30 de janeiro de 2010

mormaço

porque o aço
de teus devaneios, imensos,
hipertensos,
deságuam sempre neste mar
de lama
ferro derretido
sangue

porque há tempo
em que a dor vacila
no interior das tragédias
os dentes estragados
sem olhos
triste como um cão

lá fora os incêndios
a luta
sorrisos, cerveja
aqui dentro o amor
o aço
mormaço
ferro sangue derretido
os terremotos cegos
como quem mata
suavemente
milhões de pessoas

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