22 de maio de 2011

O caso Palocci: ingenuidade, oportunismo e manipulação

Atacar Palocci seria uma excelente oportunidade para este blogueiro demonstrar sua independência em relação ao governo Dilma. Afinal, de fato, ser blogueiro (blogueiro político, para ser mais exato) tornou-se uma espécie de cargo militar na guerra midiática em curso no Brasil desde a assunção da esquerda ao poder, em 2003. A gente vê os erros em nosso próprio campo, mas a prioridade é defender o nosso lado e atacar o adversário. Não é uma filosofia muito bonita, do ponto-de-vista da ética jornalística, mas é a realidade concreta, como diria Lênin. E os jornais, na verdade, são apenas mais hipócritas, quando negam ter igualmente uma postura orgânica em defesa de uma ideologia e dos partidos políticos que a professam. A gente nunca está totalmente à vontade nessa guerra, todavia, e sonhamos em abandonar a farda e nos tornarmos verdadeiramente imparciais. E aí que se dane Palocci e Dilma. Eles que se virem. Eu sou um blogueiro livre!

A derrota da mídia, neste sentido, nunca é completa, porque seus candidatos podem perder as eleições, mas os periódicos continuam a circular normalmente, e a audiência do Jornal Nacional permanece estável. Além do mais, os vitoriosos, para vencerem, tiveram que assumir alguns valores do adversário, mesmo que disso não tenham consciência.

De qualquer forma, essa é a democracia que temos, e não é correto sermos maniqueístas ou dramáticos. Nem o nosso campo político é composto de santos, nem nossos adversários são demônios ansiosos para destruir o Brasil. Passado o processo eleitoral, temos que buscar a paz; não sou eu que digo; é o que consta no preâmbulo da nossa Constituição:

Nós, representantes do povo brasileiros, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, (....) uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias (...).

Enfim, eu poderia atacar Palocci, e mostrar como eu sou independente. No entanto, não o farei pelos seguintes motivos:

Não sou juiz nem policial. Não gosto desse papel. Não o faço nem com quadros políticos que eu combato. Quem pode definir se fulano cometeu crime ou não é a Justiça, e quem tem a função de investigá-los é a polícia ou o Ministério Público. Poderia citar aqui o "jornalista investigativo", mas essa é uma atividade que tem sido tão vilipendiada por elementos desonestos e parciais que prefiro deixá-la de fora.

Não concordo com a demonização política de Palocci, pintado como um quadro inútil e incompetente. É injusto atribuir o conservadorismo dos primeiros anos do governo Lula apenas à Palocci. Ele soube, sim, corajosamente, assumir o ônus de tudo, para preservar o presidente e o governo, mas Palocci não fez mais do que seguir as diretrizes traçadas por Lula, e Lula, por sua vez, seguiu as diretrizes traçadas pela necessidade e pelas condições políticas e econômicas do momento. Desde então, parte da esquerda estigmatizou Palocci. Todavia, por mais incômodo que seja para a esquerda aceitar, os desdobramentos da história provaram que sua política econômica estava certa. Ele mesclou conservadorismo econômico e ativismo social. Quem pagou a dívida externa com o FMI não foi Guido Mantega; foi Palocci. Quando chegou a crise política, e o governo foi posto no pelourinho da mídia, seus defensores estavam armados com as estatísticas que a gestão Palocci lhes forneceu. Inflação baixa, forte crescimento econômico, acelerado processo de distribuição de renda em marcha, dívida externa paga.

Palocci assumiu todos os ônus, junto à esquerda, pelas políticas conservadoras, deixando que Lula figurasse como um deus olímpico, livre de qualquer peso simbólico das decisões difíceis. Tanto que hoje, os que defendem a queda de Palocci alegam que Dilma deve se realinhar ao "lulismo" para poder governar. Ora, Palocci não foi "lulismo"? Na verdade, o Palocci de hoje é um articulador político, sem nenhuma influência sobre a política econômica, enquanto na gestão anterior era o titular do Ministério da Fazenda!

Tanto é que os agentes do mercado, da vida real, tem a opinião de que a política econômica de Dilma está bem mais à esquerda que a de Lula. Ou seja, uma volta ao lulismo seria um retrocesso conservador...

Confunde-se ainda o último governo de Lula, quando ele estava livre do constrangimento de se reeleger, e o governo vinha na sequência de uma série de vitórias, no campo da popularidade, sobre a mídia corporativa, confunde-se esse último ano com seus oito anos de mandato. Durante quantos anos, nosso querido Paulo Henrique Amorim não chamou Lula de "o presidente que tem medo"? Durante quantos anos, Lula não foi acusado de "neoliberal" e de apenas dar continuidade à gestão anterior?

Voltando a Palocci, nosso combativo e ansioso blogueiro agora acusa o ex-ministro de ter consultado o filho de Roberto Marinho para escrever a Carta aos Brasileiros. Cita uma página do livro do professor Venício Lima, o qual sabe-se lá como teve acesso à íntegra de uma conversa privada, particular, para acusar Palocci de ter recebido "instruções" do líder-máximo das organizações Globo.

Ora, em primeiro lugar, quem assinou a carta aos brasileiros foi o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Palocci ligou para empresários, da indústria e da comunicação, e ajudou a redigir, mas quem determinou as diretrizes e apôs seu nome ao final do texto foi Lula. E sem hipocrisia e ingenuidade, a função daquela carta foi justamente acalmar a histeria de empresários e mídia por conta da iminente vitória de Lula.

Então que se culpe Lula, não Palocci. A santificação atual da figura de Lula significa uma apolitização absurda da história. Lula foi grande não apenas por suas decisões em favor dos pobres, mas também em função de sua política de conciliação e diálogo, em relação aos ricos. E isso sem contar os aspectos mais sombrios e questionáveis dessa aliança do lulismo com as elites.

O discurso de que Dilma deveria voltar ao lulismo não tem sentido. Voltar é retroceder. Retroceder é ser retrógrado. O governo Dilma tem de avançar, simplesmente. Para isso, porém, é preciso acertar o ritmo dos passos, saber recuar em alguns momentos, acelerar em outros. Pode ainda fazer como Lula, que alternava momentos de recuo político e avanço nas políticas sociais, com outros de avanço político e recuo no social. E todo esse vai-e-vem não se dá somente em função dos humores da "mídia velha", mas em virtude de análises concretas sobre a atual correlação de forças, a nível mundial, além do puro, singelo e inocente cálculo macro-econômico propriamente dito, o qual, apesar de ser demonizado como vício neoliberal, existe de fato.

Eu acho que o governo Dilma tem força suficiente para aguentar o tranco de uma eventual queda de Palocci. Se houver algo de concreto, ele terá de sair. Não boto a mão no fogo por Palocci assim como não fiz com nenhuma figura do governo Lula.

Quanto às denúncias de enriquecimento, mais uma vez apelo à Justiça. Não vou condenar Palocci simplesmente por ganhar dinheiro. Arminio Fraga comprou o MacDonalds América Latina por 1,5 bilhão de dólares logo após sair do governo FHC. André Lara Resende, de pobre ficou miliardário, com haras até na Inglaterra. Palocci comprou um apartamento de 6 milhões de reais.

Não digo isso para repetir o discurso de que "se eles fazem, nós também podemos fazer", mas para mostrar que o mercado costuma receber ex-integrantes de equipe econômica com muita generosidade. Alguns dizem que a lei é falha, ou que a quarentena imposta é pequena. Não sei. Nesse ponto, prefiro o ceticismo. Se a quarentena fosse excessiva, ou se proibíssemos que ex-membros da equipe econômica ganhassem dinheiro em consultorias, abertamente, declarando ao fisco, estaríamos estimulando que o sujeito ganhasse dinheiro por baixo dos panos. É a lei da oferta e da procura.

A mídia explora a nossa realidade pequeno-burquesa. Apartamento de seis milhões, faturamento de vinte milhões em 2010! Que horror! Por outro lado, analisando bem, é melhor que os políticos faturem de maneira transparente, como fez Palocci, registrando tudo na Receita e pagando devidamente seus impostos, do que ganhem seu dinheiro "por fora", como fez aquele governador do Distrito Federal, de triste memória. Em nossa vida de simples mortais, esses valores são fora-do-comum, mas lembremos que no alto do pirâmide social, respira-se outro oxigênio. Apresentadores de TV ganham milhões por mês, jogadores de futebol ganham milhões por mês, donos de agências de publicidade ganham milhões por mês, banqueiros ganham BILHÕES por mês.

Falemos de ética. Muitos questionam a ética nas ações de Palocci. Que segredos de Estado ele vendeu? Bem, esse é um ponto realmente difícil de ponderar. Ele poderia ter vendido secretamente, se quisesse, com grana depositada em contas no exterior (se é que não o fez).

A solução talvez só venha quando tivermos computadores regendo o governo, programados para não divulgarem nenhuma informação. Até porque nem sabemos que tipos de informação existem cujos segredos não podem ser divulgados de maneira nenhuma, nem sabemos que Palocci os divulgou. Não sabemos de nada. Em tese, Palocci pode ter vendido por milhões supostos segredos, mas não os mais importantes. Pode ter ganho dinheiro vendendo informação anódina ou mesmo falsa. Se são segredos, nem os empresários saberão. Ou então, pode sim, ter vendido informação importante, sigilosa. A única maneira de estarmos seguros com nossas equipes econômicas, seria tomar alguma medida drástica, à la Pérsia Antiga, como mandar degolar todos seus integrantes assim que terminasse sua gestão.

A única bóia à qual podemos nos agarrar volta sempre a ser a inevitável confiança que temos em nosso presidente da república. É ele ou ela, ao cabo, que tem a posição privilegiada de ver o quadro completo. Sabe os segredos de Estado. Tem o controle dos serviços de inteligência. Tem muito mais poder do que nós, portanto, de averiguar os eventuais mau-feitos do senhor Antonio Palocci. Não digo que devemos confiar cegamente em nossa presidente. Não estou dizendo isso. Digo que há situações em que não há outra saída. Temos que confiar ou não. Se não confiamos, então vamos afirmar honestamente. Não confio na Dilma. O fato de não confiarmos, porém, não significa que nós estamos certos e ela errada. Às vezes não confiamos e ela está certa. Neste caso, há um problema de comunicação, e o governo sempre terá um problema de comunicação, na medida em que a mídia brasileira é notoriamente uma mídia de oposição, partidária e, frequentemente, desonesta.

O que não podemos fazer, enquanto cidadãos, é deixar de acreditar no sistema democrático brasileiro. Que é falho, como em todo mundo. Deficiente, cheio de brechas por onde escapolem os poderosos. Mas é o que temos, e não existe sistema infalível. A democracia brasileira está em construção, como aliás a democracia no mundo inteiro. Está se fortalecendo ano a ano. Nosso Ministério Público hoje é muito mais forte, competente, jovem e idealista do que há vinte anos. O mesmo vale para o Judiciário. Não farei elogios ao Legislativo, mas lembrarei mais uma vez o pensamento de Wanderley Guilherme dos Santos: a massa votante hoje no Brasil é infinitamente maior do que em qualquer época passada. Temos mais eleitores e um percentual maior de eleitores sobre a população total do que em qualquer época. Se o Legislativo é bom ou ruim, é uma questão do voto popular, e as distorções decorrentes do financiamento de campanha estão sendo igualmente discutidas democraticamente pelos próprios congressistas, para que seja aprimorada.

Enfim, se Palocci cometeu um crime, compete ao Ministério Público, à Polícia Federal, ao Judiciário, ao Legislativo, decidirem. O que nunca aprovarei é o justiçamento midiático. Da mesma forma não aprovo que setores da blogosfera surfem nesse justiçamento para acertar contas com um quadro com o qual não nutrem afinidade política.

Se achamos que o governo Lula foi bom, temos que aceitar a função de Palocci no processo. E se temos alguma coisa a criticar acerca da Carta aos Brasileiros e da política econômica dos primeiros anos do governo Lula, não é justo crucificar Palocci. Não acho lógica interpretação de que o governo Lula foi bom apesar de Palocci.

Saindo do terreno das suposições, do passado e das suspeitas, Antonio Palocci é quadro político importante para o governo, por causa de seu diálogo com o grande empresariado e com as forças de centro-direita. Seria uma indesculpável ingenuidade da esquerda achar que o governo Dilma não deve dialogar com esses setores, ou que deveria tratá-los com truculência. São esses setores que pagam as campanhas políticas. São esses setores que fazem investimentos no país. São esses setores que tem o poder de derrubar presidentes. A grande mídia é aliada desses setores, e bate no governo para enfraquecê-lo e torná-lo (o governo) ainda mais dependente dos grandes empresários. A ideia de que um governo de esquerda deve amparar-se apenas nos movimentos sociais é arriscada. O governo Chávez vive em crise desde sua posse por conta disso, o que tem se refletido severamente na economia venezuelana, que só cresce quando o preço do petróleo sobe, e sofreu um brutal processo de desindustrialização e fuga de investimentos produtivos nos últimos anos.

O sucesso de Lula foi justamente, ao contrário de Chávez, estabelecer um pacto social entre o trabalho e o capital. Em seus momentos mais difíceis, Lula sempre apelou para as massas, mas nunca deixou de dialogar com a elite econômica. Mesmo fazendo uma política econômica mais à esquerda do que Lula, a atual presidenta não tem a experiência do velho sindicalista para discursos inflamados contra as elites e em favor do povo. Ela não tem nem saúde física para isso. Lula era forte como um touro, um fenônemo da natureza que só a brutal seleção genética do Nordeste miserável pode produzir. Dilma tem saúde frágil, ainda mais depois do câncer com o qual teve de lutar há poucos anos. Temos que avaliar também esses aspectos reais, físicos, porque a nossa democracia é feita de gente de carne e osso, e não de heróis ou símbolos. As perseguições da mídia destroem não apenas reputações, mas também a saúde e a psicologia de suas vítimas (mesmo que essas vítimas sejam culpados na justiça). Dificilmente veremos Dilma a vociferar em comícios para centenas de milhares de pessoas. Ela nunca foi uma sindicalista de massa. Experimentou apenas a eleição majoritária de um partido já consolidado, com recursos, que podia lhe dar todo o conforto necessário.

Mas é uma mulher corajosa, astuta, culta, e incorruptível. Saberá enfrentar com serenidade o teste de sua primeira crise política. O que não podemos exigir é que ela lance um ministro importante como o chefe da Casa Civil aos leões ao primeiro toque de corneta dos adversários. Palocci pode cair, mas só depois de muita luta, e defendido galhardamente por Dilma, por seu partido e aliados. Quanto à questão ética, é na verdade uma questão de Justiça. Se não fez nada proibido ou ilegal, não faz sentido condenar Palocci por ganhar dinheiro num país selvagemente capitalista como o Brasil, onde ou você ganha muito dinheiro ou é tragado e triturado pelo sistema. Em se tratando de um político, essa regra ainda é mais válida, porque ele tem de possuir recursos suficientes para, ao menos, pagar seus advogados, visto que é raro que um quadro partidário relevante atravesse sua carreira sem enfrentar duros embates jurídicos. Vide o caso do diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn. Se por acaso ele for inocentado (e imagine, apenas hipoteticamente, que ele seja inocente), terá sido pelos milhões de euros que conseguiu acumular ao longo de sua vida, pois é o que vem gastando e gastará para bancar advogados, fiança, assessores de comunicação e a própria prisão domiciliar (que custa até 200 mil dólares por mês). Claro que esses riscos não justificam que alguém cometa qualquer ilegalidade. Cito-os apenas para mostrar que o dinheiro ajuda bastante um político a se livrar de problemas, e Palocci já enfrentou graves questões na justiça. Sabe o que é estar na linha de tiro, abandonado por aliados, tratado como pária da sociedade, tendo como amigos apenas advogados de taxímetro estourado. Não me espanta que tenha decidido ganhar dinheiro. Se passou dos limites da lei, no entanto, aí é um caso para o Ministério Público investigar... Minha função, como blogueiro, não é julgar a ética pessoal de Palocci, nem me arvorar especialista em questões jurídicas. Eu faço uma análise política da conjuntura e dou minha opinião. Claro que posso estar errado, mas na minha humilde opinião Palocci é a bola da vez. Caindo Palocci, a mídia virá em cima do próximo quadro, e assim sucessivamente, até o fim dos tempos. Esse filme a gente já viu. A grande imprensa morde fundo, sem piedade, aplainando o terreno para a chegada de seu novo herói, ou para vender caro uma trégua mais adiante. Política (no Brasil e no resto do mundo), definitivamente, não é aconselhada para ingênuos.

56 comentarios

Luiz Monteiro de Barros disse...

Ai Miguel como é bom um oleo de diabo. O Palocci é sim um interlocutor com o empresariado. Dai um certo paradoxo. Quem começou foi a Folha e você lembra do Palocci sentado ao lado do Frias Filho lá no Millennium. O Palocci é péssimo em discurso-palestras Veja lá em 24/03/2020 em http://www.advivo.com.br/blog/antonio-ateu/politica-palocci-no-instituto-millenium-em-2010 Tambem acredito que Dilma vai resolver esse imbróglio.

Adriano Magesky disse...

Que texto hein Miguel !! Parabens !! Isso ae ! concordo totalmente com cada linha ! *-*

Antonio Luiz disse...

Falnado de "demônios", porque não investigar o Bispo? Decerto aí, PHA, Azenha, Rodrigo Vianna e outros ex-globostar ficariam desconfortáveis. Aliás, e vale para quase todos, o que não se faz por um dinheirinho.

Anônimo disse...

Isso incomoda a velha imprensa, ainda mais se sabendo que Dilma pode fazer um bom governo, o que a zelite quer impedir:

O PT é o partido mais ético, menos corrupto, várias pesquisas junto aos tribunais indicam quem são os corruptos, o DEM em primeiro lugar no ranking da corrupção, o PT é lanterinha, mas a velha imprensa não quer saber disso, vc também não, a conferir:

Dobra número de processos contra parlamentar no STF

qua, 09/06/2010 - 10:28 — MCCE

Veja reportagem do site Congresso em Foco:

"Na relação das pendências judiciais, há 33 inquéritos e 11 ações penais contra 21 senadores e 97 ações penais e 256 inquéritos contra 148 deputados. Em números absolutos, nenhum partido tem mais parlamentares processados do que o PMDB, dono da maior bancada do Congresso. Ao todo, 36 dos 108 peemedebistas - ou seja, um terço da bancada - são alvos de inquérito ou ação penal no Supremo. O DEM, com 23 dos seus 70 parlamentares (32,85%), e o PSDB, com 20 dos seus 72 representantes (27,77%), aparecem na sequência entre os partidos que mais têm nomes na lista de congressistas sob investigação. Depois deles, vêm o PP, com 19, o PR, com 18, o PT e o PTB, com 11 cada(...)"

spin

Anônimo disse...

Miguel, não gosto de ler grandes textos, mas este fiz questão de ler.
O assunto abordado e a forma como foi exposto me prendeu e concordo com 90% da tua dissertação.
Leio tb o PH e outros blogues sujos, mas a forma como foi exposta me convenceu.
Fernando

Anônimo disse...

Essa grana que Palocci ganhou prestando assessoria para empresas é esmola diante do patrimônio dos bilionários brasileiros.

Bilionários do Brasil,,,...isso é que é grana! O que estes bilionários tem feito pelo Brasil a não ser, por exemplo, não pagar a CPMF, uma grana que hoje faz falta no custeio da saúde.

1º lugar – Eike Batista – US$ 30 Bilhões (RJ) - “8º no MUNDO”
2º lugar - Jorge Paulo Lemann, US$ 13,3 bilhões ( carioca radicado em SP)
3º lugar - Joseph Safra, US$ 11,4 bilhões (SP)
4º lugar - Marcel Herrmann Telles, US$ 6,2 bilhões (sócio de JPL – carioca radicado SP)
5° lugar – Dorothea Steinbruch e família – US$ 5,8 bilhões (SP)
6º lugar- Carlos A. V. Sicupira – US$ 5,5 bilhões (sócio de JPL – Carioca radicado RJ/SP)
7° lugar – Antônio Ermírio de Moraes e família – US$ 5,3 bilhões (SP)
8° lugar – Aloysio de Andrade Faria – US$ 4,3 bilhões (SP)
9° lugar – Abílio dos Santos Diniz – US$ 3,4 bilhões (SP)
10° lugar – Alfredo Egydio Arruda Villela Filho – US$ 3,2 bilhões (SP)
11° lugar – Ana Lucia de Mattos Barretto Villela – US$ 3,2 bilhões(SP)
12. Antonio Luiz Seabra – US$ 3 bilhões (RJ)
13. André Esteves – US$ 3 bilhões (RJ)
14. Fernando Roberto Moreira Salles – US$ 2.6 bilhões (RJ)
15. João Moreira Salles – US$ 2,6 bilhões (RJ)
16. Pedro Moreira Salles – US$ 2,6 bilhões (RJ)
17. Walter Moreira Salles – US$ 2,6 bilhões (RJ)
18. Rubens Ometto Mello – US$ 2,5 bilhões (SP)
19. Moise Safra – US$ 2,4 bilhões (SP)
20. Elie Horn – US$ 2.1 bilhões
21. Jayme Garfinkel – US$ 2 bilhões (SP)
22. Maria de Lourdes Egydio Villela (Milu Villela) – US$ 2 bilhões (SP)
23. Edson de Godoy Bueno – US$ 2 bilhões
24. Dulce Pugliese de Godoy Bueno – US$ 1.9 bilhão
25. Guilherme Leal – US$ 1,7 bilhão
26. Liu Ming Chung – US$ 1.6 bilhão
27. Joao Alves de Queiroz Filho – US$ 1.4 bilhão
28. Lina Maria Aguiar – US$ 1.4 bilhão (SP)
29. Julio Bozano – US$ 1,3 bilhão (RJ)
30. Lia Maria Aguiar – US$ 1.1 bilhão (SP)

spin

Adriano Matos disse...

A presunção da inocência é a base do direito. É esse o preceito legal que temos que defender, ainda mais quando um dos nossos é incriminado antes mesmo da apresentação das acusações. Muitos discordam que Palocci seja dos nossos mas eu não penso assim, nem Lula e Dilma que o nomearam e lhe dão sustentação política. Concordo com sua análise do papel do Palocci no governo Lula, inquestionavelmente um governo vitorioso.

Sou a favor que se aumente o período de quarentena para ex-integrantes da area econômica do Governo Federal para o período de dois anos, como propõe o blogueiro Eduardo Guimarães. Na minha opinião, a raiz dos nossos males está na relação privilegiada com o poder.

. disse...

Muito bom.... é isso ai!!!!!

Anônimo disse...

O latifúndio midiático conseguiu transformar uma questiúncula numa grande questão e muitos desavisados morderam na isca
Uma pena

Dani Tristão disse...

Miguel, to sem palavras... muito obrigada pelo texto!!! Parabéns meeeeeeeesmo!!!!

Pina disse...

Por mais que os nossos princípios pequeno-burgueses fiquem chocados com os 6 milhões declarados por Palocci e tributados pela Fazenda, a análise que deve ser feita do fato, sendo ele culpado ou não, deixando o governo ou não, é essencialmente política: tentar entender as forças que estão em luta, os interesses em jogo. Meus parabéns por essa excelente análise!

Flávio Loureiro disse...

Palocci é o maior exemplo de mobilidade social da era Lula. Estou estarrecido com as conclusões retiradas deste artigo. É uma defesa do vale tudo para preservação de uma causa. Claro que qualquer cidadão medianamente informado, percebe o que a mídia quer com os ataques ao Palocci. Resta saber quantos ela vai encontrar no governo que ganharam 20 milhões em dezembro de 2010, prestando consultoria a empresas privadas que certamente têm interesses em negócios com o governo federal.E se utilizando de informações privilegiadas que possuia num período em que estava servindo ao Estado brasileiro, como ministro da Fazenda. Tentaram pegar o Mântega, não conseguiram. Certamente se eles (tucanos, midia, et caterva) tivessem um outro ministro do PT menos amigo que Palocci, para atacar o governo Dilma, não pensariam duas vezes. E pensar que eu fiquei durante oito anos me somando as críticas que o PT fazia aos tucanos que ingressavam no governo Fernando Henrique, e depois dele saiam banqueiros ou executivos, conselheiros, consultores de empresas beneficiadas pelo processo de privatização. Qual a diferença desta atitude tucana para a do Palocci?

Anônimo disse...

Queria escrever assim. Muito boa reflexão. Pés no chão. Maravilha

xacal disse...

Miguel,

Eu compreendo e concordo com cada ponto apresentado por você, mas veja, a dificuldade em estabelecer limites legais (ou éticos)para atuação de ex-integrantes de altos esclaões do governo em atividades de "consultoria", não deveria nos impedir de buscar esse ponto de equilíbrio, e sua tese, me desculpe, parece apontar no sentido contrário...

Cabe a pergunta, e os outros que lá estiveram, talvez em outras pastas, que não se valeram dessa condição e retomaram suas funções que exerciam antes, sem acréscimo de patrimônio...? Seria o caso de chamá-los de idiotas, ou santos em prostíbulos...?

A luta política que travo vai um pouco além da defesa de governos nos quais acredito e nos partidos que milito, como o PT, mas é uma crença no Estado, na ação pública e na construção de uma agenda que impeça tais distorções...Sonho...? Pode ser...

Mas eu imagino que a construção dessa luta política favorece o debate e o processo que você tão bem colocou como antagonista da apolitização mitificadora do Lula(ou da Dilma, ou qualquer outro) ou da demonização dos quadros destinados a "fazer o trabalho sujo"...

Um abraço...

xacal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
xacal disse...

Só mais uma coisa,

Adriano, a presunção de inocência não existe, a presunção é de "não-culpabilidade" e ela, como todo valor ou princípio expresso em direito positivo(lei)é limitado pelo interesse público, logo, temos as prisões em flagrante, as prisões temporárias, preventivas, os inquéritos e outras medidas cautelares(busca, quebra de sigilo fiscal e bancário)...Por isso, se a presunão fosse de inocência, essas não estariam em nosso ordenamento e só após o trânsito em julgado que as medidas coercitivas seriam impostas...

Logo, é claro que devemos dar o benefício da dúvida ao Pallocci, mas o exercício de certas funções e cargos públicos implica em abdicar de certas prerrogativas conferidas a gente como eu e você, dada a importância e o grau de repercussão de seus atos na vida da coletividade...

Isso se aplica também a certas funções de Estado como Juízes, Promotores, Delegados e até policiais...

Um abraço

Dani Tristão disse...

Miguel, esse Flavio Loureiro aí é do PT-Rio e foi dirigente do partido por 20 anos (remunerado)até 2006. Na crise de 2005 ele agia da mesma forma que hoje... Detonando o partido, o governo sempre que possível. Principalmente se o acusado for do CNB (construindo novo Brasil). É por essas e outras que o PT-Rio está como está.
Esclareço para vc não pensar se tratar de um anti-petista, ou um psolista.
Não, é um petista mesmo, pode acreditar!!!

jean carlos disse...

Eitha cabra arretado, gostei do texto.Foi um dos melhores e mais lúcidos que li.

Miguel do Rosário disse...

Flavio, a empresa do Palocci faturou 20 milhoes em todo o ano de 2010, nao em dezembro de 2010. Eu deixei bem claro no texto que nao boto a mao no fogo de Palocci. Reiterei apenas que a avaliacao de cometer crime ou prevaricar vem da policia e da justica, e ate hoje nao vi nenhum criminoso que tenha declarado ao fisco o que roubou, como fez Palocci. Quanto a renda, eh o que vem ganhando todos os membros de equipe economica, nao necessariamente prevaricando, mas fazendo a mesma coisa que fez Palocci, dando consultoria. Malan, Persio Arida, Arminio Fraga, Lara Resende, todos ficaram muito ricos dando consultorias. Nao fizeram nada ilegal. Se eh etico, eh outra historia. Ai eh uma questao de consciencia pessoal do Palocci e prefiro nao julgar a etica dos outros, ja basta a minha. A verdade eh que o alto mundo das financas paga a peso de ouro uma opiniao de ex-ministro da fazenda.

claudinei disse...

Cansei chega de concessões, chega de malabarismos Polocci esta do outro lado, e o PT e Dilma caminha passos largos seguir o caminho de Palocci, Henri Reichstul, Jorge Gerdau, Abílio Diniz e Antônio Maciel Neto, todos no governo da camarada Dilma, chega cansei de concessões.

Miguel do Rosário disse...

Flavio, eu nunca me somei a essas criticas a ex-tucanos. Em qualquer governo do mundo, quando os executivos da área econômica terminam seu trabalho, eles passam para a iniciativa privada. Isso é comum. Afinal, eles precisam trabalhar, e toda grande empresa faz negócios com governo. Se encontrarem algo concreto que ele tenha feito de ilegal, defendo que ele seja punido exemplarmente, severamente. Se não encontrarem, há sempre a chance dele ser inocente, e ter ganhado dinheiro, mesmo que a quantidades astronômicas, honestamente. Eu apenas lembrei que esses valores, que para nós parecem coisa de outro mundo, são os valores, digamos assim, de mercado. Repare no que você mesmo falou. Se a empresa dele faturasse 5 milhões de reais em vez de 20 milhões estaria tudo bem? Se ele comprasse um apartamento de 900 mil reais, estaria tudo bem? A lógica do capitalismo não é essa, Flavio. Se havia empresários dispostos a pagar 1 milhão por uma consulta, e não 200 mil reais, a empresa do Palocci vai cobrar 1 milhão e não 200 mil. É a lei do capitalismo. É um mundo estranho, o nosso, cheio de exageros, de um lado, e carências extremas de outro. Lembre-se porém que Palocci, como deputado federal, foi um dos mais talentosos articuladores dos interesses do governo (e por tabela do povo que elegeu o governo) no Congresso Nacional. Mas ele pode ser sim um ladrão, um safado, um prevaricador. Júlio César foi um grande líder popular, mas as histórias que Suetônio conta dele, são de arrepiar os cabelos!

Miguel do Rosário disse...

Qual é, Claudinei, que chilique é esse?

A Dilma vai acabar com a miséria no Brasil e você nesse chororô mimado de pequeno-burguês?

Flávio Loureiro, disse...

Só para esclerecer uma calúnia a qual fui vítima. Fui durante muitos anos dirigente estadual do partido e, por um período bem menor, suplente do Diretório Nacional. Mas nunca recebí um tostão do partido por conta dos cargos que assumí, pelo contrário, conciliei funções que tinha que me remuneravam, com a tarefa de direção. Não faltarão dirigentes do partido para confirmar o que eu digo. E se tivesse eu não acho nada demais ser dirigente remunerado do partido ou o partido ter dirigente remunerado. No mais, tenho profunda admiração e respeito por Luiz Dulci, Marcos Aurelio Garcia, Gilberto Carvalho,Luiz Gusiken, José Genoíno (todos da CNB) a despeito das divergências internas que tenho com eles no partido.

De resto, eu não posso achar normal, só porque acontece comumente no Brasil, que servidores públicos se utilizam da função que ocupam, pagos pelo erário público, pelo contribuinte, para enriquecimento pessoal. Sejam tucanos, sejam petistas.

Adriano Matos disse...

Oi Xacal!

O princípio a que me referi é o expresso no artigo 5 da Constituição: "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

Independente do nome a que se dê, inocência ou não-culpabilidade, creio que nos referimos à mesma coisa: há que haver acusação, julgamento e sentença, nessa ordem.

Me considero um legalista e entendo a lei como um acordo popular que pode e deve evoluir, existindo consenso. Mas tribunal de excessão, não! Mesmo que seja um PeTista.

Abraços.

Flávio Loureiro, disse...

Miguel, não é normal o sujeito sair da serviço público e ir prá iniciativa privada, não. Aliás, a iniciativa privada não gosta de receber servidor público, salvo aqueles que têm informação privilegiada ou durante a sua gestão como servidor prestou serviço aos interesses da iniciativa privada. Uma espécie de recompensa, que é melhor e mais discreto ser via consultoria, do que por vínculo empregatício.Em muitos países, tais servidores de alto escalão que saem dos seus cargos públicos, passam por uma coisa chamada "quarentena" que varia de tempo conforme o país, sendo remunerado pelo estado por um determinado período, para ter tempo de se recolocarem na vida profissional. Eu não acho otários os que passam por governos e não se locupletam, no caso dos petistas, eu acho coerente com a promessa mudancista que norteou o partido desde a sua fundação.

Miguel do Rosário disse...

Flavio, me desculpe, mas que teoria é essa que "iniciativa privada" não gosta de receber servidor público? Além disso, é claro que a informação privilegiada está em jogo aqui. Se eu trabalhar na Aeronáutica por 10 anos e sair, terei informações privilegiadas que interessarão à aviação civil. Ganharei melhores salários por causa disso. Mas isso é inevitável. O que a gente chama de "informação privilegiada", outros podem chamar de "experiência" de trabalho. A menos que a gente faça, como eu disse no artigo: mande degolar todo servidor público quando acabar sua gestõa. E vocÊ confundiu servidor público concursado com representante político, que deve sim ter seu negócio próprio, privado, porque política não é profissão. Termina o mandato o cara vai precisar, por razões óbvias econômicas, ganhar a vida. O Estado não paga mesada eterna para representantes políticos. Só para ex-governadores, e tem maior gritaria contra isso...

Carlos Henrique disse...

Análise bastante sóbria, só acaba falando asneiras quando alinha-se aos imbecis preconceitos conservadores e cita estupidamente que Lula seria o resultado de uma "espécie de seleção genética do Nordeste miserável". MISÉRIA EXISTE EM TODO O BRASIL, ALIÁS, A MISÉRIA DO NORDESTE, EXISTENTE NA ÉPOCA DE LULA, JÁ SUMIU HÁ MUITO TEMPO! Em boa parte devido ao próprio Lula, que passou a fazer Justiça tributária, isto é, passou a aplicar no Nordeste os nossos recursos tributários, os quais até o desgoverno FHC, eram retirados aqui e aplicado no Sudeste(principalmente São Paulo). Hoje o Nordeste crece a taxas chinesas, enquanto a seleção genética da miséria acontece principalmente em São Paulo, que decai a olhos vistos graças aos 20 anos do PSDB. Portanto, liberte-se dessa visão atávica e preconceituosa que os conservadores colocaram em sua cabeça.

Roberto M Almeida disse...

Caro Miguel, parabéns pelo Texto,concordo plenamente com você. Não precisamos desconstruir outro Alcenir Guerra.

douglas da mata disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
xacal disse...

Adriano,

Eu concordo com você em relação a tribunais de exceção, não há dúvidas quanto a isso...o que escrevi é que essa presunção não é absoluta, e portanto, qualquer um pode e DEVE ser investigado se suas ações suscitarem suspeitas...

Quando se trata de figuras de "alto coturno", é claro que a repercussão dessas investigações e apurações, tenham uma dimensão maior do que para outras pessoas, afinal, esse efeito é correspondente ao peso que suas decisões têm e ao poder que desfrutam...

Ora, quem entra nesse jogo sabe disso, como a celebridade que vive da exposição, e depois reclama privacidade...E boa parte de nosso capital político (do PT) foi acumulado dessa forma...

Mas ser legalista não pressupõe a reivindicação de garantias para "bill de impunidade", pois lembremos, as garantias individuais servem a preservação da integridade humana, mas nunca ao afastamento da persecução de suas condutas...

Quanto a diferença semântica, eu creio que há importância, sim, em fazer a diferença, pois se considerarmos presunção de inocência, não há de se falar em medidas cautelares e prisões provisórias em fase inquisitorial e em sede de ação penal...

O que há é uma manipulação de mão dupla, o que é claro, não é o seu caso:

Os que pretendem utilizar esse princípio de forma absoluta, para afastar a adoção de certas medidas coercitivas, e por isso reivindicam o trânsito em julgado de sentenças condenatórias como pressuposto para cassação de direitos ou intervenção no patrimônio...Ou seja, pretendem "atrasar" investigações, e desfrutar da morosidade e da dilação doa prazos prescricionais...

E por outro lado, os que querem violar as garantias, e usam a noção de presunção de inocência como uma permissividade legal de nossa CRFB, que seria dessa forma, amena com "vagabundos"...

Um abraço..

xacal disse...

Creio que no debate entre Flávio e Miguel está boa parte das contradições que devemos enfrentar para analisar esse problema, que sabemos, não é novo...

Ora, Miguel disse com acerto que há uma diferença entre servidor estável, concursado e que desfrutou de seus direitos e portanto, também foi sujeito de deveres implicados em seu estatuto e código de ética, bem como uma série de crimes próprios(aqueles que só podem ser praticados por funcionário (lato sensu) público)...

É esse o ponto crucial: Como servidor de livre nomeação (cargo de confiança), o ministro, dentre outros nomeados sob esse vínculo, deveriam ter muito mais cuidado e restrições acerca do relacionamento com o mundo privado após suas exonerações, uma vez que a precariedade de seus vínculos contrastam com os interesses perenes do Estado...

É claro que o poder político, representado nos mandatos e nos cargos de confiança, têm natureza distinta dos demais servidores...Mas é justamente por isso, ou seja, sua condição política que lhes dá acesso mais fácil a posições de mando, é que se deveria cobrar mais atenção a moralidade pública...

E de novo eu pergunto: Afinal, Pallocci é regra ou exceção...? Qualquer que seja a pergunta, cabe a preocupação com aqueles que não se deixaram seduzir "por essas oportunidades", ainda que sejam rigorosamente legais...pois há um velho ditado que diz: nem tudo que é legal é justo...

Eu me preocupo mais com a aparente normalidade" da situação, do que se ela fosse gritantemente ilegal ou ilegítima, pois aí nem precisava debate, era só apurar e punir...

Mas corremos o risco de aprofundar o seqüestro da gestão e das agendas públicas pelo "mercado"(esse ser incorpóreo, como diz Brizola Neto), mimetizando o que acontece com nosso irmãos ao norte do Rio Bravo...

Um abraço a todos...

Flávio Loureiro disse...

Miguel, eu falo de informações estratégicas, não é qualquer tipo de informação que faz ser atraente a contratação de alguem que passou pelo serviço público,pela iniciativa privada. Outra coisa, ninguem chega a ministro sem ter ocupação pregressa. Muitos são parlamentares, servidores públicos de carreira, na área econômica é comum serem docentes de importantes instituições de ensino,outros têm bancas de advocacia, empresários etc etc. não tem essa de deixar de ser ministro e cair na rua da amargura. Você está tratando de uma situação irreal. O que é ser parlamentar, bem remunerado aliás, e ao mesmo tempo consultor de empresas privadas? O eleitor vota num parlamentar para ele representá-lo ou para representar interesses empresariais? O que é ser coordenador da campanha da Dilma e ser consultor, quando muitos desses empresários são alinhados aos nossos adversários políticos, mesmo enquanto doadores de campanha? A discussão da legalidade aí é a de menor importãncia ..Estou falando de conflitos de interesse, cujo o julgamento antes de tudo deve ser político, até o limite que envolva corrupção ..

Dani Tristão disse...

Em nenhum momento critiquei o fato do diretório ser remunerado. De jeito nenhum...esse comportamento moralista não combina comigo. Critico e vou criticar sempre esse discurso psolista, moralista de uma ética de araque. É mais fácil ver Flavio Loureiro criticando o PT que os tucanos DEM e o PIG. A lógica do Flavio não tem consistência alguma. Para ele está definido, Palocci é um trambiqueiro, oportunista, corrupto, e tudo mais. Sem precisar de nenhuma prova para isso. É a mesma reação descabida que teve em 2005 quando por puro oportunismo detonaram Zé Dirceu para ganhar a presidência do PT no tapetão. Agora vem dizer que não tem nada contra o CNB???? E o discurso que usava na época, "se a direção continuar com o Campo Majoritário (hoje CNB) será o fim do PT".? Me poupe Flávio, vc defendia a expulsão do Zé Dirceu. Dizia que o CNB era a direita do PT. Era radicalmente contra a todas as alianças partidárias, como se fosse possível sem elas. E o pior, é que não aprendeu com os erros que cometeu e vem agora disposto a detonar o principal ministro da Dilma porque está decidido de que Palocci é um criminoso. Sem provas!!! Engraçado que, os que contam com a sua admiração, Luiz Dulce, MAG, Gilberto Carvalho, Luiz Gusiken, José Genuíno, não pensam da mesma forma que vc. Todos eles têm total confiança no Palocci. Inclusive Lula, Zé Dirceu (que sempre discordou da política econômica de Palocci) e Dilma. Ao invés de sair por aí postando comentários contra nosso partido em blogs que defendem, deveria conversar antes com os que contam com sua confiança. Sua atitude sim, não é nada ética e nem partidária.

Miguel do Rosário disse...

Flavio, entendo o seu ponto-de-vista. Acho até que você tem razão. Se isso virar regra, todos os parlamentares podem se tornar lobbistas legalmente, com firma reconhecida. Mas a lei não fala nada quanto a isso. É algo que tem de ser regulamentado. Essa relação é sempre complicada. Se o parlamentar pode manter uma indústria funcionando, ser dono de universidade ou proprietário de fazendas, porque não poderia prestar consultoria a empresas, que é um serviço intelectual tão nobre quanto ser dono de fazenda? O conflito de interesse também existe entre ser dono de fazenda e deputado, etc.

Flavio, não vou defender o Palocci com unhas e dentes. Só lhe digo que a política tem esses sempre dilemas entre público e privado, entre cidadão e homem público, que somente a ética pessoal do parlamentar pode resolver. Como eleitor, eu resolvo não votando em Palocci, como eu não votaria.

Abraço.

Miguel do Rosário disse...

Carlos Henrique, pelo amor de Deus! Eu falei do Nordeste da época do Lula, não do Nordeste de hoje! E este é um ponto absolutamente secundário (ou terciário) no post!

Abraço!

Flávio Loureiro disse...

Prezada, eu não preciso respeitar e admirar quem pensa da mesma forma que eu, isso é fácil.Isso é próprio de quem vive de adesão acrítica e idolatrias. Eu não acho que jogar a sujeira prá de baixo do tapete é defender o partido, eu acho que defender o partido é expor as contradições nele existentes, próprias de um partido democrático e de massas como é o PT. Entender a pluralidade de opiniões e respeitar quem pensa diferente é complicado para quem faz política como você, elegendo idolos acima do bem e do mal, cultuando personalidades, o que não é o meu caso.Ao contrário de você, ao denunciar desvios de postura e de condutas políticas que eu identifico em petistas, não à luz do que eu acho correto, mas do que o PT se dispos a representar na sociedade brasileira, eu acho que estou defendendo o partido. O problema é que você acha que o partido tem dono, e quando se critica quem você acha que é dono do partido, você conclui que está se criticando o próprio partido.

Flávio Loureiro disse...

Miguel, para finalizar, eu estou falando de um perfil de parlamentar petista, onde não é comum encontrar empresários e consultores de empresas privadas. Em geral são representantes de segmentos sociais de trabalhadores ou formadores de opinião pública, este é o perfil histórico do parlamentar petista. É óbvio que o PT na medida em que se torna o partido do poder, muita coisa muda, prá melhor e prá pior, e atrai oportunistas do todas as matizes para o seu interior, já que os critérios de filiação partidárias atuais permitem isso. Você se lembra que petistas trouxeram pro PT um sujeito que se elegeu, com uma campanha milionária, deputado federal mais votado em Minas Gerais pelo partido, e logo em seguida descobriram que o cara era chefe de uma quadrilha especializada em fraude financeira. Depois o partido expulsou o sujeito, mas pagou esse desgaste.

Luiz Monteiro de Barros disse...

Resvala para a questão de financiamento publico de campanha. Palocci como coordenador de campanha conhece quem financia MESMO QUE LEGALMENTE e a moeda de troca se configura. Esse caso impacta, induz mais para o financiamento publico.

douglas da mata disse...

Eu não resisti: tristonha a postura da Tristão. Mas cadê Isolda?

Miguel do Rosário disse...

Luiz, o que é importante pensar é o seguinte. Quem rouba, não registra o roubo na Receita. Toda a atividade palocciana (gostaram dessa?) está registrada na Secretaria de Receita Federal, portanto os fiscais sabem direitinho quem são os clientes e o quanto cada um pagou para Palocci.

Se todo corrupto registrasse seu mau-feito na Receita, talvez o Brasil batesse recorde de arrecadação (essa foi engraçada, apesar de triste)...

Dani Tristão disse...

Se vc não entendeu Flavio, eu desenho. O que quis dizer é, que se vc respeita essas pessoas que citou, deveria perguntar a elas sobre o Palocci antes de detoná-lo nos blogs. (como se não bastasse no PT)
Tenho certeza, que a imprensa não sabe e nem vai saber dos clientes do Palocci por motivos óbvios, mas todos os petistas que citou sabem. Uma coisa é revelar para imprensa e outra é contar para seus companheiros. Por isso disse que eles não pensam da mesma forma que vc. Todos eles têm a maior confiança no Palocci. Não tem nada a ver com as disputas internas. É vc que não tira a disputa interna da cabeça e tira conclusões precipitadas como sempre.
Entender a pluralidade é uma coisa, o que vc faz é crítica destrutiva e jamais construtiva.
Esse papo de “ídolos” “cultuando personalidades” e “dono de partido” é o que vc quer acreditar, para fugir do tema. Mas tem muito mais militantes que pensam como eu do que como vc. Será que todos que defendem, o CNB são assim? Me poupe!!! É o mesmíssimo discurso que vc usou em 2005. Vê se aprende Flavio!!!

Anônimo disse...

qualquer texto q contenha "como dizia lenin" perde todos os pontos. É apenas incrível o grau de cinismo dos petistas. Ha 10,ou 15 anos, qualquer pessoa isenta pode dizer como seria o comportamento do partido na abordagem de casos como esse. E vem me gritar contra "linxamento midiatico", pré julgamento? Precisa de um texto desse tamanho, prolixo, para tentar dar 15 piruetas para justificar o injustificável? As paixoes politicas estao acabando com país. Palocci fez coisas otimas, mas é corrupto. Não ha o que discutir.É obvio. Trafico de influencia é crime. e roubar 50 mil ou 20 milhoes da na mesma. Nao é dizer que politica nao é para ingenuos, mas quem quer um pais melhor tem que ter a coragem de lutar para eliminar corruptos de todo e qualquer partido.

Miguel do Rosário disse...

prezado anonimo, ironia e nelson rodrigues, a gente nunca esquece.

Adriano Matos disse...

Xacal!
Queria ter te respondido antes pra manter o timming da nossa conversa...

Cheguei a conclusão que você está certo: Não é de menor importância a distinção entre os conceitos do princípio da presunção da não-culpabilidade em oposição ao conceito - que agora entendo ser equivocado -, da presunção da inocência.

Para o homem honesto, investigado em decorrência de algum contexto suspeito, embora deva sofrer constrangimento por ter sua vida privada devassada em favor do bem maior da nação, ao fim, equivalem-se os conceitos uma vez que a lei para produzir seus efeitos tem que apresentar as provas do mau-feito para caracterização do crime que se investiga.

Palocci foi relator, dentre outros projetos, de lei que regulamenta aspectos de exploração do petróleo no pré-sal e esse tesouro nacional deve ser posto a salvo da ganância dos vendilhões. Também sou da opinião que para auferir tantos recursos aconselhando investidores, Palocci tenha que ter fornecido informações de valor.

Essas não são necessariamente informações de interesse para a segurança nacional ou criminosas.

Por esse motivo, sou a favor que o estado, por intermedio de seus órgãos competentes, nesse caso particular, a Receita Federal, o COAF e a Policia Federal, investiguem o enriquecimento vertiginoso de Palocci nos últimos quatro anos.

Me posiciono contra, entretanto, da tentativa de desvirtuamento da lei clamando pela inversão do ônus da prova para que Palocci forneça a lista dos seus clientes, seus contratos e as informações que ele comercializou nesses contextos.

A lei é bela porque é fruto de reflexão e acordo dos melhores da nossa nação. Ela deve ser seguida e não vilipendiada a cada soluço moralista ou por interesses políticos.

Abraços.

xacal disse...

Adriano, repito aqui a resposta que coloquei lá na TRolha:

Mas veja que a inversão da prova que sustento, não é para uma abordagem jurídica, mas política.

Ou seja, pallocci, se realmente quisesse fomentar um debate sobre as relações de todos seus antecessores com o mundo privado, como pretendeu para escusar sua conduta, deveria colocar na mesa todos os ingredientes, ou seja, seus clientes privados, e assim, evitar o linchamento da esfera pública, e em última instância, da ação política...ao dizerem que seu erro é menor, ou escusável, pelo erro dos outros, ele só demonstra que não pretende soluções para a promiscuidade entre Estado e mundo privado, mas deseja, ao contrário, que o establishment permaneça, para que ele possa se favorecer, aliás, como fez, com enorme sucesso, em pouquíssimo tempo...


Porque, no fim das contas, seus clientes vão contratá-lo de novo, mesmo que saia do governo pela porta dos fundos, como aconteceu antes, quando foi exonerado pela suspeita de quebra de sigilo do caseiro...assim como aconteceu com o zé dirceu...que foi incinerado publicamente, mas depois ganhou algum com as consultorias...

Essa é a "conta" que ele faz, e como já disse, joga o ônus em cima da política, do PT, e do governo que ele diz defender...

um abraço...

Anônimo disse...

Prezado Miguel, assino em baixo do seu ótimo comentário. Tenho a mesma opinião.

A blogosfera de esquerda é meio paranóica, parece sofrer de " transtorno bipolar ", uma hora é a euforia total, a vitória completa sobre seus inimigos da direita e da mídia golpista, no outro momento já é a depressão total, ninguém presta, o Palocci é um entreguista, a Dilma é um poste e por aí vai a cantilena da desgraça e a manada (os comentaristas) seguindo atrás no mesmo rame-rame e durma-se com um barulho desses

Na atual "crise politica" criada e inflada pela mídia conservadora, acho que os únicos blogueiros que estão conseguindo ver a floresta ao invés de enchergar apenas as árvores, são voce, o eduardo guimarães, o Azenha e o Nassif. Os demais cairam no conto-do-vigário do PIG e repetem seus bordões, pedindo dia e noite a cabeça do Palocci como se isso fosse a solução para o Brasil e para o governo Dilma, santa ingenuidade....

Donizeti - SP

Márcia Regina disse...

Miguel,
Irretocável seu texto, suas argumentações e seu resgate histórioc. Felizmente, encontrei alguém na blogosfera que não defende a saída imediata do Palocci, que alívio! Se ficar comprovado que cometeu algum crime, que a justiça e o MP assumam a condução dos fatos. Já imaginou o estrago para o governo puni-lo antecipadamente e entregá-lo, sem provas, à mídia e à oposição perdida e irresponsável, na primeira tentativa de puxar o "3º turno" das eleições presidenciais?Aí, sim, seria desastroso, e eu prefiro confiar na astúcia da Presidenta Dilma. Se ele tiver que sair, que não seja agora, no calor das suspeitas! saí

Mayrpedrao disse...

Gosto dos seus textos, de verdade.

Acredito que estamos esquecendo uma coisa, o Palocci é um político. Pode ser para alguns, o meu político e para outros, o político deles.
Eu penso que é perigoso isso, independente de quem comanda qualquer instituição governamental continuaremos vivendo da mesma forma, veja S. Paulo, não gosto dos partidos e nem das pessoas que governam o Estado e a Cidade, mas e daí, perdi o emprego, tô pagando mais caro para acessar a internet, não, pode ser que aumente alguma coisa, mas darei um jeito. Nós das grandes metrópoles nos viramos bem, o problema são os da periferia tanto das cidades como os do país inteiro, eles são os mais prejudicados.
Quando vemos alguma notícia em relação à saúde pública, por exemplo, o que acontece, nada, ficamos indignados, proferimos algumas palavras em voz alta para nos confortar e fica por isso mesmo.
A liberdade depois de tanto ser oprimida pelo exército, depois pela velha-mídia, foi conquistada e fazemos o que, a mesma coisa, defendemos os nossos. Não, somos mais que isso, minha formação é de esquerda, não a esquerda partidária, mas a esquerda, que carrega o peso de muitos que tentaram resolver o problema da liberdade e igualdade, está é minha formação.
Se o Palocci enriqueceu honestamente, ótimo, não há problema em ser transparente. Agora cria um desconforto, se aparecer um projeto de lei para destinar metade da verba nacional para alimentar os famintos os parlamentares vão votar contra porque o Palocci não se explicou. Tá certo isso? Uma pessoa pública, não um BBB11, mas um político, que enriquece através da sua empresa acaba sendo mais importante que qualquer problema do Brasil. Será que temos que defender o Palocci ou exigir transparência de qualquer político, independente do broche que prende na lapela?

Abraço

Mayrpedrao disse...

Olha só o perigo!

Franklin D. Roosevelt, então presidente dos EUA, sobre as atrocidades cometidos por Anastasio Somoza, na Nicarágua ele disse: “ele pode ser um filho da puta, mas é nosso filho da puta”.

Naira Souto disse...

excelente texto! concordo com cada palavra.

Zé Brasil disse...

Parte 1/3

Prezado Miguel,

Não conhecia seu blog e por acaso passei por ele ao seguir sugestão de um leitor do finado blog conversa afiada cuja navalha perdeu o fio ao escanhoar a cara de peroba dos órgãos do PIG fazendo sua barba, cabelo e bigode.

Parabéns pelo texto apresentado o qual prima pelo equilíbrio sendo em minha opinião um dos melhores textos que tive oportunidade de ler sobre este momento político nacional.

Manter-se coerente num ambiente de mídia parece ser a coisa mais fácil e a mais difícil ao mesmo tempo: a primeira acertiva relaciona-se ao caráter e a índole do profissional independente, destemido e de seus valores morais e como ele lida com a verdade dos fatos sem tergiversar. A outra, oposta a primeira, é quando o peso da editoria, seja ela real ou representada por alguma pressão que faz com que o profissional venha a cantar no dedo de seu patrão credor ou conhecedor de alguma fraqueza que nele resida.

Escrevo esta reflexão motivado por minha memória que não me deixa esquecer, e, portanto não deixar-me engabelar por esta imprensa sectária e pérfida, eminentemente golpista;- está aí o golpe de 1964 e o pouco da história brasileira que podemos enxergar por suas frestas e compreender o papel por ela desempenhado no golpe de estado, e que mede os fatos com a régua que melhor lhe apraz. Explico:

- Na página frontal do Jornal do Brasil, datada de 08 de Junho de 1995, época do desvario das privatizações que colocaram este País de joelhos frente à banca
internacional e nacional, comprometendo sonhos de dias melhores de muitas gerações vindouras desta terra abençoada chamada Brasil, havia uma grande manchete.

Nela, o jornal, hoje um dos tão sedentos de comportamento ético, essencial em todas as atividades humanas, diga-se de passagem, via como uma boa bravata
o "...esmagamento da oposição " através da mais deslavada cooptação de parlamentares já ocorrida neste País, promovida pelo Presidente da República de
então,Fernando Henrique Cardoso, o qual exorbitando de suas funções, ao telefone condicionava votos a nomeações,comprando a bom preço corações e mentes.

Em números da época, pelo menos R$ 1 bilhão foram gastos para convencer a bancada ruralista. Atualise-se financeiramente este valor aos dias presentes e
veremos que os valores apresentados, sem a devida comprovação, nas ilações desta direita raivosa e seus veiculadores, no noticiários hoje em curso e imputados
ao atual Ministro da Casa Civil seriam risíveis. Tristemente risíveis.

- Outro fato rque recordo diz respeito a ascenção meteórica num periódo de quatro meses da corretora de valores dos filhos do então Ministro Mendonça de Barros, que, à época, era presidente do BNDES e encontra-se reportado pela Veja no link:http://veja.abril.com.br/260898/p_104.html "Os meninos prodígios", onde bilhões, sim, é isto mesmo, bilhões de Reais foram negociados pela corretora. Segundo a reportagem, ao ser perguntado sobre os carteira de clientes dos meninos ele informou: "Eles não trabalham com fundos de pensão e estatais", sendo, sempre segundo o texto apresentado, consertado por um dos filhos : "Só operamos um pouco com a Gerof", sendo a sigla que identifica o setor de operações financeiras do Banco do Brasil, uma estatal.

Quando abordo estas questões não estou aqui estabelecendo ilações ou levianamente apontando o dedo para quem quer seja e acusando, diga-se de passagem. Nem tão pouco estabeleço gradações para crimes maiores ou menores.
3405 caracteres Final da parte 1/3 Continua.

Zé Brasil disse...

Parte 2/3

Tenho para mim a visão clara, republicana, de que se existem indícios críveis que possam conduzir a uma investigação criminal, de modo sério e profissional que ela seja feita e todos nós que vivemos e somos regidos pela Constituição Federal e as Leis deste País estamos submetidos. Nela,na CF, só para não esquecermos, existe a presumibilidade da inocência do Cidadão até que se prove em contrário, o que de fato é um pressuposto universal dos cidadãos nas Democracias do mundo livre. Se inocente, que assim o seja declarado, caso contrário, que o pêso da Lei caia sobre suas suas costas e cumpra-se a pena. Já se vaí longe o tempo dos tribunais do povo dos nazistas onde bastava uma simples delação de um vizinho invejoso e frustrado e o "juiz da morte" apontava-lhe o caminho da forca quando infeliz punha seus pés nos primeiros degraus da "corte de justiça".

Meu ponto é o de que a mídia trata os assuntos de modo assimétrico, sectário, diria até, desonesto, como exemplo, está aí para não me deixar mentir a ficha falsa do DOPS que a Folha de São Paulo estampou em em suas folhas para detonar a candidatura de Dilma e que foi desmascarada de forma cabal, contudo, sem qualquer reparo. Fossem os dois pontos abordados acima, segundo o modus operandi que impera na imprensa golpista brasileira, o famigerado PIG, ocorridos numa administração de um Governo progressista, como o de Lula, o céu viria abaixo, pois o que importaria, como já tive o desprazer de ouvir da boca de um canalha acabado e contumaz, não é o fato em sí e sim qual versão que você pode dele construir. De outra figura pérfida do mesmo modo e esta escafedeu-se do Pais para não ser preso por conta de não ser mais um réu primário que afirmou: "A calúnia é um instrumento válido de imprensa", quer seja, jogue merda no ventilador e você que se vire para provar sua inocência. Quando proclamada a sua inocência e você partir para cima do sujeito buscando justiça e reparação ele se aferrará à liberdade de imprensa e se dirá por você perseguido e aí vem a matilha toda junta em defesa do sujeito. Valei-nos os Diretores da Escola de Base, de São Paulo, SP, cujas reputações foram arrastadas pelo chão e suas vidas arruínadas sem dó e nem piedade, sem qualquer reparo, sem o benefício da dúvida, tudo pelo bem de um furo de reportagem, pois o que vale é a audiência e audiência significa grana e grana é o que importa, não é ?

Esta é a mecânica simples da coisa: arranjo um fato; distorço-o do ponto de vista político e venho com tudo na mídia, que não nos esqueçamos jamais, sempre pertenceu a oligarquia política deste País e foi consolidada nas concessões pétreas dadas às mãos cheias no período da ditadura, em sua maioria para não dizer em sua totalidade, aos simpatizante e colaboradores daquele regime que por aí ainda estão plenamente atuantes no cenário político nacional.
2906 caracteres Final Parte 2/3 Continua

Zé Brasil disse...

Parte 3/3

Por citação de um dos leitores deste blog, lembrei-me dos 10 Mandamentos do Poder, de Richard M. Nixon, de nefanda memória, comentados pelo Ministery of Health, organização batista cristã norte-americana,que em seu oitavo mandamento,o qual mencionava que Franklyn Roosevelt, quando inquirido sobre a manutenção de laços comerciais com o ditador Trujillo da República Dominicana retrucou " Sei que ele é um f.d.p, mas ele é o nosso f.d.p"

Tal qual Roosevelt muito de nossa mídia hoje se porta: Fique ao lado de seus amigos, dê-lhes suporte, mesmo quando você não aprove tudo que eles estejam
fazendo. A impressão que fica sobre a mídia em geral, principalmente nos últimos tempos, é a de que deve-se
odiar o pecado mas aceitar e ser leal ao pecador.Preferencialmente o nosso (dela) mídia.

Quem perde sempre com isto é a Democracia e por tabela os Cidadãos, pois que credibilidade tem uma mídia que assim se porta, que não aceita o contraditório?

Qual a credibilidade de um blog que faça uma pesquisa de opinião sobre a permanência ou não do Pallocci na Casa Civil e que passa semanas ferrando o sujeito e censurando as opiniões dos leitores que levem um mínimo de contraditório a este tema? Como diria aquele garotinho da propaganda e que de olhos vendados passava o dedinho sobre uma peça de presunto que imitava a marca de um tradicional fabricante de presuntos brasileiro: - Tá querendo me enganar?. Haja presunto de PIG ( de porco)!

1488 caracteres Final Parte 3/3.

Ulisses disse...

Não sou fã do Palocci, mas se a Dilma derruba-lo, o PIG vai sair vencedor e vai procurar novo alvo no governo Dilma! É apenas isto, interesse em enfraquecer a Dilma até 2014!

gunnar disse...

Palocci é antes de mais nada, um covarde. Usar a máquina estatal contra um homem simples e pobre é de uma baixeza indescritível.

Ana Maria disse...

Excelente texto Miguel do Rosário,parabens
Concordo com Zé Brasil,já deletei o finado blog.O CAF ou foi ingênuo ou tendencioso ao extremo fritou o Palocci e agora começou uma campanha para fritar o Paulo Bernardo.Acho que está usando a blogosfera para fazer campanha para o Aécio.

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