Palocci se foi, de forma melancólica, acusado de frequentar a mansão da luxúria em Brasília. Desesperado pela denúncia de uma testemunha, mentirosa segundo ele, usou de seu poder ministerial para quebrar o sigilo bancário do caseiro. Bola fora. Gol contra. Não devia ter feito isso. Ainda não está claro se foi ele que pediu a quebra, ou o Jorge Mattoso ou algum funcionário do alto escalão. Mas todos erraram. E vão pagar por isso. O que se pode dizer, em prol de Lula, é que nunca um ministro de Estado foi investigado e punido tão rapidamente pela própria Polícia Federal.
A saída de Palocci representa uma derrota para o governo Lula, não apenas por perder um importante quadro intelectual e político, mas sobretudo por mais um deslize ético, muito bem explorado pela oposição e turbinado pela mídia, que está cada vez mais histérica com a crescente força eleitoral de Lula. Entretanto, os erros de Palocci e Mattoso indicam que, se foram competentes em suas áreas, não eram tão preparados assim no campo político. É a lei de Darwin aplicada à política, vão sobrando os melhores e os mais fortes.
Política é assim mesmo. FHC, hoje o arauto da ética, cansou de perder ministros e presidentes do Banco Central. Um deles, o Chico Lopes, ainda é processado pela ajuda aos bancos Marka e FonteCidam. Os presidentes do Banco do Brasil de FHC foram condenados a vários anos de prisão.
Palocci errou e, como ele mesmo teve a humildade de dizer, "temos que pagar por nossos erros". O que temos que ter em vista, no momento, é que a importância do governo Lula é bem maior do que Palocci. Não vamos repetir aqui todos os índices econômicos e sociais. Não precisamos lembrar o contexto internacional. Vocês estão cansados de saber. Palocci foi, mas Lula continua.
A história é sábia. Talvez a saída de Palocci constitua um bem ao governo Lula, porque pode representar uma ousadia maior em gastos sociais e investimentos em infra-estrutura, que sofreram muito com o comedimento excessivo de Palocci. Guido Mantega, o novo ministro da Fazenda, tem um perfil mais progressista. Lembro-me que, no embate entre Palocci e Dilma Roussef, Mantega se posicionou ao lado de Dilma, como aliás todo o campo progressista.
Durante a crise, nos posicionamos ao lado de Palocci por lealdade e por entendermos que o ataque ao ministro fazia parte de uma estratégia maior da oposição de ataque ao governo Lula. Ele se vai, tendo deixado um bom legado, de austeridade e seriedade na condução das finanças nacionais, mas ao mesmo tempo sob uma saraivada de críticas de exagero no uso do remédio.
Com o equacionamento das contas públicas proporcionado pela gestão Palocci, o governo Lula poderá iniciar uma fase mais agressiva em termos de investimentos. Mantega, Dilma e Lula são desenvolvimentistas.
A tristeza que se segue à saída de Palocci, em vista das circunstâncias lamentáveis em que ocorreu, pode ser o prelúdio de muitas alegrias com um estilo mais ousado de política econômica. Palocci foi um bom ministro, mas era excessivamente conservador. Era um dos maiores defensores da autonomia do Banco Central e estava discutindo a proposta do Déficit Zero, de Delfim Netto, a qual teria sido o motivo do atrito com Dilma Roussef. A saída de Palocci dá força à Dilma. Isso é muito positivo, porque Dilma está bem mais à esquerda que Palocci. E, como já disse, Mantega é mais afinado com Dilma. O governo segue mais coeso, e com um perfil agora menos conservador.
A saída de Palocci representa uma derrota para o governo Lula, não apenas por perder um importante quadro intelectual e político, mas sobretudo por mais um deslize ético, muito bem explorado pela oposição e turbinado pela mídia, que está cada vez mais histérica com a crescente força eleitoral de Lula. Entretanto, os erros de Palocci e Mattoso indicam que, se foram competentes em suas áreas, não eram tão preparados assim no campo político. É a lei de Darwin aplicada à política, vão sobrando os melhores e os mais fortes.
Política é assim mesmo. FHC, hoje o arauto da ética, cansou de perder ministros e presidentes do Banco Central. Um deles, o Chico Lopes, ainda é processado pela ajuda aos bancos Marka e FonteCidam. Os presidentes do Banco do Brasil de FHC foram condenados a vários anos de prisão.
Palocci errou e, como ele mesmo teve a humildade de dizer, "temos que pagar por nossos erros". O que temos que ter em vista, no momento, é que a importância do governo Lula é bem maior do que Palocci. Não vamos repetir aqui todos os índices econômicos e sociais. Não precisamos lembrar o contexto internacional. Vocês estão cansados de saber. Palocci foi, mas Lula continua.
A história é sábia. Talvez a saída de Palocci constitua um bem ao governo Lula, porque pode representar uma ousadia maior em gastos sociais e investimentos em infra-estrutura, que sofreram muito com o comedimento excessivo de Palocci. Guido Mantega, o novo ministro da Fazenda, tem um perfil mais progressista. Lembro-me que, no embate entre Palocci e Dilma Roussef, Mantega se posicionou ao lado de Dilma, como aliás todo o campo progressista.
Durante a crise, nos posicionamos ao lado de Palocci por lealdade e por entendermos que o ataque ao ministro fazia parte de uma estratégia maior da oposição de ataque ao governo Lula. Ele se vai, tendo deixado um bom legado, de austeridade e seriedade na condução das finanças nacionais, mas ao mesmo tempo sob uma saraivada de críticas de exagero no uso do remédio.
Com o equacionamento das contas públicas proporcionado pela gestão Palocci, o governo Lula poderá iniciar uma fase mais agressiva em termos de investimentos. Mantega, Dilma e Lula são desenvolvimentistas.
A tristeza que se segue à saída de Palocci, em vista das circunstâncias lamentáveis em que ocorreu, pode ser o prelúdio de muitas alegrias com um estilo mais ousado de política econômica. Palocci foi um bom ministro, mas era excessivamente conservador. Era um dos maiores defensores da autonomia do Banco Central e estava discutindo a proposta do Déficit Zero, de Delfim Netto, a qual teria sido o motivo do atrito com Dilma Roussef. A saída de Palocci dá força à Dilma. Isso é muito positivo, porque Dilma está bem mais à esquerda que Palocci. E, como já disse, Mantega é mais afinado com Dilma. O governo segue mais coeso, e com um perfil agora menos conservador.
Muito bom seu artigo, uma análise precisa dos acontecimentos. Parabéns. Já copiei e enviei para minha lista e pra um bando de tucanos afoitos que já se sentem no planalto.
Tenho acompanhado seus artigos e gosto muito.Parabéns
Anime-se meu caro Miguel,pois nem tudo está perdido, amanhã, em vez da gordacha trapalhona de São José dos Campos, vc poderá ver a dança de urubú da Miriam Leitão. Talvez faça par com o blasfemo-babão do Arnaldo Jabor nos passinhos de jograis. A visionária escriba andava muito sorumbática como vc mesmo notou, mas amanhã vai poder soltar a franga pra valer.
A tormenta está só começando...mas o povão rapidamente vai cansar da baixaria e das pancadaria incessante em cima do Lula... vai dar m.... nessa estratégia, pode apostar.
Agora com o Palóffi devidamente batido a direita raivosa vai cair babando em cima de quem?...do filho?... ou vão pra cima do Marinho, que também tá co'a guarda aberta com casos de bordéis com os executivos da VW, em São Paulo e na Alemanha. Mas o Marinho é bagrinho e está mais afastado do presidente. Acho que a baixaria agora vai ser em cima do filho.
Se prepare para mais tempestades.
Ótima análise, Miguel. O que penso é que a oposição acabou tornando o governo mais a esquerda com Dilma agora plena no comando. Irônico, não? Mas não podemos nos iludir. O jogo sujo começa agora quando a oposição vai mirar sem escrúpulos no presidente pedindo inclusive a sua saída e a nomeação de notáveis etc, mas com objetivo principal de enfraquecer a candidatura. Agora é que é a hora do debate e de convencer amigos e inimigos, de "virar" o voto, agora é Lula, agora e sempre.
Acho que, além do poder que a oposição quer recosnquistar a todo custo, inclusive com o apoio irrestrito da grande imprensa desnacionalizada, há um ou talvez dois outros golpes contra o Brasil e os brasileiros.
Quando da queda do dólar, não houve toda essa celeuma em relação ao ex-minsitro porque propiciou à eterna elite dominante abrir os cofres e comprá-lo em milhões.
Como sempre se fez por aqui, bastava uma flatulência em qualquer lugar do mundo ou mesmo no próprio Brasil para que se abatesse a economia, e todo projeto econômico ruiria.
Entretanto, não foi bem assim que as coisa aconteceram. A economia está sólida em razão da responsabilidade e compromisso da área da Fazenda com o crescimento do País. Então, iniciou-se, através da mídia vendida, uma campanha dedesestabilização de Palloci cujo objetivo é destruir todo o conjunto de ações para manter a economia estável, o crescimento sustentável, culminando com a disparada da moeda americana, patrocinando um lucro sensacional a quem, historicamente, se utilizou desse artifício para ganhar muito com pouco ou quase nenhum esforço. Além, é claro, de enfraquecer o presidente eleito por mais de 53 milhões de votos.
Resta esperar mais um pouco para se perceber até aonde esses inimigos do Brasil querem chegar, e se essas ilações se concretizam.
O outro golpe, acredito, é a influência internacional, principalmente, a norte-americana.
Não é segredo para ninguém, penso, a deletéria participação americana na América do Sul. Outrora patrocinaram a ditadura que tantos fez chorar, mas que beneficiou muito os governos momento e grande da imprensa (folha, jornal au, au, au, globo, só para citar os mais importantes) que hoje está aí imbuída de atacar novamente o desenvolvilmento do Brasil e, em conseqüência, os brasileiros. A tentativa de deposição de Hugo Chávez, eleito democraticamente, na Venezuela e o recente atentado à bomba contra um hotel na Bolívia de Evo Morales, patrocinados pelos "donos do mundo", servem de exemplos para os mais céticos.
Naquele instante de trevas, a imprensa ofereceu apoio incondicional ao ato. Os americanos injetaram grande quantidade de dinheiro no Brasil para sustentar o golpe. Frases de efeito foram criadas. Quem não se lembra do "Brasil, ame-o ou deixe-o" e mais "Esse é um país que vai prá frente, ô, ô, ô...". Todos ganharam com isso, exceto o povo brasileiro.
Todavia, os recursos escassearam, justamente quando uma voz surgia na região do ABC contra toda essa orquestração danosa. Sem os recursos do abastecimento dos cofres e das contas bancárias, a imprensa levanta a bandeira da democracia; apoia o líder metalúrgico nas greves e nos enfrentamentos com as forças regulares do País.
A "democracia" foi instalada. O líder metalúrgico sinaliza que será candidato à Presidência da República do Brasil. Mas a imprensa não quer, não dá o apoio porque é um simples metalúrgico sem instrução cultural, mas com larga bagagem moral e de sofrimento social. Ela quer outros...prefere os mestres ou os doutores, mesmo que estes finjam compromisso com o Brasil e com os brasileiros, embora nunca tenham sentido o que é a desigualdade sócio-econômica-cultural.
Assim, de golpe em golpe, os poderosos de sempre vão alçando ao poder quem lhes interessa, quem der mais, quem mantiver o jogo de xadrez apenas com as peças principais do tabuleiro, derrubando quem se preocupa em tornar o Brasil um verdadeira nação forte e pujante. Afinal, peão não joga.
Miguel, não me preocupa tanto a saída do Palocci quanto a forma como isso aconteceu. Temo que a tática vire rotina, pois uma imprensa imparcial é fundamental para a democracia. Precisamos encher as redações de cartas e e-mails protestando, os caras precisam saber que estamos atentos.
No mais, foi uma grata surpresa ver meu modesto blog nos seus recomendados. Aumentou muito minha responsabilidade.
Belo texto, reflete um posicionamento ideológio respeitável. O PT e seus militantes, os putos e não os caroneiros, mereciam que ao assumir o governo após tantas eleições, que seus ideais fossem colocados em prática para ver realizado um sonho de um país melhor.
O Presidente Lula se preparou politicamente mas esqueceu de priorizar a parte administrativa. Liderar é conseguir os resultados através das pessoas, pessoas escolhidas e competentes, pessoas em contínuo processo de evolução e aprendizagem.
Governar com amigos e sem competência técnica deu no que deu. O deslumbramento tomou conta e o pensamento pequeno de querer ser melhor pessoalmente do que o antecessor foi trágico.
O que mais me preocupa é saber qie a população, mesmo depois de ludibriada por um marqueteiro ilícito, ainda acha que o Presidente deve delegar responsabilidade e dizer em alto e bom som que não sabia que não tem a obrigação de saber e que tudo é armação política, mesmo ciente de que os governo perde cada dia que passa para ele mesmo.
Lamentável destruir o sonho de muita gente que acreditou.
Como disse o Francenildo, deveriam quebrar o sigilo eleitoral prá ver que ele confiou no operário.
agradeço a todos pela participação, os que concordam e os que não concordam. Todos me ensinam.
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