(Shi Xinning)
Depois de pensar muito, cheguei à conclusão de que, se não é viável fazer, sozinho, uma análise da mídia completa, comentando tudo que é publicado nos grandes jornais, como eu megalomaniacamente tentei fazer por aqui, uma solução racional é simplificar. Concentrar o foco.
Então vou focar em Merval Pereira, poderoso colunista do jornal O Globo. Como se eu colasse sua foto na parede da sala e me divertisse lançando-lhe dardos no meio do rosto. Considero-o, entretanto, um dos formadores de opinião mais astutos da atualidade. Não aprovo praticamente nenhuma idéia sua, mas respeito-o como quem respeita um adversário perigoso. Ele é um dos que trabalham mais fervorosamente em favor de José Serra, de maneira que agora, eu, qual um zagueiro chato, pegarei em seu pé todos os dias. A vantagem é que isso me dá um "mote" para escrever inclusive sobre outros colunistas, sobre outros temas.
Vamos ver quanto tempo eu aguento fazer isso.
Sem mais delongas inicio a análise da coluna de hoje. Futuramente farei isso pela manhã.
O inconveniente é obrigá-los a ler também o Merval, mas, enfim, a causa é boa.
Dêem uma lida no texto de Merval publicado hoje (sexta-feira). Eu comento em letra vermelho escuro.
Com ou sem PT ?
Merval Pereira, no jornal O Globo
A agressividade com que a candidata oficial, Dilma Rousseff, estreou na sua campanha solo, longe dos cuidados do padrinho Lula, demonstra uma ansiedade própria dos que, sem experiência pessoal anterior, querem fazer tudo ao mesmo tempo, colocando a perder o que já têm.
O caso do estímulo a um suposto voto Dilmasia é típico. Essas traições eleitorais consentidas acontecem quando elas têm a força de um fato consumado, nascem da base para o alto, nunca o contrário.
Inventaram um factóide e agora o repetirão até o fim dos tempos. Dilma apenas reagiu a uma provocação da repórter, não estimulou nenhum voto Dilmasia. A Folha tascou logo um "Dilma prega voto Dilmasia" e foi correndo fazer intriga com o Hélio Costa, que aliás se mostrou, como de praxe, um aliado instável, rancoroso e pouquíssimo confiável, respondendo com extrema grosseria e deslealdade, dizendo que melhor seria "Serrélio". Enfim, c'est la vie.
Na eleição presidencial de 1960, Jango, candidato a vice na chapa do Marechal Henrique Lott, acabou sendo eleito numa dobradinha com Jânio Quadros.
O fenômeno "jangar" tomou conta das ruas, e Jânio, mesmo na oposição a JK, estimulou a chapa popularmente conhecida por Jan-Jan, abandonando seu vice Milton Campos.
Naquela época votava-se no vice separadamente do presidente, ao contrário de hoje - como bem lembrou Aécio Neves -, quando o nome do vice nem aparece na tela da máquina de votar.
Jango já fora eleito vice na eleição anterior, tendo mais votos que Juscelino para presidente. Lula e Aécio são fenômenos eleitorais. O governador mineiro por enquanto circunscrito a Minas; daí o voto Lulécio nas eleições de 2002 e 2006.
Não é o mesmo que acontece com Dilma, que a cada dia marca mais sua presença no cenário político como um apêndice do presidente Lula, sem luz própria.
A semente da discórdia já foi lançada em solo mineiro pela desastrada declaração de Dilma, incentivando a traição no voto Dilmasia que foi rejeitado com polidez mas firmeza pelo governador mineiro, Antonio Anastasia, candidato à reeleição.
E o candidato do PMDB, Hélio Costa, que lidera as pesquisas e enfrenta uma disputa com o PT mineiro, já sugeriu a chapa Serrélio, insinuando uma aproximação com o candidato tucano, que pode vir a se tornar realidade se o PT insistir em ter candidato próprio.
Anastasia, que por sinal é também um neófito em campanhas eleitorais mas parece ser mais cauteloso que Dilma, chamou a atenção para um fato que a candidata oficial parece desconhecer: cada eleição tem suas circunstâncias, e as de hoje não são as da eleição anterior.
Mesmo porque desta vez Aécio Neves está disputando o controle político do estado com o grupo governista, e não lhe basta se eleger para o Senado.
Tem que fazer seu sucessor e preferencialmente ajudar seu partido a eleger o presidente da República, para que possa chegar a Brasília como o grande eleitor de Serra e se impor na aliança governista como o líder inconteste.
Além disso, mesmo que insista no argumento de que ajudará mais o PSDB como candidato ao Senado, até junho pode se convencer de que sua presença na chapa do partido, como vice de Serra, define uma eleição apertada e lhe dará a visibilidade nacional que falta neste momento.
Vixe Maria. Eles não páram de sonhar com isso! O Aécio já cansou de se esgoelar contra essa possibilidade, de ser vice de Serra, que equivaleria praticamente a enterrar seu futuro político, mas os jornalistas pró-Serra continuam insistindo, lançando iscas por toda parte, fazendo inclusive pequenas ameaças, como fez hoje Eliane Catanhede na Folha, dizendo que Aécio "está ostensivamente deixando grassar a incerteza sobre quem é e o que quer. Um risco."
Até junho, apenas três fatos políticos podem mexer com a campanha presidencial antes da propaganda oficial de rádio e televisão: duas, que dependem do PSDB, como o lançamento da candidatura de Serra, que acontecerá amanhã em Brasília, e a escolha de seu vice.
A terceira é a oficialização da retirada da candidatura de Ciro Gomes, do PSB, à Presidência, o que sempre tem aumentado a diferença de Serra para Dilma.
Quanta besteira! Grande coisa a escolha do vice! Até parece que milhões de brasileiros resolverão votar em Serra porque José Carlos Aleluia ou Sérgio Guerra serão seus vices. A mídia converteu a escolha do vice num fato transcendental, que irá galvanizar Serra com o magnetismo de uma vitória irreversível. Só se eles escolherem o Silvio Santos (ups, que merda, dei a idéia!) ou o Roberto Carlos (hum, droga, outra idéia boa pra salvar o Serra)...
Ao contrário, nada de novo está para acontecer até as convenções de junho a favor de Dilma, que continuará dependente da popularidade de Lula, ou "lulodependente".
Mesmo a escolha de seu vice não mudará nada se for confirmada a adesão oficial do PMDB, com a indicação do presidente da Câmara, Michel Temer. Mas se a unidade do PMDB se desfizer devido a alianças políticas frágeis, esta será uma notícia negativa para a candidata oficial.
A maioria esmagadora do PMDB apóia Dilma. As fissuras regionais são absolutamente normais, em se tratando de um partido gigantesco como é o PMDB e de um país gigantesco, como é o Brasil. A aliança de Dilma com o PMDB nunca esteve tão sólida, ainda mais agora que ela se firmou nas pesquisas. O sonho da oposição é desfazer essa aliança, contra a qual, portanto, irá lutar usando todo seu arsenal de intrigas. Petistas e pmdebistas devem ficar atentos para não serem manipulados pelas futricas espertinhas da imprensa oposicionista, que consiste invariavelmente em provocar uma frase aqui outra acolá que possam melindrar um outro, que imediatamente é acionado, para que, sem tempo de saber o que realmente foi falado, reaja com violência, causando atritos e desavenças políticas às vezes difíceis de serem sanados. Acabaram de fazer isso com Hélio Costa. Aliás, os tucanos entendem que sua única saída é obterem um votação esmagadora em Minas e São Paulo. Como tem segurança sobre São Paulo, a incógnita é Minas. Os governistas também perceberam isso. O destino do país se joga em Minas Gerais, onde os tucanos, de fato, desfrutam de melhores condições eleitorais, em função da enorme popularidade de Aécio Neves.
É por essa razão que a situação na corrida presidencial tende a se manter estável, com uma dianteira média do candidato tucano de cinco pontos percentuais, variando de acordo com o instituto de pesquisa e seus métodos.
Como é que é? Merval agora se tornou médium? Especialista em futuro eleitoral? Dilma só cresce nas pesquisas e ele diz que a tendência é Serra manter uma "dianteira média de cinco pontos percentuais". E ainda dá um número exato! Cruz!
Uns institutos apertam essa diferença para 3 a 4 pontos, outros a alargam para até 9 ou 10 pontos.
Que danado! O único que "alargou" a diferença até 9 ou 10 pontos foi o Datafolha. E a diferença no primeiro turno é de 9 pontos, não 10. Vá dizer para sua esposa que ela tem 50 anos em vez de 49, vai.
O que parece certo é que até o momento o eleitorado tem se mantido dentro das previsões, com a candidata oficial recebendo cerca de 30% dos votos; o candidato oposicionista, na faixa dos 35%; e outro terço do eleitorado se mantendo indefinido, à espera da campanha propriamente dita, depois da Copa do Mundo.
Nossa! Quanta besteira! Dentro das previsões? Que previsões?
Isso demonstra também que, mesmo tendo até 80% de avaliação positiva nas pesquisas, o presidente Lula dificilmente transformará sua popularidade em votos para Dilma.
Ã? Dilma vem crescendo aceleradamente nas pesquisas, ou seja, tem havido maciça transferência de votos, e Merval diz que "Lula dificilmente transformará sua popularidade em votos para Dilma"? De onde ele tira esses raciocínios geniais?
Há uma parte da eleição que só pode ser feita pelo próprio candidato, que tem que convencer o eleitor de que ele é melhor alternativa que seu adversário. Mesmo porque a mesma pessoa que acha bom o governo Lula pode considerar que Dilma não é a pessoa certa para dar continuidade a ele.
Está certo, Merval. Mas pode ser o contrário também, né? É muito mais lógico, a meu ver, que a pessoa que ache bom o governo Lula decida votar no candidato governista do que o contrário. Não é isso?
É nesse aparente paradoxo que está apostando o candidato tucano, José Serra, que pretende receber o voto de eleitores que, gostando do governo Lula, não são fanáticos a ponto de seguirem cegamente as ordens do líder.
Que papinho besta, hein? Que mané fanáticos, que mané líder! As pessoas votarão em Dilma não para seguir "cegamente as ordens do líder", mas por uma decisão soberana individual democrática de cada um. O candidato tucano está apostando mesmo num paradoxo, e não num "aparente paradoxo".
Também Dilma teme essa tática, e tenta evitar que dê certo chamando de "lobo em pelo de cordeiro" o oposicionista que diz que vai continuar o governo Lula.
Assim como Lula prometeu mudar tudo e manteve o essencial, que é a política econômica, agora Serra acena a esse eleitorado ainda não definido com um governo de continuidade mas que mudará o essencial, isto é, não terá o PT.
Lobo em pele de cordeiro, isso sim. Vai é dar porrada nos movimentos sociais, cortar programas de assistência, encher o país de pedágios, retomar uma política externa subalterna e burra...
Dilma tem mostrado, por enquanto, sua faceta mais dura e uma submissão a Lula que pode dar segurança aos seguidores de Lula mais fanáticos, mas também colocar em dúvida eleitores mais independentes.
Que submissão a Lula? Dilma é uma pessoa disciplinada. Lula é seu chefe, então ela tem mais é que obedecer mesmo. Merval quer acabar com a hierarquia? De qualquer forma, é um submissão livre, porque é uma escolha dela. A Dilma é uma cidadã livre, num país democrático. Se quiser pode abandonar tudo e ir viver na Indonésia.
Serra se apresentará amanhã como um moderado com experiência política e administrativa.
Moderado coisa nenhuma. Essa é a pele do cordeiro. Nas entranhas do serrismo, agita-se a extrema-direita brasileira, retrógrada, golpista, brutal, preconceituosa
Esse parece ser o ponto decisivo dessa eleição: o eleitor quer experimentar um governo do PT sem Lula como mediador?
Outra ameaça boba. Lula continuará na área. Não desaparecerá da face da terra. Merval Pereira apenas tenta reavivar o discurso do medo e estimular o preconceito contra o PT.
Só lhes aconselho uma coisa. Aconselho a mim mesmo também. Não subestimem Merval Pereira nem ninguém na grande imprensa. Eles são mais inteligentes do que seus textos às vezes deixam transparecer. Não esqueçam que ele é, mesmo sendo apenas um empregado, um dos cérebros políticos das Organizações Globo, que é um dos mais poderosos conglomerados midiáticos do mundo.
Ah,,.configure sua caixa de comentários na opção "incoporada abaixo do texto?" é que assim os seus leitores não tem que estar voltando a toda hora no texto a ser comentado.
Gostei desta sua intervenção no primoroso texto do sinistro Merval(sinsitro é quem usa apenas o lado esquerdo do cérebro)futuro ministro ou sinistro da comunicação de Zé Serra.
"Lobo em pele de cordeiro, isso sim. Vai é dar porrada nos movimentos sociais, cortar programas de assistência, encher o país de pedágios, retomar uma política externa subalterna e burra..."
Suas inserções são ganchos para novos textos mas por favor, nos poupe de ler estas tolices do Merval..vê se dá um jeito de borrar parte deste lixo..gostamos de ler mas nem tanto...
Sou filiado ao SBF - Sindicato dos Blogueiros Felizes,,um sindicato em estado de Work In Progresso
( ) Work In Progress
No lugar das identificação por cores coloquei os nomes seu e de Merval.. ou exclui da fala de Merval aquilo que é redundante ou desncessário, isto como forma de poupar o eleitor de ter o dissabor de ler na íntegra o que Merval escreve...
Grato,
SBF
Merval Pereira/O Globo(exibindo seu bigode de pau): Serra acena a esse eleitorado ainda não definido com um governo de continuidade
Miguel do Rosário/Óleo do Diabo: lobo em pele de cordeiro, isso sim. Vai é dar porrada nos movimentos sociais, cortar programas de assistência, encher o país de pedágios, retomar uma política externa subalterna e burra...
Merval Pereira: Dilma submissão a Lula
Miguel: que submissão a Lula? Dilma é uma pessoa disciplinada. Lula é seu chefe, então ela tem mais é que obedecer mesmo. Merval quer acabar com a hierarquia? De qualquer forma, é um submissão livre, porque é uma escolha dela. A Dilma é uma cidadã livre, num país democrático. Se quiser pode abandonar tudo e ir viver na Indonésia.
Merval: Serra se apresentará amanhã como um moderado com experiência política e administrativa.
Miguel: moderado coisa nenhuma. Essa é a pele do cordeiro. Nas entranhas do serrismo, agita-se a extrema-direita brasileira, retrógrada, golpista, brutal, preconceituosa
Merval: o eleitor quer experimentar um governo do PT sem Lula
Coro (SBF): O que Miguel,???????????????????? o Merval escreveu isso????
Quer dizer então que a direita,,este bando de aves de rapina estão dizendo que o governo Serra será igualzinho ao governo do PT sem tirar nem por... Essa não...é demais...e olhe lá que vamos ter que ouvir esta mentira repetida todos os dias até o dia das eleições..isso não vai ficar assim..
Miguel: outra ameaça boba. Lula continuará na área. Não desaparecerá da face da terra. Merval Pereira tenta reavivar o discurso do medo. Senhoras do Leblon, tremei!
Miguel,
De minha parte, considero salutar ler o PIG também, em doses homeopáticas, claro. Os conheço. Sei que 90% é pura merda, mas sobram os outros 10%, entretanto.
Agora, esse texto do Merval é redundância e wishfull thinking do começo ao fim. Vale a pena ser pautado por tais temas? Você o respeita, ok, mas eu considero que se não fosse o alcance do veiculo 'o globo', com tais artigos, ele seria um zé-ninguém.
Oi Adriano, não subestime o Merval. Ele convence muita gente, e é do conselho político do Globo. Com isso, tem muito poder. Vale a pena sim. Não é questão de ser pautado. Não adianta fingir que não tá ouvindo. As opiniões de Merval são divulgadas via jornal, rádio e tv, dia e noite. É melhor extirpar o tumor antes que ele cresça, por isso é importante realizar a contra-informação. De qualquer forma, como já disse, é uma experiência. Vamos ver quanto tempo eu aguento.
Das vozes do "além". Esse merval se acha "vivo" porém, parece que a realidade é outra. Ele insiste em assombrar o país, por vezes até consegue, por vezes. Aqueles famosos exorcistas, os Patriotas, o estão defenestrando. Em vida, o merval(ora intitulado "de cujos"), achava que seu "brilhantismo" saia da cabeça. Agora esta saindo de outro buraco. Um pouco mais embaixo. O "de cujos" está nas trevas e, parece que nem o "trevoso"(dono das trevas)o suporta mais. Vá de retro "de cujos". (H.P.)
Todos estes jornalistas-trolls..Leitão, Jabar, Medal, etc, tem que sofrer marcação "serrada" dos blogueiros...
Não adianta demonstrar somente os podres dos veículos onde eles trabalham, claro que eles, enquanto profissionais, são os grandes culpados.
Como que o Nassif preferiu sair a continuar na Folha? Porque se trata de uma pessoa íntegra e feliz, hoje sendo atacado a mando de Serra por Eduardo Graef via twitter
Como que o Azenha, o Rodrigo Vianna, o Leandro Fortes, etc, um batalhão de outros bons profissionais prefiram sair ao invés de continuarem infelizes, mentindo coisas com as quais eles não concordam mas que tem que ser assim porrque é ordem do patrão...
Não concordam ou, no mínimo, sabem o que escrevem é mentira ou picaretagem ou coisa assim mas escrevem porque Serra tem que ser eleito
sbf
Acompanho o blogue há pouco tempo, mas já está entre os meus favoritos. Parabéns pelos textos e pela ironia.
[ ]s,
Ninguém
Mandou bem Miguel! Vez em quando pega outros também, só você mesmo para me fazer ler esse malandro-purgante do Merdal kkkk
Vou te contar uma dele, eu tenho um contra- parente dele que é meu parente também.
Ele me falou que o Merval é um solteirão que mora com a mãe até hoje! O cara é um esquisitão, né ?
Melhor você cortar essa ultima parte e guardar para um momento mais apropriado temos que quardar munição.
abç
Uma resposta ao comentário do Anônimo de 11:02 do dia 10/04/10, não se deve puxar por este lado pessoal do cara, não! Não viu a furada em que a Marta Suplicy se meteu na campanha para prefeito. Não, de jeito nenhum! Temos que atacar o comentarista político, e não sua vida particular. E atacando o profissional aja coisa para atacar, pois o cara só fala besteira.
Não comungo da idéia do Miguel sobre a importância dele, não. Ele é mais um destes mercenários da caneta, que escreve o que lhe pagam para escrever. Medíocre!
Postar um comentário