5 de outubro de 2011

Em defesa de Rafinha Bastos


(Rafinha será tranformado em mártir pela esquerda moralista?)

Uma coisa leva a outra, e agora preciso levar essa polêmica até as últimas consequências. Permitam-me, contudo, exibir uma apólice de seguro de minha opinião: isto é só um debate, não tenho pretensão nenhuma de vir aqui brandir a verdade derradeira e definitiva na cara de ninguém. Pode ser que eu esteja completamente errado. Permitam-me também de vez em quando carregar um pouco nas tintas. Eu me referi, no Twitter, a esse fascismo de classe média, a esse moralismo enfurecido, apoplético, inquisitorial, que se manifesta também com muita força à esquerda. Peço desculpas aos que se sentiram ofendidos. Não chamo ninguém, em particular, de fascista. Acuso apenas esse fascismo etéreo, pairando no ar, essa nuvem de ódio e sectarismo, que tradicionalmente se disfarça de boas intenções.

Como esse moralismo, nas pessoas identificadas com ideologias de esquerda, sente-se constrangido em atacar o governo (deixo a ultra-esquerda de fora porque é insignificante numericamente) que, teoricamente, representa o seu campo, ele extravasa o seu rancor contra outras instâncias de poder. Há inimigos de alto calibre, como a grande imprensa, o vulgo PIG (Partido da Imprensa Golpista). Aí sim temos um gigante perigoso, um verdadeiro quarto poder na República, um poder selvagem, hobbesiano, que precisaria sofrer algum tipo de regulação democrática, para amainar a instabilidade política e as injustiças culturais que ele gera. A própria internet, e especialmente a blogosfera, no entanto, já correspondem um pouco esse monitoramento. Aliás, por isso eu acho que a blogosfera deveria, antes de tudo, investir em si mesma, em sua profissionalização e independência, para não ficar dependendo apenas que uma nova legislação, proposta pelo governo federal, vá resolver o problema. A própria ação dos blogs, se aprimorada, pode muito bem fazer parte do papel que caberia a "Ley dos Medios". Até porque uma Ley dos Medios nunca vai resolver todos os problemas decorrentes da concentração dos meios de comunicação. A big press manterá seu poderio. Talvez tenha que ser mais dissimulada. Será a mesma, contudo. A lei terá que ser feita, até porque a realidade do universo midiático vai sofrer uma revolução. A convergência digital está vindo, e daí só Deus sabe o que irá acontecer. Mas uma coisa a internet mudou de vez. A comunicação social é uma realidade hoje muito mais próxima do cidadão.

Entretanto, esse ódio "santo", e o digo sem ironia, porque ele é o ingrediente necessário a qualquer revolução ou mesmo qualquer mudança, às vezes escolhe um alvo fraco, ou seja, um indivíduo, um cidadão brasileiro. Aí eu acho errado.

Eu acho errado e perigoso essas correntes de ódio, como esse linchamento coletivo de Rafinha Bastos. Querem odiar a grande mídia? Tudo bem, é um adversário à altura. Mas focar esse ódio num jovem humorista?

Você pode não gostar do Rafinha Bastos. Pode achar que ele é um péssimo profissional. Eu também não simpatizo com ele, menos ainda com o CQC. Eu não gosto do Marcelo Tas, porque desde muito tempo entendi que ele é uma figura midiática ligado ao conservadorismo político. Ele dá palestras para a Juventude do DEM, participa de todos os movimentos midiáticos da direita.

Mas ele tem direito de ser assim. Tanto Marcelo Tas como Rafinha Bastos são cidadãos brasileiros que gozam de seus direitos civis e de sua liberdade de expressão, os quais eu defenderia até com a minha vida, se me permitem essa bravata.

No caso específico de Rafinha Bastos, você pode achá-lo um humorista desastroso, nocivo, mas não pode negar que isso é uma opinião sua, e que milhões de brasileiros pensam diferente. O cara foi considerado pelo New York Times como a figura mais influente do mundo no Twitter. Claro que o NY Times tem seus interesses, a sua parcialidade, etc, mas ainda assim é o NY Times. De qualquer forma, mesmo que o NY Times não tivesse dito nada, ainda sim Rafinha Bastos continuaria sendo uma das figuras mais influentes do Twitter, senão no mundo, ao menos no Brasil. Algum talento o cara tem.

Entretanto, Rafinha Bastos não é um gigante da mídia; é apenas um indivíduo. Você pode até achar que ele simboliza isso e aquilo que existe de mal, de preconceituoso, de reacionário, na sociedade, mas ele não é um símbolo. Ele é uma pessoa. A gente já assistiu como essa confusão, entre o que é símbolo ou mito e o que é apenas humano se mostra letal, em geral para o lado humano, visto que o símbolo não morre tão fácil.

Eu fico estupefato ao contemplar a desenvoltura com que as pessoas se arvoram em juízes da opinião pública e acorrem à praça para vociferar e lançar pedras na prostituta da vez. Rafinha Bastos é a Madalena de setores "politizados" da internet. Agora é chique participar de linchamentos?

Daí eu lembro daquelas multidões enfurecidas que se aglomeram em frente aos tribunais, quando temos julgamentos de protagonistas de crimes com grande cobertura midiática, como o casal Nardone. Na internet, temos fenômenos parecidos, mas com uma multidão mais refinada.

Afinal, quais foram os crimes cometidos por Rafinha Bastos?

Vamos elencar e analisar seus dois mais recentes e comentados "crimes":

1) Disse que mulheres feias deveriam agradecer a seus estupradores, porque eles estariam fazendo uma caridade.

Desnecessário dizer que se trata de uma grosseria inominável. Evidentemente, Rafinha jamais teve uma parente que sofreu esse tipo de agressão. Agora, a frase saiu da boca de um humorista, num contexto específico, em que ela se pretendia bem-humorada, ou sarcástica. Acusar Rafinha de pregar o estupro de mulheres, é um absurdo. A escola de piadas grosseiras, aliás, não teve início com Rafinha. Quem não se lembra da infinidade de piadas com leprosos? Na minha vida, já tive a oportunidade de ouvir e repetir dezenas de piadas com leprosos, com judeus, com louras burras. A dos leprosos eram bem engraçadas.

A piada do Rafinha, portanto, inscreve-se na série de piadas de humor negro, e assim deve ser entendida. Pode-se não gostar da piada, pode-se sentir irritado, pode-se até mesmo enviar emails pedindo a sua demissão; mas deve-se tomar muito cuidado para não fazer disso um linchamento. Daqui a pouco um maluco, depois de absorver tanto ódio na internet, agride o humorista fisicamente, e daí estaremos configurando, precisamente, a criação de um movimento fascista.

2) Disse que "comeria" Wanessa Camargo e seu bebê.

Outra grosseria. Mas, a meu ver, de bem menor gravidade. De seu jeito torto, quase bandido, Rafinha fez um elogio à Wanessa Camargo. Disse que ela, mesmo grávida, estava atraente. A circunstância era a mesma do caso interior. Rafinha estava participando de um quadro de humor, sob forte pressão psicológica para falar algo muito engraçado, que justificasse o seu salário de marajá na Band. A intenção dele, obviamente, não era defender o estupro de grávidas e bebês. Fizeram uma tempestade de um copo d'água, sobretudo porque a frase desagradou figuras poderosas. Rafinha é um empregado, pisou na bola e pode ser demitido, não sei, mas não vejo razão para elegê-lo como inimigo público número 1 da sociedade brasileira.

Conclusão: Rafinha cometeu um erro de avaliação, o que mostra que a sua profissão comporta riscos. A Band o contratou para que ele ajudasse a emissora a aumentar a sua audiência. A concorrência dos canais abertos tem sido cada vez mais acirrada. Como fazer frente à Globo? Se fôssemos depender da TV Brasil, me desculpem, a Globo teria 99% do mercado. Eu elogiei muito a ida de Teresa Cruvinel para a TV Brasil, mas, hoje, vendo retrospectivamente o seu trabalho, acho que foi medíocre. Jornalisticamente, a TV Brasil não inovou em nada, fazendo uma cobertura meia-boca, e às vezes beirando a covardia, ao não produzir pautas desafiadoras. Artisticamente, a TV Brasil também se mostrou fraca. A ideia que eu tenho da TV Brasil é que, ao ligar lá num sábado à noite, vou ver um documentário de indios nus da década de 60. Ora, já vi vários documentários de indios nus, não tenho nada contra, mas estou falando de trazer coisas mais vivas, mais estimulantes, mais polêmicas. A proposta de só mostrar filme brasileiro me parece um nacionalismo tosco. Exibe um montão de filme ruim, que pouca gente vê. Tanto filme interessante no mundo! E o cúmulo da incompetência: é o canal com mais problemas de transmissão de imagem. Eu moro na Lapa, ao lado da sede da TV Brasil e não consigo assistir de tão ruim que é qualidade!

Então, a concorrência fica a cargo dos caras do Pânico e do CQC. Que estão conseguindo, com apenas uma fração da verba que a Globo tem, fazer frente a um domínio de quase 40 anos.

Eu não estou aqui para atirar pedra em ninguém. A blogosfera acusa a grande mídia de acusar, julgar, condenar e executar a pena, mas está fazendo a mesma coisa.

Tem muita gente ruim no Brasil. Tem diretor de hospital desviando verba. Tem médico que deixa de atender paciente por pura maldade ou preguiça. Tem corrupção na política, nas empresas, nos jornais. Até mass killer agora já temos, e de crianças! Outro dia fiquei sabendo do golpe que deram no ator Sérgio Brito, um cara que todos admiramos e amamos. Uma coisa horrível. O Brasil contemporâneo é um grande fornecedor de almas para o inferno.

Rafinha Bastos é o menor problema que temos no Brasil. Não gosta dele? Mude o canal. Ignore-o. É besteira querer eliminá-lo. Todo esse clima de linchamento apenas irá transformá-lo em vítima, até mesmo um mártir. E o perigo, como disse em outro post, é colar na esquerda a etiqueta de pseudo-moralista e inimiga da liberdade de expressão. Em nome da democracia, somos obrigados a engolir um rol de figuras estranhas integrando ou apoiando o governo. Não custa nada usar a mesma tolerância com humoristas, sobretudo com aqueles que estão desafiando o monopólio da Globo.

68 comentarios

Felipe disse...

O Sogro da Wanessa, dono do Folha de Vitória, publicou uma carta no editorial do jornal, atacando o ofensor.
http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2011/10/editorial-rafinha-bastos---o-lado-b-de-uma-nova-era.html

Imagine se vira moda? Donos de concessões públicas utilizando-se destas para agendas próprias...

iendiS disse...

Mas a liberdade de expressão é principalmente a liberdade do cidadão de poder falar e criticar. E poder criticar inclusive humoristas de TV. E criticar de forma até virulenta, o que não deveria ser motivo de incômodo para esse rapaz, haja vista que, inteligente como é, desde o primeiro momento sabia que esse tipo de humor que faz tenderia a provocar as reações que vem provocando.
Aliás, parece ser essa a essência do politicamente incorreto: chocar e provocar reações que possam ser tachadas de moralistas.
Deveria, pois, ser esse o objetivo, desde o primeiro momento, de nosso Rafinha Bastos, de modo que é bem possível que não esteja lá tão chocado.
Noutras palavras, ele que aguente as consequências. Não se faz humor pedindo para que mulheres feias agradeçam a estupradores de forma impune.
Mas se servir de consolo para o moço, o meu problema não é pessoal com ele: estou abandonando o grupo Bandeirantes em geral, pois seus patrões são tão culpados por essa barbárie quanto ele. Aliás, ele, coitado, foi apenas um idiota útil.

dbacellar disse...

Concordo com não linchar o fulano, pelo menos no sentido de que ele perca o emprego.

Mas, tirando isto, concordo também com o iendiS: se há muitas críticas, é porque ele mereceu.

Critica quem quiser. As consequências (sair do programa), sabemos, não têm relação com as críticas na Internet, mas sim com a reação de uma família específica. Tanto que nada aconteceu com ele quando falou as besteiras anteriores, apenas quando disse a grosseria adolescente sobre a Wanessa Camargo. Bem feito para ele!

Quem fala o que quer...

dbacellar disse...

Felipe: jornal não é concessão pública. É uma empresa particular e pode, sim, apresentar opiniões particulares, até mesmo de seu dono. O que não pode, é apresentar esta opinião como se fosse a verdade absoluta, como se fosse resultado da apuração de fatos. Isto, por exemplo, é o que fazem a 'Veja' e a 'Folha de S. Paulo'. Em tese, o 'Estado de São Paulo' não pode ser acusado do mesmo, ao menos em época de eleições, porque costuma declarar seu candidato (mas, ainda assim, tem reportagens tendenciosas).

Em tempo: rádio e TV são concessões públicas de uma faixa do espectro de radiofrequências, que é limitado. Por isso, têm que seguir algumas regras.

Unknown disse...

Não se trata de crucificar o Rafinha Bastos. Ele é, de fato, apenas um cara que falou algumas grandes asneiras. Não é pior que o Ratinho, Datena, e tantos outros apresentadores ou "jornalistas" inexpressivos, dos quais não lembrarei os nomes.

A questão é dar um basta no mau uso da "liberdade de expressão", que vem sendo deturpada por todos os veículos de mídia, nesse vale-tudo pela audiência. E nesse ponto, discordo frontalmente do seu argumento.

Ofender pessoas não é "liberdade de expressão".

Todos temos o direito a expressar opiniões, defender argumentos, abrir discussões sobre os temas mais inquietantes - sejam quais forem - mas ninguém tem o direito de ofender ninguém. Muito menos, de forma gratuita, sem qualquer objetivo ou propósito, apenas para "fazer graça".

Pode ter suas convicções religiosas, mas não pode chutar uma imagem idolatrada por outra religião. Pode ser contra o "kit gay" nas escolas, mas não pode bradar palavras agressivas aos homossexuais...

A liberdade de expressão é garantida para permitir a evolução da sociedade, através do livre debate de ideias, e não a sua degradação, através do uso apelativo de baixarias "engraçadinhas", ainda que sejam de fácil aceitação popular.

O desconforto causado por uma opinião pode até ser socialmente tolerado, se tiver um objetivo maior. Debater o aborto, por exemplo, pode ser deconfortante para muitos. Usar o humor como elemento para esse debate, portanto, pode ser altamente questionável, mas seria aceitável como defesa de opinião - ou liberdade de expressão.

Qual seria, entretanto, o objetivo maior que justificaria a "Casa dos Autistas", na MTV? ou as declarações imbecis do Rafinha Bastos, no CQC? - o que a nação ganha com essa liberdade de expressão? são elementos para construir algum debate? para mudar algo? ou são apenas palavras impensadas?

Nesse sentido, o CQC presta um grande serviço, confrontando figuras públicas, de forma contundente, até constrangedora - mas sempre dentro de um debate maior, de conceitos, posturas, convicções, ações, opiniões. O Rafinha Bastos, com suas piadas totalmente sem noção, vinha destoando dessa linha.

Compreendo e até concordo com sua tese do "linchamento moral" contra o Rafinha Bastos. É verdade! - ele esta sendo o bode expiatório... e isso é uma grande injustiça: muitas outras personalidades da TV brasileira deveriam estar ao seu lado, nesse paredão de fuzilamento, mas... isso não significa que o Rafinha não mereça o que está colhendo.

MauMauquirino disse...

O comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.


Cynara Menezes é jornalista,escreve para a CartaCapital.

MauMauquirino disse...

Se o Rafiha Bastos perder todos os processos que tem nas costas vai ser muito engraçado.

JCB disse...

Rafinha é apenas um escroto a mais. Meu medo é que você também esteja se transformando em um deles.

MauMauquirino disse...

o “pensador” imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apoia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu. Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.

Cynara Menezes é jornalista.Escreve para a CartaCapital.

MauMauquirino disse...

o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.
Cynara Menezes, escreve para a CartaCapital.

MauMauquirino disse...

Uma pessoa pública não pode e não deve, usar do seu poder de imagem para cultivar preconceitos,com o pretexto de estar usando a liberdade de expressão,ele é uma pessoa,não é uma corporação,mas sua visibilidade como o NYT falou,pode influênciar milhões,ninguém diz o que não queria realmente dizer,se disse é orque estava pensando,existem outros comediantes,muito melhores que ele,que não usam de baixarias para obter sicesso e,não se trata de moralismo.

MauMauquirino disse...

o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.
Cynara Menezes, escreve para a CartaCapital.

Kiril disse...

Bom dia Miguel, eu não sei onde você viu tanto "linchamento" assim, talvez eu esteja lendo os blogs errados. Todos com quem conversei a respeito nem estão dando bola. Eu mesmo achei que esse assunto já estava esgotado.
Polêmica? Que polêmica? Só se for para discutir se o cara é "humorista" mesmo, se o que ele faz pode ser considerado humor.
A pior coisa que pode acontecer para um cara no ramo de atividade dele é ser ignorado. Acho que é isso que ele merece.

Werner Piana - @SAGGIO_2 disse...

não vejo grande diferença na ação politica deste rafinha bastos e do dep. jair bolsonaro. estilo similar.

devemos defende-los em nome da "liberdade de expressão"?

Marola disse...

Quem diz o que quer ouve o que nao quer.

Sérgio Vianna disse...

HOMICÍDIOS NO BRASIL

Os sítios brasileiros de internet publicaram notícia sobre as taxas de homicídios no Brasil.

São números divulgados de um estudo da ONU, que contabiliza mais de 43 mil mortes por ano no país.

Quem tiver o trabalho de fazer uma pesquisa nessas fontes verificará uma enxurrada de números (absolutos e percentuais), alguns contraditórios.

Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) informa ainda que foram cometidos 468 mil homicídios no mundo em 2010.

Pouco menos de 10% dos assassinatos no mundo se realizam no Brasil, cuja população representa menos do que 3,2% dos 6 bilhões de terráqueos.

"País Rico é País Sem Pobreza", é o slogan encontrado na logomarca do Governo Federal.

Mata-se no Brasil todos os anos muito mais pessoas do que se verifica em alguns nações sob guerra.

Intelectuais apontam para as distâncias sociais as causas de números tão elevados.

O pai (um agricultor analfabeto, de 62 anos e natural de Pombal PB, há uma década em Formosa GO) da jovem moça assassinada pelo professor em Brasília sentenciou:

"As leis neste Brasil precisam mudar e ser mais severas. Nossas mulheres não podem continuar à mercê da violência".

O amigo Gilmar Carneiro escreveu há alguns meses sobre as várias misérias que devemos combater para construir um país rico e sem misérias.

Eu prefiro a declaração do pai da jovem assassinada, com toda a emoção que carrega, frente à explicação acadêmica, fria e sem perspectiva.

Nossas mulheres, homens, jovens, crianças e velhos não podem ser abatidos tão covardemente por assassinos cruéis que se fazem pela impunidade e morosidade judicial.

Pais e mães que conhecem a luta de uma vida inteira para criar os filhos sabem que a vida vale muito esforço, e não pode ser banalizada como assistimos entristecidos.

Rildo Ferreira disse...

Miguel, com todo respeito à sua opinião, peço que repense: tudo aquilo que começa ali, no CQC, acaba por se refletir nas atitudes de seus seguidores nas ruas, nas escolas, em casa...

Anônimo disse...

Engraçado seria comparar o direto do Rafinha Bastos de falar o que quiser e o direito do Bolsonaro de falar o que quiser?!?? Tem diferença?!??!?!!?

Daniel F disse...

concordo em parte. só penso que: nesse caso da polêmica, falar mal dá quase no mesmo que criticar. porque é disso que esses caras vivem. a polêmica é que alimenta o sucesso deles. quem o odeia também deve ficar bisbilhotando o twitter pra poder "se indignar". no caso, se ele se der mal, não é por causa da polêmica, é por que atingiu uma celebridade. por isso tudo, acho que as pessoas deviam se concentrar menos em responder a esse humorismo fascista e tentar produzir coisas interessantes e humanistas.

Miguel do Rosário disse...

Rildo, essa relação não é assim automática e um humorista não tem obrigação educacional.

Anônimo, o Bolsonaro também tem direito de falar o que quiser. O mesmo direito que eu tenho de não votar nele.

Anônimo disse...

O ser humano está ficando (ou sempre foi, sei lá) muito melindroso. Vi que um grupo de mulheres vítimas de estrupo se indignarem com Johnni Deep ter dito que uma seção de fotografias o fazia sentir-se estrupado. Como se ele estivesse dando a ambas as coisas o mesmo peso. Afffhh

André Lux disse...

Não concordo com a defesa por um motivo simples: esse sujeito não é um comediante, é apenas um mauricinho degenerado e sem limites. O fato de que existem pessoas que o achem engraçado não quer dizer nada. Na Alemanha nazista bebês eram atirados para o ar e abatidos com bastões - e muita gente ria.

O que esse sujeito está colhendo é apenas o que ele plantou. Nada mais, nada menos.

Miguel do Rosário disse...

André, olha a comparação que você fez! Pohan, comparar com fuzilamento nazista de bebês! Você incorreu naquela lei segundo a qual sempre que o argumento do nazismo é trazido à tôna, perde-se a discussão. Ademais, o nazismo era um sistema que promovia uma censura fortíssima contra qualquer tipo de arte "degenerada", que é o adjetivo que você usou.

A partir do momento em que ele trabalha como comediante, ele é um comediante. Caras como ele são importantes para entendermos os limites da liberdade de expressão e do humor. Sim, evidentemente que há limites, mas estes devem ser expandidos a medida em que a sociedade se torna mais madura, e os filtros, em vez do ódio e do peso da lei, deveriam ser apenas a indiferença e a tolerância condescendente.

Sabe, como eu disse no início do texto, eu nem sei se estou certo nessa polêmica, mas agora tenho visto um montão de gente defendendo (e de esquerda) dizendo que se a Igreja Católica implicou com a Dilma, deveria intervir nesse caso agora, censurando e excomungando o humorista. Vejo blogueiros botando os valores da "família" acima de tudo, e promovendo uma distorção evidente das frases do comediante. E gente ofendendo o pai do Rafinha (que foi defender o filho no blog do Nassif), e a mim, com uma falta de educação tão censurável quanto aquela que pretende censurar o Rafinha.

Rafael Coutinho disse...

Aconselho a leitura do texto "O perfeito imbecil politicamente incorreto".
Sendo assim, quero lembrar que é justamente pelo fato de Rafinha Bastos ser uma figura publica e altamente influente que suas atitudes devem ser profundamente discutidas.
Porque, grande parte das pessoas que o assiste e se divertem com suas piadas, que deveriam ser enquadradas como um humor hediondo, nao tem visao critica e sao apáticos quanto aos assustos de carater social. Entao, embasando-se na afirmaçao de Albert Einstein : "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade", cabe a cada um de nos cercear esse tipo de conduta que fere as minorias.

http://www.cartacapital.com.br/politica/o-perfeito-imbecil-politicamente-incorreto#.TotKK_AR8fo.google

Miguel do Rosário disse...

Rafael, já li esse texto. Para mim, não diz nada. Caricaturiza os personagens, classificando-os de maneira estanque, definitiva, simplista. Todo mundo tem esses lados sombrios e politicamente incorretos em si. O texto incorre no mesmo erro que o tal Manual que critica. Por outro lado, faz uma crítica pertinente ao humor grosseiro, desrespeitoso e reacionário que tem florescido por aí. Mas o meu tema aqui é a liberdade de expressão, não a qualidade do humor brasileiro, ou o que é politicamente correto ou incorreto.

Fernando disse...

Não existe essa de "não gosta dele, muda de canal", basta lembrar que rádios e tv´s são concessões públicas regidas pelos artigos 220 e 221 da Constituição Federal. Leia o que lá está escrito e verifique que essa conversa mole de "mudar de canal" não se sustenta. Aliás essa desculpa serve para muita asneira que é levada para dentro das casas de quem assiste tv ou escuta rádio. As críticas não tem nada a ver com ódio à grande mídia, nem por ele ser influente no twitter ou simbolizar algo. Tem a ver com a tênue separação que existe entre ser "politicamente incorreto" e agressivo, grosseiro ou ofensivo. Será que alguém por ser de esquerda não pode criticar o Rafinha? Se algum progressista está pedindo a intervenção da Igreja Católica é problema dele. Isso não significa que todos os críticos estejam pedindo linchamento ou algo parecido. Na realidade o humorista deve estar achando ótima essa polêmica porque seu nome nunca foi tão repetido. Mas não se enganem, essa recomendação de mudar de canal além de ser contra a lei só serve aos apeladores.

Dirckdisse disse...

Se é pra ficar só na redução "não gosta dele, muda de canal", então aceite também que o judeuzinho confundiu bancada de TV com mesa de buteco.

Francisco Ebeling Barros disse...

Miguel,

você tá sendo cooptado pelo discurso da direita...

Dirckdisse disse...

Mais esta:

O judeu Rafinha confundiu bancada de programa de tv ao vivo com mesa de buteco, ou apenas estava seguindo a cartilha dos Sábios do Sião?

Miguel do Rosário disse...

Oi Chico, não tô não. Para mim, esquerda é cuidar dos pobres e apoiar a ideia de um Estado que invista pesado em educação e saúde. Não ficar censurando humorista de tv.

Miguel do Rosário disse...

Fernando, com a convergência digital, vão surgir centenas de canais, à disposição de todos. Vai ser uma loucura ficar controlando o que dizem os humoristas. Sem contar que os juízes vão enlouquecer perante as interpretações subjetivas que se poderão fazer. Deixa cada um falar o que quiser.

Bruaca Catarina disse...

Realmente sensibilidade às causas feministas não é o seu forte Miguel. Eu e muitas mulheres nos sentimos particularmente ofendidas com as declarações do asno em questão. Não quero o linchamento dele, quero apenas responsabilidade de parte de um cidadão que tem tantos direitos e deveres quanto nós, além de, por sem tão "influente", colocar na cabeça de jovens que "humor negro" é engraçado e tudo bem sair por aí ofendendo as pessoas. Faltou tato e menos teoria florida. Até admiro sua intenção de fazer um contraponto, mas o contraponto é tão machista que chega a doer. Abraço.

Bruaca Catarina disse...

E nossa liberdade de expressão acaba quando começa a dignidade dos outros, temos que entender isso.

Miguel do Rosário disse...

Binah, não briga comigo porque talvez nos encontremos em Foz do Iguaçu e gostaria muito de tomar uma cerveja contigo. Amistosamente.

Pois é, talvez eu tenha pouco tato mesmo para as causas feministas. Mas se o tal humorista dissesse que Wanessa estava "apetitosa". Semanticamente, é o mesmo que dizer que ela poderia ser comida, não? A nossa linguagem, sobretudo aqui no Brasil, é toda cheia de referências sexuais. É nossa realidade e condenar quem fala assim é um tanto de moralismo, porque embute um tabu negativo em torno do sexo, etc. Se você prestar atenção nos programas populares, verá o mesmo tipo de manifestação em toda hora, em relação a homens e mulheres.

Agora, é evidente que a intenção foi ser engraçado, embora não tenha sido bem sucedido. Confundir isso com pregação do estupro de grávidas e bebês é uma aberração, uma tremenda forçação de barra.

Posso não ser muito sensível ao feminismo, mas eu não sou machista. Ou pelo menos não quero sê-lo. Quer dizer, numa coisa eu sou machista sim. Em mulher eu dou beijo, não abraço :)

Beijos.

Anônimo disse...

Miguel,

Discordo um pouco da visão geral do seu texto. O Rafinha Bastos apanhou bastante na internet quando disse a bobagem do estupro, mas só foi suspenso (pelos patrões dele, que podem inclusive terem usado o episódio como uma jogada de marketing) quando ofendeu a mulher de um figurão. Eu penso que ainda não dá para equiparar a força dos blogs ou do twitter com uma emissora de TV, mesmo que seja uma decadente.

André Martins

Bruaca Catarina disse...

Miguel, eu não disse que ele faz pregação...de todo modo, vou deixar pra discordar de você pessoalmente e tomando uma cerveja.

É claro que você vai encontrar referências machistas em TODOS os lugares, e é justamente por isso que gente com o alcance que Rafinha Bastos tem, precisa ter mais responsabilidade. É simples.

André Lux disse...

Eu apenas usei o exemplo dos nazistas rebatendo bebês para mostrar que não existe limite ou definição para o que é "engraçado". Ou seja, só porque tem gente que ri de algo, isso não quer dizer que aquilo seja obra de um "comediante".

Rafinha Bastos não é um comediante. É apenas um imbecil com licença para ofender, agredir e ser grosseiro. Mas agora parece que ele foi longe de mais e tiraram a licença dele. Ou seja, está colhendo o que plantou.

jonas de carvalho disse...

Dá licença pra dar meu pitaco também. E como disse o autor do texto não vim aqui para brandir verdades, eu nem as tenho. Mas penso que a essencia do que o autor chamou de polemica é apenas a tomada de posição. Se o pessoal que achou um absurdo for maioria a coisa vira absurda, se o pessoal que acha que é nrmal, a coisa vira normal. Evidentemente há que se entender que maioria pode não ser algo apenas per capta mas conta com um boa dose de poder de influencia é claro. Afinal na nossa sociedade todos somos iguais, mas alguns são mais iguais que os outros.

E continuando meu pitaco: esse menininho meiguinho com apelidozinho pequenininho para combinar com seu cerebrozinho naniquinho apelou, e para mim quem apela é por que não tem competencia. Comercial de cerveja com mulher siliconada e abundante é apelação. Panico com panicat é apelação. Datena com sangue jorrando pela tela é apelação. Enfim quem não tem competencia para fazer algo que faça a diferença, apela. Quem não consegue chamar a atenção dos outros por meios que enriqueçam e empurrem a humanidade para frente, apela. A lista dos apeladores é enorme.

Grandes abraços meus chapas

Unknown disse...

Rafinha é um garoto classe média, preconceituos, bobalhão, mal educado, cujo os pais, em sua criação, não ensinaram os limites da boa convivência. Esta não é uma opinião somente minha. As mais variadas pessoas, pertencentes a todo o espectro ideológico, possuem a mesma opinião. Não se trata de moralismo, trata-se de constatação. A critica a Rafinha não é monopólio da esquerda. Se este tipo de pessoa não for criticada, provavelmente jamais amadurecerá e continuará a ofender pessoas e eventualmente pagar pela suas ofensas.

Os meios de comunicação devem ser sim responsabilizados pela justiça quando alguém se sentir ofendido ou prejudicado, principalmente aqueles que são concessão do estado.

Os politicamente incorretos deveriam lutar contra os preconceitos, jamais reforça-los.

Miguel do Rosário disse...

Roderick, o que tem a ver o fato dele ser um garoto de classe média? O que estou questionando aqui são os limites da liberdade de expressão. E lembrando que se alguém tem culpa, é o canal de tv ou a própria lei, que seria "liberal" demais. Não um humorista, uma das funções é justamente explorar os limites do que se pode falar ou não.

Marola disse...

Quero ver se esse babaca se sustenta apenas como rei do twitter, ou com os seus showzinhos absolutamente sem graça (vi alguns trechos dêles no yoiutube - muito ruinzinhos, posso lhe assegurar).

Unknown disse...

Miguel você publicou meu comentário com adjetivos pouco lisonjeiros à Rafinha Bastos. Se este sentir-se ultrajado, você acha que ele tem o direito de processá-lo? Ou a mim? O que diz a lei neste caso?

Não me leve a mal, quem está meio confuso sou eu. Qual a diferença TV X Internet em casos de innjúria?

Miguel do Rosário disse...

não sei, Roderick, mas seus adjetivos não justificam nenhum processo, a meu ver. são leves.

Anônimo disse...

"Martirizado pela esquerda moralista"? Faça-me o favor, seu Miguel. O Marcelo Tas foi na Veja tirar o dele da reta e jogar seu colega aos leões e programas de fofoca diversos não param com sua indignação seletiva. Vai dizer que eles são porta-vozes da esquerda?

José Marcio disse...

O pior de tudo, Miguel, é que essa tropa acaba divulgando justamente aquilo que acha uma merda. Eu nunca tinha escutado falar em Rafinha. Passei a saber que ele existe porque um bando de moralistas de segunda categoria, ao invés de ler um bom livro, perde tempo vendo QCQ. Outra coisa que eu nunca assisti na vida mas que, agora, ando com vontade de dar uma olhada. O problema é que eu olho pra minha estante e vejo tanto livro bom que ainda nem abri e aí eu deixo de assistir aos QCQs da vida e leio.
Uma vez assisti a um filme (não me lembro o nome) em que um livro estava em julgamento num daqueles estados ultra conservadores dos EUA. As testemunhas, na sua maioria, velhinhas furiosas com "a pouca vergonha contida no livro" só faltavam fuzilar o réu com o olhar. Até que o advogado de defesa, nas suas alegações finais, dirigiu-se aos presentes e perguntou: "Quais de vocês leram o livro do começo ao fim?". Não preciso dizer que foi um pandemônio com juiz batendo aquele martelinho e o diabo.
A mesma coisa é com o tal de BBB. Os intelectuais (principalmente "de esquerda") metem o malho no programa, mas sabem todos os detalhes que rolam "na casa". Sabem quem vai ou quem foi pro paredão; sabem quem trepou com quem. Tudo. Depois saem deitando falação de que o programa é uma merda, baixo-nível e outras coisas mais.
Ora, façam como o estúpido aqui. Tentei assistir ao BBB uma única vez. Um bando de caras sarados e mulheres gostosas ficavam dançando em volta de uma piscina ao som de uma canção que dizia "moreno alto, bonito e sensual etc.". Foram mais ou menos 10 minutos na mesma cena. Vez por outra a câmera dava um close numa bunda, ou num bícipe. E tome de "moreno alto, bonito e sensual... sexo total, amante profissional". Eu resolvi trocar de canal pra ver se saía daquela cena chata (mesmo com as bundas lindas que apareciam) que depois eu voltava. Cinco minutos depois, sintonizei de novo no BBB. "Sexo total, amante total.. do amante profissional". Porra! Isso não acaba nunca? Não acabava. "Sexo total, amante total... talvez eu seja a solução do seu pobreme". Achei que alguma coisa estava errada. Será que tinha havido um golpe de estado e tomaram a Globo de assalto? Não. O programa é isso mesmo. Estavam disputando quem conseguia ficar dançando mais tempo "sexo total, amante profissional" em volta da piscina.
Resultado: nunca mais na minha vida liguei a TV pra ver BBB. Mesmo que só aparecesse bunda o tempo todo (olha, era cada bunda linda!).
Noutro dia eu fiquei sabendo que um ganhador do tal BBB se elegeu deputado federal pelo PSOL! Vejam, o cara participa de uma merda de programa que imbeciliza as pessoas. Um programa que valoriza o corpo de homens e mulheres imbecis e se elege pra defender aqueles que sofrem discriminação. Ora, vão todos pra... biblioteca.

José Marcio disse...

Só agora, depois de escrever meu longo comentário acima eu cismei de ler os outros comentários. Percebi como eu sou ignorante (aquele que ignora). Impressionante como tem gente que sabe todas as fofocas do mundo da TV e das baixarias!!! E o velho bobo aqui ainda querendo disputar com vocês. Vocês ganham de goleada. Acho que leem a Contigo e não saem da frente da TV o dia todo. Quá quá quá.

Mari Camargo disse...

Se a intenção do Rafinha era estar na midia, ele conseguiu. Tive hoje a sensação de ter perdido um tempo enorme lendo comentarios e patrulhamento em cima de um cara que faz humor grosseiro mas não é diferente das caricaturas do humor global de zorra total, ou similares de outros canais. Vamos dar uma olhada no mundo, no pais, em nossa cidade, bebados dirigindo e matando, tem tanta causa pra abraçar,perder tempo com o Rafinha?......Façam-me o favor....

Mulher (pseudo)inteligentA disse...

Todos querem ter opinião sobre tudo e, quase na totalidade das vezes, uma opinião de linchamento.
Se as mulheres querem se sentir ofeniddas, que o sintam pela falta de políticas públicas de apoio ao gênero, pela falta de leitos e maternidades, pelos "abortos" provocados pelo Estado. Não se melindrem por opiniões alheias. Existem tantas coisas piores sendo ditas por pessoas anônimas, e nem por isso há, na pauta do dia, enforcamento.
Sobre Rafinha, já fui a um show seu, vi seus vídeos no youtube e adorei. Iria novamente, ainda que o espetáculo, entitulado A Arte do Insulto tenha ofendido características minhas. Sei rir de mim mesma, do que me estereotipiza. Sobre seus comentários, pensei: perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. E minha vida seguiu adiante. Como deveria seguir a de todos.

Ainda, li os trechos da mencionada reportagem na Carta Capital e, convenhamos, o tipo de crítica apresentada é o perfeito exemplo de rugidos sem conteúdo, onde se direciona todo mal do mundo a um objeto, contrapondo-se, de forma a sustentar os argumentos, demonstrando características que, juntas, não estão em ser humano nenhum.

Por final, humor "branco" não existe. Todo humor é negro. Todos temos um pouco de sadismo dentro de nós, e é isso arranca risadas quando ouvimos uma piada politicamente incorreta.

Sou mulher, árabe, loira, advogada, casada com gaúcho e já perdi as contas das vezes que ri de piadas sobre essas características.

O mundo só está cinza porque ninguém mais SORRI.

Ary Nunes disse...

Acho esse argumento "não gostou, mude de canal" muito primário pra servir de base de sustentação para defesa de um caso como esse. Sobretudo porque, além de tudo, televisão é concessão pública. Rafinha não disse isso em um vestiário de time de futebol.

De mais a mais, já estou cansado dessa discussão.

Sugiro como pena, prender o tal Rafinha a uma cadeira e obrigá-lo a ver suas próprias piadas durante um dia todo. Duvido que depois de tão cruel penalidade ele volte a fazer piadas inconsequentes e sem noção.

Seria uma medida preventiva e inclusive evitaria que outros "humoristas" tão toscos quantos, ultrapassassem a linha vermelha.

Marcio Tavares disse...

Eu tenho (ou tinha, pois não sei se ele já morreu) um amigo psiquiatra que militou comigo no antigo PCB que sempre dizia: todos nós temos um hitler dentro de nós. Se você bobear ele vem à tona.

Miguel do Rosário disse...

É isso mesmo, Marcio. Agora, esclarecendo aos leitores, o Marcio está se referindo aos que defendem a censura do humor, não a mim, ok?

José Marcio disse...

Caro Miguel, jamais falaria isso sobre você. Tenho você na mais alta consideração. Gostaria de ter um filho assim. rs
É que algumas pessoas são tão democratas, tão defensores dos direitos humanos e civis que seriam capazes até de torturar e matar quem for contra.

Rafael Coutinho disse...

Se ainda não aceitou o erro que vc mesmo previu que poderia estar cometendo, leia este texto e tire sua conclusões sobre textos vazios."O humor do coronel" (Rosane Pavam) http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/o-humor-do-coronel-2

Miguel do Rosário disse...

Rafael, francamente achei o artigo da Carta uma grande bobagem, como se humor fosse uma matéria acadêmica que somente Bergson ou luminares da USP poderiam definir o que é, e não os próprios humoristas. Quero ver esse academico da USP fazendo graça para 400 pessoas num auditório em São Paulo.

Anônimo disse...

Miguel, mais um texto excelente. Fui modelo durante 15 anos, hj tenho uma marca de roupa com lojas no Brasil inteiro. Nunca me senti inferior e nem usada. Ano que vem pretendo ter tempo para me inscrever no doutorado. Sou casada e optei por não ter filhos. Acho que a mulher nunca esteve tão bem no Brasil, salvo alguns casos. Mas acho que vivemos o começo de sérias mudanças.
Seja linda e inteligente e jamais desça do salto!

Cearax disse...

Prezado Miguel,

No geral, concordo com você. Especialmente pra dar uma real no histrionismo de um pessoal até bem intencionado que se diz de esquerda.

Sem dúvida, há "inimigos" bem maiores para atirarmos, mas não considero tão desprezível o alcance desses cretinos do CQC. Acho que o número de seguidores no twitter e a audiência dos programas da TV provam tamanha repercussão de tudo o que fazem.

Hoje, reforçam a despolitização, os preconceitos e o humor sem graça. O "mude de canal" não funciona. Dá pra ver o belo estrago na moçada que reverbera tudo isso. Amanhã, podem sim fazer uso de algum capital eleitoral que adquirem neste sucesso todo. Acha não?

Abraço!

Adilson disse...

Caro Miguel,

li atentamente seu texto e concordo com a essência do que você quis dizer. Acho uma temeridade o linchamento de qualquer pessoa que seja.

Apenas uma ponderação, e vou falar por mim, naquilo que mais mexe comigo no sentido de repudiar o tipo de atitude desses “novos artistas” . E acho que o caso do Raphinha Bastos foi emblemático nesse sentido.
O tipo de expediente que eles usam é direcionado apenas a quem não tem como se defender ou não tem cacife midiático para tal.

Eles só “ vão na boa” , essa é a questão. Digo sem medo de errar, que não se trata apenas das minorias históricas e de pobres. Como fez o repórter Vesgo do Pânico humilhando um gari no Shopping da Gávea aqui no Rio. Só isso era pra gente de indignar e bradar contra.

Mas não é só isso, mesmo entre os políticos e celebridades eles sabem com quem podem mexer...São calculistas, e isso pra mim faz com que além de já sentir desprezo por piadas como aquela dos órfãos etc_ os tenha na condição de covardes e “artistas” entre aspas mesmo, pois existe um claro limitador aí por pressuposto básico de qualquer artista: liberdade de criação.

Não sei se me fiz entender, mas esses camaradas vivem num engano profundo, vendem uma coisa (o humor do politicamente incorreto, ou negro etc_) mas no fundo o que fazem é bater apenas em cima de cartas marcadas. Essa é a questão! Claro que a liberdade de criação num canal de televisão será sempre de alguma forma limitada poderá se dizer, mas então não escolha o caminho do humor CQC (o tal do custe a quem custar) quando sabemos que no fundo não é isso que se faz.

A coisa fica muito, mas muito feia, é passar atestado de covarde. Com o Gari pode mas com o Dr. Advogado nem pensar, com o Sarney pode escrachar a vontade mas com o Maluf a gente pega leve e da as costas pra ele deitar e rolar e ser engraçado tb...Com a Argentina está liberado falar até da bomba atômica explodindo aquele povo, mas com Israel nem pensar, pois não querem problemas com os judeus de Higienópolis ...E por aí vai..

Quanto a piada sobre o bebê da Wanessa Camargo o que eu achei na hora foi parecido com o que vc escreveu aqui...Ele usou de uma hipérbole talvez, difícil saber, muito difícil de julgar ali na hora, como vc bem lembra, mas meu questionamento é: Será que ele faria a mesma piada com uma Ivete Sangalo, por exemplo? Sabemos que não.

Por isso eu achei esse caso emblemático, porque pegaram ele de calça curta, justamente onde ele achava que jamais seria pego e estaria protegido. Mal sabia ele que por trás daquela “moça brega” filha do cantor sertanejo tinha gente muito poderosa, as mesmas pessoas que ele se borra de medo e sabe que não pode mexer de jeito nenhum. (o que tb é péssimo mas é uma outra história..)

Seria mais ou menos como se aquele gari humilhado pelo rapaz do pânico no Shopping fosse na verdade um advogado super poderoso que estivesse ali disfarçado, ou fantasiado.

Bom é isso,

Um abraço

Adilson

Anônimo disse...

Quando começou o programa CQC gostei bastante, mas com o tempo percebi a mesmice e o baixo nível das pretensas piadas. No dia que anunciaram entrevista com Bolsonaro troquei de canal na hora e nunca mais voltei. Mas as pessoas não conseguem se livrar...é como as novelas. Você entra na internet e estão lá várias notícias sobre a discussão do momento, com uma repercussão absurda. Ora, se eu já tinha deixado de assistir por considerar perda de tempo com aquela turma, agora até nos blogs sujos, onde eu me refugiava para saber de coisas importantes, vejo esse debate?????

Henrique disse...

Humor faz rir.
Será que o que ele disse foi humor???
Ele precisa se libertar do seu egocentrismo/burrice.
A educação é a prática da liberdade.
Ele diz qualquer coisa só para marcar presença, não há sentido no que diz - não vejo humor nessas "coisas".
É preciso que as coisas ditas tenham sentido e respeito para quem as lê.
Palavra dita é palavra empenhada.
Menosprezar, subestimar e desrespeitar, vergonhosamente, as pessoas é de uma total falta de educação e formação.
É um festival de besteiras, com verdadeiros disparates, bobagens e explicações vazias.
Nos dias de hoje, a comunicação tem extrema importância.
O seu ‘desespero e/ou destempero’ tomou lugar da arte de falar bem e convencer as pessoas humoristicamente (se realmente for um humorista!)
É preciso mais educação e conhecimento.
As pessoas estão mais bem informadas.
Este tipo de atitude o torna fraco e decepcionante.
Este tipo de atitude é ‘intimidação’.
Este tipo de atitude demonstra uma falta de especialização/conhecimento e de arregaçar as mangas durante o cotidiano de uma sociedade, seja qual for o ramo/profissão.
….
Será que irá aguentar esta situação tal qual a situação que ele disse das mulheres feias?
Será que ele não seria um ‘idiota’ lacaio da ordem midiática!?

Não digo que tenha que mudar, mas educação é fundamental, apesar de que sua essência será sempre a mesma.
...
É lamentável!

Cearax disse...

Confirmando minha tese. A coisa é grande e articulada: http://lockerz.com/s/146561720

mineiro disse...

mostra sua opiniao eu concordo, mas o que essa turma e esse imbecil fazem é preconceito puro e alem disso eles sao verdadeiros propagandista da direita golpista. de eles emitir opiniao ninguem é contra fazer propaganda em nome de golpes e usar seu odio contra o governo lula e a dilma ai todo mundo tem que se revoltar mesmo . porque eles sao um bando de safados, golpistas , pau mandados da direita. e ninguem é obrigado a aturar essas m..............na tv. se esse sugeito falou besteiras , ele que assuma as consequencias. se ta defendendo esse m.................. entao poe ele no colo. agora protestar podemos , mas agredir esse lixo nao.

Julio disse...

Miguel, então tudo bem se o Jornal Nacional imbecializa as pessoas, se a Veja é um esgoto, se a Folha se porta como oposição. Vale tudo, em nome da liberdade. Ora, esse programa é um lixo, seus integrantes são um lixo. Bola fora para essa defesa, meu amigo. Ainda bem que vc tem crédito.

Miguel do Rosário disse...

Tudo bem, não, Julio. A gente tem que desenvolver a consciência crítica das pessoas. O que você tem em mente? Fechar o Jornal Nacional? Fechar a Veja? Isso é impossível, meu caro. A menos que você ache que seja possivel realizar uma revolução soviética no Brasil.

Anônimo disse...

Quem gosta de humor pacato continue no humor-pequinês-global. Rafinha nas suas falas foi lido como contundente em excesso. Contudo, piores lixações sofrem-se a anos loiras, negros, cegos e pobres.

Mas neste país, brincar com gente de "cacife" é mexer nos tiranos a la caciques da opinião pública brasileira.

Toda frase (até mesmo piada) fora do contexto em que foi utilizada é facilmente "estrupada" por todos atormentados, in-culturais, pseudo-éticos gladiadores do bem estar moral da dos indivíduos.

Piada mais sacana é ver o politiques de cafajestes antigos em Brasilia, esfolando a moral do brasileiro, estuprando nossa dignidade, comendo mais que nossos sonhos, servindo nossa cidadania como cardápio que sustenta os canibais ávidos por discussões como esta, que tirem alguns Magnatas do Planalto do foco, do palco, da crítica.

Calar o Rafinha é tarefa perdida. Ele é o que é!

Se ele for para prisão, mais divertido será, mais infernal existirá aos que hoje o perseguem. Afinal, pombos correios sairão, disso não duvide ninguém.

Jolly

Miguel do Rosário disse...

Prezados, o Guilheme me mandou seu artigo publicado no Observatório da Imprensa. Divulgo o link por aqui.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_incertezas_e_impactos_no_mundo_digital

Nilo disse...

Lamentável, na minha opinião, tentar fazer com que as declarações do "Rafinha" soem como "elogio" dentro de um contexto de humor. A liberdade de expressão está assegurada na constituição mas o ser público, aquele que aparece diante de milhões de pessoas expressando o seu modo de pensar, deve ter o cuidado de emitir suas opiniões, ainda que subversivas à ordem. No caso, ainda que tivesse soado como "elogio", como disse o autor do texto, esse tipo de humor deve ser banido, pois, não respeita nenhum valor individual. É o famoso "perder o amigo mas não perder a piada." O conceito de justiça é muito falho para todos porque somos capazes de julgar a mesma situação de forma diferente. Talvez se o comentário fosse direcionado à esposa do Autor do texto ou para qualquer um de nós a repercussão seria diversa daquela que assistimos.

Anônimo disse...

pô cara,

li,
refleti,
mudei de idéia,
saí da manada.
Você tem razão.

Vitor Floripa

Ela disse...

Piadas de mau gosto são piadas de mau gosto.
E não crimes.
Ridícula esta celeuma toda. É só não dar audiência pro cara...

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