Estupenda, a montanha que arqueia suas corcovas
enlameadas sobre os caminhos, os caminhos
de sangue das bromélias,
...das bromélias
de antigamente
Estúpida e linda
esta lua sem manchas
radioativa e lúcida
qual um camelo
um vira-lata
uma canção...
se lhe resta
o sol espiando por entre as folhas
antes das águas
e dos clamores
vai-te feliz por entre as ruas
por entre os bares
por entre os seres
que lhe roubaram
o futuro, as flores
da vitória, amarelas
e fúnebres
as flores da morte
nas quais revives
solitário, infeliz, triunfante
elefante negro e robusto
pouco antes de ser caçado
terás o desencontro
das noites vazias e manhãs atormentadas
mas de ponteiros velozes,
traiçoeiros
como flechas envenenadas
um sinal fechado
o trem que surge, universal
na direção de tua queda
fracasso de sombras
elefantes, flores e negras
jogos de sinuca na segunda-feira
não são como outrora
calma, leia a bíblia
termine a cerveja respire fundo
após a manhã chuvosa, virá o desespero,
o sol esfomeado e brutal
de seu trabalho...
sevando as flores
rudes de um amor
infindo