Vários artigos que li nos últimos dias, de autoria de nossos colunistas pop (lembro de Miriam e Jabor) recorreram a um dos erros conceituais mais comuns atualmente. O nosso conservadorismo tupi associa sempre o Estado a qualquer coisa de abstratamente comunista, anti-mercado, anti-capitalista. É mais um sintoma da paranóia anti-estatista, que é uma doença tão grave ou pior que o estatismo exagerado. A nossa imprensa é a grande propagadora dessa doença. Como se o Estado não fizesse parte do capitalismo. Então repito isso aqui: O ESTADO, OS GASTOS DE ESTADO, OS INVESTIMENTOS DE ESTADO, O FUNCIONALISMO PUBLICO, FAZEM PARTE DO CAPITALISMO, SÃO VITAIS AO CAPITALISMO. CAPITALISMO NÃO É SÓ MERCADO, É ESTADO TAMBÉM.
Hoje o Jabor nos brinda com mais um de seus textos linguisticamente sofisticados mas ideologicamente desonestos. Filosoficamente medíocres. Jabor tem uma mitologia própria, vocês sabem e eu já cansei de denunciar. Uma mitologia maniqueísta onde o "lulismo sindicalista" ocupa o inferno e o "mercado" ocupa o paraíso.
No texto de hoje, Jabor recupera todos os seus lugares-comuns, e acrescenta alguns outros. Um dos novos clichês é elogiar a monarquia. "A nossa imprensa se manteve crítica e ativa, graças a homens como D.Pedro II". E volta a clichês antigos, como citar "multidões de vítimas de evangélicos corruptos e os milhões de votos do neocabresto moderno: os bolsistas da família". A nossa elite católica destila preconceito contra o aumento da igreja evangélica. Jabor, os evangélicos não são piores que os católicos. A Igreja Evangélica precisa se financiar, precisa de dinheiro como qualquer outra igreja. Os católicos sugaram muito mais dinheiro que os evangélicos poderão sugar em séculos. Em Ouro Preto, existem duas ou três igrejas por rua, construídas com sangue de nossos compatriotas carolas. Lembra de nosso querido Glauber Rocha? Deus e o Diabo na terra do sol? Pois é, a Igreja Católica participou ativamente da construção de nossa miséria. Não são os evangélicos os vilões de nossa história.
Jabor, todos os países minimamente desenvolvidos tem programas de transferência de renda. Na França, qualquer jovem sem trabalho recebe dinheiro do governo. Em países como EUA, Japão, Alemanha ou Itália, o governo ajuda os cidadãos de várias formas. O programa Bolsa Família, vai para famílias que estavam em situação de miséria, sem dinheiro para alimentar, com risco de vida. Com risco de vida, entendeu? O brasileiro estava (ainda está em parte) morrendo de fome. E a fome tem pressa. A morte tem pressa. Se o Jabor entendesse isso, não seria um crítico tão ácido e irresponsável de um programa que recebe tantos prêmios internacionais e está sendo copiado por governos de direita e esquerda em todo mundo, porque inclui socialmente e tem custo baixo, ativando economias que estavam engessadas pela miséria.
Jabor continua nos impingindo seu catastrofismo inconsequente, paranóico e partidário. Sim, partidário, porque tenho a impressão que tal negatividade desapareceria miraculosamente se Lula tivesse o "bom senso" de renunciar e entregar o poder ao PSDB. Toda essa ladainha sobre "velhas doenças brasileiras" se agravando em ritmo veloz, "diante da incompetência dos poderes públicos", seria esquecida. Eu queria saber de uma coisa: os novos promotores públicos e policiais federais que estão prendendo, pela primeira vez na história, prefeitos, ex-governadores, empresários, eles fazem parte dessa "doença"? Por acaso, Jabor está lendo as notícias sobre o crescimento "chinês" da renda per capita das famílias mais pobres? Leu sobre a ascenção social de 20 milhões pessoas das classes D e E para a classe C? Isso aí não melhora o tal "malaise"? Ou será que esse "malaise" jaboriano e fernandista não passa de uma tremenda frescura?
Termino com a carta-testamento do nosso querido Getúlio Vargas, cujas denúncias ainda são válidas. Tenho pensado muito no velhinho, nos últimos tempos:
Hoje o Jabor nos brinda com mais um de seus textos linguisticamente sofisticados mas ideologicamente desonestos. Filosoficamente medíocres. Jabor tem uma mitologia própria, vocês sabem e eu já cansei de denunciar. Uma mitologia maniqueísta onde o "lulismo sindicalista" ocupa o inferno e o "mercado" ocupa o paraíso.
No texto de hoje, Jabor recupera todos os seus lugares-comuns, e acrescenta alguns outros. Um dos novos clichês é elogiar a monarquia. "A nossa imprensa se manteve crítica e ativa, graças a homens como D.Pedro II". E volta a clichês antigos, como citar "multidões de vítimas de evangélicos corruptos e os milhões de votos do neocabresto moderno: os bolsistas da família". A nossa elite católica destila preconceito contra o aumento da igreja evangélica. Jabor, os evangélicos não são piores que os católicos. A Igreja Evangélica precisa se financiar, precisa de dinheiro como qualquer outra igreja. Os católicos sugaram muito mais dinheiro que os evangélicos poderão sugar em séculos. Em Ouro Preto, existem duas ou três igrejas por rua, construídas com sangue de nossos compatriotas carolas. Lembra de nosso querido Glauber Rocha? Deus e o Diabo na terra do sol? Pois é, a Igreja Católica participou ativamente da construção de nossa miséria. Não são os evangélicos os vilões de nossa história.
Jabor, todos os países minimamente desenvolvidos tem programas de transferência de renda. Na França, qualquer jovem sem trabalho recebe dinheiro do governo. Em países como EUA, Japão, Alemanha ou Itália, o governo ajuda os cidadãos de várias formas. O programa Bolsa Família, vai para famílias que estavam em situação de miséria, sem dinheiro para alimentar, com risco de vida. Com risco de vida, entendeu? O brasileiro estava (ainda está em parte) morrendo de fome. E a fome tem pressa. A morte tem pressa. Se o Jabor entendesse isso, não seria um crítico tão ácido e irresponsável de um programa que recebe tantos prêmios internacionais e está sendo copiado por governos de direita e esquerda em todo mundo, porque inclui socialmente e tem custo baixo, ativando economias que estavam engessadas pela miséria.
Jabor continua nos impingindo seu catastrofismo inconsequente, paranóico e partidário. Sim, partidário, porque tenho a impressão que tal negatividade desapareceria miraculosamente se Lula tivesse o "bom senso" de renunciar e entregar o poder ao PSDB. Toda essa ladainha sobre "velhas doenças brasileiras" se agravando em ritmo veloz, "diante da incompetência dos poderes públicos", seria esquecida. Eu queria saber de uma coisa: os novos promotores públicos e policiais federais que estão prendendo, pela primeira vez na história, prefeitos, ex-governadores, empresários, eles fazem parte dessa "doença"? Por acaso, Jabor está lendo as notícias sobre o crescimento "chinês" da renda per capita das famílias mais pobres? Leu sobre a ascenção social de 20 milhões pessoas das classes D e E para a classe C? Isso aí não melhora o tal "malaise"? Ou será que esse "malaise" jaboriano e fernandista não passa de uma tremenda frescura?
Termino com a carta-testamento do nosso querido Getúlio Vargas, cujas denúncias ainda são válidas. Tenho pensado muito no velhinho, nos últimos tempos:
"Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho.
A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
Miguel, o problema do Jabor é de mau-caratismo. Fala mal do estado, mas cansou de pegar dinheiro da EMBRAFILME, não filmava e embolçava a grana. Assim que ele comprou seu apartamento na Vieira Souto. Agora ele é um pseudo-intelectual vendido, a serviço de uma "estatal" chamada Organizações Globo, onde encontra espaço para exibir sua vaidade pernóstica e nefasta. Com figuras assim, Miguel, não tem debate sério.
Max Weber, em "A ética protestante e o espírito do capitalismo" elogiava justamente os protestantes por seu empenho em abraçar atividades no comércio e... no funcionalismo público.
É apenas um mercenário cínico, só isso.
Concordo e assino embaixo as críticas a "colunistas" lacaios como o Jabor. Mas, por favor, não inclua esse e outros rabugentos de direita no conservadorismo "tupi", porque é uma agressão às nações indígenas em geral. Esses branquelos reacionários não têm nada de tupi. A julgar pelos elogios de Jabor a Pedro II, quando muito se consideram herdeiros de uma "América Portuguesa", depois, quintal britânico, e hoje "pais capitalista dependente"(sic). É isso.
Eu ainda prefiro denominar o crápula de "JABÁ". E ainda assim fico com a impressão que afaguei o verme.
Ouvi dizer que Arnaldo Jabor vai voltar a filmar. Pra mim nunca fez falta. Seus filmes eram divulgados como sendo cabeças, feitos para pensar. O efeito em mim foi o de ter visto algo entre o pornô e a chanchada.
Mas o cinema brasileiro mudou e está em ótima fase produzindo filmes de diretores que dificilmente serão seduzidos pelo canto de sereia da globo. Entre eles destaco o pernambucano Marcelo Gomes e seu sensacional "cinema, aspirinas e urubus". Outro road movie nordestino e pernambucano é "Árido movie" de Lírio Ferreira que fez há dez anos "baile perfumado".
Cinema inteligente, instigante e sem falsos realismos é do que precisamos por aqui.
Quanto ao Jabor cometo a ousadia de sugerir, caso ele permita, um título para seu filme no desejo de vê-lo fazer algo um pouco mais profuso: "O assassinato de Hugo Chávez pelo covarde George Bush".
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