4 de março de 2010

Clipping finalizado

O Clipping Comentado ficou bem legal hoje.

Press Clipping Comentado Óleo do Diabo - Quinta-Feira 4 de março de 2010

Só tem um problema. Agora estou esgotado. Vou dar uma volta na rua. Dormir. Minha cabeça está inchada de tanto ler jornais na internet. Preciso de repouso, literatura, sono, meditação. Volto à tarde ou à noite.

5 comentarios

Edgar Ap. Borges Júnior disse...

E aí Miguel, td bem?

Escrevo neste espaço não para comentar sobre o clipping, que leio diariamente e ajuda bastante a encarar o dia de discussões com muitas pessoas. O comentário é o seguinte:

Qual é a do Luíz Eduardo Soares? Isso, o sociólogo carioca que escreveu o Elite da Tropa e ocupou cargos de segurança pública em diversos níveis de governo.

Pergunto isso porque conheço alguma coisa do trabalho dele, como a participação dele no documentário ônibus 174, do José Padilha, o próprio Elite da Tropa e alguns artigos dele, e o sigo no Twitter. Pelo que eu tinha visto dele, parecia uma pessoa que tinha idéias e posições bastante progressistas, em especial sobre segurança pública. Mas no twitter, tudo o que ele faz é criticar o governo federal (claro que é bom o exercício da crítica, mas só criticar um governo com tamanha aprovação me soa estranho). Ele ocupou cargo por lá, no início do governo, e saiu atirando de que teve o trabalho boicotado. Será mesmo, ou será que ele foi incompetente, como o Cristovan Buarque no Ministério da Educação, obrigando o Lula a demiti-lo por telefone e com isso se tornando inimigo eterno e indo pro PDT?

Dia sim, outro também, o Luiz Eduardo aparece no twitter elogiando gente do naipe de Miriam Leitão (Tanto suas análises econômicas como políticas tbem) e o Fernando de Barros, da Folha, um dos mauricinhos da Ditabranda. Pow, dado o grau de conhecimento que hoje temos que essa turma mente e manipula informações, como pode alguém do gabarito do Luiz Eduardo compactuar com essa gente?

Agora, é um dos maiores entusiastas da candidatura Marina Silva e ele adora o Gabeira.

Será que eu super estimei o Luiz Eduardo Soares, vendo de longe e de fora, aqui de Jundiaí? Ou ele sempre foi assim mesmo, incoerente, assim digamos?

Peço ajuda para entender pois vc tbem é carioca e possivelmente tem proximidade maior com a figura e suas idéias. Talvez renda até mesmo um post, pensando como um intelectual pode reagir quando se mete a participar tão diretamente de governos e da luta política e o que ocorre quando o mesmo sai chamuscado nesses processos. Pra mim, vendo de longe, é bem difícil de entender.


Por fim, grande abraço, gosto muito do seu blog, que visito diariamente e considero-lhe um dos melhores textos da blogsfera!

Edgar Borges Júnior

O Anão Corcunda disse...

Eu ia escrever uma coisa ao Miguel sobre o clipping de notícias, e me deparei com o comentário do Edgar.

Edgar, eu acho esse Luiz Eduardo Soares um dos maiores embustes da análise social que nós temos.

Pra começar, não vamos esquecer de uma coisa: ele é do PPS, que hoje é subpartido do PSDB e do PFL.

Eu também comprei de início o discurso classe média que ele empunhava, no qual uma das teses principais era de que as populações mais pobres, mais marginais, ficavam invisíveis para as classes mais altas. O exemplo clássico que ele usava era o de meninos de rua cheirando cola, sempre "ignorados" pela sociedade.

Essa tese, a qual, repito, eu tmb comprei à primeira vista, é extremamente equivocada. Fala como se um problema tão complexo como o uso compulsivo de entorpecentes por crianças e adolescentes que estão nas ruas fosse resumido à "falta de atenção".

Quando comecei a trabalhar atendendo diretamente pessoas que vivem nas ruas, vi exatamente o contrário: como elas são vistas, avistadas e, mais do que isso, vigiadas, cerceadas, reprimidas, vítimas de inúmeros preconceitos.

Por sustentar tantas teses classemedistas, esse cara começou a ganhar um altíssimo ibope. E daí desandou a aparecer em filmes, documentários, televisão, etc. Sempre com teses coligadas com esse ponto de vista.

Sinceramente, esqueci o que ele fala no filme do 174, que lembro até de ter gostado, quando o vi no cinema, embora hoje eu já não o tenha em alta conta.

Não é de surpreender que ele viva atacando o governo Lula.

O Anão Corcunda disse...

Agora o meu comentário sobre o clipping.

Miguel, acho que os blogueiros que trabalham exaustivamente com análise da mídia e da produção de notícias, como você, o Nassif, o Azenha e o Eduardo, os que mais leio, estão fazendo um trabalho fundamental na desconstrução do monopólio dos grandes grupos jornalísticos - e de suas censuras/ditaduras.

Como? Rearranjando suas pautas. A gente sabe que a forma como se expõe a notícia a determina intensamente. Vocês, cada um a sua maneira, conseguem subverter a exposição desses grandes grupos, destrinchando a forma como eles expõem seus discursos. Parece simples, mas requer uma disposição analítica que não é para muitos.

Quando comecei a ler o clipping de hoje, tive a seguinte sensação: finalmente achei algo que posso chamar de "meu jornal diário". Eu nunca consegui acordar de manhã e ler jornais, acho-os todos uma merda, ainda mais cheio de sono. Se todos eles fossem à falência, com certeza eu não iria ficar nada deprimido. Mas, ao mesmo tempo, sinto muito a falta de um bom jornal, de uma boa atualização "diária" de notícias.

O "diária" segue entre aspas porque o Azenha apontou algo fundamental em post recente: o tempo da notícia não é mais de 24 horas, até o jornal do dia seguinte. Com a internet, esse tempo se dinamizou e se acelerou profundamente.

Os jornais impressos que temos já eram, mas continua sendo importante sua leitura. Além deles ainda terem a vantagem de ser impressos, muito grande em relação à leitura direta na tela do cpu, carregam também uma série de informações que, se lidas com astúcia, são importantes, às vezes cruciais para entendermos um pouco melhor nossas condições político-sociais-anímicas.

É essa leitura astuta que vocês estão inaugurando. Recortando sobre o recorte da grande imprensa. A série do Nassif sobre a Veja, ao meu ver, é um marco jornalístico no Brasil.

Uma pequena crítica que faço ao clipping, pelo menos o de hoje, é que ele acabou me cansando. As notícias se repetiam um bocado, não só tematicamente, mas também seus tons. A colunista da Folha e a do Globo falando a mesma coisa, então eu comecei a pular algumas notícias (tmb porque esses colunistas tem uma escrita terrivelmente aborrecedora e brochante) e dei mais atenção aos seus comentários, que são muito vivos e bons de ler.

Enfim, apesar de tê-lo achado um pouco grande, parabenizo-o pelo grande e extenuante trabalho.

Miguel do Rosário disse...

Oi Anão, obrigado pelos comentários. Você tem razão. Tenho que tomar cuidado para não exagerar no Clipping nem para botar matérias muito repetitivas. Tenho tomado esse cuidado, na verdade. Mas ficarei mais atento.

Miguel do Rosário disse...

Edgar, há tempos que não leio nada do Luis Eduardo Soares. E mensagem de twitter não diz muita coisa.

Postar um comentário