Tirem as crianças da sala. Advirtam mães, tias, avós para não se aproximarem. Ursinho peludo, zebrinha listrada, podem voltar ao lugar oferecido pelos Titãs. Os bichos escrotos saíram das valas e demônios e sacis decidiram dar umas bandas por São Paulo, com participação especial em O Fim da Picada, primeiro longa do diretor Christian Saghaard, e do produtor Jorge Guedes (Cinegrama).
O filme conta a história de um cara que viaja no tempo, desde a época do Brasil colonial, até os dias de hoje. Não se assuste com o início, um close de bela vagina, apesar da cicatriz, seguido de uma cena de necrofilia. As coisas melhoram para o heroi depois que ele passa a noite bebendo vinho com o diabo, numa choupana. O dito-cujo leva-o para São Paulo contemporânea, onde ele vaga perdido e deslumbrado com o caos urbano, e a história é cruzada por outros relatos e personagens igualmente escabrosos.
Psicodélico, lunático, satânico, grotesco? Mescla de Zé do Caixão e Glauber Rocha? De uma coisa se pode ter certeza: é um filme corajoso, perturbador e original. A linguagem fragmentada, a atmosfera de pesadelo e loucura, a violência constante, o fator demoníaco, a presença cômica e sinistra do saci - não poderia haver história que retratasse melhor o sofisticado submundo de São Paulo.
Outro post sobre o filme.
27 de junho de 2008
Tirem as crianças da sala
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belissimo blog
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