Lá estava eu no 247, indo para Vila Isabel. O ônibus estava meio vazio.
- E aí, será que o Geraldo Alckmin vai subir?
Quem falava era o motorista, em voz alta, dirigindo-se à trocadora. Ela fez uma cara engraçada, mexeu os ombros, sorriu sem graça e não disse nada. O motorista repetiu a pergunta. Ela olhou em volta, à procura de ajuda. Havia apenas um senhor sentado perto dela. Ela perguntou, olhando para o senhor:
- Geraldo... o quê? É candidato a quê? Governador? Deputado?
O senhor estava lendo jornal. Ele usava uma boina verde. Fiquei imaginando em quem esse cara iria votar e não consegui identificar. Ele ajudou a moça.
- Geraldo Alckmin é candidato a presidente.
A moça fez um ah, deu de ombros e não falou nada. O motorista, que havia acompanhado os acontecimentos, mandou de lá onde ele estava:
- É, vai ser Lulalá mesmo.
O senhor de boina guardou o jornal e se dispôs a conversar com a trocadora.
- O Lula fez muita coisa. Fez mais em quatro anos que o FHC em oito anos - ponderou o senhor.
- Mas tem que fazer ainda mais - contraveio a moça.
- Ah, isso eu concordo. Tem que fazer mais - aprovou o senhor.
Fez um silêncio de alguns segundos. O ônibus fez uma manobra mais forte e parou num ponto. Não entrou ninguém. A trocadora finalizou o papo:
- Tá muito bom agora. Vai melhorar mais ainda.
Foi uma afirmação forte. Não se trata nem de esperança, mas de fé. O apoio à Lula está nas ruas. O constragimento produzido pela crise política se esgarça cada vez mais. A onda lacerdista, que explodiu na praia no ano passado, ameaçando a democracia brasileira, agora é só espuma. Os marketeiros e aliados do chuchu lavam a roupa suja em público, expondo sem vergonha técnicas baratas e quiçá obsoletas para conquistar votos. Blogueiros tucanos, como Noblat e Josias de Souza, não escondem sua frustração e, por outro lado, começam a garantir seu futuro na nova realidade, e fazem elogios discretos ao governo Lula e escarnecem da cada vez mais provável derrota tucana.
16 de agosto de 2006
"A culpa é do governo!"
4 comentarios
Muita gente deve se lembrar de um quadro do Chico Anísio na qual havia sempre dois personagens culpando o governo por todos os males, mesmo os mais particulares e fúteis que lhes ocorriam. "A culpa é do governo!", vociferava o personagem interpretado por Chico. Lembro que eu admirava o que aquele quadro continha de crítica política inteligente ao um histórico descompromisso do brasileiro com a cidadania. A culpa sempre é do governo, nunca do cidadão. No caso da segurança pública, não se trata de nada fútil, e certamente os governos têm uma enorme responsabilidade, mas é preciso que a sociedade como um todo, especialmente a classe dominante e a grande mídia, compreendam a necessidade de assumirem também a participação nesse drama social.
Aliás, é disso que se trata. Drama social. Não terrorismo ou qualquer nome pomposo que agora queiram lhe dar. O quadro pode ter evoluído de uns anos pra cá. O PCC foi organizado há relativamente pouco tempo. Mas crime organizado sempre houve em São Paulo, e até onde eu sei, eles são inimigos declarados das autoridades governamentais, assim como os empresários o são dos impostos.
Nesta crise de segurança, a "opinião pública" da mídia agora se volta contra os governos, esquecendo que é o quarto poder, e que, se há crise, é porque ela também tem sido omissa sobre o tema há muitos anos.
Pra começar, a mídia tem desdenhado acintosamente da política de redução de desigualdade de renda no país, praticada pelo governo Lula, como se isso não impactasse profundamente, de forma positiva, sobre as origens sociais da violência. Em segundo lugar, e no caso especial de São Paulo, a mídia não exerceu nunca a devida crítica à política carcerária do governo tucano, que está em crise há bastante tempo. A mídia esqueceu as crises sucessivas na Febem. Esqueceu que as rebeliões nos presídios dos últimos anos nos presídios paulistas. Com seu imediatismo, estão todos concentrados no aqui e agora. Ninguém procura resgatar o histórico desta crise nem projetar soluções de longo prazo.
Noto que o fator que mais tem gerado perplexidade na elite e na mídia é a constatação de que o crime organizado possui gente com cérebro, e que tenham também vontade política. Não, eles são bandidos, animais! Só o fato de eu estar escrevendo isso já causa, em algumas pessoas reacionárias, um asco instintivo: ele está protegendo bandidos. Esquecem que a bandidagem politizada é fenômeno social dos mais comuns em todo mundo, inclusive aqui no Brasil. São Paulo está conseguindo recriar o cangaço! É inevitável que segmentos marginalizados da sociedade paulista, que também alimentam fortes ressentimentos contra as autoridades, se identifiquem com os protestos violentos (e assassinos) do PCC. A política de segurança dos estados brasileiros continua a ser truculenta, discriminatória e assassina. A polícia continua matando pobre. Advogados roubam milhões durante décadas e, quando são presos, a OAB e a mídia entram em cena protestando contra a truculência da Polícia Federal. Mas a OAB vira as costas para as milhares de pessoas, inclusive muitos inocentes, executadas friamente pela polícia paulista nas periferias. A OAB virou as costas para a Febem.
Frase inscrita na parede do gabinete do deputado Jair Bolsonaro, caricatura da extrema-direita no Brasil: direitos humanos, esterco da bandidagem. A Folha de São Paulo, que vem se inclinando cada vez mais à direita, agora divulgou pesquisa dizendo que "maioria" dos brasileiros se declara de direita. Uma pesquisa altamente duvidosa, a meu ver, porque a maioria dos entrevistados nem sabe o que é direita e esquerda e, historicamente, o pobre brasileiro se identifica mais com o termo "direita", pelas óbvias características de lembrar o que é certo, o que é "direito", legal. É como se perguntasse ao pobre. Você é bonito ou pulcro? Ora, pulcro quer dizer belo, formoso, gentil, mas soa como se tivesse o sentido contrário. Eles tentam legitimar a pesquisa dizendo que o brasileiro é contra o aborto, contra a maconha, etc. Mas não acho que seja antropologicamente correto misturar essas coisas. Acho que a pesquisa foi uma procura da Folha de se legitimar como direita, e legitimar a direita no Brasil. Enfim, voltemos ao tema da segurança.
A Folha é um caso triste em termos de colunistas. Inventou aquelas três coluninhas da segunda página, onde, num espaço mínimo, ridículo, Clovis Rossi, Eliane Catanede e mais um outro, procuram dar seu pitaco definitivo sobre a sociedade brasileira. Rossi, como tem feito ultimamente, gasta metade do seu espaço já limitado para desqualificar de antemão qualquer um que não comungue com suas idéias - são "idiotas", massa idiotizada.
Mas não pense que o Sr.Rossi ou Lady Catanede exercerão qualquer crítica ao governo tucano no que toca a segurança pública. Não, eles só criticam o governo tucano colocando no mesmo saco o governo Lula. A crítica que fazem ao tucano é sempre neutralizada com outra pior ao governo Lula. De forma que, no auge da crise, não exercem a saudável pressão política às autoridades paulistas. Nunca exerceram.
A ladainha da vez é dizer que, como o PCC se alimenta do tráfico de drogas, e o combate ao mesmo é atribuição da PF, então a culpa é do governo federal. Ora, hipocrisia tem limites. Mesmo os EUA, com todo o seu aparato militar monstruoso, suas agencias de inteligência bilionárias, não conseguem evitar que metade da droga do mundo seja consumida por lá, como é que nós, com nossos escassos recursos, com fronteitas gigantes com outros países, poderíamos constituir um modelo nesse sentido. Ademais, a PF tem atuado exemplarmente contra o tráfico, tendo desmantelado quadrilhas históricas que operavam no Brasil.
A mídia paulista, reitero, tem sido vergonhosamente omissa e leviana nesta crise de segurança. É ridículo que, diante de uma situação de tamanha seriedade, a Folha, por exemplo, se limite a publicar a opiniãozinha de cinco linhas de Clovis Rossi sobre o tema, das quais metade, como já disse é para chamar os outros de idiotas. Onde está a fúria investigativa demonstrada na crise do "mensalão"? Aliás, por falar nisso, a crise dos sanguessugas seria outra excelente oportunidade para a mídia exercer seu papel de "vigilante ética". Onde estão as reportagens investigativas sobre os sanguessugas? Sobre as prefeituras que superfaturavam compra de ambulâncias, por exemplo? Não, é muito mais confortável e fácil seguir na rabeira das CPIs, não é?
Bem, finalizando o artigo, retorno ao problema da segurança e lembro de uma frase da Bíblia, mais precisamente de Isaías, Velho Testamento, que é um clássico de histórias de violência. "Só haverá paz quando houver justiça". Esse parece ser um pensamento milenar, que aliás me faz lembrar do Glauber, autor de Deus e Diabo na Terra do Sol, que dizia que "a violência é a manifestação mais nobre da fome". No filme citado, o protagonista, depois de procurar salvação no fanatismo religioso (e quase morrer numa chacina patrocinada por latifundiários), se junta a Corisco, famoso cangaceiro. Ao final, também isso dá errado e ele foge. O filme termina com ele correndo pelo sertão, fugindo de seu próprio destino. É uma mensagem bonita, até moralista, de Glauber, embora sem apontar saídas que não essa fuga desabalada de si mesmo. A saída, enfim, não está na violência, e sim na criação de perspectivas de ascensão social.
O crime sempre existirá, é ingenuidade pensar o contrário, pois haverá sempre homens pervertidos, preguiçosos e maus. Quando se vive drama social, porém, o crime se torna um meio de vida quase que institucionalizado. A verdade é que os governos do Estado de São Paulo não souberam, ou melhor, não quiseram executar políticas sociais consistentes. A teoria do Estado Mínimo usou os pobres de São Paulo como cobaias de laboratório. E as cobaias ficaram violentas. Como era de se esperar, não? Os tucanos se acham tão cultos, mas não andam lendo muita história. Se o fizessem, veriam que há dez mil anos os homens têm esse costume desagradável de reagirem com extrema violência diante de qualquer opressão. E violência, tenha ela raízes sociais ou não, seja feita pelo Estado ou por bandidos, resulta sempre em brutalidade, covardia e morte de inocentes.
Aliás, é disso que se trata. Drama social. Não terrorismo ou qualquer nome pomposo que agora queiram lhe dar. O quadro pode ter evoluído de uns anos pra cá. O PCC foi organizado há relativamente pouco tempo. Mas crime organizado sempre houve em São Paulo, e até onde eu sei, eles são inimigos declarados das autoridades governamentais, assim como os empresários o são dos impostos.
Nesta crise de segurança, a "opinião pública" da mídia agora se volta contra os governos, esquecendo que é o quarto poder, e que, se há crise, é porque ela também tem sido omissa sobre o tema há muitos anos.
Pra começar, a mídia tem desdenhado acintosamente da política de redução de desigualdade de renda no país, praticada pelo governo Lula, como se isso não impactasse profundamente, de forma positiva, sobre as origens sociais da violência. Em segundo lugar, e no caso especial de São Paulo, a mídia não exerceu nunca a devida crítica à política carcerária do governo tucano, que está em crise há bastante tempo. A mídia esqueceu as crises sucessivas na Febem. Esqueceu que as rebeliões nos presídios dos últimos anos nos presídios paulistas. Com seu imediatismo, estão todos concentrados no aqui e agora. Ninguém procura resgatar o histórico desta crise nem projetar soluções de longo prazo.
Noto que o fator que mais tem gerado perplexidade na elite e na mídia é a constatação de que o crime organizado possui gente com cérebro, e que tenham também vontade política. Não, eles são bandidos, animais! Só o fato de eu estar escrevendo isso já causa, em algumas pessoas reacionárias, um asco instintivo: ele está protegendo bandidos. Esquecem que a bandidagem politizada é fenômeno social dos mais comuns em todo mundo, inclusive aqui no Brasil. São Paulo está conseguindo recriar o cangaço! É inevitável que segmentos marginalizados da sociedade paulista, que também alimentam fortes ressentimentos contra as autoridades, se identifiquem com os protestos violentos (e assassinos) do PCC. A política de segurança dos estados brasileiros continua a ser truculenta, discriminatória e assassina. A polícia continua matando pobre. Advogados roubam milhões durante décadas e, quando são presos, a OAB e a mídia entram em cena protestando contra a truculência da Polícia Federal. Mas a OAB vira as costas para as milhares de pessoas, inclusive muitos inocentes, executadas friamente pela polícia paulista nas periferias. A OAB virou as costas para a Febem.
Frase inscrita na parede do gabinete do deputado Jair Bolsonaro, caricatura da extrema-direita no Brasil: direitos humanos, esterco da bandidagem. A Folha de São Paulo, que vem se inclinando cada vez mais à direita, agora divulgou pesquisa dizendo que "maioria" dos brasileiros se declara de direita. Uma pesquisa altamente duvidosa, a meu ver, porque a maioria dos entrevistados nem sabe o que é direita e esquerda e, historicamente, o pobre brasileiro se identifica mais com o termo "direita", pelas óbvias características de lembrar o que é certo, o que é "direito", legal. É como se perguntasse ao pobre. Você é bonito ou pulcro? Ora, pulcro quer dizer belo, formoso, gentil, mas soa como se tivesse o sentido contrário. Eles tentam legitimar a pesquisa dizendo que o brasileiro é contra o aborto, contra a maconha, etc. Mas não acho que seja antropologicamente correto misturar essas coisas. Acho que a pesquisa foi uma procura da Folha de se legitimar como direita, e legitimar a direita no Brasil. Enfim, voltemos ao tema da segurança.
A Folha é um caso triste em termos de colunistas. Inventou aquelas três coluninhas da segunda página, onde, num espaço mínimo, ridículo, Clovis Rossi, Eliane Catanede e mais um outro, procuram dar seu pitaco definitivo sobre a sociedade brasileira. Rossi, como tem feito ultimamente, gasta metade do seu espaço já limitado para desqualificar de antemão qualquer um que não comungue com suas idéias - são "idiotas", massa idiotizada.
Mas não pense que o Sr.Rossi ou Lady Catanede exercerão qualquer crítica ao governo tucano no que toca a segurança pública. Não, eles só criticam o governo tucano colocando no mesmo saco o governo Lula. A crítica que fazem ao tucano é sempre neutralizada com outra pior ao governo Lula. De forma que, no auge da crise, não exercem a saudável pressão política às autoridades paulistas. Nunca exerceram.
A ladainha da vez é dizer que, como o PCC se alimenta do tráfico de drogas, e o combate ao mesmo é atribuição da PF, então a culpa é do governo federal. Ora, hipocrisia tem limites. Mesmo os EUA, com todo o seu aparato militar monstruoso, suas agencias de inteligência bilionárias, não conseguem evitar que metade da droga do mundo seja consumida por lá, como é que nós, com nossos escassos recursos, com fronteitas gigantes com outros países, poderíamos constituir um modelo nesse sentido. Ademais, a PF tem atuado exemplarmente contra o tráfico, tendo desmantelado quadrilhas históricas que operavam no Brasil.
A mídia paulista, reitero, tem sido vergonhosamente omissa e leviana nesta crise de segurança. É ridículo que, diante de uma situação de tamanha seriedade, a Folha, por exemplo, se limite a publicar a opiniãozinha de cinco linhas de Clovis Rossi sobre o tema, das quais metade, como já disse é para chamar os outros de idiotas. Onde está a fúria investigativa demonstrada na crise do "mensalão"? Aliás, por falar nisso, a crise dos sanguessugas seria outra excelente oportunidade para a mídia exercer seu papel de "vigilante ética". Onde estão as reportagens investigativas sobre os sanguessugas? Sobre as prefeituras que superfaturavam compra de ambulâncias, por exemplo? Não, é muito mais confortável e fácil seguir na rabeira das CPIs, não é?
Bem, finalizando o artigo, retorno ao problema da segurança e lembro de uma frase da Bíblia, mais precisamente de Isaías, Velho Testamento, que é um clássico de histórias de violência. "Só haverá paz quando houver justiça". Esse parece ser um pensamento milenar, que aliás me faz lembrar do Glauber, autor de Deus e Diabo na Terra do Sol, que dizia que "a violência é a manifestação mais nobre da fome". No filme citado, o protagonista, depois de procurar salvação no fanatismo religioso (e quase morrer numa chacina patrocinada por latifundiários), se junta a Corisco, famoso cangaceiro. Ao final, também isso dá errado e ele foge. O filme termina com ele correndo pelo sertão, fugindo de seu próprio destino. É uma mensagem bonita, até moralista, de Glauber, embora sem apontar saídas que não essa fuga desabalada de si mesmo. A saída, enfim, não está na violência, e sim na criação de perspectivas de ascensão social.
O crime sempre existirá, é ingenuidade pensar o contrário, pois haverá sempre homens pervertidos, preguiçosos e maus. Quando se vive drama social, porém, o crime se torna um meio de vida quase que institucionalizado. A verdade é que os governos do Estado de São Paulo não souberam, ou melhor, não quiseram executar políticas sociais consistentes. A teoria do Estado Mínimo usou os pobres de São Paulo como cobaias de laboratório. E as cobaias ficaram violentas. Como era de se esperar, não? Os tucanos se acham tão cultos, mas não andam lendo muita história. Se o fizessem, veriam que há dez mil anos os homens têm esse costume desagradável de reagirem com extrema violência diante de qualquer opressão. E violência, tenha ela raízes sociais ou não, seja feita pelo Estado ou por bandidos, resulta sempre em brutalidade, covardia e morte de inocentes.
11 de agosto de 2006
Crise de segurança em SP expõe futilidade da imprensa paulista
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São Paulo vive uma das piores crises de segurança pública de sua história. Isso é fato. Os ataques do PCC mataram dezenas de agentes da lei. A reação genocida da polícia paulista acrescentou centenas de corpos à conta sangrenta da crise. Não esqueçamos que a matança na periferia continua. Nunca parou. A violência policial contra os pobres é uma tradição histórica profundamente arraigada na sociedade brasileira, em todos os estados. Lembro-me que após a chacina da Baixada Fluminense, há dois anos, em que mais de 30 inocentes foram mortos, por policiais (sempre eles!), vieram à tôna gráficos e estudos mostrando que, normalmente, sem alardes na imprensa, um número ainda maior de pessoas era assassinado, cada mês, no Grande Rio. Aposto que em São Paulo é a mesma coisa.
Enfim, diante de tal descalabro, o que vemos na imprensa? Os jornalistas da Folha de São Paulo procuram apenas destrinchar o lado eleitoral da crise. Se Lula não oferece ajuda ou dinheiro, ele é omisso, não faz nada. Se oferece dinheiro e ajuda do Exército, é oportunista. Se o governo paulista aceita ajuda do Exército, beneficia Lula. Se não, beneficia também.
O que vemos, na verdade, é uma tentativa desesperada da imprensa paulista de blindar o PSDB, principal responsável pela crise de segurança no Estado de São Paulo. Desde o primeiro ataque do PCC foi assim. O repasse de verbas federais à SP vem sendo usado de maneira ridícula, visto que não estamos falando de um estado pobre, que necessita de recursos federais. Não, falamos do Estado mais rico do país, governado há 12 anos por um partido com fortes ligações com as elites brasileiras. Ou seja, qualquer plano de segurança poderia contar com verbas abundantes tanto do setor público como do setor privado.
Isso, sem contar, que o PSDB governou o país por 8 anos, o que também é sistematicamente esquecido. Muito bonito agora querer jogar a conta da crise de segurança pública nas costas do Lula! Esqueceram o aumento no desemprego, a recessão, a falta de perspectivas, a ausência de programas sociais, que caracterizaram o governo FHC.
Claro, a direita brasileira, uma das mais burras do mundo, vem com aquele discurso que pobreza não tem nada a ver com criminalidade ou violência. Que o sujeito pobre não vai roubar por que tem moral pessoal... Ora, isso é de uma hipocrisia e estupidez sem limites. Evidentemente que algumas famílias conseguem transmitir valores a seus filhos. Mas a maioria não consegue, por vários motivos. Os pais têm pouco contato com os filhos, porque não tem dinheiro para bancar viagens à casa de praia, dinheiro para cinema, pizzas, brinquedos, dvds, computador com internet, e todos esses artifícios financeiros tão importantes usados para "conquistar" a atenção da garotada. A atmosfera da periferia é hostil, agressiva, estimulando comportamentos anti-sociais. Como alguém pode falar de moral pessoal a uma família destruída pela miséria? A miséria é o pior destruidor de lares e famílias, além de humilhar o ser humano. Nesse ambiente de humilhação e desencanto surge o crime, com seu poder de sedução e liberdade. Essa é a explicação mais lógica.
Naturalmente, um tema tão espinhoso merece ser estudado a fundo. Então que se estude a fundo. O governo de SP deveria aplicar verba na realização de estudos avançados sobre violência e segurança pública, fazer parcerias com universidades, empresas e instituições internacionais. Isso com a máxima urgência. É incrível como depois de tantos ataques, a imprensa paulista não decidiu contratar ou formar jornalistas especializados em segurança pública e não criou seção constante de debate sobre o tema no jornal e nos sites.
A crise de violência atinge a todos, esquerda, direita, PSDB, PT. Os monstros produzidos pela sociedade (ou produzidos por si mesmos, não importa) estão matando pessoas diariamente. Assaltando, sequestrando, assassinando.
Não falei sobre a política penitenciária, que deve também ser objeto de profundo debate. A imprensa pode ajudar trazendo soluções de outros países, para avaliarmos que experiências combinariam melhor com nossa realidade. Mesmo que for para ver que nenhuma delas nos serve. De cara, acho que o tamanho de nossa população carcerária justifica a criação imediata de prisões industriais e agrícolas, e a instituição da poupança individual para cada preso, de forma a incentivá-lo a trabalhar e para que os presos pobres e com intenções honestas de reintegração possam voltar à sociade com alguma coisa com o que recomeçar suas vidas. Além de ajudarem, honestamente, no sustento das casas.
O papel da imprensa, como indutor dos debates, é essencial. Enquanto a mídia ficar à mercê de futricas partidárias e políticas, estará apenas servindo à manutenção do status quo, ou seja, nada. Não importa saber quem será ou não beneficiado com aquela ou esta medida, mas o que é servirá melhor aos interesses de São Paulo e do Brasil.
Enfim, diante de tal descalabro, o que vemos na imprensa? Os jornalistas da Folha de São Paulo procuram apenas destrinchar o lado eleitoral da crise. Se Lula não oferece ajuda ou dinheiro, ele é omisso, não faz nada. Se oferece dinheiro e ajuda do Exército, é oportunista. Se o governo paulista aceita ajuda do Exército, beneficia Lula. Se não, beneficia também.
O que vemos, na verdade, é uma tentativa desesperada da imprensa paulista de blindar o PSDB, principal responsável pela crise de segurança no Estado de São Paulo. Desde o primeiro ataque do PCC foi assim. O repasse de verbas federais à SP vem sendo usado de maneira ridícula, visto que não estamos falando de um estado pobre, que necessita de recursos federais. Não, falamos do Estado mais rico do país, governado há 12 anos por um partido com fortes ligações com as elites brasileiras. Ou seja, qualquer plano de segurança poderia contar com verbas abundantes tanto do setor público como do setor privado.
Isso, sem contar, que o PSDB governou o país por 8 anos, o que também é sistematicamente esquecido. Muito bonito agora querer jogar a conta da crise de segurança pública nas costas do Lula! Esqueceram o aumento no desemprego, a recessão, a falta de perspectivas, a ausência de programas sociais, que caracterizaram o governo FHC.
Claro, a direita brasileira, uma das mais burras do mundo, vem com aquele discurso que pobreza não tem nada a ver com criminalidade ou violência. Que o sujeito pobre não vai roubar por que tem moral pessoal... Ora, isso é de uma hipocrisia e estupidez sem limites. Evidentemente que algumas famílias conseguem transmitir valores a seus filhos. Mas a maioria não consegue, por vários motivos. Os pais têm pouco contato com os filhos, porque não tem dinheiro para bancar viagens à casa de praia, dinheiro para cinema, pizzas, brinquedos, dvds, computador com internet, e todos esses artifícios financeiros tão importantes usados para "conquistar" a atenção da garotada. A atmosfera da periferia é hostil, agressiva, estimulando comportamentos anti-sociais. Como alguém pode falar de moral pessoal a uma família destruída pela miséria? A miséria é o pior destruidor de lares e famílias, além de humilhar o ser humano. Nesse ambiente de humilhação e desencanto surge o crime, com seu poder de sedução e liberdade. Essa é a explicação mais lógica.
Naturalmente, um tema tão espinhoso merece ser estudado a fundo. Então que se estude a fundo. O governo de SP deveria aplicar verba na realização de estudos avançados sobre violência e segurança pública, fazer parcerias com universidades, empresas e instituições internacionais. Isso com a máxima urgência. É incrível como depois de tantos ataques, a imprensa paulista não decidiu contratar ou formar jornalistas especializados em segurança pública e não criou seção constante de debate sobre o tema no jornal e nos sites.
A crise de violência atinge a todos, esquerda, direita, PSDB, PT. Os monstros produzidos pela sociedade (ou produzidos por si mesmos, não importa) estão matando pessoas diariamente. Assaltando, sequestrando, assassinando.
Não falei sobre a política penitenciária, que deve também ser objeto de profundo debate. A imprensa pode ajudar trazendo soluções de outros países, para avaliarmos que experiências combinariam melhor com nossa realidade. Mesmo que for para ver que nenhuma delas nos serve. De cara, acho que o tamanho de nossa população carcerária justifica a criação imediata de prisões industriais e agrícolas, e a instituição da poupança individual para cada preso, de forma a incentivá-lo a trabalhar e para que os presos pobres e com intenções honestas de reintegração possam voltar à sociade com alguma coisa com o que recomeçar suas vidas. Além de ajudarem, honestamente, no sustento das casas.
O papel da imprensa, como indutor dos debates, é essencial. Enquanto a mídia ficar à mercê de futricas partidárias e políticas, estará apenas servindo à manutenção do status quo, ou seja, nada. Não importa saber quem será ou não beneficiado com aquela ou esta medida, mas o que é servirá melhor aos interesses de São Paulo e do Brasil.
10 de agosto de 2006
Que acharam da entrevista do Lula?
6 comentarios
Bem, quero saber a opinião de vocês.
8 de agosto de 2006
Saulo ajuda o PCC
3 comentarios
Em vez de demonstrar que as autoridades estaduais e federais estão dispostas a trabalhar unidas na luta contra o crime organizado, o sr.Saulo de Castro, secretário de Segurança de SP, transmitiu o contrário aos bandidos e à sociedade. Se há divergências entre Estado e Governo Federal, que sejam sanadas entre quatro paredes. Na verdade, sabemos muito bem que Saulo, assim como seu chefe Alckmin, fazem exatamente aquilo que acusam em Lula: se omitem. São covardes, estúpidos e a sua reação aos ataques é fascista. O menosprezo verbal que demonstram pela Força Nacional de Segurança também é um crime, porque denigre o trabalho do referido grupo, prejudicando-o na inevitável guerra de informação que também se trava entre o Estado e o crime organizado. As autoridades do estado de São Paulo estão sempre querendo valorizar o trabalho de seu corpo policial; estão certas; mas não podem fazê-lo denegrindo o trabalho de outras instituições policiais. No afã de participar do processo eleitoral, o sr. Saulo está jogando contra a Lei e contra o interesse maior do cidadão paulista e brasileiro.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin, foi questionado sobre o problema da segurança pública em SP. Não deu outra. A onda de ataques do PCC não rendeu um pensamento criativo, uma solução inovadora, um discurso original à campanha tucana. Alckmin respondeu que as autoridades não podem "retroagir", tem que ser "firmes" e atuar na repressão. Também desfiou a ladainha de que seu governo prendeu mais de 90 mil bandidos.
Ora, ora. Isso a gente já ouviu, sr.Alckmin. E sabemos também que essas prisões deveriam ter sido conduzidas com maior inteligência, separando presos comuns de criminosos de alta periculosidade. Queremos ouvir idéias novas, como a construção de presídios industriais e agrícolas, que permitam aos presos trabalharem. Queremos idéias como poupança para os presos, para que eles possam sair da cadeia e iniciarem negócios próprios (pois que quase ninguém dá mesmo emprego para ex-presidiários).
Queremos ouvir idéias sobre atuação do Estado em áreas carentes, com grande concentração de jovens cuja situação social e ambiente agressivo os tornam potencialmente anti-sociais. Queremos ouvir idéias como ampliação de penas alternativas, muito pouco usadas no estado de São Paulo. Queremos ouvir idéias como valorização do policial e investimento em inteligência. Durante esta crise, ficamos sabendo, estupefatos, que o policial de SP é um dos mais mal pagos do país, o que não faz sentido, considerando que é o Estado mais rico, com um PIB maior que a "Argentina", conforme o próprio Alckmin, muito deselegantemente - sobretudo porque acompanhado de um sorrisinho de superioridade, como quem despreza nossos hermanos - lembrou.
Conhecemos muito bem a reação "firme" de Alckmin. É uma política inconsequente, sem planejamento, sem pensar no médio e longo prazo, que estimula a execução ilegal de suspeitos e inocentes da periferia pobre das cidades paulistas - visando apenas dar uma resposta aos segmentos fascistas da elite do Estado.
Os tucanos estão há 12 anos no Estado de SP e sua política de segurança pública se revelou um fiasco gigantesco. Não se prenderam os grandes mafiosos do Estado (como a PF está fazendo) e se permitiu que o PCC se organizasse dentro dos presídios.
Muita coisa está vindo à tôna. José Dirceu, em seu blog, nos informa que o governo de SP nunca colocou em ação o Gabinete de Integração em Segurança Pública, montado pelo governo federal e que foi abandonado deliberadamente pelas autoridades paulistas, cujos preconceitos políticos e ideológicos superam em muito seus escrúpulos quanto ao bem estar dos cidadãos que, supostamente, representam.
É patética a tentativa de Saulo de jogar uma cortina de fumaça sobre as verdadeiras causas dos ataques do PCC, a saber, a violência indiscriminada da Polícia do estado contra cidadãos pobres da periferia Lembrem-se dos 400 mortos deste ano! O filho da Zuzu Angel morreu e até hoje fazem filme. Quem filmará a história dos 400 mortos pela polícia de SP em maio de 2006? O título do filme pode ser Maio Negro.
E os diretóides não me venham com seus fascismos tupiniquins, de que a esquerda e entidades de direitos humanos apenas se preocupam com bandidos e não com a vida dos policiais! Quem não se preocupa com os policiais é o Estado de São Paulo, que não opera com inteligência, paga salários aviltantes, oferece condições indignas de trabalho. E ainda por cima, é incapaz de ter o bom senso de evitar declarações como a que fez o Sr. Saulo, ressaltando divergências políticas com o governo federal, e reclamando de falta de recursos, ou seja, exibindo ao vivo e a cores, fragilidade, estupidez, desorganização, desarticulação, o que só dá ânimo para o crime organizado continuar atacando. Ora, ora. São Paulo tem um PIB maior que a Argentina? Pois não vejo Buenos Aires sendo atacado pelo PCC, meus senhores...
Em entrevista ao Jornal Nacional, o candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin, foi questionado sobre o problema da segurança pública em SP. Não deu outra. A onda de ataques do PCC não rendeu um pensamento criativo, uma solução inovadora, um discurso original à campanha tucana. Alckmin respondeu que as autoridades não podem "retroagir", tem que ser "firmes" e atuar na repressão. Também desfiou a ladainha de que seu governo prendeu mais de 90 mil bandidos.
Ora, ora. Isso a gente já ouviu, sr.Alckmin. E sabemos também que essas prisões deveriam ter sido conduzidas com maior inteligência, separando presos comuns de criminosos de alta periculosidade. Queremos ouvir idéias novas, como a construção de presídios industriais e agrícolas, que permitam aos presos trabalharem. Queremos idéias como poupança para os presos, para que eles possam sair da cadeia e iniciarem negócios próprios (pois que quase ninguém dá mesmo emprego para ex-presidiários).
Queremos ouvir idéias sobre atuação do Estado em áreas carentes, com grande concentração de jovens cuja situação social e ambiente agressivo os tornam potencialmente anti-sociais. Queremos ouvir idéias como ampliação de penas alternativas, muito pouco usadas no estado de São Paulo. Queremos ouvir idéias como valorização do policial e investimento em inteligência. Durante esta crise, ficamos sabendo, estupefatos, que o policial de SP é um dos mais mal pagos do país, o que não faz sentido, considerando que é o Estado mais rico, com um PIB maior que a "Argentina", conforme o próprio Alckmin, muito deselegantemente - sobretudo porque acompanhado de um sorrisinho de superioridade, como quem despreza nossos hermanos - lembrou.
Conhecemos muito bem a reação "firme" de Alckmin. É uma política inconsequente, sem planejamento, sem pensar no médio e longo prazo, que estimula a execução ilegal de suspeitos e inocentes da periferia pobre das cidades paulistas - visando apenas dar uma resposta aos segmentos fascistas da elite do Estado.
Os tucanos estão há 12 anos no Estado de SP e sua política de segurança pública se revelou um fiasco gigantesco. Não se prenderam os grandes mafiosos do Estado (como a PF está fazendo) e se permitiu que o PCC se organizasse dentro dos presídios.
Muita coisa está vindo à tôna. José Dirceu, em seu blog, nos informa que o governo de SP nunca colocou em ação o Gabinete de Integração em Segurança Pública, montado pelo governo federal e que foi abandonado deliberadamente pelas autoridades paulistas, cujos preconceitos políticos e ideológicos superam em muito seus escrúpulos quanto ao bem estar dos cidadãos que, supostamente, representam.
É patética a tentativa de Saulo de jogar uma cortina de fumaça sobre as verdadeiras causas dos ataques do PCC, a saber, a violência indiscriminada da Polícia do estado contra cidadãos pobres da periferia Lembrem-se dos 400 mortos deste ano! O filho da Zuzu Angel morreu e até hoje fazem filme. Quem filmará a história dos 400 mortos pela polícia de SP em maio de 2006? O título do filme pode ser Maio Negro.
E os diretóides não me venham com seus fascismos tupiniquins, de que a esquerda e entidades de direitos humanos apenas se preocupam com bandidos e não com a vida dos policiais! Quem não se preocupa com os policiais é o Estado de São Paulo, que não opera com inteligência, paga salários aviltantes, oferece condições indignas de trabalho. E ainda por cima, é incapaz de ter o bom senso de evitar declarações como a que fez o Sr. Saulo, ressaltando divergências políticas com o governo federal, e reclamando de falta de recursos, ou seja, exibindo ao vivo e a cores, fragilidade, estupidez, desorganização, desarticulação, o que só dá ânimo para o crime organizado continuar atacando. Ora, ora. São Paulo tem um PIB maior que a Argentina? Pois não vejo Buenos Aires sendo atacado pelo PCC, meus senhores...
6 de agosto de 2006
A minha visão sobre o futuro de Cuba
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O Eduardo Guimarães já falou sobre isso em seu blog, mas eu faço questão de completar. Na Folha de hoje, o Sergio Costa vem com uma nota absolutamente caricata, ridícula, clichê, mau intencionada e mau informada sobre Cuba, comparando-a à Disneylandia. Olha só como termina:
Sem Fidel, muitos empresários estrangeiros no país já previam, desde o início da década, que Cuba voltaria a ser uma ilha do Caribe como outra qualquer. Menos carismática, mais caricata no começo, até ser engolfada pelo capital global. A semente já estava plantada por grandes grupos hoteleiros europeus, sócios minoritários do Estado nos "resorts all inclusive" do balneário, onde impera a lei do rum. Para eles, a verdadeira vocação cubana seria a de um balneário para turistas de países ricos. Lá, já se vive assim no mercado paralelo.
"É a magia!", diria o Mickey.
Tá bom. Esse cara aí, Sérgio Costa, é doente ou o quê? E os cursos universitários de Cuba? E a produção de medicamentos a baixo custo e altíssima eficiência, contra doenças tropicais, como a dengue? Os tratamentos revolucionários (e a custos acessíveis) a doenças horríveis, como vitiligo, catarata e tantas outras?
Ilha do Caribe como outra qualquer? Como o Haiti? O sujeito parou para pensar na miséria que assola os países caribenhos, tirando isolados e pequenos centros de turismo? Este panaca já refletiu sobre o fato dos EUA ter invadido, patrocinado e bombarbeado diversos países centro-americanos, inclusive democracias com governantes eleitos?
Infelizmente, esse tipo de mentalidade tacanha é tão comum no Brasil, e a mídia corporativa ajuda a promover e a proliferar. É um comportamento, além disso, alienado em seu mais alto grau, pois o indivíduo não percebe que o fato de escrever para um jornal de grande circulação no Brasil, país mais poderoso da América do Sul, o capacita para tentar influir positivamente nos destinos da Ilha.
É impressionante que, diante da tragédia humanitária que assistimos no Haiti, da atitude humilhada, servil, dos centro-americanos (após serem massacrados pelos EUA nas décadas passadas), colunistas como esse Sérgio Costa e Clóvis Rossi estejam realmente assim tão preocupados com Cuba.
Falta de democracia em Cuba? Ah, não me façam rir! Por que não se preocupam com a Arábia Saudita, então, seus filisteus? Que, além de não ter democracia, é dominada por uma aristocracia corrupta que deixa a população na miséria e não dá um pingo de ajuda aos irmãos pobres árabes e africanos, o que ajuda a fomentar o terrorismo? Não esqueçam: Bin Laden é saudita e a maioria dos que fizeram o 11 de setembro também.
Por que se preocupar com Cuba, que todos sabem que viveu uma revolução popular, assim como viveu a França, na revolução francesa, e os EUA, na sua batalha de independência? Cuba não tem governantes democráticos? Tá bom, agora pergunte onde foram parar os governantes eleitos de Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Chile, Brasil, que foram derrubados com auxílio dos EUA? Héin? Não percebem a armadilha?
Penso que, morrendo Fidel, Cuba poderá sim iniciar uma abertura democrática. Será saudável, e perigoso também. Entretanto, a nova geopolítica do continente, com Brasil, Argentina, Chile e Venezuela mais fortes economica e politicamente; as novas comunicações, que dificultam golpes de bastidores e campanhas de desinformação; são alguns dos fatores que contribuirão para que Cuba viva uma transição para a democracia sem experiências golpistas. Uma democracia mais justa, que servirá de exemplo a todos os países latino-americanos, que vivem uma farsa grotesca de democracia.
Prefiro, portanto, enxergar as coisas desse modo. Assim como Cuba tem servido de exemplo para a esquerda latina há décadas, com suas crianças estudando, se medicando e se alimentando bem (enquanto as nossas eram chacinadas na Candelária ou se prostituíam no litoral de Fortaleza), uma nova Cuba democrática e socialista poderá ser o espelho de justiça social que miramos e pelo qual lutamos.
Seja como for, acho que o mais importante é respeitar a vontade do povo cubano e não se meter com eles. Se eles quiserem, por exemplo, criar uma monarquia, que nós temos a ver com isso? Não temos já problemas suficientes por aqui? A América Latina tem muitos problemas, e o pior deles é, seguramente, a humilhação que a miséria impõe a milhões de pessoas. A miséria sim é que é a pior arma de destruição em massa. Por que não mata somente o corpo, mas também a alma, degradando o ser humano, afastando crianças e jovens do estado de humanidade, que prevê conhecimentos básicos sobre o mundo e a história. Cuba ousou enfrentar esses problemas, e nunca deixou de assumir as consequências de sua ousadia. Pagou um preço alto pela justiça social, mas foi um preço que os cubanos escolheram. Entre serem uma democracia miserável, humilhada, servil aos interesses imperialistas, com seu povo agonizando em hospitais decadentes e suas crianças e jovens se prostituindo, morrendo de fome, sem escola e sem apoio do Estado, optaram por ser uma ditadura socialista, orgulhosa, altiva e com todos seus jovens estudando em colégios de boa qualidade e sendo tratados em hospitais limpos e eficientes. O cubano de hoje e de amanhã nunca será o que teria sido se a ditadura de Fulgêncio Batista houvesse triunfado sobre a revolução.
Sergio Costa fala em "hotéis permissivos ao turismo sexual", das praias de Varadero. Peraí! Que espécie de ET é Costa? Até onde eu sei, turismo sexual (o normal, sem exploração infantil) existe na China, Japão, EUA, Suíça, Holanda, Brasil, em toda parte do mundo. São mulheres adultas que gostam de dinheiro mais do que de seus escrúpulos morais, sendo impossível evitar que elas se comportem desta maneira. Agora, é muito hipócrita falar assim. Além de socialista, queria o colunista da Folha que Cuba fosse "terra santa"?
Clóvis Rossi termina sua notinha dizendo: "No ocaso, Fidel e o castrismo não têm futuro. Só passado".
Pois eu digo o contrário: Em seu ocaso, Fidel já tem seu nome marcado na história como o mais importante revolucionário da América Latina. Daqui a cem anos, seu nome será lembrado e sua história continuará sendo estudada e analisada. Suas ações servirão de exemplo para alguns idealistas por muitos séculos, pelo menos enquanto houver miséria e opressão social no mundo. Enquanto isso pessoas como Clóvis Rossi serão esquecidas pela História, como servis e medíocres intelectuais de Terceiro Mundo, que venderam sua alma e o que restava de seus ideais em troca da "esmola" que os senhores dão a seus escravos.
Uso a palavra "esmola" deliberadamente, para ofender mesmo, como contra-ataque ao fato de Rossi se referir ao Bolsa Família como esmola, o que é um desrespeito, uma grosseria injustificada, que mereceria processo criminal, porque todos os países desenvolvidos têm programas de assistência social.
Sem Fidel, muitos empresários estrangeiros no país já previam, desde o início da década, que Cuba voltaria a ser uma ilha do Caribe como outra qualquer. Menos carismática, mais caricata no começo, até ser engolfada pelo capital global. A semente já estava plantada por grandes grupos hoteleiros europeus, sócios minoritários do Estado nos "resorts all inclusive" do balneário, onde impera a lei do rum. Para eles, a verdadeira vocação cubana seria a de um balneário para turistas de países ricos. Lá, já se vive assim no mercado paralelo.
"É a magia!", diria o Mickey.
Tá bom. Esse cara aí, Sérgio Costa, é doente ou o quê? E os cursos universitários de Cuba? E a produção de medicamentos a baixo custo e altíssima eficiência, contra doenças tropicais, como a dengue? Os tratamentos revolucionários (e a custos acessíveis) a doenças horríveis, como vitiligo, catarata e tantas outras?
Ilha do Caribe como outra qualquer? Como o Haiti? O sujeito parou para pensar na miséria que assola os países caribenhos, tirando isolados e pequenos centros de turismo? Este panaca já refletiu sobre o fato dos EUA ter invadido, patrocinado e bombarbeado diversos países centro-americanos, inclusive democracias com governantes eleitos?
Infelizmente, esse tipo de mentalidade tacanha é tão comum no Brasil, e a mídia corporativa ajuda a promover e a proliferar. É um comportamento, além disso, alienado em seu mais alto grau, pois o indivíduo não percebe que o fato de escrever para um jornal de grande circulação no Brasil, país mais poderoso da América do Sul, o capacita para tentar influir positivamente nos destinos da Ilha.
É impressionante que, diante da tragédia humanitária que assistimos no Haiti, da atitude humilhada, servil, dos centro-americanos (após serem massacrados pelos EUA nas décadas passadas), colunistas como esse Sérgio Costa e Clóvis Rossi estejam realmente assim tão preocupados com Cuba.
Falta de democracia em Cuba? Ah, não me façam rir! Por que não se preocupam com a Arábia Saudita, então, seus filisteus? Que, além de não ter democracia, é dominada por uma aristocracia corrupta que deixa a população na miséria e não dá um pingo de ajuda aos irmãos pobres árabes e africanos, o que ajuda a fomentar o terrorismo? Não esqueçam: Bin Laden é saudita e a maioria dos que fizeram o 11 de setembro também.
Por que se preocupar com Cuba, que todos sabem que viveu uma revolução popular, assim como viveu a França, na revolução francesa, e os EUA, na sua batalha de independência? Cuba não tem governantes democráticos? Tá bom, agora pergunte onde foram parar os governantes eleitos de Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Chile, Brasil, que foram derrubados com auxílio dos EUA? Héin? Não percebem a armadilha?
Penso que, morrendo Fidel, Cuba poderá sim iniciar uma abertura democrática. Será saudável, e perigoso também. Entretanto, a nova geopolítica do continente, com Brasil, Argentina, Chile e Venezuela mais fortes economica e politicamente; as novas comunicações, que dificultam golpes de bastidores e campanhas de desinformação; são alguns dos fatores que contribuirão para que Cuba viva uma transição para a democracia sem experiências golpistas. Uma democracia mais justa, que servirá de exemplo a todos os países latino-americanos, que vivem uma farsa grotesca de democracia.
Prefiro, portanto, enxergar as coisas desse modo. Assim como Cuba tem servido de exemplo para a esquerda latina há décadas, com suas crianças estudando, se medicando e se alimentando bem (enquanto as nossas eram chacinadas na Candelária ou se prostituíam no litoral de Fortaleza), uma nova Cuba democrática e socialista poderá ser o espelho de justiça social que miramos e pelo qual lutamos.
Seja como for, acho que o mais importante é respeitar a vontade do povo cubano e não se meter com eles. Se eles quiserem, por exemplo, criar uma monarquia, que nós temos a ver com isso? Não temos já problemas suficientes por aqui? A América Latina tem muitos problemas, e o pior deles é, seguramente, a humilhação que a miséria impõe a milhões de pessoas. A miséria sim é que é a pior arma de destruição em massa. Por que não mata somente o corpo, mas também a alma, degradando o ser humano, afastando crianças e jovens do estado de humanidade, que prevê conhecimentos básicos sobre o mundo e a história. Cuba ousou enfrentar esses problemas, e nunca deixou de assumir as consequências de sua ousadia. Pagou um preço alto pela justiça social, mas foi um preço que os cubanos escolheram. Entre serem uma democracia miserável, humilhada, servil aos interesses imperialistas, com seu povo agonizando em hospitais decadentes e suas crianças e jovens se prostituindo, morrendo de fome, sem escola e sem apoio do Estado, optaram por ser uma ditadura socialista, orgulhosa, altiva e com todos seus jovens estudando em colégios de boa qualidade e sendo tratados em hospitais limpos e eficientes. O cubano de hoje e de amanhã nunca será o que teria sido se a ditadura de Fulgêncio Batista houvesse triunfado sobre a revolução.
Sergio Costa fala em "hotéis permissivos ao turismo sexual", das praias de Varadero. Peraí! Que espécie de ET é Costa? Até onde eu sei, turismo sexual (o normal, sem exploração infantil) existe na China, Japão, EUA, Suíça, Holanda, Brasil, em toda parte do mundo. São mulheres adultas que gostam de dinheiro mais do que de seus escrúpulos morais, sendo impossível evitar que elas se comportem desta maneira. Agora, é muito hipócrita falar assim. Além de socialista, queria o colunista da Folha que Cuba fosse "terra santa"?
Clóvis Rossi termina sua notinha dizendo: "No ocaso, Fidel e o castrismo não têm futuro. Só passado".
Pois eu digo o contrário: Em seu ocaso, Fidel já tem seu nome marcado na história como o mais importante revolucionário da América Latina. Daqui a cem anos, seu nome será lembrado e sua história continuará sendo estudada e analisada. Suas ações servirão de exemplo para alguns idealistas por muitos séculos, pelo menos enquanto houver miséria e opressão social no mundo. Enquanto isso pessoas como Clóvis Rossi serão esquecidas pela História, como servis e medíocres intelectuais de Terceiro Mundo, que venderam sua alma e o que restava de seus ideais em troca da "esmola" que os senhores dão a seus escravos.
Uso a palavra "esmola" deliberadamente, para ofender mesmo, como contra-ataque ao fato de Rossi se referir ao Bolsa Família como esmola, o que é um desrespeito, uma grosseria injustificada, que mereceria processo criminal, porque todos os países desenvolvidos têm programas de assistência social.
3 de agosto de 2006
Paixão antiga sempre mexe com a gente
7 comentarios
A "mídia corporativa" não consegue criticar a oposição nem elogiar o governo sem enormes malabarismos verbais, na tentativa de manipular a consciência do leitor e fazê-lo tirar conclusões contrárias ao conteúdo da reportagem. Por exemplo, a mídia vem tentando, há alguns meses, acusar o governo de fazer farra fiscal, por causa dos aumentos salariais (mínimo, funcionalismo) e das verbas liberadas para agricultores, industriais, e outros setores. Não cola, todavia, porque o superávit fiscal, apurado mensalmente, prossegue positivo e dentro da meta de 4,25%.
Quando critica a oposição, sobretudo PSDB e PFL, por defenderem aumento de 16% para quem ganha mais de 1 salário mínimo, sem que tenham, durante a votação do Orçamento, feito os devidos ajustes, e sem dizer de onde viria o dinheiro, a mídia sempre bate na mesma tecla: a oposição repete os mesmos erros do PT. Lembro de um editorial do Estadão que começa e termina falando mal do PT, apesar do objetivo claro do texto ser uma crítica ao PSDB e PFL por "brincarem" de oposição. Cadê a "oposição responsável", lema deles? Com que cara Alckmin fala em "farra fiscal" ou "choque de gestão" quando os caciques da coligação partidária que o apóia agem dessa maneira irresponsável?
Vale lembrar que a mídia foi particularmente venenosa por ocasião do aumento concedido aos funcionários públicos, embora as negociações virem desde o ano passado e contarem com verba garantida e votada no Orçamento. Quando o falastrão do Marco Aurélio de Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TST) insinuou que o aumento não era legal, por causa da proximidade das eleições, o governo respondeu, amparado em parecer da Advocacia Geral da União, que o aumento estava previsto há tempos, estava dentro do prazo legal e só ficara para a última hora por causa do atraso na votação do Orçamento, que, como todos se lembram, foi vergonhosamente adiado pela oposição golpista até março. Mais uma vez, nenhum colunista lembrou disso ou fez alguma colocação crítica em relação à opinião do ministro Marco Aurélio, uma figura que me causa muita apreensão pela forma como gosta de jogar com a opinião dos grandes jornais.
O que me surpreendeu foi a leviandade como o tema do aumento salarial foi tratado pelos jornalistas. Afinal, o que houve foi, em verdade, uma grande reestruturação das carreiras, além da valorização dos rendimentos, uma demanda antiga dos sindicatos e trabalhadores. Um processo complexo, distinto para cada segmento e que exigia, no mínimo, ser melhor estudado pela imprensa.
Agora estão fazendo de tudo para manipular o escândalo dos sanguessugas em favor de Alckmin. Incriminaram durante dias o ministro Humberto Costa, dizendo que ele havia sido "citado" por Vedoin, embora o advogado de Vedoin tenha afirmado o contrário. Quando aparecem fotos de José Serra ao lado dos verdadeiros operadores dos sanguessugas, todos os jornalistas e colunistas começam a protestar contra "julgamentos" apressados e perigo contra "a honra" das pessoas. Não me lembro da mídia tomar nenhum cuidado desse tipo quando qualquer pessoa ligada ao Partido dos Trabalhadores é acusada.
A Renata Lo Prete está devendo, até agora, desculpas por ter citado, algumas vezes, o Cirilo, do PT, como "operador" do esquema das sanguessugas. Sabe-se hoje que eram deputados em conluio com funcionários presos do Ministério da Saúde.
Na tentativa de manipular consciências, os colunistas não atentaram para o óbvio: se alguém do PT estiver envolvido no esquema dos sanguessuas, isso não faz mais que valorizar o trabalho do governo, de investigar e cortar na própria carne. O que sabemos, porém, é que o esquema teve início da gestão de José Serra.
Falando de Serra, quero ver publicarem nas capas dos jornais as famigeradas fotos dele entregando ambulâncias para os deputados Lino Rossi, Pedro Henry e outros do chamado "alto escalão" do esquema. Imaginem se tivessem (talvez até tenham) fotos como essa de alguém do PT. Até hoje, a mídia não perde uma oportunidade de reproduzir fotos de Lula ao lado de Delúbio Soares. Quero ver agora fotos do Serra ao lado de Lino Rossi! Os dois ali, lado a lado, sorrindo, naquela paixão antiga, tão difícil de esquecer, como dizia Tim Maia.
Quando critica a oposição, sobretudo PSDB e PFL, por defenderem aumento de 16% para quem ganha mais de 1 salário mínimo, sem que tenham, durante a votação do Orçamento, feito os devidos ajustes, e sem dizer de onde viria o dinheiro, a mídia sempre bate na mesma tecla: a oposição repete os mesmos erros do PT. Lembro de um editorial do Estadão que começa e termina falando mal do PT, apesar do objetivo claro do texto ser uma crítica ao PSDB e PFL por "brincarem" de oposição. Cadê a "oposição responsável", lema deles? Com que cara Alckmin fala em "farra fiscal" ou "choque de gestão" quando os caciques da coligação partidária que o apóia agem dessa maneira irresponsável?
Vale lembrar que a mídia foi particularmente venenosa por ocasião do aumento concedido aos funcionários públicos, embora as negociações virem desde o ano passado e contarem com verba garantida e votada no Orçamento. Quando o falastrão do Marco Aurélio de Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TST) insinuou que o aumento não era legal, por causa da proximidade das eleições, o governo respondeu, amparado em parecer da Advocacia Geral da União, que o aumento estava previsto há tempos, estava dentro do prazo legal e só ficara para a última hora por causa do atraso na votação do Orçamento, que, como todos se lembram, foi vergonhosamente adiado pela oposição golpista até março. Mais uma vez, nenhum colunista lembrou disso ou fez alguma colocação crítica em relação à opinião do ministro Marco Aurélio, uma figura que me causa muita apreensão pela forma como gosta de jogar com a opinião dos grandes jornais.
O que me surpreendeu foi a leviandade como o tema do aumento salarial foi tratado pelos jornalistas. Afinal, o que houve foi, em verdade, uma grande reestruturação das carreiras, além da valorização dos rendimentos, uma demanda antiga dos sindicatos e trabalhadores. Um processo complexo, distinto para cada segmento e que exigia, no mínimo, ser melhor estudado pela imprensa.
Agora estão fazendo de tudo para manipular o escândalo dos sanguessugas em favor de Alckmin. Incriminaram durante dias o ministro Humberto Costa, dizendo que ele havia sido "citado" por Vedoin, embora o advogado de Vedoin tenha afirmado o contrário. Quando aparecem fotos de José Serra ao lado dos verdadeiros operadores dos sanguessugas, todos os jornalistas e colunistas começam a protestar contra "julgamentos" apressados e perigo contra "a honra" das pessoas. Não me lembro da mídia tomar nenhum cuidado desse tipo quando qualquer pessoa ligada ao Partido dos Trabalhadores é acusada.
A Renata Lo Prete está devendo, até agora, desculpas por ter citado, algumas vezes, o Cirilo, do PT, como "operador" do esquema das sanguessugas. Sabe-se hoje que eram deputados em conluio com funcionários presos do Ministério da Saúde.
Na tentativa de manipular consciências, os colunistas não atentaram para o óbvio: se alguém do PT estiver envolvido no esquema dos sanguessuas, isso não faz mais que valorizar o trabalho do governo, de investigar e cortar na própria carne. O que sabemos, porém, é que o esquema teve início da gestão de José Serra.
Falando de Serra, quero ver publicarem nas capas dos jornais as famigeradas fotos dele entregando ambulâncias para os deputados Lino Rossi, Pedro Henry e outros do chamado "alto escalão" do esquema. Imaginem se tivessem (talvez até tenham) fotos como essa de alguém do PT. Até hoje, a mídia não perde uma oportunidade de reproduzir fotos de Lula ao lado de Delúbio Soares. Quero ver agora fotos do Serra ao lado de Lino Rossi! Os dois ali, lado a lado, sorrindo, naquela paixão antiga, tão difícil de esquecer, como dizia Tim Maia.