Falei merda, admito. Um tempo atrás, escrevi neste blog uma nota muito boba, intitulada “Não vi e gostei”, falando do filme do Assis. Pois fui vê-lo num festival de cinema, em Toulouse, França, e fiquei decepcionado. Conversando com a Priscila, a gente foi descobrindo uma série de problemas, e se aprofundando cada vez mais. Desde então, não consegui escrever nada sobre o filme. Agora, saiu uma crítica na Contracampo de tirar o chapéu sobre este segundo longa-metragem do Claudio Assis. Eventualmente, conversamos mais sobre o assunto.
Gostaria apenas de acrescentar que, apesar dos problemas do filme, a atuação da Dira Paes é magnífica.
22 de junho de 2007
Sobre o Baixio das Bestas
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O MÉTODO “V”
A imprensa reclama muito de seus críticos, mas há uma fórmula infalível para ela se livrar deles. Antes de prosseguir, entretanto, devo responder à pergunta que já devem estar fazendo os que gostam do jornalismo praticado no Brasil. A imprensa à qual me refiro é a grandona, controlada por magnatas, financiada por grupos políticos e pautada por motivos ideológicos e financeiros – muito mais pelos financeiros. Mas, então: qual é a fórmula para a imprensa se livrar dos seus críticos? É tão simples que vocês ficarão chocados. O ingrediente de minha fórmula chama-se equanimidade. Basta ela tratar os políticos todos da mesma forma, independentemente de coloração partidária e ideológica, que as críticas desaparecerão miraculosamente.
Ah, mas a imprensa, no tempo de FHC, por exemplo, agia da mesma forma que age hoje, dirão os entusiastas do tipo de jornalismo que se faz no Brasil. Mentira. Men-ti-ra. Afirmo que quem faz tal afirmação é cínico, mentiroso, sem moral, capaz de vender e mãe e, pior, de entregar o que vendeu. Uma mera pesquisa em qualquer grande veículo de comunicação provará o que digo. Se alguém se der o trabalho de pesquisar um Estadão, por exemplo, e quiser contar quantos editoriais esse jornal escreveu se desmanchando em elogios a FHC e quantos escreveu descendo a lenha na oposição, ficará assustado.
Ah, mas todo mundo sabe que o Estadão é um caso à parte e que sempre foi anti-lulista e antipetista, retrucarão os que curtem jornalismo made in Paraguai. Outra mentira. Que tal um levantamento igual no Globo, na Globo, na Veja, no Zero Hora e até na Folha? Vamos fazer? Se eu tivesse tempo e dinheiro, faria. Será que alguém pode perder algumas semanas pesquisando o noticiário, digamos, de 1994 até hoje? Se alguém puder, faça. Infelizmente (ainda) não tenho tempo. Mas um dia ainda vou ter, se até lá ninguém tiver se dado a esse trabalho.
Mas e depois de feito o levantamento? Publicá-lo onde? Na internet? Não dá. É pouco. Seria preciso colocar essas provas na TV...
Semana passada, assisti, pela terceira vez (a primeira foi no cinema), “V for vendetta” (V de Vingança), dirigido por James Mcteigue (diretor assistente de Matrix e Star Wars Episódio III) e protagonizado pela adorável Natalie Portman. Trata-se de uma ficção do mestre dos quadrinhos Alan Moore. A graphic novel “V for vendetta” foi publicada nos anos 1980. A história, em pinceladas rápidas, é a seguinte : numa Inglaterra futurista submetida a um governo ditatorial, um personagem sombrio, usando uma máscara do lendário Guy Fawkes, revolucionário inglês do século XVII, combate o regime de força por meios violentos, mas não só. Auto-intitulado simplesmente como “V”, o personagem percebe que só há uma forma de um homem sozinho derrubar a ditadura. À certa altura da trama, invade uma estação de TV e consegue veicular, em rede nacional, um vídeo no qual denuncia todas as mentiras que a mídia escondia, e convoca a sociedade a se unir a ele.
O filme é uma crítica clara à manipulação das sociedades pela mídia. Mostra como ela pode ser usada para esse fim e deixa uma sugestão sobre como mudar essa realidade que deve ter freqüentado os pesadelos dos barões da mídia do mundo inteiro. Cheguei a sonhar, de olhos abertos, com um dia em que eu pudesse fazer a mesma coisa que a personagem “V”. Já imaginaram se fosse possível dizer o que se quisesse sobre as mentiras da mídia durante uns 15 ou 20 minutos em rede nacional de TV?
Por Eduardo Guimarães
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