12 de maio de 2010

Nem PP nem Dornelles embarcam na canoa furada tucana

Há duas semanas a mídia alardeia uma grande vitória tucana: a possibilidade do PP aderir à campanha de José Serra, entregando-lhe preciosos minutos de rádio e televisão. O senador carioca Francisco Dornelles pode ser vice!, vociferavam entusiasmados. Sinceramente, eu não consegui entender o motivo de tanta euforia com Dornelles.

Nos últimos anos, eu desenvolvi certa simpatia pelo conservador Dornelles, por várias razões: ele sempre vota a favor dos trabalhadores, ao contrário de tucanos e demos; nunca adere às histerias midiáticas que tão facilmente convencem outros parlamentares; durante os debates sobre Renan Calheiros, deu uma esplêndida lição de filosofia moral no arrogante Pedro Simon, ensinando-lhe que não se podia julgar os homens apenas porque eles não se comportavam como nós mesmos, e que ninguém pode se autoatribuir a propriedade da ética; existe a ética, mas ela é exterior ao indivíduo, algo a que a pessoa se aferra, por virtude, mas ninguém é a própria ética. No entanto, eu nunca votaria em Dornelles.

Eu não entendo o que Dornelles poderia agregar à Serra. Dornelles é conhecido no Rio, mas só por aqui e olhe lá. Não é nenhuma celebridade. Seria uma pura operação comercial: uma vice-presidência por 1 minuto de tv. Serra já tem o voto da direita, precisa de alguém que lhe permita atrair o voto do centro do espectro ideológico.

Seja como for, o triunfalismo com que a mídia vem cercando José Serra aos poucos vai ruindo. Até agora, valeu-lhe apenas o apoio do PSC, um partido fantasma, sem quadros, que só vale pelos segundos que possui na telinha. O PP não se deixou seduzir pelas sereias de bico longo. Agora tentarão vender uma eventual neutralidade do PP como derrota de Dilma. Em primeiro lugar, essa neutralidade não existe. O PP só não aderiu ao PSDB porque a maioria dos diretórios do partido apóiam Dilma. Com exceção do Maluf, serrista declarado. Em segundo lugar, Dilma já possui um leque partidário bastante amplo. Na verdade, é Dilma que não precisa do PP e não o contrário. Uma aliança formal com o PP implicaria em dar-lhe espaço no governo e a não-participação do PP pode ser muito benéfica nesse sentido.

Abaixo, nota publicada nesta quarta-feira, no Panorama Político, do Globo:

3 comentarios

Alexandre Porto disse...

Dornelles será o ministro da Justiça de Dilma ...

E parabéns pelo blog que está tinindo.

IV Avatar disse...

Dessa eu gostei...aqui em Goiás o PP do governador Alcides há tempos tacou o pe na bunda do tucano Perillo..
É que o Alcides pegou o Estado quebrado,,,
Também pudera, o Marconi é um verdadeiro laranjal no Jardim das Delícias

IV Avatar disse...

Ainda bem que finalmente vc está vacinado contra os trolls,,,mas seria de bom vc guardar as pérolas deles num latão de lixo para serem publicadas daqui a 100 anos,,,será útil para que os futuros pesquisadores saibam que em 2010 existiam burros de 2 pés

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