29 de janeiro de 2007

Imprensa discriminatória

Navegando pela internet em busca de notícias sobre café, minha especialidade como jornalista profissional, descubro uma notícia no jornal O Tempo, de Minas Gerais, intitulada: Bolsa Família tira trabalhador do campo. A matéria em si não diz nada disso.

O título em verdade reflete apenas a opinião de alguns fazendeiros entrevistados. É negada, na própria matéria, pelo sindicato de trabalhadores rurais, que alegam ser absurdo que um trabalhador prefira um benefício de no máximo 95 reais a uma carteira assinada, que prevê salário mínimo de 350 reais. O que está claro, e que a reportagem não diz, porque a linha editorial predominante na imprensa nacional é uma linha patronal medíocre e pusilânime, é que os trabalhadores hoje se recusam a aceitarem condições de trabalho precárias. E para isso, talvez o Bolsa Família tenha ajudado, e muito.

Lamentavelmente, a imprensa discrimina o lado dos trabalhadores; no caso desta matéria, o fato prejudica a sua imparcialidade e, portanto, o seu valor jornalístico.

O problema do pensamento conservador no Brasil é que ele é pré-revolução industrial. Não compreende que uma situação melhor para os trabalhadores ampliará o mercado consumidor interno, permitindo a expansão das vendas e, portanto, do emprego, do lucro, produzindo um círculo econômico virtuoso.

Link para a matéria citada:
http://www.otempo.com.br/economia/lerMateria/?idMateria=76624

Queria ter tempo ainda de fazer uma leitura crítica do jornal O Globo, cuja edição de hoje está particularmente tendenciosa. Mas a sala já vai fechar.

Tenho assistido uma porção de curtas interessantes. Quanto tiver a oportunidade, escrevo algo sobre o assunto.

1 comentário

Anônimo disse...

To adorando a marca "a sala já vai fechar." Escrita sob emergência. Gosto disso. Não me interessa se, devido à pressa, escrevestes "quanto" ao invés de "quando." Somos isso. Cuidemos dos mais necessitados. Atentemos para aqueles que, supomos, são menos inteligentes que nós. Menos inteligentes ou, simplesmente, não tiveram oportunidade, como por exemplo a atual ministra Marina Silva, analfabeta até os 16 anos de idade? Foi só ter uma pequena brecha=oportunidade de aprender=olhar=ser, ela aproveitou e alfabetizou-se. Não ter cadeiras na sala não era problema: estudava em pé. De dia trabalhava como doméstica e, à noite, virava estudante. Hoje, ministra de Estado do governo brasileiro.

Obs: Miguel, fica tranquilo, não vou escrever um livro inteiro neste seu pequeno espaço. Vou continuar a escrever este post de hoje para meu blog, noutro lugar, tá bom? Te adoro=olho=sou. Um bom dia,

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