Hoje acordei triste porque discuti política ontem à noite. Não devia me sentir assim, mas não posso evitar. Minha interlocutora era uma amiga. Uma pessoa inteligente. Leitora do Globo, todavia. Não apenas leitora. Crédula. Fã de Merval Pereira. Ela começou a repetir as ladainhas mervalianas tintin por tintin. Todas aquelas coisas que eu me esforço por explicar que se tratam de mentiras deslavadas, ela encara como verdades absolutas. Foi cansativo. Eu fico nervoso. Exalto-me. Ao vivo não sou tão calmo, didático e poético. Sou apaixonado, agressivo, angustiado e não tenho a melhor das dicções. É muito chato discutir política quando a pessoa se informa exclusivamente pelo Globo. Eu mencionei a blogosfera. Tentei encerrar a discussão com um acordo de cavalheiros.
- Tudo bem, não vamos discutir mais. Leia o meu blog, por favor. Depois a gente conversa.
Ela retrucou:
- Não gosto de blogs. Não leio e não gosto.
Depois ela disse que não queria mais conversar e que eu ficava muito alterado. Eu me senti mal, com remorsos. Pedi desculpas. Mil desculpas. Disse que ela tinha razão, que eu tinha que aprender a conversar sobre política de uma maneira mais amena. É verdade. Ela tem toda razão.
Por outro lado, foi bom. Muito bom. Eu estava mesmo precisando encontrar alguém assim, tão próximo e tão incomensuravelmente distante. Eu precisava achar um ouvinte ainda virgem para a iconoclastia midiática da blogosfera. Alguém que realmente acredita naquilo que lê nos jornais. Há tanto tempo que faço combate na internet que, sem perceber, desenvolvi uma espécie de triunfalismo. Eu disfarço esse triunfalismo com sarcasmo, mas ele continua ali, inteiro. E a julgar por minha tristeza, esse triunfalismo esconde outra coisa. Medo. Um medo muito grande de alguma coisa que não sei explicar. Como se não apenas o destino dos povos estivesse em jogo. Como se o meu próprio destino estivesse urgentemente em jogo.
Foi bom sobretudo para eu me dar conta das dificuldades. Esse blog tem suas missões. Suas bandeiras. Sonhos, paranóias, esperanças, mal estar. Como se eu caminhasse à beira do abismo, e o abismo é minha vaidade, esse astro de brilho sinistro e sedutor, no qual consumimos tanta humilhação e desespero.
Humilhação, isso. Esse é nosso maior medo. A gente procura a verdade. Luta pela verdade. Morre pela verdade. Mas fazemos tudo isso para que a verdade não nos pegue de surpresa e não nos humilhe. Não nos destrua. Queremos morrer com dignidade.
A discussão de ontem remexeu-me as feridas. Acordei mais triste e mais forte. Sem rancor. Mais gentil e mais realista. A batalha será dura, longa, extenuante. Há um coro lá fora. Milhões de pessoas entoando o mesmo refrão. Lendo Merval Pereira. Vencendo. Ganhando dinheiro. Talvez seja esse o motivo do medo. Séculos e séculos de humilhação e derrota deixam marcas. Não há saída. Encurralaram-nos. Depois reclamam que nós, com olhos assustados, reagimos com agressividade. Mas afinal quem somos nós? Quem nos encurralou? Não existe nós. Uso o pronome coletivo para me sentir menos solitário. Invento inimigos para melhor compreender o vazio.
27 de dezembro de 2009
Purgando a bílis
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Que bom ler o que vc escreveu. É exatamente o que sinto.
Como pessoas tão próximas pensam tão diferente de mim?
" Não pago imposto porque não vejo retorno, não confio em Lula porque é analfabeto, não é isso que toda imprensa diz, essas obras em favelas são maquiagens eleitorais, aquela mulher é um poço de antipatia..."
Ando cansada. Será que ando com complexo de dona da verdade? Mas como discutir com argumentos como os citados?
Sara
Pô, mestre Miguel, isso aconteceu comigo, não uma, mas várias vezes! Receita para estragar um jantar, uma festa, uma reunião, o que seja. Abriu o bico para papagaiar as inverdades da grande mídia eu não me contenho e o bicho pega feio! É triste e um pouco burro também, já perdi mulheres lindíssimas. Eu vivo me prometendo; digam o que disserem eu vou ficar quietinho. Chega na hora desanda a maionese! Hahaha! Só rindo pra não chorar.
A emoção que você experimentou é um reflexo da fé que você tem nas suas idéias.
O problema é que esta crença exacerbada torna seu discurso desequilibrado. Apenas como exemplo, acho impossível imaginar um post favorável ao PSDB no seu blog. Você é incapaz de ver aspectos positivos, e, se for capaz, omite-os completamente. (Da mesma forma como a VEJA faz com relação ao Lula e ao PT).
É por esta razão que eu deixei de ler a VEJA, e também desanimo com os blogueiros apaixonados que só são capazes de ver o mal em seus adversários (ou o bem nos seus aliados).
O mundo não é preto e branco. Deixo aqui uma sugestão e desafio: uma vez por semana, tente noticiar fatos positivos sobre seus adversários. Com isso, suas críticas também ganharão credibilidade.
Salve seu Rosario.
Quero dizer que tambem me sinto assim como voce ao conversar com alguns amigos. Depois de sete anos de governo Lula ainda tenho amigos que acreditam que vivemos o resultado do governo FHC. Ao ver a reação de alguns da direita raivosa eu começo a entender o que aconteceu na Bosnia, o seu vizinho de hoje amanhã se levanta e lhe da um tiro. Nunca pensei que poderia acontecer aqui, mas ao ler e ver a reação de alguns da direita eu começo a ficar com medo e vejo que a minha passionalidade não é despropositada. É isso Miguel. Se somos passionais eles são raivosos.
Qem tem 1 amigo/a assim, vai mal de amigo.
Feliz 2010.
Inté,
Murilo
Difícil seria achar para se tratar favoravelmente em seu blog sobre o PSDB. Aceitaria sugestões do amigo acima, pois eu, também, Miguel ando que nem você. E os piores dos meus "amigos" são aqueles que viraram a casaca. Um dia (década de 70) lutaram, foram às ruas, consideravam-se de esquerda, etc. E hoje são raivosos. Adoram vir em cima de mim, um reles assalariado sem cargo ou influência política para expiar seus traumas. Pensam em converter-me para o seu lado de hoje: cumplicidade.
Sabe o que fiz e faço? Afastei-me dessas pessoas nocivas e falsas. Procuro vê-los o menos possível. Não vale a pena perder tempo. Se um dia mudarem de idéia, será porque levaram muita porrada do lado de lá ou porque a fonte secou: oportunismo ou egocentrismo de classe mérdia.
Cara Miguel,padeço desse mesmo mal.Tenho amigos muito proximos e querido,mas,que sao completamente TAPADOS qdo o assunto é politica;e o pior é que sao muitos,ja que a grande maioria sao de classe media!
Eita povinho dificil meu amigo!!
So pra vc ter noçaõ da gravidade do quadro clinico,eles sao telespectadores assiduos das novelas da rede bobo,chegando inclusive a repetir o refrao hare baba,que se falava em uma dessas novelas!!
Penso que é caso perdido;prognostico fechado!!!!!
Miguel, minha tática é deixá-los falar e só fazer perguntas. Quando dizem que o Lula segue as políticas econômicas do FHC, pergunto: quais políticas? enumere-as. Quando dizem que o PROER tornou o sistema bancário forte como é hoje, pergunto: por que foi que precisamos do PROER? Eles nunca sabem, pois só repetem as ladainhas que ouvem e aí eles ficam sem argumentos. Não adianta bater de frente, é melhor deixar que não encontrem saída em seus argumentos furados. Afinal não são bons de trololó como seus modelos políticos.
Miguel, foi ótima a sua reflexão. Mas eu vou mais além. Quanto mais certeza você tiver a respeito dos seus fundamentos e críticas contra a direita, os tucanos, o capitalismo e o neoliberalismo; mais cuidado você deverá ter para evitar o triunfalismo no seu discurso, no modo como você enxerga a realidade.
É isso mesmo: na mesma proporção da certeza, devemos cultivar a capacidade de evitar o triunfalismo, de manter as pontes para um relacionamento minimamente civilizado com o "outro lado". Esse é um grande favor que devemos à nossa própria "sanidade" e a conceitos importantes, como a tolerância.
E veja bem, quando cito a tolerância ao "outro lado" não me refiro ao "sistema", à mídia, mas sim à sua amiga, ao taxista, àquele cunhado, etc.
Você citou o caso da Bósnia e eu digo que a perda da tolerância tem um exemplo muito mais próximo, a Colômbia.
Quem conhece algo da história da Colômbia sabe o que houve. A intolerância política chegou no país a um ponto tão insuportável que o mergulharam em uma guerra civil insana, onde milhares morreram nas últimas décadas. Famílias, bairros, cidades e regiões inteiras sofreram uma "violência" absolutamente irracional.
Um drama enorme que resultou no que hoje vemos do nosso lado: um país tutelado pelos EUA, que se valeram do conflito interno para fazerem a intervenção externa.
Isso é tudo o que devemos evitar, apesar das certezas, controle o seu triunfalismo e invista o possível na tolerância.
Aliás, quanto mais pessoas de esquerda se "desequilibram" em momentos de conflitos ou debates, maior é o benefício da direita, pois os que têm a sua cabeça "lavada" pelo PIG acabam achando que somos realmente meio "fanáticos" ou "irracionais" e acabam voltando para a leitura de "o grobo" para curtir os seus momentos de certeza e tranquilidade pessoal.
Só para esclarecer: tudo o que escrevi serve muito bem para mim também.
Não adianta dar banho nos porcos (PIG), porque eles acabam se sujando e voltando para o chiqueiro.
"O que me preocupa não é os gritos dos maus, é o silêncio dos bons".
Mather Luther King
Não te cales, boa luta sempre!
Miguel,
Enfrento isto cotidianamente em sala-de-aula. E sempre digo: "se for para fazer uma análise política a partir das considerações do Merval e do Mainardi, vamos sair de sala-de-aula e ir para o botequim, pois o nível de compromisso da conversa é menor. Agora, no espaço da sala-de-aula as fontes utilizadas para balizar a discussão tem que ser um pouco mais elevadas". Mas não adianta muito... O grande problema é que no campo conservador não existem mais nomes como um Paulo Francis ou um José Guilherme Merquior, com quem - diferenças a parte - podiam ser travadas discussões de nível bem mais elevados. Hoje o que temos são figuras histriônicas como os azevedos e os mainardis da vida - que escrevem para um público classe "mérdia" que tem a mesma profundidade intelectual que eles - ou pretensos jornalistas sérios como os Mervais e similares, que não conseguem distinguir uma análise política séria de seus desejos pessoais (ou de seus patrões). Concordo, em parte, com o anônimo das 9:20 h: muitas vezes as paixões exacerbadas nos desequilibram. Mas pensar na possibilidade da existência de uma neutralidade axiológica plena é uma das grandes falácias de uma determinada visão "liberal" de ciência. Somos humanos e as paixões nos movem. O que não podemos é permitir que elas nos turvem o senso crítico e a capacidade de discernimento.
Um forte abraço.
AHAHAHAHAHAHAH!!!!!!
Miguel, mulher sempre tem razão.
Mesmo quando não tem razão!
Ontem, minha esposa derrubou, por distração, meu RayBan novinho no chão.
Chamei sua atenção e ela ainda ficou braba comigo.
Pra não "esticar", ainda tive que pedir desculpa, Miguel!
Vê se pode...
Faço minhas, ipsis litteris, as palavras do primeiro anônimo que comentou. Nós talvez sejamos exceções em relação ao perfil da maioria dos leitores do blog. É uma pena que o autor invista tanta energia intelectual para se dirigir apenas àqueles que procuram nas suas leituras aquilo que querem ouvir. Ser crítico e combativo não implica em ser sectário, até pelo contrário.
Volto para acrescentar: eu gosto de blogs.
Bom saber que eu não estou só neste mundo, pois ontem mesmo aconteceu algo idêntico comigo.
E parece que não apenas eu, pois ao passar num bar aqui perto de casa ouvi uma discussão idêntica, um papagaio da mídia retrucando "o Brasil não é nem subdesenvolvido, o Brasil não é nada, é emergente, eu vi isso na Veja..."
Augusto dos Santos
Comigo aconteceu algo idêntico ontem, com um amigo professor de matemática, não sei porque começou a discussão, lembro disso:
Ele: você não gosa da Veja.
Eu: eu não gosto mesmo. A Veja nem de graça eu quero.
Ele: ninguém recebe a Veja de graça, eu recebo porque eu pago, com um desconto porque sou professor.
Eu: no Brasil inteiro tem muita gente que recebe de graça.
Ele: duvido muito, pois a Veja tem que gastar com papel, funcionários, não tem como remeter a revista de graça.
Eu: fazem isso como publicidade, há quem financie. Em troca, matérias como aquela sobre o Arruda, colocando o cara lá em cima. É um monopólio, rola muita grana, contratos entre governos e a Abril par a venda de livros.
Ele: a Abril não tem nada a ver com livros ditáticos.
Eu: tem sim, o sistema CRER, de educação, pertence a Abril.
Ele: não, não e não...
Foi quando vi que o meu amigo era um caso perdido.
(....)
@Antonio: "Difícil seria achar para se tratar favoravelmente em seu blog sobre o PSDB."
Quer um exemplo recente?
Datafolha: Richa é o prefeito mais popular de nove capitais
Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo pelo jornal "Folha de S.Paulo" mostra que o prefeito de Curitiba (PR), Beto Richa (PSDB), é o mais popular entre os governantes de nove capitais avaliados pelo instituto. Richa obteve 84% de ótimo/bom e nota média de 7,9. No levantamento de março, o prefeito já aparecia na liderança, com 82% de ótimo/bom.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/12/27/datafolha-richa-o-prefeito-mais-popular-de-nove-capitais-paes-ocupa-8-lugar-915371446.asp
Ou seja: é só procurar que você encontra boas notícias associadas ao PSDB. (Não estou falando de lixo opinativo -- estou falando de fatos. Seria muito ingênuo acreditar que os tucanos só governam para prejudicar a população.)
Mas da mesma forma como você não encontrará matérias favoráveis ao Lula na VEJA, você não encontrará notícias favoráveis ao PSDB na blogosfera de esquerda.
É a mesma tática usada pelos dois lados. Para mim, que procuro pontos de vista independentes, ambos os lados perdem em credibilidade.
Ah Miguel.Como vc ve não está só,hihihi.Minha familia reaça é toda crédula no Globo e se envergonha do Lula.Fazer o que? Todos debocham de mim e me mandam e-mails de piadinhas e outros fakes.Nem me dou mais ao trabalho,mas confesso que compartilho do mesmo medo estranho e atávico.
Ah,e tbm fico triste :(
OK comentarista das 2:08PM. Talvez até lhe dê o braço a torcer, depois dessa estrondosa aceitação de Beto Richa em Curitiba. Confesso-lhe que a realidade daquela administração e suas relações com seus representados não conheço.
Espero que os números reflitam uma realidade auspiciosa, o que nem sempre acontece.
Como exemplos, cito São Paulo e Minas Gerais, em que seus governos são muito bem avaliados mas, no entanto, a realidade é bem distinta. Obviamente que este é meu ponto de vista, baseado em meus valores e referências. Não acredito que existam pontos de vista independentes, mesmo dentro de uma mesma agremiação (partido, movimento social, imprensa, etc). Um ponto de vista é resultado de experiências e opções, desde as mais elementares a mais complexas.
Desse modo o DataFolha sobre Richa é uma boa notícia para o PSDB. Não resta dúvida. Para a população de Curitiba espero que isso se traduza em sua melhoria de vida e cidadania. Ou seja, que este tucano não esteja governando só para prejudicar a população. A conferir...pela população e o tempo.
Antonio
Isso é duro amigo. Também vivo cercado de gente que só tem ouvidos pra globo e veja, e como meu sangue quente não me deixa ponderar, acabo reagindo com dureza.
Não se trata da posição ideológica. O que me deixa puto é a forma de defender essa posição com mentira e manipulação sem falar no preconceito. 80% das pessoas que espinafram o Lula já começam falando em sem-dedo, analfabeto e por aí vai.
É difícil manter a serenidade. No meio da cervejada do natal tava falando pra minha mulher que seria bom diminuir a participação em reuniões sociais no ano que vem a fim de manter alguns laços. Vai ser uma guerra.
wilson cunha junior
Caro Miguel,
Depois de tantos comentários...
Mas só para registro, afinal sou um fã confesso deste blog.
Humor e leveza, pode não adiantar como argumento mas salva a noite.
Somos reféns de nossa época, imagine ser sanitarista no começo do Séc. XX.
Estar certo não é definitivamente razão para ter suas posições respeitadas ou reconhecidas, pergunte para Giordano Bruno.
Estar certo e ter plena consciência disto nos obriga ao combate, não a vitória, o que é uma lástima.
Por fim, para os que advogam a credibilidade da isenção,não há como tratar os desiguais de forma igual. Vc tenta equilibrar, não ser dono da informação.
O homem é a medida e a verdade não está lá fora.
abçs.
Any, entendo,,,eu também sou a ovelha negra da família por defender Lula.
O pior de tudo é que meus familiares que detestam Lula melhoraram de vida exatamente por causa do "sem-dedo".
Dentre eles tem um auditor da Receita Federal que teve o salário triplicado no governo Lula, mas para ele foi FHC o responsável por tudo de bom.
Vai lá eu, em todas as reuniões familiares a mostrar, em números, que Lula criou mais faculdades e escolas técnicas que FHC; que Lula ampliou mais o comércio exterior que FHC, etc etc...
Ana Cláudia
Como será esta migração,,será que as pessoas se tornarão mais críticas quando passarem a ler os nosso jornalões em e-books?
Ou não?
Pelo menos os manchetões cairão por terra, os jornais em papel servem para sujar o cérebro como o desta moça. E também para limpar a bunda.
É impressionante como os papéis se repetem. Lendo os comentários, tive uma profunda identificação. Conheço gente que sempre votou no Lula, que diz não votsr na Dilma por ser antipática!!!Daí pergunto: Vai trabalhar com ela, vai dormir com ela? Também sofro dessa irritação, tenho um grande amigo, mas q é tucano, igual aos q vcs conhecem e descreveram inúmeros aqui, que só batemos boca uma vez, uma única vez, por causa da m...desse Fla--Flu q se transformou a nossa política. Gente esclarecida, inteligentíssima, super bem sucedida, mas q só lê o globo e não consegue perceber a manipulação e faz essas indagações idiotas sobre a política econômica. Quanta cegueira!Talvez por pensarmos assim, de vermos com clareza o q alguns não veem e morarmos ao lado dos 8% q acham o governo ruim ou péssimo, q nos entricheiramos e tb radicalizamos, mas devemos ter calma, sinto q está caindo a ficha dessa turma, é muita evolução junta e, podem apostar, por força do meu trabalho vejo toda a econmomia de frente, na cara do gol...rsrs....2010 vai BOMBAR, assim será difícil segurar o Homem e pedir aos céus um prêmio Nobel pro "cara", pois há boas chances e seria nas barbas da eleição.
Ao anônimo do dia 28 _as 2:08 PM:
Moro em Curitiba, e digo que essa pesquisa parece ser encomendada pelo PSDB, porque só ouço criticas à gestão do Richa.
O cara largou a cidade às moscas e só vive viajando pelo interior tentando incrementar sua candidatura ao governo do estado.
Tanto que já ganhou o apelido de "Beto 'viajando' Richa"...
Só vê e acredita nas globos e mervais da vida quem quer. É uma opção muito mais existencial que ideológica. É gente que atua somente baseada em seus preconceitos atávicos, não tem interesse em fatos ou na realidade. É gente que precisa da segurança desse mundo mental em que vive, precisa crer nessas coisas.São pessoas que acreditam em uma determinada mitologia sobre suas próprias vidas: como são honestos, trabalhadores, merecedores do sucesso que tiveram, como venceram sozinhos sem ajuda de governo nenhum, etc.etc Mudar de idéia é algo que não pode entrar no universo dessa gente. Só mudarão quando no "estrangeiro" reconhecerem que Lula é um grande estadista, tipo assim prêmio Nobel (se bem que o Obama acaba de desacreditar o Nobel também) Todos os que podem mudar de idéia já mudaram ou mudarão em breve. Quando não posso evitar essa discussão eu digo claramente: você anda se informando no lugar errado, TUDO que te dizem é mentira, você é usado! Na hora parece que não dá certo mas depois a pulga na orelha começa a agir.
M.L.
Prezado Miguel,
Não fique triste com vc mesmo. Isso acontece e a forma como vc relatou o ocorrido, me fez ver a mim mesmo na cena. Quantas vezes já não vivi essa experiência?, essa amargura da frustração de não conseguir fazer uma pessoa "inteligente" entender a vida, segundo nossa lógica racional? E depois nos encontrarmos com remorsos da paixão pela verdade que trincou aquele cristal da amizade (que deveria pairar acima das diferenças ideológicas)...
Mas vejo que vc cometeu uma hipérbole ao chamá-la de "inteligente" e explicar que ela lê o bobo, digo o globo (e acredita no que 'tá escrito). Ou vc lê o bobo (e acredita nele), ou vc é inteligente. Não pode as duas coisas ao mesmo tempo. O exagero, penso eu, foi que a inteligência dela é apenas a biológica, a institiva. Nunca leu Descarte, Kant, Freud e nem Galeano – advinho eu cá com meus botões. Como pode ser inteligente? Portanto, está longe de ter nossa inteligência. Creio que essas situações só acontecem entre amigos com ideologias e abordagens diferentes sobre o racionalismo e a política. Isso jamais aconteceria entre estranhos que ou saem na porrada franca ou xingamento se o debate se aprofundar; ou então a discussão fica só na brevidade da duração e na superficialidade dos argumentos, face à retranca das convicções que cada lado mostra.
Outra convergência empática que senti no seu relato foi a sensação de triunfalismo e que depois, quando cai a ficha, nos damos conta de que é algo vazio. Vitória pífia. O racionalismo sempre vence e nunca leva, nunca ganha – o cacófato é intencional pra se encaixar no prêmio que os racionalistas recebem: uma caganha, que pode ser uma bela caganeira. Mas quer saber de uma coisa? vou morrer assim. Sem arrependimentos. E viva a verdade Histórica!!
P.S.: Fiz meu comentário e na hora de postar resolvi dar uma lida nos demais. E não é que um monte de gente teve sentimento bem parecido. Então, meu caro, sua experiência com essas pequenas-grandes amarguras da vida é como respirar: todo mundo já viveu e vive uma, pelo menos.
Existe um vácuo na educação formal: estimular debates entre alunos sobre um tema. O que se dá é o professor diz e o aluno escreve. Eu sinto essa dificuldade muito grande. Estou cheio de teorias e informações, mas na hora de conversar sobre um tema, some tudo, como se nunca tivesse conhecimento. A sensação é horrível. A frustração é muito grande. Estou com 53 anos e mesmo assim, tenho esses problemas. Sei que é comigo, mas fico imaginando, se eu tivesse tido condições quando iniciei minha escolaridade de aprender a debater e argumentar, (em 1962), seria diferente? Acho que nunca vou saber.
Miguel,
Não se apoquente, use esta tática: comece contra-argumentando com a pessoa, que, se for receptiva, irá lhe escutar, mas se for refratária, se manterá firme em sua posição. Neste momento, pare, mude de assunto, para não se aborrecer. Debite esta na conta de casos perdidos.
Pois eu militei contra a ditadura - fui detido duas vêzes, tomei chá-de-banco no DOPS e na Polícia Federal. E era discriminado na minha família, que era de direita e reacionária, por minha participação política. Hoje todos defendem o Lula, e me condenam pelas minhas críticas ao lulismo exacerbado.
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