A perseguição ao Sensus, de qualquer forma, está comovendo setores importantes da política e da opinião pública. Mais uma vez, assistimos a imprensa usando todo seu poder para realizar um assassinato de reputação. Só porque o Sensus decidiu não frequentar as tertúlias do Millenium, tornou-se alvo da ira tucano-midiática.
Em primeiro lugar, a mídia fez o acordo, imoral a meu ver, de não divulgar os números do Vox Populi ou Sensus. Não posso conceber que um órgão de imprensa deixe de publicar, deliberadamente, pesquisas de intenção de voto feitas por institutos tradicionalíssimos, cujos trabalhos são registrados na justiça eleitoral. Cumpre às autoridades judiciárias determinar se a pesquisa é idônea e aos partidos políticos opinarem se é tendenciosa. A interferência da imprensa nesse processo, omitindo acintosamente algumas pesquisas e divulgando outras, constitui uma afronta ao direito dos cidadãos de se informarem.
Quanto ao PSDB, tem todo o direito de contestar a pesquisa Sensus, mas o partido age sem isonomia, pois critica somente o número que não lhe beneficia. A sanha tucana contra o Sensus não poderia ser mais parcial. O que a sociedade espera não é um ataque unilateral a uma empresa de pesquisa, e sim maior transparência, profissionalismo e isenção por parte de todos os institutos. Esse blog, humildemente, faz as seguintes sugestões:
- Padronizar os grupos sociais, como faixas etárias e de renda, para que a sociedade possa comparar os números entre si. Por exemplo, o Datafolha não separa, num grupo à parte, as famílias que ganham menos de 1 salário. Os outros institutos sim. Isso dificulta a comparação entre os dados, o que permitira ao cidadão e à imprensa elaborarem médias.
- Obrigar os institutos a divulgarem os relatórios completos das pesquisas em seus websites alguns dias depois da publicação dos números principais.
- Obrigar os institutos a publicarem com mais detalhes a metodologia usada.