28 de maio de 2007

Tipo de noticia que voce nao vai ler no imprensalao

Privatismo de FHC instalou as máfias desmontadas por Lula

(Publicado em www.horadopovo.com.br)


Quadrilha de Zuleido começou a receber verbas da União em 1998, sendo que até 2002 foram liberados R$ 65.463.090,28 para a Gautama

O esquema posto em evidência pela Polícia Federal, com a “Operação Navalha”, não é diferente dos anteriores: dos vampiros & sanguessugas da Saúde, dos Valérios & Vedoins, dos bingos & banestados, e devem faltar aqui alguns que a memória não nos ajudou a lembrar. Em todos, a mesma coisa: esquemas ilícitos, corruptos, bandidescos, instalados durante os oito anos de governo de Fernando Henrique.

MÉTODOS

Voltaremos a essa originalidade – a única – do governo tucano. Por agora, basta lembrar os métodos administrativos fernandistas: aprovar medicamentos mediante comissões; superfaturar hemoderivados; escolher vencedores de concorrências de acordo com o suborno; dar propinas por obras; engraxar as relações do privado com o público; retribuir favores com regalos; usar fundos de pensão das estatais para alavancar fortunas de picaretas; passar informações privilegiadas; e mais um sem número de maneiras de expressar a mesma coisa: o negócio é se locupletar, e os que não se locupletam é porque são bobos ou incapazes. A honradez, a honestidade, o respeito ao que é de todos, ao que é público, é coisa de idiota. Não era assim que eles pensavam? Que tudo se resolve pelo “mercado” e tudo, por conseqüência, é uma questão de compra e venda - assim como, por exemplo, a prostituição é a versão mercadológica do sexo?

Portanto, não é espantoso que as quadrilhas e sub-quadrilhas sequiosas para roubar o Estado tenham abundado, e que os valérios e zuleidos - e até um especialista em serra elétrica, o deputado fernandista Hidelbrando Pascoal – fossem personalidades emergentes naquele governo.

Mas, vejamos o esquema agora descoberto – que não será o último, pois o governo Lula certamente continuará com sua limpeza das estrebarias de Áugias fernandistas.

A quadrilha de Zuleido Soares Veras, da empreiteira Gautama e das empresas Mandala, Ecosama e Silte, começou a receber recursos da União em 1998. Até 2006, a empresa recebeu, efetivamente, R$ 115,7 milhões. Por ironia do destino, a maior parte dos projetos agarrados pela Gautama era para a construção de unidades da Polícia Federal em diversos estados do país. Segundo o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), R$ 65.463.090,28 foram liberados para a Gautama entre 1998 e 2002 e R$ 50.278.921,98 entre 2003 e 2006, boa parte destes últimos referentes a emendas e licitações de antes do governo Lula.

A “Operação Navalha” é decorrente da operação “Octopus”, que tinha como objetivo apurar a ligação ilícita de policiais federais com empresários na Bahia. Essa operação foi frustrada pelo vazamento de informações, mas acabou por desaguar na quadrilha chefiada por Zuleido, que teve os seus passos monitorados por mais de um ano. A partir destas investigações, descobriu-se que Zuleido embolsava recursos públicos federais e de diversos estados da federação, tais como Alagoas, Bahia, Maceió, Maranhão, Mato Grosso e Sergipe, e não fazia as obras, ou as fazia parcialmente apenas. A investigação se amparou também em dados fornecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que já havia identificado irregularidades graves nas obras sob a responsabilidade da Gautama. Um dos exemplos são as obras da Adutora do São Francisco, resultado de um convênio do governo Fernando Henrique com o de Sergipe, comandado na época pelo PSDB e, depois, pelo PFL. O custo inicial do projeto, em setembro de 2000, estava em R$ 110 milhões. Somente num dos itens analisados pelo TCU, o preço por metro do tubo de 1.000 mm, “o superfaturamento, até a data dos trabalhos de auditoria, é de R$ 6.261.707,48”.

Nas gravações feitas pela PF, Zuleido queixa-se ao deputado Paulo Magalhães de um parecer do ministro Ubiratan Aguiar. O deputado observa que o ministro combinou “fazer uma coisa” e fez outra. Zuleido relata que o ministro Augusto Nardes iria pedir vistas do processo, adiando a sentença, fato que aconteceu no mesmo dia.

A quadrilha, evidentemente, não ficou honesta com a mudança de governo. Procurou se adaptar para permanecer roubando o Estado. Como destaca a PF, quando seus cúmplices “deixam de ocupar os cargos, não apresentando mais qualidades que interessem à organização, são imediatamente descartados por ela, a qual se articula para abordar seus substitutos”. Completamente impune durante o governo de Fernando Henrique, continuaram a agir como se ainda estivessem nele, falando pelos cotovelos ao telefone e passeando sem inibição por repartições públicas de Brasília. Daí o vasto material – telefônico, informático, telegravado, ou até anotado em papel, à moda antiga – que a PF conseguiu coletar. Eles não estavam mais no governo Fernando Henrique. Por isso estão agora na cadeia.

Como essas quadrilhas surgiram? Por que proliferaram e se fixaram com tanta adstringência em estruturas do Estado? É sintomático que, antes, quem vivia jogando a pecha de corrupção sobre o Estado eram, precisamente, os que quando chegaram ao poder se mostraram os maiores corruptos e coiteiros de corruptos da História do país. Certamente, naquela época atribuíam a outros os seus próprios impulsos corruptos – o Estado brasileiro não era o que eles queriam também no que se refere à corrupção.

Os 8 anos de governo tucano instauraram a zona do meretrício como padrão de moralidade dos detentores de cargos públicos e, pior ainda, nas relações entre as instituições públicas e o setor privado. O que era a política do Estado durante o governo Fernando Henrique? Pura e simplesmente o assalto à propriedade pública, mediante obesas comissões – a isso chamou-se “privatização”. Nunca um presidente da República foi flagrado enquanto combinava com um assecla o favorecimento de um grupo, em detrimento de outro, na apropriação de bens públicos. Fernando Henrique foi o primeiro, durante a privatização do setor de telefonia.

PRIVATIZAÇÃO

A privatização tinha uma fachada legal. Não por acaso, os mesmos que ergueram essa fachada foram os primeiros a avacalhá-la, colocando-se fora da própria lei que engendraram, como se viu no caso das teles. Esse era a ideologia do governo: para ganhar dinheiro valia qualquer coisa - se apossar da propriedade pública, receber propinas, combinar negociatas, se vender em hasta pública. Se os ocupantes do Planalto assim agiam, por que outros aventureiros e negocistas iriam se conter, sobretudo quando seus apetites eram estimulados em qualquer setor da administração pública?

Em boa hora o governo Lula, e a PF, livre da manipulação fernandista, continuaram a colocar esses elementos deletérios na cadeia.

4 comentarios

José Carlos Lima disse...

como a Globo é a porta-voz desta elite golpista e corrupta, ontem no Fantástico assisiti, sob a pecha de humor, um covarde dicurso anti-Lula onde, um bonequinho imitando o presidente diz, referindo aos corruptos "companheiros,(...) sugiro a vocês uma greve (...)" como saída para resolver o problema da corrupção neste Páis.

aí noto que esta elite covarde e corrupta chega a dar risadas quando alguns deles são presos pois sabem que, por conta do judiciário, estão à solta no dia seguinte

a PF tem um trabalhão danado para não dar em nada

a única saída é um pacote de leis que evite a soltura destes malas, assim como ocorreu na Itália com a Operação Maãos Limpas

só assim para este antro de corrupção chamado Globo ter um pouco de medo e medir suas palavras antes de atacar covardemte o presidente que mais combateu a corrupção na História do Brasil

tomara que o próximo antro de corrupação a ser desbaratado.

Larissa Marques - LM@rq disse...

Ainda acreditam que o Brasil tem jeito? Eu não.

José Carlos Lima disse...

leia isso que saiu agora:

29/05/2007 - 21h30 - Atualizado em

Navalha: STF manda soltar Zuleido Veras

Empresário é acusado pela Operação Navalha de liderar esquema de fraude de licitações.

Ministro Gilmar Mendes também libertou dois funcionários da construtora de Zuleido.


Fonte: G1


..................apesar de tudo,

o Brasil tem jeito sim

sim, precisamos de alguns ajustes,

precisamos de leis que evitem que o Judiciário solte estes vagabundos, assim como fez a Itália com o Mãos Limpas, um momento em que aquele país apertou o cerco, prá valer, contra a corrupção, a mafía, a bandidagem.

Prá isso, a Itália teve que alterar suas leis para evitar isso aí que o Gilmar Mendes acabou de fazer

foi com leis rígidas, típicas de um regime de excessão, que a Itália pode manter na cadeia poderosos mafiosos

o Brasil só não tem jeito se voltar a ser governado pela conexão tucano-DEMente

precisamos apoiar a PF, pois a depender de Gilmar Mendes estamos fodidos e mal pagos

Patrick disse...

Sou estudante de direito. O problema não está nas leis, mas nos seus aplicadores. Acompanhem os votos do Ministro Carlos Britto e façam a comparação com os de Gilmar Mendes e Marco Aurélio (ok, peço desculpas, a sugestão é meio pedante para quem não é da área, mas posso garantir sua validade).

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