29 de maio de 2005

Outro blog

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Só para avisar a qq navegante, que meu outro blog, Hellbar.blogspot.com, é que está sendo atualizado com mais frequencia. Sds

17 de maio de 2005

Juros baixos e liberdade para os camelôs

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Não basta baixar os juros. O mais importante é proporcionar juros baixos a quem realmente precisa deles. Afinal, juros baixos, num país de descapitalizados e despossuídos, vão beneficiar principalmente os proprietários, sobretudo os grandes, que usarão o crédito fácil para amealhar mais propriedades. Digamos que o sujeito seja dono de cinco apartamentos. Com juros baixos, ele compra mais dois. Enquanto isso, o pequeno, mesmo com juro baixo, não consegue aprovação para sua carta de crédito porque seu comprovante de renda apresenta um valor muito baixo para o imóvel.

Ou seja, o sujeito que ganha menos de dois mil reais por mês, ou 80% a 90% da população brasileira, vai conseguir comprar, no máximo, um barraco no alto do morro, pelo módico preço de vinte mil reais, pagáveis em quinze anos. Infelizmente, devido a taxa de risco incutida maliciosamente pelo banco, alguns jurinhos extras e taxas de serviço deverão ser acrescentados às mensalidades. Discretamente, é claro.

Portanto, é preciso que o governo prossiga lançando todos esses pacotes de crédito especiais para determinadas categorias. Só assim o juro baixo vai beneficiar efetivamente o trabalhador e o agricultor.

Entre as classes médias e altas também existem segmentos que merecem juro baixo. São aqueles voltados para o desenvolvimento. O setor de turismo, por exemplo, merece juros baixos. Mas não para grupos internacionais pegaram dinheiro no BNDES ou no Banco do Brasil e construir mais um resort na Bahia. O juro baixo deve ir para o pequeno ou médio empresário aplicar num projeto ecologica e socialmente correto, com estudos sobre os benefícios sociais e econômicos para as economias locais.

Alguns segmentos da construção civil também merecem, sobretudo para projetos de casas populares.

A área de tecnologia, também.

Enfim, isso se chama fazer "política industrial", o que era um palavrão nos anos 90, quando o neo-liberalismo era um consenso. Agora é uma palavra de ordem.

No mais, falta dar liberdade aos camelôs. Ajudá-los a se organizarem, sindicalizarem-se, pagaram a previdência, dar-lhes crédito. É preciso investir no comércio ambulante, essencial para um país de grandes dimensões como o nosso. Precisamos de muita gente no comércio ambulante, para distribuir para o sul e para o norte as riquezas do país.

O que não é mais possível é reprimi-los da maneira estúpida e truculenta como vem fazendo o César Maia no Rio de Janeiro e creio que muitos outros prefeitos e governadores no resto do país. Especialmente no Rio, isso é terrivelmente contra-producente do ponto-de-vista da segurança pública. Primeiro porque enquanto a guarda municipal está recolhendo as canetas Bic do camelô, os pivetes estão assaltando (e matando e estuprando) turistas em Copacabana. Pensem bem. O que é mais importante?

César Maia lê cartinha de leitor do Globo protestando contra o caos gerado pelos camelôs no Centro e aí manda baixar o cacete nos pobres diabos, que são pais de família e estão ali dando duro para ganhar o leite das crianças honestamente. No Rio é assim. Roubar pode. Tem ladrão parando o carro na calçada, arrancando a caixa eletrônica inteira e levando pra casa. Tem policial matando inocente. Franceses sendo esfaqueados na Avenida Atlântica. Mas o prefeito está preocupado com o camelô vendendo CD pirata na Carioca.

PS: Parece que os adultos do país decidiram, finalmente, dar um puxão de orelha no "Garotinho"... Ameaçaram deixá-lo de castigo por três anos. Que dó...

10 de maio de 2005

Jornalões americanos ignoram evento internacional no Brasil

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Numa amostra clara de como os jornalões americanos, New York Times e Washington Post são tendenciosos e compartilham a visão imperialista do governo Bush, não publicaram nenhuma nota na edição de hoje sobre o encontro internacional entre chefes de Estado da América do Sul e do oriente médio.

Larry Rother, o correspondente do NY Times, preferiu dar uma de crítico de arte e foi pra Manaus cobrir o festival de Ópera...

Depois ainda tem gente que ainda chama o NY Times de esquerdista... Para mim, o NY Times não passa de uma assessoria de imprensa da Casa Branca travestida de imprensa "livre".

8 de maio de 2005

A guerra fria não terminou

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O aniversário da rendição total alemã aos exércitos aliados, na II Guerra Mundial, ocorrida por ocasião da entrada do exército soviético em Berlim, despertou na imprensa mundial, aqui representada pelo jornal O Globo, uma rançosa e anacrônica interpretação ideológica dos acontecimentos.

O Globo, repetindo pensamentos conservadores oriundos dos Estados Unidos, deu ênfase às mortes ocorridas quando os soviéticos dominaram metade da Alemanha e grande parte do Leste Europeu. Autoridades norte-americanas, mais uma vez, procuraram denegrir o prestígio histórico da Rússia, que foi, ela sim, a nação mais atrozmente destruída pelos exércitos de Hitler - com mais de vinte milhões de baixas - e a primeira a inflingir uma severa derrota militar aos nazistas.

A ascenção do comunismo após a II Guerra se deve não somente à ofensiva russa. Dentro dos países do Leste Europeu, o proletariado estava fortemente organizado e existia, em todo mundo, um chamado irresistível, um sonho que parecia próximo, às massas oprimidas por séculos, para conseguirem acesso a um sistema de educação e saúde que, sem o socialismo, nunca iriam alcançar.

Se o socialismo trouxe malefícios às liberdades individuais nos países onde se instalou, esse foi o preço, terrível, mas necessário. A consolidação da democracia norte-americana também foi terrível, também envolveu muitas mortes, com a Guerra de Secessão do final do século XIX e, no entanto, pensa-se hoje, com razão, que foi um conflito essencial para o estabelecimento das bases sociais em que se assentou a grande nação americana.

Os japoneses causaram doze milhões de mortes na China durante a II Guerra Mundial, e Mao é que o vilão? Mao Tsé Tung, artífice principal da revolução chinesa, salvou esse grande país de um implosão política, social e econômica que o fragmentaria em dezenas de nações miseráveis, vulneráveis e submissas às potências ocidentais, e o recolocou numa trilha digna e hoje todos respeitam a China como uma nação poderosa, rica e orgulhosa de si mesma.

Portanto, nesse momento em que se festeja a rendição dos nazistas, em maio de 1945, que não se tente usar a comemoração para diminuir o heroísmo inaudito dos povos soviéticos que souberam dar muito bem, à agressão alemã, a única resposta que os seguidores de Hitler entendiam e respeitavam: uma esmagadora e definitiva vitória militar.

E os russos eram um povo revolucionário. Camponeses que, durante séculos, haviam sido tratados como semi-escravos de uma aristocracia ociosa, corrupta e decadente, agora estudavam engenharia nas universidades do Estado. A mesma coisa com os chineses. E foi essa referência revolucionária que obrigou as elites americanas, por exemplo, durante o governo de Roosevelt, nos anos 30, a realizar profundas reformas para melhorar a situação dos trabalhadores. Na Europa, o proletariado começou a ser tratado, senão com respeito, pelo menos com um profundo temor em relação a seu potencial revolucionário e deu-se a preferência a conceder-lhe de bom grande os benefícios que merecia, antes que ele, o proletariado, o arrancasse à força.