30 de junho de 2010

Osmar Dias adere a Dilma

(Serra, dialogando com seus aliados)

Já abordei o assunto em post abaixo, mas de forma muito irônica. Vamos falar sério agora. Osmar Dias, do PDT paranaense, fechou com Dilma, ampliando a crise tucana em torno do vice. A escolha de Alvaro Dias revela-se cada vez mais uma burrice tão grande, tão enigmática, tão surreal, que me faz lembrar uma pintura de Hyeronimus Bosh. O pastelão tucano mostrou-se, gradualmente, cômico, trágico, ridículo, caricatural, e agora começa a se tornar doentio. Enquanto Serra afirma que é tudo "normal" e que "tudo vai se resolver", as lideranças partidárias gastaram, nos últimos dias, colossais reservas de energia, paciência, tempo e mesmo dinheiro (viajando para lá e para cá), em torno de uma decisão que o tucano poderá, num gesto de magnamidade, cancelar. Uma poderosa indagação, contudo, permanecerá flutuando no ar: porque fez isso, então? Por que produziu tanta notícia negativa? Por que traiu seu maior aliado?

O problema de Serra me parece mesmo a ausência total de caráter, e isso não se perdoa sequer entre ladrões. Por uma razão simples. Nenhum coletivo político jamais se mobilizou sem que haja um mínimo de confiança entre as partes. Se o DEM não confia no Serra, porque a população deverá confiar?

No caso do PSDB manter a decisão de dar o vice para Álvaro Dias, o cenário é ainda mais desolador para Serra. Pois mesmo que o DEM desista de pular fora da aliança, será um casamento de conveniência, sem amor, sem amizade, sem parceria.

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E o PSC, que havia aderido provisoriamente a Serra, embalado naquelas pesquisas furadas do Datafolha que  mostraram o bicudo em ascensão, caiu em si e agora tende a fechar acordo com Dilma Rousseff. Caso a notícia se confirme, será mais um prego a selar o caixão da candidatura tucana, por causa do tempo de TV do partido, com o qual o PSDB esperava contar. As trapalhadas serristas perigam reduzir o espaço de propaganda eleitoral do candidato a um terço do de Dilma.

A mídia parece nem estar acreditando na reviravolta do PSC. A Folha deu uma notinha minúscula e hesitante. O Estadão apareceu com uma estranha ameaça do TRE paulista ao PSC:

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo desaprovou ontem as contas anuais do diretório estadual do PSC. Os juízes determinaram, ainda, a suspensão do repasse de novas cotas do fundo partidário ao diretório por 12 meses e o recolhimento pela sigla de R$ 147.045,63 ao fundo. Cabe recurso ao TSE.

A coluna do Ilimar Franco (Globo), por sua vez, é bem mais assertiva e informada:


Serra pode, ao menos, ficar tranquilo quanto a uma coisa. Mesmo que o PSC decida-se por Dilma, o tucano continuará tendo o apoio do ilibado Joaquim Roriz.

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Acabo de ler no Blog da Dilma que o presidente do Partido Social Cristão, pastor Everaldo, irá anunciar às 11 horas da manhã desta quinta-feira, a retirada de apoio à candidatura de Serra e a adesão à campanha de Dilma Rousseff. Se for uma aliança formal, a petista ampliará a sua já enorme vantagem sobre o tucano em tempo de tv.

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