19 de janeiro de 2007

Babel



Quanto ao Babel, do mexicano Alejandro Gonzalez Inarritu, trata-se de um tremendo dramalhão mexicano super-produzido por Holliwood. O marketing do filme, é claro, foi excepcional, cartazes em toda parte e lá fui eu, como bom cosmopolita curioso, juntar-me à multidão para assistir ao novo trabalho do mesmo diretor de Amores Perros, que me impressionou muito. A força dramática de Alejandro continua lá, com suas surpresas dolorosas, a tragédia mostrada nua e crua, uma trilha sonora magnífica e a bela fotografia do deserto argelino. No entanto, algo ficou perdido no filme. As cenas tristes são excessivamente longas, há uma saturação de tragédia que provoca sono...

Por fim, irrita sobremaneira a caricaturização do México, com aquele casamento folclórico e da Argélia, com os garotos brincando de mirar a espingarda no ônibus de turismo... Pior de tudo: Alejandro se rendeu à cantilena insípida da glamourização da família americana. O viés de crítica não engana, é sempre o tema dos infortúnios de papai, mamãe e filhinhos.

1 comentário

O Anão Corcunda disse...

Aquele 21 Gramas é uma das coisas mais ridículas a que já assisti. Montagem óbvia e amplamente conservadora - seu didatismo trata o espectador como um idiota e força a uma interpretação única do filme. Uma espécie de totalitarismo estético. Lamentável. Vou passar longe desse daí também. Amores Perros também não me agradou, mas deu pra passar. Abraço.

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