Deviam me pagar por isso. Ontem, nas páginas de opinião, o jornal publicou artigo de Ali Kamel, denunciando desvios ideológicos de livro didático que integra lista do Ministério da Educação. Alto membro da organização que combate o comunismo na América Latina, Kamel escreve artigo furioso e ataca os vermelhinhos do governo federal.
O Globo volta à carga hoje com um editorial próprio, não assinado, intitulado Lavagem Cerebral, farto em insinuações maldosas. A culpa do livro, claro, seria do Lula e do PT.
Outra barriga mensaleira. O livro foi aprovado em 2001 e comprado pela primeira vez no ano seguinte, antes do Lula beber uísque na Granja do Torto. Por tradição antiga, o Ministério faz compras para três anos. Foi desaprovado pelo Ministério da Educação há dois anos e, desde então, já não faz parte da lista de compras do governo. Não li o livro, mas pelos trechos citados por Kamel, pareceu-me superficial em sua abordagem ideológica. O autor, provavelmente, é alguém com simpatia pelo comunismo cubano, soviético e chinês. Isso existe, Kamel. Ser comunista não é crime. O Oscar Niemayer está aí, mimado por gregos e troianos. Cem anos de comunismo inteligente e progressista. O Martinho da Vila é comunista. E o Hermeto Pascal não enxerga mesmo muito bem.
Falta humor e auto-confiança a esse pessoal. Medo de comunismo a essa altura do campeonato? Será o Chávez? De qualquer forma, Kamel esquece que o livro é apresentado por um professor, cuja dialética com seus alunos exige (teoricamente, ao menos) debate e crítica. Uma aula de história hoje está longe de ser um doutrinamento no qual o aluno é obrigado a decorar e concordar com os textos oferecidos. A preocupação de Kamel e do Globo é pertinente, mas suas ilações mensaleiras e paranóicas são dispensáveis. A luta é pra fazer os alunos se interessarem por história. Provocado o desejo de conhecer, correrão atrás de fontes diversas para formarem seus espíritos.
O Globo volta à carga hoje com um editorial próprio, não assinado, intitulado Lavagem Cerebral, farto em insinuações maldosas. A culpa do livro, claro, seria do Lula e do PT.
Outra barriga mensaleira. O livro foi aprovado em 2001 e comprado pela primeira vez no ano seguinte, antes do Lula beber uísque na Granja do Torto. Por tradição antiga, o Ministério faz compras para três anos. Foi desaprovado pelo Ministério da Educação há dois anos e, desde então, já não faz parte da lista de compras do governo. Não li o livro, mas pelos trechos citados por Kamel, pareceu-me superficial em sua abordagem ideológica. O autor, provavelmente, é alguém com simpatia pelo comunismo cubano, soviético e chinês. Isso existe, Kamel. Ser comunista não é crime. O Oscar Niemayer está aí, mimado por gregos e troianos. Cem anos de comunismo inteligente e progressista. O Martinho da Vila é comunista. E o Hermeto Pascal não enxerga mesmo muito bem.
Falta humor e auto-confiança a esse pessoal. Medo de comunismo a essa altura do campeonato? Será o Chávez? De qualquer forma, Kamel esquece que o livro é apresentado por um professor, cuja dialética com seus alunos exige (teoricamente, ao menos) debate e crítica. Uma aula de história hoje está longe de ser um doutrinamento no qual o aluno é obrigado a decorar e concordar com os textos oferecidos. A preocupação de Kamel e do Globo é pertinente, mas suas ilações mensaleiras e paranóicas são dispensáveis. A luta é pra fazer os alunos se interessarem por história. Provocado o desejo de conhecer, correrão atrás de fontes diversas para formarem seus espíritos.
O lado positivo do artigo do Kamel é que ele põe na berlinda a política de compra de livros efetuada pelo Ministério da Educação. Na época da faculdade, estudei o mercado editorial brasileiro e descobri que o governo compra 70% de todos os livros produzidos. Não dá para discutir política de livro sem discutir os critérios usados pelo MEC.
Ultimamente tem aparecido também em alguns blogs uns comentaristas que repetem a mesma ladainha anti-comunista da década de 60. Um deles, sempre no anonimato, logicamente, até já cunhou um neologismo, "neo-socialismo fascista", para xingar os socialistas (principalmente os petistas). Eles não só utilizam aquela linguagem surrada utilizada pelos milicos como fazem uma geléia geral com fatos históricos que deixaria o Stanislau Ponte Preta constrangido.
É Miguel, eles tem saudade da época do comando de caça aos comunistas, quando os militares estavam prontos p/derrubar um governo indesejável. Só que os milicos não ficam mais vendo comunista debaixo da cama, já faz tempo. E depois são os petistas que são o atraso.
versão piorada a do seu subordinado na globonews,programa sobre a crise na educação. entrevistando 2 educadores e um economista ligado à área.
explicitamente o sr.william WaaK teve um ataque de fúria e desancopu o livro,ressaltando que era pai de familia, tem crianças e trabalhou no exterior..etc..etc..e não admitia elogios a ditaduras...
pergunto-me: na ditadura nunca vi este cidadão se expressar...
Caro anônimo, o Wilhiam Waak é filho do falecido Oliveiros, que foi editor do Estadão, no caso o direitismo é hereditário. É bom ver um ancora da Globo ficar nervosinho assim, sinal de que estão ficando incomodados c/alguma coisa, e não conseguem manter aquela calma arrogante e cínico olhando de cima os videotas que lhes aumentando o Ibope, também aumentam seu salário.
sobre o assunto, foi bom ler alguns textos recentes do Luis Nassif, desmistificando o tal livro. Segundo o Nassif, o livro não tem nada demais. Não demoniza o Mao, mas também não o endeusa. O Kamel selecionou trechos, e fez a gente perder o contexto. O Nassif esclareceu a coisa toda. O livro é bem interessante, diz Nassif. Porque teria que demonizar o Mao? Por ser ditador? Então que demonizem também o Henrique III, o Péricles, e todos os imperadores chineses pré-revolução. Que se demonize Dom Pedro I, Dom Pedro II, João VI. Eram todos ditadores. Rei não é ditador? Não esqueçam de Júlio Cesar, Napoleão, etc.
Novamente, ele testou hipóteses com a cara da gente...
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