(Sísifo, por Tiziano)
Já andei lendo por aí muitos comentários irônicos sobre o fato da Folha não ter dado quase nenhum destaque à sua última pesquisa sobre a popularidade do governo. Eu já escrevi alguma coisa para a Carta Diária. Aqui no blog, gostaria apenas de fazer as seguintes observações, sobre os números segmentados por faixa de renda:
- Entre os mais pobres (até 5 salários), houve estabilidade. É ainda o segmento onde o governo tem mais apoio. Pode-se, no entanto, de fato, apontar o crescimento de 6% para 10% entre os que acham o governo ruim ou péssimo, mas eu acho que isso é uma oscilação normal considerando a queda no número de indecisos. Alguns colegas também estão comparando o desempenho de Dilma com os números dionisíacos de Lula ao fim de seu mandato. São dois governos diferentes, apesar de Dilma ser uma sequência da gestão anterior, e o povo sabe disso.
- Entre a faixa média (2 a 5 salários), o desempenho foi bom. O índice de bom/ótimo cresceu de 43% para 45% e o regular caiu 2 pontos. 14% acham o governo ruim/péssimo, com estabilidade desde junho.
- Entre os mais ricos, houve forte queda entre os que acham o governo Dilma ruim/péssimo, de 20% para 12%, e melhora nas avaliações positivas. Esse é um dado extremamente importante, porque atinge em cheio o que a grande mídia gosta de chamar de "opinião pública". Por razões óbvias, os mais ricos formam um núcleo poderoso e influente de opinião política, sobretudo por seu peso junto aos meios empresariais e departamentos de jornalismo e marketing da mídia corporativa.
- O que mais me impressionou, nestes números, foi não ter percebido, ou não ter dado muita atenção, a forte piora na avaliação do governo na pesquisa de junho.
- Observe também que os brasileiros agora já tem todos opinião formada sobre o governo. Isso eu havia notado na pesquisa anterior. O percentual de pessoas que dizem não ter opinião caiu para 1% em junho e agora se mantém estável em 2%.
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Se me perguntassem, porém, qual a minha avaliação do governo, eu hesitaria bastante em responder, e talvez respondesse "não sei". Porque ainda não entendi o que o governo pretende fazer em relação à banda larga. Os serviços continuam muito ruins e caros, e o plano nacional de banda larga passou longe, muito longe, de empolgar o país. Dilma não parece ter se dado conta da importância estratégica de uma política para internet mais generosa, mais ousada, mais condizente com a urgente e desesperada necessidade do povo brasileiro de se educar e se preparar para o mercado de trabalho. Nesse ponto, ao menos, estou achando o governo bem ruinzinho...
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PS: Acaba de sair uma pesquisa CNI/Ibope, que mostra queda de 6 pontos percentuais na aprovação da presidente, de março até agora.
Também espero por maiores esclarecimentos quanto a política oficial para a banda larga no Brasil.
Donizete Assunção
Fortaleza-CE
Miguel, essas oscilações negativas são normais num primeiro ano de governo.
Se até o Óleo está abandonando o barco, não vai sobrar nada.... hehe.
Concordo com anônimo... Acho que configura um indicador de periculosidade quando o blogueiro progressista fica desanimado..
Esta pesquisa CNI/Ibope parece ter o objetivo de dividir a base de Dilma ao mostra-la enfraquecida.
Do que mesmo a Globo não é capaz, ainda mais quando vem com estes editoriais requentados, em 1964 foi assim,
Se a Glbo quer partir para o jogo sujo relança o tal principios editorias
A banda larga seria uma forma de democratizar a comunicação, não entendi pq enfraquecer a Telebrás se a própria existência da estatal contribuição para a queda de preços, vi isso num texto por ai, estou sem o link
Será que os tabletes nacionais serão a saida? A esperança não morre
spin
Aqui o link para o debate sobre PNBL, no Brasilianas.org
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/como-foi-o-brasilianasorg-sobre-o-pnbl
AntÕnio
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