25 de agosto de 2008

Anotações sobre arte moderna & pitacos eleitorais

Estou agora trabalhando num artigo sobre artes plásticas. Já tenho mais ou menos uma bibliografia básica. Algumas coisas da pesada, como o Belo na Arte de Hegel e Crítica do Juízo, de Kant, e outras mais leves, mas não menos importantes, como os artigos de Mario Pedrosa, um livrinho do Tolstói intitulado O que é Arte e textos de Baudelaire, Appolinaire, Valery, além das lindas cartas de Van Gogh a seu irmão Theo. E um livro maravilhoso intitulado Breviario de Estetica, do Benedetto Croce.

As Cartas a Theo ficaram tão famosas que se tornaram até um clichê, mas seria injusto subestimar sua importância por causa disso. É um livro belíssimo, sobretudo para os aficcionados pelo holandês louco e que conhecem a sua biografia.

Também estou procurando mais informações sobre Cézanne, que foi efetivamente o grande pioneiro da arte moderna.

O meu artigo tratará do que eu considero uma emergência de um movimento nacional de artes plásticas muito mais eclético e importante do que jamais houve no país.

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As eleições municipais para o Rio de Janeiro estão um saco. Crivella vai ganhar, com certeza, o que é uma pena. Não interessa se é aliado de Lula, que de resto é também aliado de quase todos os outros candidatos, à exceção de Gabeira e Solange. Mas a culpa é dos outros partidos, que ainda não conseguiram produzir nenhuma figura de projeção no estado do Rio. O Eduardo Paes, candidato do Sérgio Cabral (PMDB), é um oportunista, e isso está estampado em neón na sua cara. A Jandira Feghali (PCdoB), minha candidata, tenta tenta tenta mas não consegue disfarçar o seu rancor visceral por tudo e todos, o que a atrapalha muito. O Gabeira é cada vez mais um candidato da zona sul. Acho que seria um bom prefeito, apesar dos apoios à direita que recebe, mas não voto nele, porque sei que seria uma vitória política para a oposição tucana. O governador de SP, José Serra, aparece na propaganda eleitoral do Gabeira, pedindo voto pra ele. O elitismo do Gabeira é tão natural, chega a ser engraçado. Ele usa palavras difíceis, desnecessariamente, o que revela uma personalidade antes pedante do que culta. Sua fleuma soporífera causa estranhamento, e não apenas no povão.

A Solange Amaral, candidata do DEM e do César Maia, é uma piada. Só dá traço em pesquisa, por razões óbvias. Não é um poste, é uma tampa de esgosto.

Ah, o PT. Mais uma vez botou uma figurinha apagada. Nem lembro o nome dele. Lembro só do topete chanel, o estilo beneditino e a ausência absoluta de carisma e criatividade.

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E uma nova batalha pelo petróleo se anuncia.

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Tenho que pesquisar ainda os textos de Rodrigo Naves, um dos maiores críticos vivos da atualidade.

3 comentarios

Anônimo disse...

Sobre Cézanne, se me permite a dica, há um excelente artigo de T. J. Clark no livro Modernismos, da Cosac Naify, traduzido por mim. Mais aquele célebre artigo de Merleau-Ponty, que está na Coleção Pensadores, em tradução de Marilena Chauí, e comentário sobre este texto de Paulo Sérgio Duarte que está numa das coletâneas daqueles cursos organizados pelo Adauto Novaes. Se você já sabe tudo isso, esquece. Vera

Miguel do Rosário disse...

obrigado pela dica, vera. não conhecia. abraço.

josaphat disse...

Há uma correspondência entre Cézanne e um seu admirador, que não estou muito certo, mas estou quase certo (com dizia Nelson Cavaquinho) ser Émile Bernard, e que trazem as idéias do pintor no período de vida em Aix-en-Provence. Li há muitos anos e é a leitura de Cézanne que gostei muito e que melhor recordo. Como disse a Vera, se já sabe, esquece.

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