18 de julho de 2010

Uma boa idéia: Duas semanas de Carta Diária grátis

Amigos, tive uma boa idéia que deverá satisfazer a todos. Estou assoberbado de trabalho, como já disse, então decidi dar um tempo no blog. São só no máximo duas semanas. E de qualquer jeito eu não resisto e venho aqui de vez quando, postar alguma coisa. Mas continuo escrevendo para a Carta Diária. Minha idéia é oferecer um período de teste, gratuito, para todos, da Carta Diária. Assim, eu divulgo o serviço, vocês continuam acompanhando minhas análises, o blog é atualizado e ninguém fica aborrecido! Estarei, portanto, publicando a Carta Diária neste blog mesmo, durante esse período. Quem assinar a Carta agora, ganha essas duas semanas de brinde.

Segue abaixo a Carta de hoje, domingo (edição excepcional, pois normalmente a Carta é de Segunda a Sexta):

Carta Diária Óleo do Diabo, Domingo 18 de julho de 2010 Tags: Clóvis Rossi, Chávez, Simon Bolívar, história

A loucura antichavista chegou ao Brasil

Eu acompanhei as últimas crises políticas venezuelanas e percebi o grau de desequilíbrio psicológico crescente das elites daquele país. Chávez comete muitos erros políticos, como qualquer presidente, e ele mesmo admite isso. Ofender o Senado brasileiro, chamando-os de papagaios de Washington, por exemplo, foi uma estupidez que quase afundou o projeto de trazer a Venezuela para o Mercosul.

Entretanto, o preconceito besta contra Chávez aflorou de vez com a divulgação da notícia de que ele mandou exumar o cadáver de Simon Bolívar para dirimir uma dúvida sobre a morte do líder latino-americano. As críticas ao presidente venezuelano atingiram um grau de sectarismo e leviandade que só posso atribuir ao desequilíbrio psicológico e pela tola satanização de um projeto de governo apoiado pela maioria esmagadora dos venezuelanos.

Clóvis Rossi escreveu hoje a respeito um texto cheio de salemeleques e interjeições. Um texto leviano, bobo e terrivelmente ignorante. Se há dúvidas quanto à morte de Bolívar e se é possível dirimi-la exumando seu cadáver, é evidente que isso tem um grande valor para quem estuda a biografia de "El libertador". Essas coisas tem um valor científico que ignorantes preconceituosos como Clóvis Rossi fingem desconhecer.

Quanto à pompa com a qual Chávez tratou o caso, era mais do que necessária, tratando-se do maior herói do país e da América Latina.

Repare na profundidade da crítica de Rossi: "Deus meu, Cristo meu, digo eu, caramba. Se alguém aparecer de repente na praça da Sé com a Bíblia na mão e esse discurso messiânico (ou necrófilo?), vira folclore. Não faz mal a ninguém, a não ser a ele próprio. Diverte os transeuntes. Mas, se o cidadão com essa mentalidade é presidente da República, Deus meu, Cristo meu, transforma-se em um perigo ambulante. Não diverte ninguém, salvo sua corte. Menos ainda diverte os que são seus sócios no Mercosul."

Se a exumação de Bolívar tem relevante importância científica, qual o sentido ao comparar as frases do presidente Chávez ao que profere um mendigo louco da Praça da Sé???

Na realidade, a coluna de Rossi tem apenas uma TAG: falar mal de Chávez. Com isso, ele garante seu emprego por mais dez anos, e um prêmio Maria Caboot.

No início do texto, ele reverbera as calúnias sobre o envolvimento de Chávez com as Farc. E de uma maneira desonesta, ao pinçar uma frase antiga de Chávez, e descontextualizá-la. O importante é entender que a Venezuela não tem guerrilha. Esse é um problema da Colômbia, resultado da incompetência das elites políticas colombianas. Jogar a responsabilidade pela existência das Farc nas costas de Chávez é maucaratismo. A culpa é do governo colombiano, um governo de direita, a quem interessa a existência das Farc para continuar recebendo verbas dos EUA. É bastante claro também que, ao se posicionar de maneira tão aberta contra Chávez, o colunista da Folha afaga o núcleo do serrismo, que é a fonte das críticas mais sectárias contra o presidente venezuelano e contra a nova esquerda latina.

Ao final, ele ainda critica a entrada da Venezuela no Mercosul, alinhando-se às posições políticas do PSDB, que votou contra o ingresso do país no bloco.

No fundo, a dondoquice de Rossi soa apenas como uma mal disfarçada declaração de voto em Serra.

Abaixo o texto ridículo de Rossi.

São Paulo - Clóvis Rossi: O cadáver e o Messias

SÃO PAULO - O presidente Hugo Chávez tem todo o direito de tentar implantar na Venezuela o tal socialismo do século 21, ainda que, cada vez mais, incida no autoritarismo e na ineficácia que sepultaram o modelito século 20.
Não tem, no entanto, o direito de respaldar as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo narcoterrorista.
Nem importa tanto saber se é verdadeira ou não a mais recente denúncia do governo da Colômbia que deu até as coordenadas completas de acampamentos do grupo na Venezuela. Chávez já disse, tempos atrás, que "respeita" o projeto político das Farc.
Quem respeita um projeto narcoterrorista não merece respeito.
Por incrível que pareça, nem o vínculo com as Farc assusta tanto quanto as esquisitices de Chávez. A mais recente: mandou exumar os restos mortais do libertador Simón Bolívar para investigar se morreu mesmo de tuberculose (versão oficial) ou foi assassinado.
As mensagens no Twitter em que anunciou a exumação que testemunhou são de arrepiar qualquer pessoa sadia:
"Alô, meus amigos. Que momentos tão impressionantes vivemos esta noite. Vimos os restos do grande Bolívar."
Depois: "Confesso que choramos. Digo a vocês: tem que ser Bolívar este esqueleto glorioso, pois pode-se sentir sua chama. Deus meu. Cristo meu".
Deus meu, Cristo meu, digo eu, caramba. Se alguém aparecer de repente na praça da Sé com a Bíblia na mão e esse discurso messiânico (ou necrófilo?), vira folclore. Não faz mal a ninguém, a não ser a ele próprio. Diverte os transeuntes.
Mas, se o cidadão com essa mentalidade é presidente da República, Deus meu, Cristo meu, transforma-se em um perigo ambulante. Não diverte ninguém, salvo sua corte. Menos ainda diverte os que são seus sócios no Mercosul.

4 comentarios

Anônimo disse...

Há pouco exumaram na Polônia os restos de Nicolau Copérnico exatamente pelo mesmo motivo: estabelecer se os restos não identificados que estavam em uma igreja eram realmente do astronômo.
Já vi decumentários recentes sobre a exumação dos supostos restos de Cristovão Colombo (para determinar se era genovês ou catalão) e até de um dos Bórgias na Itália.
Consequentemente, países que costumam pesquisar a história têm esse hábito.
É que o nível cultural da nossa 'grande' imprensa é tão baixo que caras como o tal Rossi devem estar pensando que o Chaves está querendo fazer alguma feitiçaria ou voodu pra ressuscitar Bolivar (seria bom se pudesse...). Daí todo o horror e esconjuros (meio afetados diga-se de passagem!) exalados no texto.
O que o prejudicado poderia ter argumentado, e neste caso teria razão, é que o Chavez deveria ter seguido um protocolo adotado pelas universidades e pesquisadores da área qual seja:
a) a exumação é feita por uma equipe de pesquisadores qualificados
b)as filmagens são feitas por uma equipe de fotografia científica para documentar o procedimento e preservar visualmente o sítio.
Por respeito ao morto, só depois de ter sido feita a exumação é que a equipe de pesquisadores libera as imagens que julgar convenientes.
Não se deixa fazer um oba-oba como aparentemente fez o Chaves.

Regina Chaves disse...

Fica bem claro o motivo dos ataques que o Serra faz ao Mercosul...

Anônimo disse...

O Clovis Rossi escreve para a Folha, mas se ele não tiver um bom pé de meia ou uma aposentadoria razoável, já,já ele estará desempregado, pois como vocês já viram o Estadão já foi e a Folha está indo atrás. Já tem alguns estabelecimentos oferendo de graça a Folhona e dai a derrocada é um passo.
Cuidado amigo, já você estará no olho da rua!

Anônimo disse...

Oi pessoal!!!
Acho que nem se deve mais dar bola ao que escreve esse senhor. Já repararam que nada do que ele escreve é importante?
Deixa ele...é final de carreira típico.

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