Agora, leio no blog do Noblat, a seguinte nota, que igualmente é publicada na Folha sem nenhum comentário crítico, apesar das implicações "terríveis" que ela sinaliza para a democracia representativa mundial. Comento em seguida.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Por que, no voto, emoção pesa mais que razão
Descoberta de pesquisas nos EUA de que escolha do candidato não é racional impõe questionamento sobre sentido da ideia de democracia representativa
De Hélio Schwartsman:
Como o eleitor escolhe seus candidatos? A resposta, já há tempos intuída por políticos e marqueteiros e que agora ganha apoio da neurociência, é que, na definição do voto, emoções são significativamente mais importantes que a razão.
Experimentos conduzidos nos EUA pelo psicólogo Drew Westen mostram que, com base apenas em questionários de cinco minutos sobre os sentimentos das pessoas em relação a certos temas, é possível prever com 80% de acuidade a resposta que elas darão a perguntas bastante precisas, como "o presidente mentiu ou disse a verdade?", "a Constituição autoriza ou não a adoção da medida proposta pelo governo?".
Enriquecer esse modelo com conteúdos mais propriamente racionais, considerando também informações sobre a situação em que o presidente teria mentido, por exemplo, tem impacto negligenciável nas previsões, que ganham apenas entre 0,5 e 3 pontos percentuais de precisão.
Em outras palavras, a realidade é só um detalhe para o eleitor, que raramente muda sua opinião em virtude de fatos que lhe sejam apresentados.
As implicações dessas descobertas, que vão ganhando atenção crescente dos departamentos de psicologia e ciência política nos Estados Unidos, não são triviais.
Se o voto não é o resultado de uma escolha racional e ponderada do cidadão -e poderia, em princípio, ser substituído por um teste de personalidade-, a ideia da democracia representativa continua a fazer sentido?
Eu prezo profundamente a ciência. Mas esse tipo de pesquisa picareta não me engana. Baseia-se em premissas débeis, desenvolve-se de maneira confusa, e tira conclusões apressadas e midiáticas. A emoção humana não deve ser dissociada do aspecto racional. A gente também pensa com nossas emoções. E a desconfiança em relação aos "conteúdos racionais" corresponde, provavelmente, ao descrédito incrível que a mídia tradicional desenvolveu junto aos americanos.
Nooosa! Precisaram fazer uma pesquisa para constatar problemas do regime democrático que Sócrates já havia constatado há cerca de dois mil e quinhentos anos?
Um abraço, Miguel!
Miguel,
A grande mídia é em todos os países do mundo de direita, não tem como escapar disto, os caras dominaram o pedaço. Então, tá. Esta mídia que fala tanto em democracia, liberdade de imprensa (só com as "verdades" deles) e coisitas mais, estão em toda parte dando com os burros n'água,a última é a França onde a esquerda foi vitoriosa nas últimas eleições parlamentares. Então, como fazer reverter este processo, que pelo andar da carroagem vai dar em que? A vitoriosa volta do Socialismo em todas as partes do mundo, derrotando o pensamento neoliberalista (gracias). Então continuando o raciocínio, o que que os canalhas estão fazendo. Dando pitacos ditos "científicos" com intenção de DESMORALIZAR a eleição representativa. Querem o que? Eleição dos NOBRES (tipo indireta) ora faça-me o favor, eles acham que alguém vai cair nesta?
Postar um comentário