1 de março de 2011

Dilma e a mídia

Lendo o último post do Eduardo Guimarães, vi que muita gente, e mesmo o próprio blogueiro, ainda está confusa em relação à estratégia da presidente de se aproximar de órgãos midiáticos que lhe deram combate ferrenho e, em várias ocasiões, inescrupuloso, durante a campanha eleitoral.

Não só durante a campanha, mas durante os oito anos do governo da qual a presidente participou.

A presidente foi à festa da Folha, o mesmo jornal que publicou uma ficha falsa de sua pessoa, tentando vender a imagem de uma terrorista, e nunca pediu desculpas por isso.

A presidente foi aos programas de Hebe Camargo, malufista de primeira à última hora, e Ana Maria Braga, ambas protagonistas do Cansei, movimento quase golpista que se aproveitou da comoção nacional criada pelo acidente da TAM para desgastar o governo.

Afinal, qual a estratégia política de Dilma?

Criou-se logo uma grande polêmica em nossa sempre incendiária e vibrante blogosfera progressista.

Uns criticaram a presidente, outros a entenderam.

Como blogueiro, não posso deixar de dar minha opinião nesse debate. Nem acho que este é o caso de adotarmos uma postura salomônica e dizer que todos estão certos.

Minha opinião é que Dilma sabe muito bem o que faz.

No início de 2010, eu papeei com um sujeito que escrevia consultorias políticas de alto nível para políticos de Brasília. Ele sempre lia meu blog e me pediu algumas opiniões. Quando eu comecei a me empolgar demais, ele me alertou:

- Miguel, você pode escrever bem sobre política e tal, mas cuidado para não achar que entende mais de política do que a própria Dilma. A política é ela.

Acho que devemos entender as coisas por aí. Somos todos cidadãos e, portanto, temos o direito de termos e defendermos nossas opiniões. Há níveis variados de entendimento, naturalmente, a depender da qualidade da informação de que cada um dispõe, além da inteligência, intuição, bom senso... Mas seria um tanto arrogante da nossa parte acharmos que entendemos mais de politica que a própria presidente da República. Quer dizer, se estivéssemos falando de um G.W.Bush, aquele filhinho de papai abestalhado, ou de um Kadafi, ditador senil, tudo bem. Mas se falarmos de Clinton, um Bush pai, um Lula, uma Dilma, é tolice acharmos que entendemos mais de política que eles. Podemos não concordar, mas não significa que sabemos mais.

Uma pesquisa recente mostrou que a Folha de São Paulo é, de longe, o jornal mais lido no Congresso Nacional. Acredito que, da mesma maneira, é a publicação mais lida entre a alta magistratura.

Ao ir à festa de aniversário da Folha, portanto, a presidente pensa nos parlamentares que vêem a Folha como principal meio de informação política. Pensa nos magistrados. Pensa nos observadores internacionais que, da mesma forma, lêem com atenção os grandes jornais brasileiros.

A blogosfera tornou-se uma ferramenta democrática fundamental em todo mundo. Muitos analistas concordam que estes impressionantes movimentos de massa nos países árabes foram antecedidos por uma onda de crítica e debate na blogosfera, na qual foram fermentadas e amadurecidas as ideias que mais tarde tomariam as ruas.

Mas a blogosfera não substitui a grande mídia.

A única vez em que a blogosfera realmente ocupou o espaço da grande mídia foi quando o presidente Lula deu entrevista a blogueiros no Palácio do Planalto. Aquilo, porém, só aconteceu porque os blogueiros se organizaram. Foi um resultado natural do Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas. Mas foi o máximo que conseguiram.

A blogosfera ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se profissionalizar e, de fato, assumir alguns dos papéis desempenhados pelos tradicionais veículos de comunicação.

Dilma tem agido corretamente no sentido de conquistar o público que não votou nela. Dilma não é presidente apenas de seus eleitores, ela representa o país inteiro, incluindo aí os 42 milhões de cidadãos brasileiros que votaram em Serra, incluindo aí os paulistas que elegeram Alckmin no primeiro turno...

Acusada de ser uma neófita no ramo, Dilma vem se revelando (embora isso não seja uma surpresa, pois já se suspeitava) uma mulher de inteligência política superior e não foi à tôa que eu publiquei o artigo de Janio de Freitas dois posts atrás.

O que Freitas diz, em resumo, é que Dilma está jantando a oposição como se estivesse num restaurante francês cinco estrelas: com elegância, sutileza e vagar. Ao se aproximar da grande imprensa de oposição, ela neutraliza, em parte ao menos, a tentativa de alguns hidrófobos (como Augusto Nunes, da Veja), de construir uma imagem escatológica da presidente da república.

As pessoas também se esquecem de que Lula, animal político que sempre foi, construiu sua carreira em cima de entrevistas e matérias para os grandes jornais. Em 2006, logo após ganhar eleições onde novamente a imprensa havia agido como cabo eleitoral de seu adversário, ele foi direto dar entrevista exclusiva para a Globo...

Dilma usou a Folha para se promover, assim como a Folha usou-a para vender mais jornal e se redimir com o imenso público que votou na presidente e não aprovava a linha editorial tucana da empresa.

Além disso, o maior desafio da esquerda brasileira é derrubar o bunker tucano em São Paulo, que é sustentado, por sua vez, por um eleitorado majoritariamente conservador, classe média, que vê na Folha o supra-sumo da cultura jornalística.

Não acho que Dilma seja ingênua de achar que a Folha poderá apoiá-la em 2014. Entretanto, se conseguir reduzir o nível de virulência, pelo menos nessa fase inicial do governo, já é uma grande conquista.

Temos ainda um último fator. Sendo uma grande empresa, com milhares de funcionários, é lícito imaginar que exista um percentual dos mesmos que votaram na presidenta e no PT. Lembrando o velho e bom Engels, a dialética inerente à toda matéria é mais ainda acentuada numa empresa onde a quase totalidade dos trabalhadores não vende seu suor por ideologia, mas em troca de um salário. Essa dialética gera necessariamente uma luta, uma tensão, na maior parte do tempo surda, silenciosa, mas sempre ali, presente, afetando a psicologia e a rotina dos funcionários do jornal, e, em última instância, interferindo (às vezes de maneira subliminar) em sua própria linha editorial.

Ao comparecer à Folha, Dilma participa dessa dialética e quero acreditar que de maneira positiva, ajudando os funcionários (poucos? muitos?) e sócios que nela votaram a se posicionarem com mais confiança no local de trabalho.

Seja como for, a ida de Dilma a cerimônia de aniversário da Folha, assim como sua presença em programas de TV da Hebe e da Ana Maria Braga constitui (embora admito que pareça um tanto ridículo falar isso; a política, assim como o amor e a literatura, também trabalha com o lado ridículo da vida) uma ação de luta política. A teoria da luva de pelúcia, portanto, é válida.

Não devemos esquecer que a magnanimidade é a maior virtude de um vencedor, e na guerra difícil que enfrentamos ano passado, quem ganhou foi a Dilma e quem perdeu foi a turminha da Barão de Limeira. Esnobar ou agredir os plutocratas da mídia seria óbvio, tolo e contraproducente. Um líder político inteligente nunca deve fazer guerra antes de esgotar todos os meios diplomáticos possíveis.

17 comentarios

Anônimo disse...

Concordo totalmente!


Atacar a Dilma por ter ido na festa da Rolha foi zombar da inteligência dela.

E tem mais: muitos anti-PTs estão muito felizes com a Dilma.

Anônimo disse...

Uma voz de bom senso.

Maria 1 disse...

Saiu, enfim, a sua opinião sobre a questão que provocou uma avalanche de lamentos e prognósticos sombrios na blogosfera dita progressista. Como sempre, uma opinião sensata e madura. Que bom!

Anônimo disse...

Subestimar os despossuídos é uma tradição nacional, assim como superestimar os poderosos. Os 42 milhões que votaram no Serra, ainda que momentaneamente simpáticos ao "jeitinho" de dona Dilma, continuarão a votar no candidato da direita, seja ele quem for. Engolir ações incoerentes como as últimas da dona Dilma, denota só uma irremovível tendência à conciliação dos poderosos, chaga que emperra o avanço da sociedade brasileira desde sempre.

Saudações.
Deusdédit R de Morais

Anônimo disse...

Como tem comentarista com inveja, so pode ser tucano, deixa a mulher trabalhar, que saco
O povão adora ver Dilma na Ana Maria, na Hebe, em tudo quanto é lugar, ela tem mesmo que ir para chegar perto desta gente arredia ao PT, SP que o diga, pois se dependesse de SP nem Lula nem Dilma teria sido eleitos: os tucanos sempre venceram em Sampa, inclusive para governador. Portanto, vai Dilminha e prepara o omelete para essa tucanalha
http://www.gonzum.com/2011/03/dilma-e-midia.html

E o recado da Dilma, para bom entendedor foi:
NÃO SE FAZ OMELETE SEM QUEBRAR OS OVOS
Kd o vídeo
Os brasileiros adoramos Dilma

Spin

Daniel Nascimento disse...

Miguel, bom ver você de volta à terra brasilis e com um texto de enorme bom-senso. Misturar a ida de Dilma aos bastiões do conservadorismo - e talvez mesmo reacionarismo - nacional com uma mudança de agenda é ser precipitado (caramba, são só dois meses de governo!) e valorizar o ego de quem militou por sua eleição além de esquecer que, uma vez eleita, ela teria que governar para todos e se comunicar com todos.
Lula também foi ao programa do Jô Soares, JN, deu entrevistas ao Casoy e tudo o mais. A presidenta precisa ganhar espaço e não provocar uma cisão no país como seu opositor quis fazer nas eleições.
Vamos aguardar que vem muita batalha pela frente.
Saudações!

Anônimo disse...

Miguel, que bom que voltou e ainda melhor ainda, escreveu um dos melhores textos da blogsfera.
abs

Miguel do Rosário disse...

"Os 42 milhões que votaram no Serra, ainda que momentaneamente simpáticos ao "jeitinho" de dona Dilma, continuarão a votar no candidato da direita, seja ele quem for. "

Não se pode pensar assim. Nem se pode tratar esses brasileiros de maneira diferente que os que votaram em Dilma. Há que se respeitá-los da mesma forma.

Anônimo disse...

Miguel, na minha opinião o LULA, era usado como uma arma,quando o PIG, queria algum mimo, era só dar voz ao LULA e eles logo se entendiam com os poderosos mas com isso acabaram dando massa crítica ao LULA, que de bobo não tem nada!

laurenisio disse...

Pessoal, essas recentes ações de Dilma não significam que ela tenha sido cooptada por eles.
Muito pelo contrário, ela está sutil e inteligentemente roubando munição dos adversários. É só ler com atenção pra perceber que eles estão meio desorientados sobre como lidar com seu governo.

Anônimo disse...

Miguel,
Mais uma coisa: se lermos com atenção o discurso que ela leu na Folha, veremos que ela fala bastante de pluralidade. Exatamente o que a Folha não faz.
Ou seja, ela falou sobre o que considera importante num quadro de liberdade de expressão, justamente num antro que não respeita isso. Falou isso de forma muito elegante e sutil, mas falou.
Lendo alguns comentários no blog do Eduardo Guimarães, percebe-se que muitos aderem incondicionalmente ao que diz o blogueiro, sem ao menos se dar ao trabalho de ler o discurso dela.
Cláudio Freire

Levi Orlando disse...

Os sectários que criticam a presidente da República por ir a um dos maiores jornais do país apenas revelam a mediocridade intelectual e a indigência política que vigora no país. Inclusive no universo digital e blogueiro, que precisa amadurecer muito ainda pra se tornar a grande ágora libertária a que todos aspiramos.

Desde que o conheci, sempre achei este espaço uma exceção, pela lucidez e as análises perspicazes, embora nem sempre concordasse com o conteúdo dos posts. No período pré-eleitoral cheguei a me abster de acessá-lo, por considerar excessivamente parcial. Relendo agora, parece que o autor retoma a profundidade e o senso crítico mais agudo, que se reflete inclusive nos comentários.

Depois de eleita, a Dilma passa a ser presidente de todos os brasileiros, premissa básica pra quem tem a democracia como um valor, de fato. Sendo gaúcho e a conhecendo bem, penso que ela tem muito mais estofo do que o Lula para exercer esse papel. Como cidadão, espero que seja bem sucedida, inclusive na necessária correção de rumos e resolução dos pepinos que herdou.

P. S. - Não seria "luva de pelica", em vez de "película" ... ?

Dani Tristão disse...

Discordo veementemente dessa tempestade que estão fazendo certos blogueiros progressistas sobre a ida da presidenta Dilma à festa da Folha. É fato que Dilma foi atacada com virulência por toda grande mídia durante a campanha de 2010, principalmente pela Folha. Mas, Dilma não é mais a candidata de Lula, a candidata da esquerda, agora é a presidenta da república de todos os brasileiros e não só dos petistas, nada mais republicano e democrático que respeitar as instituições e cumprir o protocolo.
O discurso da presidenta foi mais do que perfeito, foi pontual. O marco regulatório está saindo do forno e não vai demorar muito. É providencial que a presidenta bata na tecla sempre que oportuna, que é defensora da liberdade de expressão sim. O que defendemos é a regulamentação e a democratização da mídia. Obviamente os monopólios midiáticos não toleram esse discurso e desviam a atenção do leitor para o velho discurso de censura e liberdade de expressão.
Quem pensa que Dilma foi a esta festa para uma tentativa de paz com a velha mídia engana-se! Fosse assim, não estaria presente entre seus séquitos o ex-ministro José Dirceu que desmascara semana sim e outra também, a velha mídia, principalmente a Folha de SP em seu blog.
Afobados, os companheiros não percebem a grandeza da nossa presidenta em ter ido dentro da casa do inimigo que mais lhe atacou na campanha, avisar que a luta continua, mas será uma luta justa e democrática, pelo menos da parte do governo.

Anônimo disse...

Aproveito o comentário do Dani Tristão, para elencar outros motivos de porque também considero que estão fazendo tempestade em copo d'água:
1. Da forma como estão falando, parecem considerar que Dilma é tola.
2. O clima de guerra que se instaurou durante a eleição só interessa aos incendiários. Trabalhar para distencionar o clima político no país não é sinal inequívoco (como alguns estão falando) de que Dilma vá tratar a questão da regulação em banho-maria. Pelo contrário, fazer isso pode ajudar a aprovar medidas mais incisivas no Congresso.
3. O governo tem muito mais informações do que nós para analisar cenários e conjunturas, ainda mais se considerarmos que estamos ainda no início do mandato da Dilma.
4. Me parece muito provável que Lula esteja ciente das estratégias, e tenha ficado de acordo. Disso não tenho certeza, mas acho absolutamente provável.
5. Parcela do PT até hoje tem dificuldade de separar a atribuição de um governo da atribuição do partido. Lembro-me bem de como foi tenso esse debate durante a administração da Luisa Erundina aqui em São Paulo. Alguns parece que não aprenderam até hoje.
Cláudio Freire

Anônimo disse...

É um grande erro acusa Dilma, já vi esse filme antes, a mesma ladainha contra Erundina, a chamavam de administrativista
Segue link para pesquisa sobre comentáiros contra ou a favor de Dilma na web

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/tecnologia/2011/03/governo-dilma-tem-apenas-7-25-de-repercussao-positiva-na-internet-diz-pesquisa

Anônimo disse...

Caro Miguel,

Só agora fiquei sabendo deste post, após um leitor tê-lo enviado a mim. Preciso esclarecer algumas coisas que quem me enviou seu texto bem notou.

Não é verdade que a entrevista com Lula aconteceu porque os blogueiros progressistas se organizaram. A entrevista foi resultado de uma gestão de anos e que fui eu que iniciei em 2009 em contato com um funcionário do Palácio do Planalto que me lia, o Carlos Tibúrcio, chefe da equipe de discurso da Presidência.

Posteriormente, o assunto foi levado ao ministro Franklin Martins, leitor assíduo de blogs, que se entusiasmou. Reunimo-nos, então, na Fnac de Pinheiros eu, ele (Tibúrcio) e mais um membro da equipe para tratar do tema. Isso aconteceu cerca de um ano e meio antes da entrevista com Lula e do Encontro dos blogueiros.

Aliás, seria incrível se o encontro tivesse sido feito em agosto e já tivéssemos conseguido a entrevista em novembro. A Folha até questionou o Planalto por isso porque entrevista com um presidente demora anos e nem sai. E, quando sai, demora muito mais tempo para ser marcada. De agosto para novembro, não sairia jamais.

A verdade é que fiz reuniões com o Miro, o Rovai e o Rodrigo Vianna em meu escritório em 2009 para discutir essa proposta de entrevistarmos Lula, depois da minha reunião com o Tibúrcio. Mas a abandonei porque, refletindo melhor depois, previ que poderia causar o que causou.

Cheguei a dizer a companheiros que haveria reação destemperada de alguns que não convidássemos e me disseram que valeria a pena correr o risco. Por minha conta, porém, deixei o assunto de lado. Mas o Rovai, por conta dele, levou em frente, pois tem ampla interlocução com o governo.

Inicialmente, eu disse que não iria. Estava com viagem de trabalho ao exterior marcada e também pressenti que ia dar merda. Mas recebi um telefonema de pessoa importante me exortando a não me furtar. Além disso, o próprio Rovai insistiu muito, até porque a idéia foi minha.
Acabei cedendo e me arrependo até hoje...

Já o Encontro dos Blogueiros progressistas foi uma idéia do Azenha para dar visibilidade a blogueiros com potencial, mas ainda sem projeção. Convocou, então, eu, o Rodrigo, a Conceição Lemes, a Conceição Oliveira, o Rovai, o Nassif, o Miro, o Paulo Henrique e a Maria Frô, que incluiu no grupo um rapaz que estava hospedado em sua casa, o Diego.

Passamos a nos reunir no Sujinho durante meses. Tratamos de fazer uma romaria por empresas e sindicatos para conseguir recursos para oferecer a blogueiros de outros estados hospedagem, alimentação e, em alguns casos de quem não tinha dinheiro mesmo, até passagens aéreas. Queríamos dar maior visibilidade a outros companheiros.

A entrevista, pois, teria saído de qualquer forma, até porque a Secom planejava convidar blogueiros para entrevistar Lula havia anos. E tinha até um time bem menor em mente, em vez dos 10 blogueiros convidados. Como estava um grupo muito paulista, porém, foi aumentado.

Mas reunir vocês aqui em SP foi ótimo. Não me arrependo de todo o esforço que eu e o resto da Comissão Organizadora fizemos. Em contraposição aos 300 do primeiro encontro, agora serão mais de 600 blogueiros em Brasília, em junho.

Contudo, quero deixar claro que a Comissão Organizadora supracitada já decidiu que cumpriu o seu papel e passará a bola. Queremos que parem de atacar centenas de blogueiros escrevendo progressistas entre aspas por causa de um grupo de dez pessoas.

Já esclarecera no Cidadania esta questão sobre a forma como foi elaborada a entrevista com Lula. Aliás, o Azenha e o Nassif reproduziram a minha explicação. Mas como parece que você não leu em nenhum dos três blogs, venho informá-lo para que não difunda informação inverídica.

Um abraço,

Eduardo Guimarães

Miguel do Rosário disse...

Tá legal, Eduardo. Eu não sabia desses bastidores. Agora está registrado. Mas isso não muda o raciocínio. Ao contrário, confirma-o, visto que você mesmo relata o processo de organização, de idas e voltas, de contatos e preparo da entrevista, num processo de organização política cidadã do qual você deveria se orgulhar de ter participado e mais ainda de ter sido pioneiro. Ou seja, o que valeu foi a organização, não necessariamente do Encontro de Blogueiros Progresistas, mas sobretudo do encontro dos blogueiros progressistas, com letra minúscula, se reunindo no bar, sonhando, ainda alheio às vicissitudes do mundo da política real, que não é problemático somente nas altas esferas, mas também em qualquer pequeno universo de poder.

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