23 de março de 2010

Estadão joga a toalha e admite que Dilma pode ganhar no 1º turno

A notícia foi publicada no site do Estado de São Paulo. Sabe-se lá porque (hehe...), nenhum outro jornal repercutiu ou apurou. Leiam com carinho. Interessante é ver a Marcia Cavallari, diretora do Ibope, dizendo que o cenário é favorável à Dilma, após seu chefe, o Montenegro,
haver afirmado, tempos atrás, que Serra ganharia no primeiro turno.

Tenho outros comentários a fazer sobre as eleições. Reapareço depois da nota abaixo:

'Não é impossível imaginar que a Dilma ganhe no 1º turno', diz diretor do Vox Populi

Diretores dos quatro principais institutos de pesquisa do País veem cenário favorável à Dilma

22 de março de 2010 | 22h 56

Jair Stangler, do estadão.com.br

SÃO PAULO - O crescimento nas pesquisas eleitorais da pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, ante a estagnação de seu provável adversário, o governador de São Paulo José Serra (PSDB) tem impressionado os diretores dos quatro principais institutos de pesquisa do País. Márcia Cavallari, do Ibope, João Francisco Meira, do Vox Populi, Mauro Paulino, do Datafolha e Ricardo Guedes, do Sensus, estiveram reunidos em São Paulo na tarde desta segunda-feira, 22, para debater o cenário eleitoral, em evento da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas. O professor Marcus Figueiredo, do Iuperj também esteve no debate, mediado mediado pela jornalista Cristiana Lôbo.

Meira deu o palpite mais ousado da tarde: "não é impossível imaginar que a Dilma ganhe a eleição já no primeiro turno", afirmou. Segundo ele, quando há candidatos carismáticos, a disputa se concentra mais entre as personalidades desses candidatos. Mas, para ele, nem Dilma nem Serra são carismáticos. ‘Carisma não é o nome dessa eleição’, afirmou.

Ele listou alguns fatores que, na sua avaliação, devem decidir a disputa eleitoral. O primeiro seria a economia: se estiver ruim, a tendência é de mudança - mas a economia é o principal trunfo do governo Lula. Em segundo, o aspecto ideológico - nesse caso, diz ele, 56% das pessoas se definem como sendo de esquerda e 30% como eleitores do PT.

Além disso, ele lembra o tempo de TV como decisivo - e a construção das alianças deve garantir um tempo maior à candidata governista. Por último ele cita algum acidente, debate ou fato inesperado que possa alterar a opinião dos eleitores.

Sua avaliação é parecida com a de Ricardo Guedes, do Sensus. Segundo ele, "Dilma tem produto para mostrar, a economia. O Serra não tem. Hoje a tendência é muito mais pró-Dilma".

Cautela

Já Márcia Cavallari, do Ibope, e Mauro Paulino, do Datafolha, adotaram um pouco mais de cautela em suas exposições, embora tenham admitido cenário favorável à Dilma. Os dois usaram a mesma expressão para definir o caso: "pesquisa é diagnóstico, não prognóstico".

"O comportamento do eleitor não é matemático. A campanha ainda tem muita coisa para acontecer. O que a gente sabe é que o eleitor se sente muito confortável de ter votado no Lula e agora fazer essa avaliação de que acertou. Ele pensa: 'Acertei, e o País está tendo avanços'. O eleitor considera que os avanços foram muito mais profundos no governo Lula. A comparação com o governo FHC é prejudicial para o Serra", afirmou a diretora do Ibope.

De acordo com Márcia, um terço está com Serra, um terço está com Dilma e um terço que vai decidir a eleição. Reservadamente, porém, ela destacou que não só a Dilma está crescendo, como há tendência de queda de Serra, ainda que dentro da margem de erro.

Já Paulino lembrou que na pesquisa Datafolha de dezembro de 2009, 15% dos eleitores não sabiam que a Dilma era a candidata do Lula, mas queriam votar na candidata do Lula. "E o que nós observamos em fevereiro, é que ainda há margem de crescimento para Dilma", afirmou.

Segundo ele, a dúvida é saber se Dilma vai transmitir ao eleitorado que tem a mesma capacidade de administração que o Lula tem."O eleitor vai poder comparar Serra com Dilma, Dilma com Lula".

Paulino ainda defendeu que os institutos divulguem sempre sua base de dados, sua metodologia. "A pesquisa não faz prognóstico, mostra o que acontece naquele dia. Na pesquisa de véspera, [Paulo] Maluf ainda estava na frente da [Luíza] Erundina [na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 1988, vencida por Erundina]. Deixar de iludir quem consome pesquisa: a gente faz diagnóstico", afirmou.

Já o professor Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário do Rio de Janeiro (Iuperj), também presente ao debate, previu um repeteco de 2002, caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) continue na disputa, com o cearense brigando com Serra. Para Figueiredo, "Serra e Dilma são igualmente antipáticos e igualmente feios. Ideologicamente estão muito próximos. O projeto deverá ser exatamente o mesmo".

Erros em pesquisa

Meira foi questionado também pelo fato de o Vox Populi ter apontado, em 2006, vitória de Paulo Souto (então PFL) no primeiro turno, contra o petista Jaques Wagner, que acabou vencendo as eleições em segundo turno. "Às vezes você erra. Só que você nunca ouve um médico dizendo qual a margem de erro de uma operação de apendicite. O pessoal respondia que queria Paulo Souto, mas já estava pensando em mudar de ideia. Mas eu não estava perguntando para ele se ele queria mudar de ideia", justificou.

*

Na verdade, não tenho muito o que acrescentar aqui. A nota diz tudo. Dilma tem alianças partidárias muito mais amplas, mais tempo de TV, apoio de Lula, um cenário econômico positivo; enfim, a ministra é a favorita por várias razões.

Quero falar, porém, de outra coisa. Confiram a nota abaixo, publicada no Globo de hoje (terça):


Pois é. Taí uma situação que pretendo acompanhar de perto. Monitorarei as pesquisas e depois o resultado das eleições em Pernambuco. Quero ver o que será de Jarbas Vasconcelos e Sérgio Guerra no estado onde Lula tem quase 100% de aprovação.

Outro político cujo futuro político me interessa bastante é Roberto Freire, presidente do PPS. O trânsfuga, escorraçado de Pernambuco, onde hoje não deve circular muito (para não apanhar) mudou seu domicilio eleitoral para São Paulo, quando fez declarações encantadoras sobre a "superioridade" paulista. Parecia um francês prendendo um brochinho nazista na lapela. Quer se candidatar por São Paulo. Vamos ver o que acontece.

Também tenho carinho especial pelo destino de Arthur Virgílio, cujo mandato expira este ano. Aspirante à reeleição, Virgílio figura em terceiro ou quarto lugar nas pesquisas.

O que será dessa turma se todos perderem?

Eu sei. Juntar-se-ão num convescote elegante em São Paulo, com a presença do governador do estado, para quem deverão sugerir a criação de sinecuras para suas pessoas. Afinal, sacrificaram-se tanto... Caso não consigam, ameaçarão tornar-se inimigos mortais do PSDB. Farão tantas ameaças e chantagens que, por fim, ganharão os cargos pleitados. Talvez o Jarbas, que sempre gostou de carne jovem e fresca, comece a namorar a Soninha...

*

Abaixo, o fác-símile do site do Estadão, contendo a notícia:

2 comentarios

Adriano Matos disse...

Espantei-me com a declaração do Marcus Figueiredo: "Serra e Dilma são igualmente antipáticos e igualmente feios(!!). Ideologicamente estão muito próximos(!!). O projeto deverá ser exatamente o mesmo(!!!)."

Porra! Me cansa esses caras com bolas de cristal.

Peixoto/P.Prudente/SP disse...

Pôxa, Miguel, sou novo no blog. Acho que vou ficar po aquí também. Você é mais um, ao lado do Eduardo Guimarães, Nassif, Azenha, Rodrigo Vianna, PHA, e outros, que nós podemos contar p/ combater o PIG e seus jornalistas fascistas. Obrigado. É DILMA a primeira mulher Presidente do Brasil.

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