16 de março de 2011

O blog de Bethânia



Hoje a polêmica rolou em torno de notícia publicada na Folha de São Paulo, na coluna da Monica Bergamo.


Assim que eu li a notícia, adivinhei que vinha tsunami por aí. Entrei no Twitter e, de fato, o estrago era grande. Rouanet, Minc, Ana de Hollanda, Bethania, todo mundo no pódium das TT, sendo malhado impiedosamente à esquerda e à direita.

À direita eu via o Twitter do @teapartybr, muito ativo, aproveitando a deixa para deslanchar pesados ataques contra o governo.

A bombordo, a carnificina também era intensa, pois Ana de Hollanda é o alvo preferido da esquerda "digital".

A crítica da direita é moralista: não me interessa e não me surpreende.

O que me espanta é a manipulação da crítica à esquerda. Tudo bem protestar. O que me aborrece é pintar o caso como prova da malignidade da ministra Ana de Hollanda. Ora, ela pode ter outros defeitos, mas essa bomba não foi ela que montou.

O Minc anterior (gestão Gil/Juca Ferreira) aprovou R$ 10 milhões para o Instituto FHC digitalizar uns arquivos, o que nunca foi feito.

Aprovou R$ 3 milhões para a Globo fazer um site sobre a ditadura (!).

Agora me digam, o que é pior? Aprovar que uma produtora capte 1,3 milhão de reais para realizar 365 filmes com uma das maiores cantoras do Brasil, filmada por Andrucha Washington, diretor de Eu, Tu e Eles, ou dar 3 milhões pra Globo reescrever a história do movimento estudantil?

Quanto ao valor, pode ser que seja muito, pode ser que seja pouco. Vai depender da qualidade do negócio. Se são 365 filmes, o valor corresponde a 3,5 mil por filme. É um custo muito baixo, se você pensar no pagamento a operador de câmera, editor de vídeo, figurinista, etc.

Se cada vídeo tiver 2 minutos, teremos mais de 700 minutos de filme. É muito filme!

Outra coisa que me impressionou foi o preconceito contra a plataforma blog, inclusive dos próprios blogueiros. Ora, se os vídeos fossem para ser exibidos no Canal Brasil, uma TV paga, aí estaria tudo bem? Se fosse um longa-metragem para cinema, que exigem pagamento de ingresso, ninguém falaria nada. Todos os anos, dezenas de filmes recebem dinheiro via lei do audivisual, incluido porcarias inomináveis, mas aí está tudo em ordem.

Ora, o lance não é investir na internet? Se o ministro fosse o Juca, poderíamos falar que o governo investe em cultura digital, aberta e gratuita. Mas como a ministra é Ana - que talvez por ser tímida, insegura e sem molejo político se tornou a Geni de um segmento da militância digital -, a aprovação da Rouanet para Bethania foi convertida em mais uma injustiça da rainha má.

E forçou-se a interpretação de que o dinheiro era do Minc, que tem orçamento apertado, e não da Lei Rouanet, que pode movimentar mais de R$ 1 bilhão ao ano e cujo orçamento dificilmente estoura, por falta de interesse das empresas de patrocinar todos os projetos aprovados. Ou seja, o dinheiro da Bethânia não deve tirar o pirulito da boca de ninguém.

Claro, o problema está na própria lei Rouanet, que privatiza a política cultural do país.

A lei, porém, não pode discriminar um projeto apenas porque seu proponente é uma pessoa famosa. Até porque existem famosos ricos e famosos pobres. De tarde, o Minc divulgou nota explicando que "rejeitar proponente pelo fato de ser famoso, ou não, configuraria óbvia e insustentável discriminação".

Entretanto, a lei, que em seus primórdios era usada apenas por uma elite privilegiada conhecedora dos misteriosos meandros governamentais, hoje popularizarizou-se, simplificou-se. Pelo site do Ministério, tornou-se relativamente fácil inscrever um projeto.

A coisa toda é muito esquisita, naturalmente. Um país com graves problemas de saneamento básico e saúde pública, deveria distribuir milhões para arte? Mas esse é um dilema que vem desde os primórdios da humanidade. Quando o homem das cavernas começou a fazer seus desenhinhos na pedra, houve quem o criticasse por perder tempo com aquilo, em vez de sair para caçar mais comida para seus filhos...

Nessa polêmica toda, eu, que não gosto da Bethania recitando poesia (gosto dela só até os anos 70, cantando), defendi o projeto dela e defendi também o Ministério da Cultura, porque este não poderia dizer "não" à Maria Bethânia, até porque é uma comissão da sociedade civil que aprova os projetos (embora o ministro tenha a palavra final), e, via de regra, se o documento for bem escrito e razoável, tem quase 100% de chance de ser aprovado.

Se a comissão da Lei Rouanet aprovou a captação de R$ 9 milhões para o Cirque de Soleil que nem brasileiro é e cobra ingresso de R$ 100 a R$ 400, como poderia negar aprovação a um projeto de uma das cantoras mais respeitadas da música popular nacional, dirigido por um diretor competente como Andrucha Washignton (Eu, Tu, Eles) e com exibição gratuita e acessível a todos que possuírem internet?  Deu R$ 12,5 milhões para o Arnaldo Jabor filmar menos de 120 minutos, porque não pode dar R$ 1,3 milhão para Andrucha filmar mais de 700 minutos de Bethânia recitando poesia?

Lendo o projeto, vejo que eles pretendem, de fato, usar uma plataforma de blog.

27 comentarios

Valdir Fiorini disse...

Parece-me que a origem do problema é o uso indevido da palavra "blog". Se fosse usado o termo adequado não seria notícia, mas um blog de R$1,3 milhões é uma ofensa ao bom senso. Um site (sítio) profissional, com vídeos igualmente profissionais, hospedagem, webmaster e coisa e tal é caro mesmo.

Já quanto à ministra, a má vontade da blogosfera hippongo-trotskista é patética. Fosse no futebol teria que ser demitida, já que a (suposta) torcida vaia até gol de bicicleta.

Pelo andar da carruagem calculo que estarei desprovido de amigos até o fim do primeiro ano do governo Dilma. Uma kafkiana situação de um governo cujos (supostos) apoiadores criticam porque é elogiado.

Vania disse...

Caro Miguel
Mais uma vez, você acertou em cheio nos comentários sobre o assunto. Acho muito estranha toda essa sanha contra a ministra atual da Cultura. Qualquer coisa que ela disser ou fizer vai produzir esse estresse. Vou seguir acompanhando as notícias por aqui. Você me esclarece bem mais.
Um abraço.

Anônimo disse...

Até 13 de maio de 1888 a escravidão era legal no Brasil. Pelo teu raciocínio nada deveria ter sido feito então?

Maria 1 disse...

Sei não. Mas nessa turma que gravita em torno do MINC à cata do patrocínio estatal, o que não falta é serpente.

Miguel do Rosário disse...

não força, anonimo.

pois é, valdir.

valeu, vania.

Anônimo disse...

Eu queria ver se o projeto fosse do Vereza. Será que seria aprovado?

Miguel do Rosário disse...

Anonimo, se fosse bem escrito, seria aprovado com certeza. Quem é aprova é uma comissão da sociedade civil, não é o Ministério. O difícil é captar o dinheiro das empresas depois.

Leonardo disse...

Miguel anda forçanda a barra na defesa da ministra. Ela não deu uma dentro até agora.

Miguel do Rosário disse...

Leonardo, essa da Bethania não foi culpa dela.

Anônimo disse...

Andrucha ataca "patrulhamento idiota" contra Maria Bethânia


Orçado em R$ 1,3 milhão, projeto da cantora Maria Bethânia abriu nova polêmica com o Ministério da Cultura

Claudio Leal

"É um patrulhamento idiota". Diretor do projeto "O mundo precisa de poesia", da cantora Maria Bethânia, o cineasta Andrucha Waddington reage, indignado e em voz alta, aos ataques à artista, que sofre críticas por ter conseguido a autorização do Ministério da Cultura (MinC) para arrecadar R$1,3 milhão através da lei de incentivo.

O debate sobre o blog esteve no topo dos assuntos mais comentados no Twitter, nesta quarta-feira, e abriu uma nova polêmica com o MinC.

"As leis de incentivo à cultura são para todos. Quem colocaria dinheiro para fazer um produto comercial com 365 vídeos de poesias? Esses projetos precisam de leis de incentivo è cultura, porque senão jamais serão feitos", argumenta Andrucha, em conversa com Terra Magazine. Sócio da Conspiração Filmes e diretor de "Eu Tu Eles", ele diz que cada vídeo custará R$ 3.562.

- É uma equipe que vai ter fotógrafo, produtor, maquiador, figurinista, equipamentos... Cada programa está custando R$ 3.562. São 365 programas. Um programa por dia. Trabalho de um ano. A gente vai produzir mais de 600 minutos - ou seja, o equivalente a cinco longas-metragens. No Brasil, um longa-metragem está custando entre quatro e sete, oito milhões de reais, tirando "Tropa de Elite" - afirma.

Para Andrucha, a mídia deveria falar justamente dos méritos do projeto. O cineasta insiste: há um patrulhamento contra a cantora.

- É um projeto absolutamente lindo, não entendo porque existe esse patrulhamento em cima de nomes como a Bethânia. Ela foi absolutamente atacada hoje por ser ter sido autorizada a captar (recursos) para um projeto do qual ela faz parte. Tem muita gente envolvida.

Ele afirma que não se trata apenas de "um blog". Haverá postagens no YouTube e a divulgação do material, de junho de 2011 a junho de 2012.

- Não vejo cabimento. Esse é um projeto que não tem caráter comercial, é absolutamente cultural. É ambicioso porque é um volume de conteúdo muito grande, para trazer pro público os maiores poetas de língua portuguesa.

Nos pequenos filmes, a cantora pretende misturar música e poesia, num prolongamento da turnê do espetáculo "Bethânia e as palavras", financiado pela Icatu Seguros. Entre os autores selecionados, o padre Antônio Vieira, Cecília Meireles, Guimarães Rosa, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, o moçambicano José Craveirinha, Ferreira Gullar e Caetano Veloso. Bethânia gravaria também canções como "Dança da Solidão", de Paulinho da Viola, e "Estranha forma de vida", de Amália Rodrigues.

Nas gravações de cerca de dois minutos, Andrucha usará a fita beta analógica. O roteirista do blog será o antropólogo Hermano Vianna, que participou da única incursão do compositor Caetano Veloso pela blogosfera, no "Obra em progresso", de 2008. Viana e Elias Andreato colaboram com a artista nos espetáculos poéticos.

"Bethânia e as palavras" - o gérmen do projeto polêmico - será apresentado em mais quatro capitais: Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Quem levar um livro em bom estado de conservação, terá direito a meia-entrada. As obras e 5% da renda serão doados para instituições de ensino. Há alguns anos, Bethânia realiza visitas a escolas públicas para recitar seus poetas preferidos e divulgar textos em língua portuguesa.

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4997312-EI6581,00-Andrucha+ataca+patrulhamento+idiota+contra+Maria+Bethania.html

Cé S. disse...

Esta postagem traz luz e esclarecimento a um tema que infelizmente produziu muito calor. Parabéns.

Levi Orlando disse...

Acho que o problema todo tem origem no debut infeliz da ministra que, como primeira medida da sua gestão, retirou o selo Creative Commons do site do ministério. Num momento em que se acirravam posições, por justificadas razões, em torno da malfadada Lei de Direitos Autorais.

Esse sim era o bom combate, a verdadeira discussão a ser feita, de forma aprofundada. Do qual, como cachorros amarrados com linguiça, os blogueiros se desviam, indo atrás de factóides e superficialidades, como quase sempre.

A propósito, para quem não conhece, recomendo a leitura desse ensaio, pleno de conteúdo sobre o tema, do prof. Sérgio Amadeu da Silveira (segue o link):

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/4804/3608

Lucas Jerzy Portela disse...

esquerda petista uma zorra!

eu sou de esquerda, e anti-PTista, partido que reputo neoliberal ex-utero. E quero mais que Ana de Hollanda se exploda!

("mas você votou em Wagner para governador...!" - claro, em memória de Octávio Mangabeira, que pariu a Bahia moderna; e, claro, contra o egungun de ACM, que ainda ronda).

Miguel do Rosário disse...

oi lucas,

eu mudei esquerda petista para esquerda digital, que era o que eu queria dizer.

é justamente essa militância do ódio que procuro desconstruir aqui.

Leonardo disse...

Oi Miguel, vc tem razão, o lance da Bethania não é culpa dela, assim como o Gil ficou indignado com Cirque du Soleil (ou pelo menos assim se pronunciou). A lei precisa ser mudada.

Adimiro a energia que vc emprega contra a militância do ódio, e acho isso importante, principalmente num caso desses, que acho de pouca relevância... mas os ânimos estão acirrados e tudo fica maior do que deveria.

Contudo, a ministra, infelizmente, já mostrou sua visão do que será o MinC, um fomentador da indústria cultural. Muita gente não gosta de desta perspectiva. E acho triste que a ministra, até o momento, pareça menos aberta a discussão que seus antecessores.

Acho natural que se proteste contra a ministra, mas não devemos aceitar embustes. Parabéns pela sua atitude, ainda que eu ache que você não está indo por um bom caminho.

@elantartika disse...

A única coisa boa é a discussão dessa palhaçada de Lei. Vc já teve projeto aprovado por essa lei?
Vou te contar um dado que talvez lhe falte... rola BRODAGEM, da grossa p/ aprovação. Inclusive sugiro uma pesquisa de "como ter o projeto aprovado". Se vc quer o projeto aprovado e não é do esquemão vc recorre a "formatadores de projetos" e o pagamento da boa e velha % da captação. Sabe como vc justifica a % perdida?NOTAS FISCAIS MAROTAS COMPRADAS, contas de telefone, posto de gasolina, etc...

Pelo que li aqui parece q qualquer projeto "bonito" ou "bem formatado" consegue, desde que tenha interesse das pessoas idoneas que escolhem...sei, e Jesus não fumava maconha.

Se a pessoa está preocupada com cultura e em ler poesias não precisa pedir uma grana dessa, só ver oq o PC Siqueira e outros fazem com MUITOOO menos dinheiro, clica ae que acho que é algo novo que saiu por aí, o www.youtube.com

Se fosse algo realmente pro povo, em sua maioria (70% na última pesquisa?) analfabetos funcionais eu ficaria feliz em pagar pra um artista, agora algo de PUNHETA pra essa classe média branca pseudo-intelectualizada que pode muito bem pagar por cultura e quer posar de representante do povo, tsk tsk tsk. Quem quer ler poesia pro povão faz até em webcam de 50 conto meu amigo, vai por 100 vc compra uma de sites de sacanagem que fazem até em HD.

E no texto também tem um argumento que acho "legal", dois errados fazem sempre um certo. AH mas o zezinho pegou e ninguém reclamou, vamos mamar. Pois bem, vamos reclamar do zezinho, do luizinho, de todo mundo que se coloca como paladino da cultura nacional (riquíssima e diversa) e patrimônio da UNESCO para ganhar uma grana sem trabalhar, enquanto isso eu me pergunto, O que será q o povo do Piauí está produzindo de novo que não chegará nunca no sudeste e no resto do país? Era isso que deveria ser incentivado e não um bando de macaco velho que faz show pros ricos "consciente socialmente" em credicard hall da vida.

E quando vira briguinha direita x esquerda, PT vs PSDB acabou o jogo, isso é patetada de quem ou tem rabo preso com poder, ou quer ser poder ou é burro manipulado pelo poder.

Lição de casa: Se informem das maracutaias pra conseguir ter o projeto aprovado, saiam da "matrixxxe".

p.s: adoro postar coisas grandes que ninguém lê, inclusive com os erros de português, meu charme ;)

mulher gato disse...

OS ERROS DA TURMA DE FHC E REDE GLOBO NÃO JUSTIFICAM DAR UM MILHÃO E MEIO PRA BETHANIA, ISSO É UM VERDADEIRO ABSURDO.

Miguel do Rosário disse...

márcia, os erros são da gestão minc/gil e juca, citei o exemplo para mostrar que podem criticar ana de hollanda por outras coisas, não por esta.

não é 1,5 milhão para bethania, e sim 1,3 milhão para pagar diretor, operador de câmera, figurinista, editor, direção de arte, coordenação, curadoria e roteiro, enfim toda parafernália necessária para produção de um vídeo profissional. O que é bom é caro. Agora, se vai ficar bom, só mesmo vendo o resultado. O Jabor levou 12,5 milhões da Lei do Audiovisual e ninguém quis derrubar o Juca por causa disso.

Miguel do Rosário disse...

1 vídeo não, 365 vídeos. é um projeto enorme. jabor levou 12,5 milhões para fazer UM filmete (e ruim ainda por cima).

Anônimo disse...

Márcia, o dinheiro da lei rouanet nào sai do governo é buscado na iniciativa privada.
Acho que tratar Maria Betânia desta forma é no mínimo deselegante. O trabalho de Betânia merece respeito, incentivAR a leitura, e a leitura de poesias, gratuitamente, com qualidade artística é muito bom! é libertário! faz parte do nosso avanço democrático. Recomendo aos mais raivosos irem ao teatro, ouvir música ler umas poesias.
Desejo que voces se embrenhem de arte de criação
de beleza de humanidade de delicadeza.....

Miguel do Rosário disse...

@elantartika, não viaja. é claro que rola o fator humano da simpatia porque são pessoas, gente, que aprovam os projetos. mas é tudo transparente. e quase todos os projetos minimamente coerentes são aprovados. o bicho pega na captação. tem milhares de projetos que nunca obtiveram captação. as reuniões do conselho que aprova os projetos são inclusive transmitidas ao vivo pelo site do minc.

Miguel do Rosário disse...

leonardo, obrigado. que caminho voce acha que estou seguindo? eu não sou nenhum defensor incondicional da ana de hollanda.

Miguel do Rosário disse...

e tem mais: a comissão (CNIC) que aprovou o projeto da Bethania foi escolhida pela gestão anterior:

http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/11/Portaria-n%C2%BA-112-resultado-CNIC.pdf

Não digo isso para queimar a gestão anterior. O Juca Ferreira foi um excelente ministro. Apenas não entendo a postura dos que apoiavam o Juca, visto que eles sabem que o MINC na época também aprovou projetos polemicos, como 1,9 milhão para Ivete Sangalo captar na Lei Rouanet, entre tantos exemplos.

Anônimo disse...

Confiram outros projetos.

http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/02/CNIC-184.pdf

@sergioleo Maria Rita,R$2,5 milhões,Zizi Possi,Tchakabum,R$1,5 milhões.Bethania errou ao citar blog.Blogueiro é bicho invejoso paca http://is.gd/qJnSqz

spin disse...

Tags: arte e mercado, sistema, desejo, realidade
Definitivamente o MinC se tornou o Ministério mais importante do Brasil, pelo menos o que está sendo motivo de mais barulho
Que bom
Há várias coisas implicadas aí,
O problema é que quando Ana de Hollanda assumiu a Lei Rouanet já existia, o mercado já existia, o capitalismo já existia
O desejo nem sempre bate com a realidade
No meu ponto de vista, se existissimos noutra realidade o Miguel do Rosário não penaria tanto para levar adiante um blog, até mesmo porque noto que, se em Portugal os escritores estão todos na blogosfera, no Brasil não, pq será, tenho-me perguntado sobre isso,
Mas não é este o assunto desta postagem,
Ao tocar neste assunto estou querendo dizer que se sonhamos com uma situação o quadro é outro
Mas sonhar e lutar faz parte, quem sabe consigamos um sistema politico-econômico onde quem não é famoso possa captar grana junto às empresas privadas, o que é impossível no sistema capitalista
FHC, Caetano, Ferreira Gullar...
Interessante se notar que nem se pode acusar a ministra de "aparelhamento petista", os agraciados pela Lei Rouanet não são esquerdistas, muito contrário
Aí que a porca entorta o rabo, os agraciados fazem oposição ao governo e ao projeto de país em curso, durma-se com um barulho destes

Michael Sexauer (Tuhumusic) disse...

BRAVO, Miguel !!!
Finalmente uma visão diferenciada de um comentarista bem informado, respeitando os fatos e não apenas os sentimentos difusos de uma grande maioria mal informada !!! BRAVO, Miguel !! (não sou admirador da nova ministra de cultura, mas ela merece um chance objetiva, pois um país não pode ser governado a base de inveja e ciúmes !!!)

Galvão disse...

@elantartika, se você tem tanta informação assim, procura o Ministério Público. Mas acho que você não tem estatura pra isso, pois se esconde atrás dum nome fantasia.

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