22 de outubro de 2009

Mídia não dá destaque à tortura de brasileiros em Honduras

Até onde vai o antibrasileirismo? Até onde vai a falta de vergonha? Em todo mundo temos uma direita nacionalista, que defende o seu país. Já a direita tupi, além de não se importar com o Brasil e escarnecer de quem defende a pátria, o que considera uma espécie de cafonice política e mesmo estética, parece se comprazer, no caso de Honduras, até com a tortura de brasileiros.

O Brasil fez ontem uma gravíssima denúncia junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), de que o governo golpista de Honduras pratica, deliberadamente, atos de tortura sobre os ocupantes da Embaixada brasileira em Tegucigalpa. Os militares hondurenhos impedem o sono das pessoas na Embaixada, através da aparelhos de som instalados na casa vizinha, que reproduzem marchas militares, ruídos, sons animais, e canções golpistas e ameaçadoras. Outro método para perturbar psicologicamente os ocupantes tem sido a projeção de luz forte sobre a casa, o que prejudica sobretudo as pessoas que dormem na garagem.

Os militares dificultam a entrada de alimentos, deixando-os expostos por horas ao sol antes de liberá-los, expondo-os a cães farejadores ou simplesmente postergando sua liberação. As pessoas que chegam são revistadas de forma acintosa. Enfim, há violência e tortura, e a mídia brasileira é conivente com isso, porque não ataca editorialmente, como deveria, os gorilas de Honduras. A mídia brasileira é poderosa, e sabe disso, e poderia ajudar a criar uma onda de pressão contra o regime golpista de Honduras.

E o que a nossa gloriosa mídia faz? Dá a notícia em pé de página, sem chamada nenhuma na capa, como se isso não constituisse uma grave agressão aos direitos humanos. Como se isso fosse normal. Com isso, não criam comoção pública e impedem, através da desinformação, que os brasileiros se solidarizem com seus compatriotas.

Chico Caruso, o chargista da Globo, tornou-se um desprezível lacaio desse conservadorismo colonizado do qual a família Marinho é uma das principais representantes em Vera Cruz. Até hoje não fez nenhuma charge contra os gorilas golpistas de Honduras. O alvo de seu traço, quando se refere a Honduras (e o assunto tem sido recorrente em seus desenhos) é apenas o presidente Zelaya, Lula e Celso Amorim, e sempre numa conotação fortemente negativa. É como se, no auge da II Guerra, um chargista inglês, em vez de caçoar de Hitler, se dedicasse a fazer desenhos negativos de Churchill.

1 comentário

carlos disse...

salve, miguel,

esse chico caruso, e não é de hoje, é mais um daquelas figuras públicas brasileiras que não irão envelhecer com dignidade.
o que vale pra eles é serem pagos regiamente e o resto que vá pra baixa da égua, né não?
abçs

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