31 de maio de 2010

Demônios da guerra à solta

Eu não sou supersticioso, nem religioso, nem sensitivo, nem médium, nada disso. Mas estou sentindo cheiro de guerra no ar. Primeiro foi a reação estranhamente afoita, agressiva, dos EUA ao acordo obtido entre Brasil, Turquia e Irã. Depois um navio sulcoreano é atacado misteriosamente, provocando súbito aumento de tensão entre as duas coréias. A Coréia do Norte, acusada de ordenar o ataque, nega a autoria. A China afirma também não acreditar na culpabilidade do regime comunista. Jà foi o bastante, porém, para os EUA se moblizarem militarmente.

Soubemos que os EUA iniciaram, desde setembro do ano passado, uma ofensiva clandestina contra regimes considerados "hostis" do oriente médio.

E agora Israel ataca um comboio marítimo em águas internacionais, provocando, naturalmente, uma onda de ódio em todo o mundo árabe pela covardia do ato. O comboio carrregava 10 mil toneladas de suprimentos para a Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é desesperadora.

A militância pró-palestina na internet está estupefata. Apesar de esperarem qualquer coisa de Israel, ninguém imaginava que o país fosse capaz de atacar um comboio com mais de 600 pessoas, todos pacifistas civis, com muitos velhos, mulheres, parlamentares, jornalistas entre eles.

O Nassif está monitorando a situação. A rede Al Jazeera também, em inglês, claro. A blogosfera está toda extremamente revoltada, sobretudo porque o fato evidencia a política de dois pesos e duas medidas dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU, que fazem todo o tipo de acusações verbais violentíssimas ao Irã e procuram impor sanções econômicas severas, em cima de hipóteses, enquanto Israel promove um massacre real em águas internacionais e tenta vender bombas atômicas para outros países, e tudo fica por isso mesmo.

O demônio da guerra está à solta novamente e quer sangue. Nas fábricas de armas do interior dos EUA, contratam-se mais operários para um turno extra. Algum figurão abre uma champagne em Manhathan. Lembrei, não sei porque, da canção de Dylan, cantada por Hendrix, que deixo aqui como uma oração à vida, à arte, ao amor e à paz:

"There must be some way out of here," said the joker to the thief,
"There's too much confusion, I can't get no relief.
Businessmen, they drink my wine, plowmen dig my earth,
None of them along the line know what any of it is worth."

"No reason to get excited," the thief, he kindly spoke,
"There are many here among us who feel that life is but a joke.
But you and I, we've been through that, and this is not our fate,
So let us not talk falsely now, the hour is getting late."

All along the watchtower, princes kept the view
While all the women came and went, barefoot servants, too.

Outside in the distance a wildcat did growl,
Two riders were approaching, the wind began to howl

3 comentarios

ana disse...

Provocação para causar a guerra. Tipico dos neocons. Cuidado o Brasil na copa do mundo. Cpaz de a seleção ser a vitima para culparem os mulçumanos, Irã e Bin Laden.São capazes de tudo e um pouco mais...até o diabo duvida do que eles são capazes...estragaram os joguinhos de guerra...

Frau BUP disse...

Eu tb. sinto cheiro de pólvora e morte no ar. alguns riram de mim, e acham muito improvável. Eu espero, sinceramente que o erro de leitura dos últimos acontecimentos mundiais seja nosso. @amulherquenada

Frau BUP disse...

rsrs, @mulherqueanda, não que nada =)

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