10 de novembro de 2004

Escrevo nesse blog com a liberdade da solidão. Enquanto outros blogs primam pela riqueza e profusão de comentários, o meu parece destinado a atravessar sua existência em completo anonimato e esquecimento. Tudo bem. Estou sozinho no escritório da casa de minha mãe, a poucos dias de mudar-me, juntamente com minha carinhosa e sagaz companheira, para o interessante bairro de Fátima. Quer dizer, se tudo der certo, se o monstro autoritário que administra a burocracia mundial permitir que aluguemos aquele humilde conjugado na Riachuelo, quase em frente ao supermercado Mundial.

Mas a razão principal de estar aqui, ato raro (e por isso não protesto em demasia contra a falta de visitas), é na realidade o fato de ter terminado, há poucos minutos, a leitura de um livro extraordinário, que me despertou pensamentos e emoções que gostaria de partilhar com esse vasto e quase infinito mundo virtual, onde olhos desconhecidos, anônimos, secretos, nos miram de longe, discretamente, mas com a voracidade própria dos seres noturnos.

Esse livro é o Dr.Fausto, de Thoman Mann. Na verdade, são dois livros, visto que a editora Record dividiu, mui sabiamente, essa prodigiosa e volumosa obra de 690 páginas, em duas partes mais ou menos iguais.

Foi uma leitura difícil, admito. Nem me recordo quando comecei, mas faz bem uns seis meses. Verdade também que nesse entretempo li vários outros livros. Mas tenho certeza de que a leitura dessa obra, na qual Mann conta a história trágica de um (fictício) famoso compositor alemão, constituiu um marco em minha angustiada (porventura divertida) carreira de escritor.

Antes de terminar, dois avisos desse meio desajeitado editor e artista: a festa de lançamento da próxima edição de Arte & Política, e o lançamento de um livro de contos chamado ???? (surpresa!) de minha autoria. A festa deverá ocorrer na primeira ou segunda semana de dezembro e haverá propaganda maciça nas ruas e, é claro, nesse blog e no site Arte & Política. O livro de contos também será, obviamente, divulgado no mesmo site. Alguns contos já são conhecidos dos leitores de Arte & Política, outros são inéditos.

Por enquanto é só. Cordialmente.

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