Li a matéria inteira, com paciência hercúlea, porque a maior parte são repetições, ilações, adjetivação excessiva. Para vocês terem uma idéia, logo no primeiro parágrafo, topamos com a seguinte frase:
O calhamaço faz a mais ampla e fiel radiografia do maior esquema de corrupção do País.
O que é risível. Os valores do mensalão são superados (para infelicidade da sociedade brasileira) por qualquer outro escândalo de corrupção. Aliás, sempre que eu leio as quantias estimadas de desvio de dinheiro público por grupos políticos eu penso naqueles filmes americanos em que as pessoas se matam por 200 mil dólares, por meio milhão, por 1 milhão de dólares. Os valores aqui são de centenas de milhões de dólares. Como é que era o nome daquela senhora da Previdência, que roubou uns 200 milhões de reais?
A tentativa de abafar o Arrudagate é clara. O mensalão foi caixa 2 de campanha é não resultou no enriquecimento ilícito de nenhum petista. Todos continuaram pobres. Já em Brasília, os desvios tinham como objetivo, pura e simplesmente, o enriquecimento ilícito e enriqueceram efetivamente todos os que participaram do processo. Só isso já caracteriza uma diferença moral considerável.
Fernando Pimentel procurou reagir rápido. Deu entrevista ao Estadão, onde esclareceu alguns pontos. Mas não adianta. O repórter, esperto, faz o petista repetir diversas vezes que se trata de um ataque político visando atingir a ministra Dilma. A repetição faz ficar parecendo uma desculpa esfarrapada do ex-prefeito de Belo Horizonte.
Mas o principal ponto de defesa de Pimentel veio, finalmente, do próprio Ministério Público Federal, que desmentiu a Istoé e afirmou que não há nenhuma prova ligando o petista mineiro ao mensalão.
Com isso, temos mais uma denúncia esvaziada. De qualquer forma, acredito que a população está bastante cansada deste tipo de acusaçao
De fato, o mensalão fez emergir graves irregularidades de campanha. Mas foi positivo para o Brasil saber como são as vísceras das campanhas políticas no país. Esse tipo de coisa sempre aconteceu e continua acontecendo e a sociedade não sabia. Mesmo autoridades invesgativas não sabiam. Muitos políticos mais ingênuos também não sabiam. Agora todos sabem e com isso ficou mais fácil o processo de prevenção e repressão.
De qualquer forma, os brasileiros devem ter consciência que uma campanha política no Brasil movimenta centenas de milhões de reais. Esse dinheiro circula para lá e para cá, muitas vezes em dinheiro vivo para evitar tributações duplas ou excessivas, ou mesmo para para não serem tributados. É o custo e o risco da democracia. A solução passa pela reforma política e pelo aperfeiçoamento das instituições investigativas, e não pela criminalização da política, dos representantes politicos e do processo eleitoral.
O Nassif fez um post didático sobre o caso.
Oi Miguel,
Tempos atrás também fiz um post sobre o assunto mensalão.
São bem coincidentes nas idéias. Se você puder dar uma olhada, segue o link:
http://essesoueutambem.blogspot.com/2009/07/do-mensalao-pra-ca.html
Olá Miguel,
Só um reparo: Pimentel NÃO é coordenador da campanha Dilma. Ele tem se colocado como tal para ganhar espaços privilegiados na mídia e, por supostamente ser o que realmente não é, acabou entrando na linha de tiro - ou melhor, servindo de escada para que a exprssão "mensalão do PT" voltasse às manchetes sem que houvesse absolutamente nada de novo sobre o caso.
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