21 de novembro de 2010

Mídia é uma fábrica de Mayaras


(Na foto, Merval Pereira, que não entende porque os nordestinos não comem brioches).






Dar o Bolsa-Família diretamente para os casais carentes sem filhos é acentuar o seu caráter assistencialista, uma espécie de retribuição a um nicho eleitoral que se destacou na recente eleição, especialmente no nordeste, que o sociólogo Cândido Mendes chama de “o povo de Lula”.



Esse parágrafo consta na coluna de Merval Pereira, no Globo deste domingo. Mais uma vez prova-se a tese ventilada há pouco pelo cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, em carta que circulou por email para seus amigos, e que eu publico abaixo. A menina Mayara Petruso é vítima de uma mídia racista e inconformada com a derrota de seu candidato. Merval ofende profundamente os nordestinos ao misturar coisas completamente distintas. A medida que permitirá a concessão do Bolsa Família a famílias sem filhos visa aperfeiçoar o programa, ao não transformá-lo num estímulo à reprodução. Além disso, cumpre uma exigência moral, visto que um casal sem filhos pode viver a mesma tragédia social (pobreza) que outro cheio de crianças. E o mais importante: há casais sem filhos em condições de receber o Bolsa Família em todo país, não apenas no Nordeste. Isso é lógico. Ao afirmar que a nova medida seria uma "retribuição" ao voto dos nordestinos em Dilma, o colunista do Globo distorce a realidade e cria uma nova legião de Mayaras...


Leia abaixo o texto de W.G.Santos:


DIREITO DE RESPOSTA - 1 -


Por Wanderley Guilherme dos Santos.


A interpretação geo-racista dos resultados eleitorais comprova a hipótese de que o Jornal Nacional é droga pesada: vicia e compromete o cérebro. A estagiária paulista deve ser considerada usuária dependente, vítima do complexo “Sistema Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo”, cujos chefões agem por interpostas pessoas. Os “aviões” desse tráfico de desinformação são os colunistas diários, associados aos redatores dos noticiários radiofônicos e televisivos, estando a gerência dos “pontos” entregue aos chefes de redação. Expô-la a execração converte-se em “queima de arquivo”, evitando a revelação dos grandes fornecedores varejistas nacionais e atacadistas internacionais. “Inocentes úteis”, tal como a OAB, seção de Pernambuco, contribuem para o despiste da real senda do crime, despejando na vítima o ônus da responsabilidade. Desapareceu o jornalismo investigativo, aquele que busca a gênese dos fenômenos e seus mecanismos de reprodução. Os meses de setembro e outubro de 2010 concentraram a propagação dos estereótipos utilizados desde as vitórias de Lula, em 2002 e 2006, não obstante evidente contradição com os números. Por isso constituem droga pesada: provocam agradável ilusão de realidade. E com a mesma ressaca: o choque brutal dos fatos. A droga racista perdeu.

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