7 de abril de 2011

Aécio, novo líder da oposição

Sugiro a todos que prestem atenção nesse cara. É ele quem virá com muita força em 2014, apoiado pela grande mídia. Não vamos subestimar a direita.


1ª parte



2ª parte



3ª parte (final)




Também sugiro que leiam o artigo abaixo de Nassif sobre Aécio e a nova oposição:

O discurso de Aécio e a nova era na política

Enviado por luisnassif, qui, 07/04/2011 - 12:22

Já escrevi outras vezes e reitero: a ascensão de Aécio Neves, Eduardo Campos e outros menos votados marca uma nova era na política e a consolidação definitiva do amadurecimento político brasileiro.

Essa consolidação passou por dois momentos.

O primeiro, a derrota do estilo Serra-Bolsonaro nas eleições presidenciais. Se o estilo abjeto, a exploração do preconceito, da difamação, tivessem sido vitoriosos, hoje o país estaria em pé de guerra. Todo o trabalho civilizatório plantado por sucessivos governos, passando por FHC e Lula, teria ido água abaixo, no esgoto que marcou para sempre o estilo Serra.

O segundo momento é a derrota desse mesmo estilo na definição da nova oposição. A grande batalha civilizatória, após as eleições, se deu no campo das oposições: da liderança civilizada versus a barbárie, representada por Serra.

Também aí, houve a vitória da civilização. E o discurso de Aécio, apesar de pouco consistente - não se poderia esperar um plano completo, em plena transição política - é um marco no amadurecimento político do país.

O papel da oposição

Em qualquer democracia, é fundamental o papel da oposição. É ela quem contem desmandos de qualquer governo, define a competição que impede o acomodamento, apresenta alternativas, criando a dinâmica que mantém a vitalidade da democracia.

Faltam inúmeros pontos programáticos na oposição. Aécio não representa ainda um pensamento sistematizado, ainda é uma lousa em branco. Como, aliás, era o PT depois do plano Real, enfrentando inúmeras dificuldades para consolidar um novo discurso.

Mas é a melhor alternativa para a consolidação democrática do país, porque representa – do lado da oposição – a negociação, a crítica civilizada, construtiva, sem golpismo, sem pressa.

Ele tem duas bandeiras claras. Uma, a da gestão, infelizmente (para ele) encontrou pela frente a melhor gestora pública nacional sendo também presidente da República. A outra, o da negociação política civilizada. Esse é o seu trunfo, embora o fantasma da irmã Andrea Neves o acompanhe.

Com o tempo, a oposição terá que construir um novo discurso, mas pensando no longo prazo. Terá que recuperar a racionalidade de um José Roberto Affonso, trazer um novo pensamento político e econômico, descobrir novos Bresser-Pereira (porque o notável Bresser desistiu do PSDB depois de ver a cara pintada por Serra), novos Mendonças de Barros, novos Gianotti e Fausto com arejamento, com capacidade de enxergar o futuro daqui a dez anos, novos gestores imaginativos para, pouco a pouco, ir compondo uma nova plataforma política, tendo como peça central a tolerância política.

Os novos paradigmas

O período FHC legou um conjunto de conceitos que já não entusiasmam, por terem se convertido em valores nacionais – a defesa da estabilidade econômica, a responsabilidade fiscal (que, a rigor, o próprio governo FHC não praticou) - e por serem restritos, apenas peças, ainda que relevantes, de um desenho de país muito mais amplo, que o "tosco" Lula intuiu e o "sofisticado" FHC nunca entendeu.

Por outro lado, a entrada em cena dos paradigmas da era Lula – governo participativo, foco no social, foco em políticas voltadas para a geração de emprego, nova visão de país no mundo – pegou o PSDB de FHC de calças curtas, tornou anacrônicas as decisões de gabinete, a visão falsa do administrador na redoma. Sem contar o estilo Bolsonaro, trazido por Serra na campanha, que esfrangalhou a imagem do partido que, outrora, abrigou Covas, Montoro, Grama.

O PSDB possui duas vitrines para se contrapor ao governo Dilma: Minas e São Paulo. Minas está nas mãos de um dos melhores gestores públicos do país: Antonio Anastasia. Tem Eduardo Campos, em Pernambuco, mas estado sem a dimensão política de Minas.

São Paulo ainda não definiu um modelo de gestão à altura do seu potencial. Alckmin não foi um governador brilhante e Serra foi o mais ausente dos governadores do estado, com um grau de desinformação sobre políticas públicas que só encontrei, antes, em Luiz Antônio Fleury.

Se tivesse cabeça mais aberta, Alckmin teria à sua disposição os melhores quadros técnicos, as melhores universidades, institutos de pesquisa, as empresas mais modernas, recuperaria a capacidade de análise da Fundap, tiraria a Fundação Seade da lama em que foi jogada por Arnaldo Madeira, montaria think-tanks no Planejamento.

Mas falta pensar grande. Muito dificilmente haverá um "estalo de Vieira" na sua cabeça.

A vitalidade da democracia e a blogosfera

Mesmo assim, haverá uma disputa que melhorará a todos, tanto o governo federal quanto os estaduais. Todos terão que perseguir resultados, buscar o novo, desenvolver novas formas de participação popular, negociar com sindicatos, associações empresariais, sociedade civil.

Dia desses conversava com um dos melhores ministros de Dilma. Ele sentia falta do fogo no rabo da campanha eleitoral. Havia reuniões diárias para corrigir erros, aprimorar, responder às críticas fundamentadas ou aos factóides.

É essa dinâmica que faz da política o grande agente restaurador.

E a blogosfera também terá que se adaptar aos novos tempos.

Não dá mais para o jogo de torcidas e de ofensas, seja de que lado for. As discussões terão que se dar em torno de ideias, conceitos, discussões civilizadas, de tratar o outro lado como adversário, não como inimigo, de estimular o contraditório e de focar nos grandes problemas nacionais.

Apesar dos avanços dos últimos anos, o Brasil ainda é um país que desestimula o empreendedorismo, que está sob o peso de normas burocráticas massacrantes, que não criou condições de competitividade para enfrentar economias mais eficientes, que ainda falta avançar muito na infraestrutura, que terá que dar novos saltos nas políticas de inclusão social.

Nesse novo quadro, não dá mais para manter a guerra de trolls de ambos os lados. É hora do salto de amadurecimento, de recuperar a crítica necessária, e de apostar na tolerância.

4 comentarios

Maria 1 disse...

Tá certo, Miguel. Nada de subestimar a direita. Nem superestimar, tampouco, seu "novo" lider. O moço das alterosas é da mesma "linhagem" dos demais. Discurso sem substância, com o desbotado ranço neoliberal, ao gosto da matriz. Mais um para esconjurar pelo bem do BraSil. Por sorte (nossa), tem lá seus "pecadinhos".

Luiz Monteiro de Barros disse...

Portanto estamos ajudando a formatar a oposição que queremos pelo Brasil.
Por ora apesar da midia ser contra o Brasil pelos interesses que ela defende. Que se lixe o povo ou a imensa desigualdade de renda do país. Alias se essa midia começar ou continuar a apoiar Aécio já podemos por as barbas de molho, não é?
Qualquer direita menos como a que Serra expressou apoiada pela mídia. Essa mídia. Outro dia nomeava que o jornal O Estado de São Paulo como ESP é uma mídia de oposição mais amena por não usar tanto factóides por seguir os princípios do liberalismo, porem não reconhecendo que o mesmo sem regulamentação não funciona, como o que foi provado a farta em 2008, mas insiste em dizer ser mais viável para o progresso com o tal de Estado mínimo. O que é isso?
Veja o imbróglio do FMI. Dilma diante de Obama citou que a emissão de dólares, desequilibra os outros países que precisam tomar medidas e os representantes dos emissores de tais dólares a dizerem ainda que o mercado se auto corrigiria
Uma correlação de forças muito expressa pela mídia sempre em detrimento á cooperação/inclusão/Estado eficaz ainda não viável no Brasil quiçá no planeta que foi se estruturando a partir de Lula. Ainda mais por ter sido por ele, um anátema das falsas elites ou da falsa oposição.

Em síntese concordo com a analise do Nassif. Ainda bem que a oposição queira se desvencilhar de Serra, porem paradoxalmente presente no discurso dele!! Por hora todos devemos ficar atentos. Quem vai se qualificar para tal. Veja um Delfim tão execrado pela esquerda agora se pautando a favor do governo Dilma, criticando, no entanto a indexação do SM.
Por exemplo quero ver um Aécio defender que o Estado e Mercado se tornem eficazes pela banda larga (o uso do FUST), como já vi um Bresser defendendo. Se a mídia seja regulamentada, pelo menos a concedida e por ultimo porem não menos importante a Comissão da verdade (que lhe dêem outro nome se preciso).
Nesse ínterim a gerente eficientíssima Dilma, aquela que viabilizou o sucesso de Lula, como ele sempre reconhece, vá apoiando a Educação, tornando o Brasil rico sem pobreza

Anônimo disse...

Já baixou a censura na TV Senado para proteger Aécio, os apartes de parlamentares do PT foram cortados, é o PSDB quem manda na TV Senado, a conferir

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/04/ja-baixou-censura-na-tv-senado-para.html

spin

Anônimo disse...

Passamos pelo "Presidente de Nascença" e passaremos também pelo "Neto Eterno"!

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