As pessoas às vezes não entendem esse fenômeno tão frequente na política. Acontece com políticos bons e maus. Quanto mais são criticados na imprensa, mais ganham popularidade. O que a mídia vem fazendo com Dilma entra na mesma regra. Confiram o fác-símile da capa do caderno Dinheiro 2, da Folha desta sexta-feira:
A matéria tem chamada na primeira página do jornal:
O texto da matéria está aqui.
A chamada na capa da primeira página mente. A Eletrobrás sempre afirmou, e agora há uma decisão judicial lhe dando razão, que a rede de cabos de fibras óticas lhe pertence, e não à Eletronet.
A matéria é praticamente um pedido de desculpas da Folha à ministra, e apesar da linguagem meio tortuosa, isenta-a de uma eventual culpa de um crime que, alias, nem existiu. O jornal aborda o assunto sob um prisma totalmente distinto do que vinha fazendo, apresentando fatos que, curiosamente, chocam-se com o que havia informado em dias anteriores, e mesmo com o editorial do mesmo dia. Choca-se inclusive com a chamada da primeira página, porque lá refere-se à rede de fibras óticas como propriedade da Eletronet, e na matéria informa que a Justiça entendeu que a mesma pertence, na verdade, à Eletrobrás.
Voltando ao raciocínio inicial, a Folha, ainda que tentando fazer intriga contra a ministra Dilma Rousseff, acaba projetando sua imagem junto à opinião pública, tornando-a mais conhecida e abrindo espaços para que ela exponha sua personalidade e suas idéias. Ao criar pautas sucessivas envolvendo a ministra, mesmo que negativas, a Folha dá oportunidade para que ela ganhe mais visibilidade. Considerando que o maior problema de Dilma ainda é a falta de projeção junto à sociedade, sobretudo na comparação com seu principal adversário, Serra, essa exposição é muito benéfica à candidata, que, por sua vez, parece entender bem este fenômeno, e vem reagindo com muita tranquilidade e bom humor. O medo de que Dilma partisse para um enfrentamento rancoroso já se dissipou. Ela se revelou suficientemente astuta para compreender que, se a grande mídia é sua adversária ideológica, a saída é explorar os limites que esta possui para revelar seu partidarismo, os mesmos limites que a forçam a divulgar imagens e palavras da ministra.
26 de fevereiro de 2010
Mídia ajuda Dilma a crescer
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salve, miguel,
como sempre, o blogueiro sabe ler a mídia nas entrelinhas.
o caso da eletronet tão bem destrinchado por nassif e o amigo, exemplifica a luta renhida da blogosfera contra a manipulação midiática da grande imprensa.
por fim, creio também que a dilma aprendeu a lição com lula em como enfrentá-la e isso é muito bom.
abçs
carlos anselmo-fort-ce
A oposição e sua mídia já cansaram o povo de tanta denúncia vazia, calúnias, terrorismo. Não convencem mais ninguém, e levam desconfiança aos seus apoiadores. É senso comum: será que Lula nada fez de positivo em sete anos? Será que ele realmente matou as 199 vítimas da tragédia da TAM? Ou criou uma epidemia de gripe suína que atingiu 64 milhões de brasileiros, segundo a Folha?
Ora, ninguém é tão burro, como pensa a mídia tucano-pefelista.
Atacando a Dilma com mentiras absurdas (vide a ficha falsa de "terorista", etc), a mídia só dá projeção à nossa futura presidenta.
Tadinho do Serra com tais amigos...
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