Serra, o mártir?

Estou começando a ficar preocupado com uma coisa. É tanta porrada em Serra, tanto da parte de seus adversários quanto de seus próprios aliados (esse é o fogo que mais queima, porque está perto), que periga ele ser convertido num mártir.

Eu já vinha pensando nisso quando li esse post do Brizola Neto. O final de semana foi duro para Serra. A mídia arreganha os dentes para o governador, ameaçando-lhe com um doloroso ostracismo caso recue da disputa presidencial.

Pressionam também Aécio, e com igual tom ameaçador. Em entrevista ao Globo, Jarbas Vasconcelos usa a linguagem de um mafioso: elogia Aécio de uma maneira como quem está disposto a arrebentar-lhe o crânio com um taco de beisebol.

No domingo, o Estadão publicou um editorial agressivo, intitulado Candidato Clandestino, onde critica violentamente a estratégia política de Serra. Confiram o trecho abaixo:

(...) a errática conduta de Serra também alimentou até bem pouco as especulações sobre uma possível reviravolta nos seus planos - ele desistiria da Presidência da República pela reeleição em São Paulo, supostamente a salvo de turbulências. Essa hipótese é desonrosa para o governador. A esta altura, ou ele disputa o Planalto ou sai da vida pública.

É, não tá fácil pro Serra. É pau de todo lado. Por isso o meu medo dele encarnar a vítima e trabalhar para se tornar o primeiro mártir político da direita brasileira.