Às vezes eu não tenho vontade de escrever nada. A cabeça, um emaranhado confuso, infértil, de ideias. Um poema bem vagabundo e sofrido ajuda a passar o tempo.
por trás
de suas virtudes,
você imagina as asas
cortadas,
e renascidas
e cortadas novamente,
todo aquele sangue
disperdiçado
como se observasse
a vida,
do alto, sozinho
como um cão
ou peixe frito
numa bela praia de niterói
não vale nada, essa dor
não vale nada
a lâmina que cortou-lhe as asas
ela sim,
tem um valor incomernsurável,
mas você não tem nada ver com isso
digo, você, que perdeu as asas
você não recebe nada por elas
o mundo não te paga
você se corta
e não é pago
ao contrário
é você que paga
pela própria dor
os azuis inflamam-se
antes do fim
antes da chuva
antes da bomba
azuis e impávidos
gélidos
esquálidos?
telecinéticos qual
sorrisos estapafúrdios?
tristes e moles
acenderam-se de lava
música, escorregando-me pelo beiço
das nuvens - atropelamentos e fugas,
diamantes,
mulheres,
voluptuosas
e o grito mudo do louco
diante do espelho
Miguel do Rosário
30 de novembro de 2010
girassóis
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