ha decadas. Ja emprestou lanchas, avioes, carros a centenas de politicos de todos os partidos, mas a imprensa nacional é a Corregedoria do PT. So vai em cima do PT. Digo e repito, nao sou petista. Quero que o PT amadureça e aprenda a brigar pra valer com a direita. Que seja corajoso. Que seja ético. Voto no PT assim como voto no PMDB, no PDT, no PCdoB, dependendo do candidato e da minha veneta na hora H. Mas nao sou imbecil de cair nessa ladainha lacerdista e hipocrita. O PT ficou grande demais para isso. Se até a Igreja Catolica tem seus padres pedofilos, é claro que o PT tem suas bandas podres. O importante é que agora temos uma Policia Federal eficiente, imparcial, dura, como esta mostrando, e como o proprio Estadao admite, muito tardiamente e sem citar os termos "governo federal", "Lula" ou "gestao petista", diferentemente do que acontece quando o editorial é critico, ou seja, 99% das vezes.

Abaixo o editorial do Estadao.

Operação Navalha (19/05/2007)

A Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal, certamente será a ação repressiva da corrupção de maior repercussão política na história da administração pública brasileira contemporânea. Foi desbaratada, com incrível eficiência, uma megaorganização ramificada em níveis federal (pelo menos quatro Ministérios), estadual e municipal, envolvendo pessoas colocadas nos mais elevados postos - inclusive de governador de Estado e chefe de gabinete ministerial -, pertencentes aos partidos políticos mais importantes (PMDB, DEM, PDT, PT e PSDB), em amplas modalidades de práticas criminosas, tais como fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Os recursos públicos desviados por essa máfia em apenas um ano - R$ 100 milhões - até parecem irrisórios ante as perspectivas que tinham de “faturar” com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a transposição do Rio São Francisco - obra com um orçamento de cerca de R$ 20 bilhões. Isso porque a Construtora Gautama, coordenadora do megaassalto aos cofres públicos, já se habilitava para participar daqueles programas governamentais. Certamente ainda devem vir à tona muitos outros “produtos” desse incrível manancial de bandalheiras, que já resultou em 48 mandados de prisão preventiva, 84 mandados de busca e apreensão e a prisão de 46 pessoas.

Sabe-se, até agora, que a grande quadrilha agiu em projetos do programa Luz para Todos, de saneamento e na construção de estradas e pontes. Desviava recursos dos Ministérios de Minas e Energia, Integração Nacional, Cidades, Planejamento, além do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Chefiado pelo sócio-diretor da Gautama - Zuleido Soares Veras, preso na operação -, o esquema envolvia uma rede de empregados, sócios e lobistas que cooptavam funcionários públicos de diversos escalões nas esferas federal, estadual e municipal. Chegou a governadores e prefeitos, empresários e servidores do mais alto escalão - como um chefe de gabinete ministerial. Os tentáculos dessa enorme máfia se espalharam por nove Estados, além do Distrito Federal - Bahia (de onde se originou a Gautama), Sergipe, Alagoas, Maranhão (onde mais se disseminou), Mato Grosso, Piauí, Goiás, São Paulo e Pernambuco. Envolveram também os municípios de Camaçari (BA) e Sinop (MT). Entre seus métodos de aliciamento estavam o custeio de viagens de autoridades e generosos presentes, como carros de luxo, além da oferta direta de dinheiro.

Por ordem da ministra Eliana Calmon de Sá, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram presos, entre outros, o deputado distrital Pedro Passos (PMDB-DF), o chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia, Ivo Almeida Costa, o diretor-presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Roberto Figueiredo Guimarães, o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB), o superintendente de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal, Flávio José Pin, o conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe, Flávio Conceição de Oliveira Neto, o ex-deputado José Ivan de Carvalho Paixão (licenciado do PPS), cinco secretários do governo de Alagoas e dois sobrinhos do atual governador maranhense, Jackson Lago (PDT). A prisão desse governador foi pedida pela Polícia Federal, mas negada por motivos processuais. Por aí se tem idéia da capilaridade exponencial do esquema, que deitou raízes em todos os níveis da administração.

Geralmente, quando surgem os grandes escândalos desse tipo, este ou aquele partido ou grupo político busca transformá-los em bandeiras éticas contra seus adversários. No caso da Operação Navalha, que é uma espécie de escândalo dos sanguessugas ampliado - já que abrange muito mais do que falcatruas com ambulâncias superfaturadas e se refere a contratos de muito maior vulto e até mesmo a recursos recebidos por obras inexistentes -, difícil será a mera exploração política, porque grupo político algum pode se sentir a salvo. É tal a amplitude do esquema que sempre há a possibilidade de um parente, correligionário ou amigo dileto estar envolvido. Então, só resta aos integrantes de toda a classe política apoiar, com firmeza, a maior transparência e rigor nas apurações, para evitar os respingos do lamaçal que a Polícia Federal apenas começa a revolver.

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Rapidamente. So falou o Estadao usar a expressao "nunca nestepaiz a PF foi tao boa", hehe. Outra: que acharam do "incrivel eficiencia"? Bem, com isso, o Estadao entra em contradiçao com muita coisa escrita antes e quiça a ser escrita nos proximos dias. A pergunta que nao quer calar: por que a PF na epoca de FHC nao fazia merda nenhuma e agora faz?

1 comentário

José Carlos Lima disse...

em seu blog, o Oni relacionou uma longa lista de serviços prestados pela PF nos últimos dias no post "A GLORIOSA POLÍCIA FEDERAL DA "ERA" LULA .
ocorre que a lista está incompleta,uma vez que você não incluiu os mafiosos meus conterrâneos goianos: ontem a PF botou no xilindró vários policiais que faziam parte de uma máfia de contrabandistas, tá nos jornais daqui, por exemplo no www.dm.com.br.
você não incluiu a máfia da OAB. Explico: os estudantes morriam de estudar e não passavam na prova da OAB porque gente da própria OAB faziam parte de uma máfia que vendia as provas. ele deixou de relacionar a máfia dos cartórios, também desbaratada pela PF. Eles falsificam escrituras de propriedades rurais pra tirar empréstimo no banco
.é isso aí.
deixa o homem trabalhar!!!
ou: deixa a polícia trabalhar!!!!afinal de contas, na era tucano-DEM(ente) a polícia federal estava terminantemente proibida de trabalhar. tá explicado o pavor que a mídia e sua elite têm medo de Lula.

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