Dêem uma olhada como inicia essa matéria, volto em seguida:
“Lula contraria Igreja com planejamento familiar
De O Globo, hoje:
Contrariando a posição da Igreja Católica, que não aceita o uso de métodos contraceptivos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança hoje, em São Paulo, o programa de planejamento familiar que prevê, entre outras medidas, a venda de anticoncepcionais com 90% de desconto nas farmácias credenciadas pelo programa Farmácia Popular. Com o desconto, as cartelas de anticoncepcionais serão vendidas a R$ 0,40. Além disso, haverá um aumento de 125% na oferta dos contraceptivos distribuídos gratuitamente em postos de saúde.
*
Qual o problema com o Globo? Agora virou boletim católico? Contrariado a posição da Igreja? Que entra a Igreja nesse caso? È uma questão nacional, muito maior que a opinião efêmera do Papa de plantão. O Globo primeiro aparece com uma série de matérias nitidamente contra o aborto. Agora é também contra métodos contraceptivos? Cadê o laivo de liberalismo que possuía o Globo, Deus meu? Quando eu acuso o Globo de ser Opus Deis, minha crítica é irônica, incrédula. Começo a crer, no entanto, que realmente o Globo está dominado pelo Opus Dei. Mas não é possível. Ou será que, apenas porque o governo inicia um programa de incentivo à contracepção, o Globo, num cálculo maquiavélico, sabendo que a maioria do país é católica, procura opor, mais uma vez, governo e Igreja Católica? É uma incongruência sem tamanho, porque todas filhas, sobrinhas, namoradas, amantes e esposas dos jornalistas, donos, empregados e atores das Organizações Globo, usam contraceptivos para engravidarem somente quando desejam. Já lemos, em milhares de colunas, assisitmos em dezenas de programas, loas ao grande avanço e símbolo de liberdade que os contraceptivos representaram para as mulheres e para as famílias. E agora, o Globo, em vez de fazer um editorial elogiando a medida do governo, começa um artigo assim: “Contrariando a posição da Igreja Católica…”. A atitude da mídia está ficando infantil. Fazendo pirraça, que papel. Mas o caso é muito grave, porque estão em jogo políticas públicas que podem, de fato, mudar a realidade social brasileira. É assim que se muda um país, não com discursos vazios sobre a ordem, a moral e a disciplina, como faz a direita. Não com discursos ocos contra o imperialismo e contra o Tio Sam. Se muda um país com políticas públicas. Mas a imprensa é o quarto poder numa democracia, e precisa assumir a sua grande responsabilidade com mais seriedade. Ridículo.
28 de maio de 2007
Absurdo carola ou pirraça infantil
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