(Serra comemorou a derrota afirmando que vai combater Dilma nas "trincheiras")
Publico aqui, um pouco atrasado, um texto do Wanderley Guilherme dos Santos que circulou por email e recebi há alguns dias. É o segundo de uma série intitulada Direito de Resposta. No texto, o cientista político observa que Serra, no discurso de derrota, assumiu o papel de liderança do conservadorismo e que disputará com Aécio Neves a base eleitoral da direita.
DIREITO DE RESPOSTA -2-
Wanderley Guilherme dos Santos
11/11/2010
Para os que temiam pelo destino da direita, as eleições propiciaram grata surpresa. Uma coalizão informal de políticos, autoridades religiosas, marqueteiros e meios de comunicação assegurou inesperada vitória do conservadorismo social. Levado à disputa pela campanha de Marina Silva, o obscurantismo adquiriu a tradicional truculência do tucanato serrista e dobrou a campanha de Dilma Roussef. A carta-compromisso divulgada pela candidata algemou o Poder Executivo ao status quo da assistência a gestantes problemáticas. Por pouco o contrato de união civil entre pessoas do mesmo sexo não foi incluído entre as condutas infernais, bem como as pesquisas com células-tronco e, sim, o divórcio. São todos itens da pauta privada de Marina Silva e não é impossível que compareçam às eleições de 2014. Aceitando o papel de líder mobilizador do aglomerado das direitas, José Serra terminou com surpreendente desempenho eleitoral. Praticamente sozinho, com um partido de apoio, o DEM, em frangalhos e outro, o PSDB, batendo em retirada, enfrentou a candidata de um Presidente com excepcional apoio popular, alcançando 44% dos votos válidos. Em discurso na noite de 31 de outubro, ao contrário de reconhecer a derrota, José Serra anunciou sua candidatura a líder do aglomerado conservador que o apoiou. Além de prometer belicosidade ao governo Dilma Roussef, lançou um desafio a Aécio Neves: a disputa pela base eleitoral da direita em 2014.
