É... o mundo mudou. Os EUA cogitam estatizar seus principais bancos. A Islândia, referência mundial em qualidade de vida e democracia, já o fez. A Inglaterra também, na prática, ao comprar mais de US$ 800 bilhões em títulos de instituições financeiras, impondo uma série de exigências. Esta crise colocou em questão os dogmas mais caros do capitalismo neo-con e, portanto, pode-se afirmar que ela causou irreparáveis danos ideológicos ao capitalismo em si. Fez-me pensar, então, no valor de uma ideologia. Quanto vale uma ideologia? Um trilhão, dois trilhões, dez trilhões de dólares? Quanto será necessário para a civilização entender que a humanidade não pode ficar à mercê do cassino das bolsas? Que grandes corporações privadas não podem subsitituir o Estado e as organizações internacionais coordenadas entre Estados.
Há tempos que venho observando similitudes entre a realidade contemporânea e a época medieval. Os senhores feudais dominavam o mundo – hoje são grandes corporações. Eles tinham moeda própria – as empresas de hoje têm ações. Os senhores feudais articulavam-se contra a formação do Estado moderno, inclusive ideologicamente. O pensamento corporativo, neocon e direitista de hoje também mobiliza-se, com muito êxito, contra o Estado. Os novos ventos ideológicos que sopravam ao fim da idade média não significaram o fim do capitalismo, assim como as mudanças que se discutem atualmente também não o significarão – ao contrário, a revolução francesa representou a verdadeira fundação do capitalismo moderno, baseado em leis igualitárias que salvaguardavam não apenas a propriedade mas sobretudo o direito universal dos homens à liberdade e à dignidade. Está certo que nem tudo que está no papel corresponde à prática, mas seria desonesto negar o tremendo avanço que as constituições pós-revolucionárias trouxeram para o mundo moderno. Elas trouxeram, em primeiro lugar, a própria modernidade.
A história não se move com passinhos curtos. Analisando-a atentamente, observamos que a civilização humana, desde seus primórdios, evolui através de fatos grandiosos: guerras monstruosas; impérios erguidos quase que subitamente, e que depois desabam também de forma brusca; pestes devastadoras que dizimam milhões; e crises econômicas. Aliás, as crises econômicas, de longe, sempre foram os principais motores da história. Todas as ideologias foram concebidas e desenvolvidas a partir de reflexões, ponderadas ou desesperadas, sobre crises econômicas.
Creio que esta crise que vivemos é a que poderá ser enfrentada com mais sabedoria pela humanidade, pois as novas tecnologias permitem uma articulação entre países e entre diversos segmentos econômicos que nunca existiu antes. Mais: hoje existe uma interação informacional com as massas. A internet produziu uma grande rede, que é como um grande cérebro mundial, ainda não acostumado a pensar, ainda caótico, mas que pensa, articula, reage e influencia as decisões globais.
O Brasil, nesse contexto, é um país altamente privilegiado. A crise financeira tem levado desespero a países que, efetivamente, viviam de crédito, como os EUA. Em outras palavras, viviam de ostentação, de riquezas que não mais possuíam. Agora terão que mudar seus hábitos, simplificarem suas vidas. Andar mais de bicicleta, por exemplo. Comer menos. Talvez seja bom para a saúde. Já o Brasil... tem uma produção industrial e agrícola pujante e crescente, uma economia literalmente baseado no ferro, no aço, nos alimentos e, agora, no petróleo, ou seja, uma economia real que só tem a ganhar com o estouro das bolhas financeiras, que geram otimismo falso para economias decadentes.
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As eleições municipais em Rio e São Paulo merecem ser objeto de minunciosa reflexão. São as duas maiores cidades do país, com eleitores relativamente politizados (embora não necessariamente bem informados), cuja opinião e votos devem ser respeitados. Não adianta simplesmente menosprezar o voto paulistano, taxando-o de conservador, malufista, tucano, mal-informado. É preciso compreender em profundidade porque o paulistano é conservador e rejeita particularmente o PT.
Tenho achado as explicações aventadas pela esquerda para o sucesso tucano no estado de São Paulo (não esquecer que o partido manteve o controle da maioria dos municípios paulistas) bastante simplórias e auto-defensivas. Concordo, por exemplo, que o discurso de "vamos conquistar a classe média", levantado pelo PT paulista, em especial por Marta Suplicy, tem sido ingênuo e contra- producente. Soa, em verdade, direcionado apenas à classe média alta, uma infima embora barulhenta minoria. A classe média média e classe média baixa, esmagadora maioria, podem até votar em conjunto com seus pares mais ricos, mas suas demandas são completamente distintas.
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A dialética e o dilema de Gabeira
Sobre o Gabeira, uma reviravolta. Apóio o Gabeira. Tenho razões ideológicas, partidárias, municipais e culturais. Gabeira está ligado às grandes demandas cariocas, ecologia, drogas, a loucura. É forte. Prefeito é um agente político, existe o aspecto universal. O Rio guarda relações profundas com Gabeira. Primeiro, o aspecto ecológico. Há um elo selvagem fundamental entre o carioca e a natureza. Mesmo com toda a destruição verificada nas últimas décadas, o Rio é uma das metrópoles que mais convive com o verde, a floresta, além da baía, os rios, as belíssimas montanhas cobertas de mata atlântica que rodeiam e atravessam o município. Cidade de índios guerreiros, quilombos, abolicionistas, republicanos radicais, o Rio tem vocação para metrópole cosmopolita artística vanguarda cultural política. Por isso também é elitista. No sentido cultural e espontâneo de elite, que é desvinculado diretamente (embora indiretamente, claro, está ligado à questão de classe) do financeiro. Tanto que Gabeira ganhou não só na Zona Sul, mas também Zona Norte, ou seja, mostra que Gabeira invadiu o lado mais intelectual do subúrbio, que é Vila Isabel, Tijuca, Andaraí, Méier, Madureira, etc. A Zona Norte é imensa. Se Gabeira ganhou na Zona Norte, ele rompeu com o estigma de ser elitista.
Oscar Niemayer apóia Gabeira. O governador da Bahia, Jaques Wagner, do PT, torce pelo Gabeira. A juventude carioca torce pelo Gabeira. A mesma lógica que leva PT e PcdoB a não apoiarem Gabeira é a que os leva a terem representação insignificante no estado. Não compreendem (e diga-se de passagem, se fossem legítimos comunistas, compreenderiam) a dialética local do Rio de Janeiro. Gabeira é um símbolo, e símbolos são essenciais na política, especialmente na política brasileira, que é personalista. E daí que Gabeira aliou-se aos tucanos? O PV é um partido não-ideológico. Isso que é importante entender, tanto que o partido compõe a base governista, a nível nacional, com Gilberto Gil, por exemplo, ministro da Cultura até poucas semanas atrás, e ao mesmo tempo alia-se a partidos de oposição em diversos estados.
De qualquer forma, é preciso entender que o candidato é Fernando Gabeira, defensor da liberação das drogas, gays, aborto, e não somente um aliado dos tucanos. No frigir do bife, Gabeira tem muito mais história, tem muito mais a doar, e a perder, do que Eduardo Paes, almofadinha recém-convertido, oportunisticamente, ao lulismo. Vocês sabem que apóio o Lula, mas hoje em dia qualquer safado se pendura, despudoradamente, no cangote de Lula, sem ter o mínimo de bagagem ideológica, política ou moral, e Paes é um deles; melhor, é o rei deles, é o maior de todos os caras-de-pau que se penduram no prestígio do presidente para ganhar votos e apoio político. Por isso voto no Gabeira. Lula – nem o Brasil, e muito menos o Rio - não precisa de mais um puxa-saco corrupto. Não deve criar mais uma cobra para lhe morder depois – já chega o Roberto Jefferson. Isso que Eduardo Paes é: X9, desleal, corrupto. É bobagem jogar Gabeira no colo da direita. A esquerda deve atrair o Gabeira para si; afinal, ele, obviamente, se identifica com as bandeiras da esquerda, no que toca às drogas, aborto, gays. Seu lado privatista, mercadológico, deslumbrado com o capitalismo, é uma ideologia, coitado, que acaba de ser desmoralizada pela crise financeira mundial, que está obrigando governos (leia-se Estadeo) do mundo inteiro a ampliarem o seu espaço e soberania e poder sobre as economias privadas locais. Gabeira, naturalmente, observará isso. O mundo, o Rio de Janeiro, precisa hoje de bicicletas, preservação da natureza (limpar a baía de guanabara, etc) e cultural. Gabeira pode estar do nosso lado, desde que estejamos do lado dele. É idiotice a esquerda carioca isolar o Gabeira. É isolar-se de si mesma. A esquerda carioca tem que, humildemente, compreender a opinião de seu eleitor, que está votando no Gabeira, sob o risco de desrespeitá-lo e perdê-lo. O apoio oficial e partidário da esquerda à Eduardo Paes e, do outro lado, os votos maciços que ele terá na esquerda, com possível vitória, ou derrota em margem apertada, podem representar um prejuízo político enorme à esquerda fluminense, tendo como causa os mesmos erros que levaram-na à estagnação e decadência dos últimos anos. A esquerda fluminense tem muitos defeitos: é sectária, ingênua, elitista, mal-informada, comercial, fragmentada, radical, intolerante, retrógrada, ignorante, anacrônica. Em todos os outros estados, a esquerda reformou-se. No Rio, não. Ao contrário, os radicalóides todos vieram pra cá, tentar a sorte. Aqui é sede do PSTU, PSOL e onde os brizolistas resistem heroicamente à derrocada do socialismo internacional. Todos votarão em Gabeira. Sua posição crítica ao Lula, e a dignidade com que lida com isso agora, sem a hipocrisia (como fez Alckmin, Kassab, Paes, e tantos outros candidatos) de se pendurar nas costas do Lula., procurando, ele Gabeira, notabilizar-se por suas próprias idéias, por sua trajetória particular, também ganham pontos junto a esquerda, direita, traseira e diagonal norte de todos os cariocas.
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Entrei no prédio e o porteiro estendeu-me um envelope. Era uma cortesia da editora Abril, uma revista Veja, acompanhada de carta informando-me que eu (na verdade, minha esposa) fora especialmente escolhido para receber, gratuitamente, seis edições da renomada publicação. Imaginem minha alegria. Não, sério. Imaginem minha expressão facial, dentro do elevador, segurando nas mãos, um exemplar da revista Veja. A primeira coisa que pensei, naturalmente, foi: safados! É assim que eles mantém os números de tiragem no IVC (Instituto Verificador de Circulação). Eles mandam de graça. Assim mantém o número místico de 1 milhão. Agora... falando sério, analisando friamente. A Veja é uma merda. Claro que sou suspeito, mas a qualidade jornalística da Veja caiu abaixo de qualquer padrão imaginável. A coluna do Diogo Marnardi, que tristeza, que previsível. Sabe o que ele fala? Mal do Brasil, que novidade. Aliás, pensando bem, é prova de lealdade à seu jeito traíra de ser. Lealdade à traição. Democracia é isso, respeita seus traidores. Mas despreza-os. Sempre soube disso: a melhor forma de reagir ao desprezível, é desprezá-lo. Sejamos mais altivos e confiantes. Desprezemos os desprezíveis, e só. Se fulaninho despreza o Brasil, então que seja desprezado pelo Brasil. Sejamos independentes. O lema de Oiticica, Seja Marginal, Seja Herói, deve ser atualizado para Seja Independente, Seja Feliz. Herói o caralho. Temos que ser independentes, felizes se possível, ricos se possível. Somente assim a arte, o jornalismo, a filosofia, o futebol, a ciência, irão adiante, evoluirão, no Brasil. E viva Antônio Conselheiro, Luiz Gonzaga, Lampião, Zumbi, Bezerra da Silva, Raul Seixas, Chacrinha, Sganzerla, Glauber, Dylan Thomas, Dylan, Rimbaud, Cezanne, Van Gogh, El Greco, Josué de Castro e Cartola.
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Propostas revolucionárias: acabar com os impostos sobre pessoa física e jurídica (incluindo imposto de renda), criando apenas 2 impostos: um sobre o consumo e outro sobre a movimentação financeira. Depois explano mais essa idéia. Outra: extingir as câmaras de vereadores e o Senado, medidas que implicariam na economia de bilhões de reais ao Estado brasileiro, sem trazer nenhum dano, ao contrário, à democracia brasileira. Vereador e senador não servem, com perdão da palavra, para porra nenhuma.
10 de outubro de 2008
Meditações pós-invernais
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# Escrito por
Miguel do Rosário
#
sexta-feira, outubro 10, 2008
# Etichette: Artigo, Economia, eleições 2008, Ideologia, Política
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Miguel, a eleição aqui em SP ainda não acabou, mas as explicações da esquerda sobre o eleitorado paulistano não são nem simplórias nem auto defensivas, são baseadas nos fatos. (Mino Carta e Eduardo Guimarães estão fazendo um bom resumo, nos seus blogs, no cenário paulistano atual). São fatos, Miguel, e o que deixa a esquerda atordoada aqui por essas bandas é a total irracionalidade da coisa. E não é de agora. O paulistano, grosso modo, só vota na esquerda depois de situação de "terra arrasada", e logo na eleição seguinte, não importa quão boa tenha sido a governança, reassume a postura reacionária.
Histórias de preconceitos absurdos e falta de senso é comum na direita aqui em SP. E não só na classe média ou na elite. Um parente meu, testemunha ocular, ouviu de um pintor de paredes que ia votar no Kassab porque simplesmente ele "era um cara rico". A advogada bem-formada não vota na Marta porque "uma prefeita precisa de marido". Ou aquele que mora na periferia mas não vota na Marta porque, preconceituoso, diz que não vota em quem tem base eleitoral "de camelôs". E os remediados, então, que fazem coro com a burguesia e votam em quem mais os prejudica, numa verdadeira relação casa grande-senzala? Miguel, vá em qualquer universidade particular daqui e tente puxar um papo político com qualquer universitário. É de fazer corar Goebbels. Estudante universitário em 2003, vi gente defendendo a invasão do Iraque pelos EUA porque "eles são mais fortes, então podem, oras".
Fora os que não sabem nada de nada de política, só sabem que odeiam o PT. Sem falar nos preconceituosos de plantão, que aqui pululam em todas as classes, sem qualquer razão lógica. Afinal, para se odiar não é necessário inteligência.
E no governo do estado, a situação é ainda pior. São 12 anos de PSDB, Alstom, buracos de metrô, ataques do PCC, engavetamentos de CPIs, imprensa marrom, et caterva. Isso DEPOIS de Fleury e Quércia, grandes timoneiros que quebraram o Banespa, deixando um rombo de 7 bi. Dá pra entender isso, meu velho? Estamos completamente desconectados do resto do Brasil (lembrando que SP foi um dos poucos estados em que nas eleições para presidente, Alckmin ganhou de goleada). Como a esquerda daqui vai fazer um plano para um eleitorado na base do 2+2=5?... Abraços.
Meu caro Miguel, sua declaração de voto ao Gabeira me causou um profundo desânimo. Não sei se me mudo do Rio de Janeiro, se anulo o voto, ou se desligo o computador para sempre e me dedico à minha vidinha particular. Pensar que nossos jovens e criativos artistas e intelectuais resolveram eleger como símbolo um homem que vestiu a camisa do que há de politicamente mais retrógrado na política nacional - do grupo do César Maia, de que será a continuidade, segundo as palavras do próprio alcaide, do PMDB de Garotinho, que há tempos vem se assanhando pros lados do PSDB, do Serra, do Aecinho, do Zito, do Roberto Freire e companhia, possivelmente da Heloísa Helena. O Gabeira que voltou do exílio para assumir a bandeira da reforma dos nossos costumes pequeno-burgueses, mas se transformou num político muito conservador, visceralmente anti-petista e anti-Lula,
mais pelos atos do que pelas palavras, é claro, porque com as palavras ele lida muito bem, no ícone do raivoso neo-udenismo carioca, da classe média da Zona Norte e da Zona Sul, que fala em "desfavelização" compulsória, ao agrado das senhoras e senhores do Leblon, e em "choque de gestão" numa hora dessas, me deixou perplexa. Não que o neopopulismo do Paes seja melhor opção. E aí é que está o problema. Agora cá entre nós, o que te fascina no Gabeira não é mesmo o amor comum pela bicicleta? Quando eu me recuperar da confusão mental em que estou, e conseguir organizar melhor as idéias escrevo de novo. Até mais. Fico no aguardo do no. 3 da Manuskripto.
Jacques Wagner, governador petista da BA, torce por Gabeira, vi isso rodando por aí, não sei se é verdade.
Marina Silva, ex-ministra, declarou seu voto em Gabeira.
Vejo todos estes apoios como um quadro causado pelo próprio PT carioca, pela própria esquerda carioca, que não não teve a capacidade de unir-se em torno de um projeto e de um candidato viável no primeiro turno, preferiram o umbigo.
Agora aguenta.
Agora não há o que reclamar.
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Quanto a apoiar o PMDB pensando que este partido apoiará Dilma em 2010, isto não é tão certo assim, ao que tudo indica eles lançarão candidato próprio, até mesmo porque foi o partido vitorioso nestas eleições, Quércia não apoia Marta, em BH tá o PT para um lado e o PMDB prá outro, no RS idem.
Enfim, em 2010 tudo o PMDB, puxado por SP, pode até apoiar Serra ao invés de Dilma.
De forma que entre Paes e Gabeira, pelo menos tem feito defesas públicas em prol de questões polêmicas.
Entre o espeto e a brasa...
Fernando Romano, vejo este comportamento do eleitor como consequência de uma campanha contra adminsitrações que melhorem a vida dos pobres. Estes,quando melhoram um pouco, não conseguem discernir que estão diante de uma campanha contra si mesmo, caem no conto do vigário da mídia e trazem de volta as aves de rapina.
Estas pessoas não agem assim porque querem mas por causa de uma campanha de preconceito, campanha bem orquestrada e desempenhada por uma elite corrupta. Lembro-me que Brizola sofreu a mesma campanha por ter construido os CIESP para os pobres. Piscina prá pobre? Onde já se viu? Era o mote das Organizações Globo.
Daí a seguinte afirmação de Lula, ontem, em ato pró-Marta "Eu estou convencido que esta mulher sofreu campanha de preconceito exatamente pelas coisas boas que fez por São Paulo", disse Lula, durante encontro com lideranças evangélicas.
Miguel, concordando com Vera Pereira, também me decepcionei com seu apoio ao Gabeira. Observo que PT e PCdoB apóiam Paes,não Gabeira, e você devia ler as cartas de compromisso lavradas pelos partidos em troca do apoio. Lula apóia Paes. Em toda a campanha Gabeira fugiu do debate político-partidário,buscou apenas apoios pessoais (Caetano?!?) porque se aliou ao atraso, a figuras como Armínio Fraga, a César Maia, ao PSDB, e não existe almoço grátis. A propaganda eleitoral de Gabeira foi enganosa, bem feita sim, mas irreal. Gabeira não vai governar o Rio, Miguel (vá até o Jardim Botânico e pergunte para o Lizst Vieira, que o conhece profundamente). Ficaremos entregues ao seu vice... quem? O astrólogo amador? E aos seus patrocinadores, ao continuísmo. Gabeira é elitista sim, é posto 9 sim, Miguel. Bem, estou com Lula, com seu sucessor em 2010, e com a reforma política, que só virá se tivermos governabilidade. E quando vier e for implementada, aí sim poderemos nos livrar dessas empulhações farisaicas de ondas festivas como a de Gabeira, anti-Lula-ético-udenista.
abraço,
Alyda
Não percebem que o PSDB (e sua filial, o PPS) viram no cansaço dos cariocas com os Garotinhos e os Maias uma oportunidade de enfiar uma cunha na cidade explorando o mito do ex-guerillheiro que se tornou paladino da ética na política (porque chutou cachorro morto em frente às câmeras da tevê, isto é, falou grosso com o Severino Cavalcanti que antes ajudara a eleger), do intelectual moderno e liberado, a oportunidade de entrar na cidade onde nunca teve votação relevante. O DEM, por sua vez, isto é, o César Maia enxergou a chance única de fazer o partido sobreviver e de ter um apoio à sua candidatura a governador em 2010. Quanto ao próprio Gabeira, sei não: uma vice-presidência, talvez, já que em 2010 ele estará com 72 anos, ou uma vaga no Senado. E pensar que nós devíamos estar aqui discutindo agora, unidos, já que existiria pelo menos a possibilidade de nos livrarmos dos grupos que se apossaram desse infeliz Estado e cidade - como se fez na década de 80,por exemplo, nos famosos debates do Teatro Casa Grande - que Estado queremos, que cidade queremos, que partidos queremos, que governo queremos em 2010. Ou seja, como refazer a esquerda ou que nome se der do Rio de Janeiro e restaurar seu status de cidade e estado politizados e preocupados com o bem-estar da maioria da população. Vera Pereira (eu disse que voltava né?)
Oi Fernando, a sua explicação é muito convincente e madura. Gostei muito dela e acho que a esquerda paulista encontra-se numa situação que deve investir, sobretudo, num processo de avanço conceitual. O desenvolvimento da esquerda no estado liga-se à luta contra preconceitos e reacionarismo arraigados na terra dos bandeirantes caçadores de índios e cobiçosos de ouro, sem um mínimo senso de civilização, embora com admirável espírito de aventura e uma coragem sem igual. Não esqueçamos todavia que o PT cresceu de maneira extraordinária no ABC paulista e em todo o estado, e que Marta há pouco tinha mais intenção de voto que Kassab e Alckmin juntos. Grande abraço.
Oi Vera, oi Alyda, depois respondo seus comentários.
"criando apenas 2 impostos: um sobre o consumo e outro sobre a movimentação financeira". Sobre o consumo eu teria que conhecer maiores detalhes da proposta antes de defendê-la. No seu lugar eu sugeriria um imposto sobre o patrimônio dos fundos de investimento, à semelhança das taxas de administração que os banco cobram sobre os mesmos. O de movimentação financeira eu apoiaria sem ressalvas.
Oi Vera e Alyda, vou responder vocês em post novo. O de hoje já responde um pouco. Abraços.
O fato é que os cariocas não tem opção. Lembro-me de Paes na CPI dos Correios: caluniando, ofendendo, manipulando etc... O caráter desse rapaz é da pior qualidade. Gabeira: lembro-me dele aqui em SP junto com a "elite dos reacionários paulistas" pregando o impeachment de Lula. Uma pessoa correta não faria o que ele fez. Difícil. Muito difícil saber quem é o pior. Veja como são as coisas: entre Gabeira (considerado progressista) e Cláudio Lembo (conservador assumido), eu prefiro o ex-governador Lembo (acho-o digno e confiável).
Mudandando de assunto...
Miguel,
"Miriam, a louca" tá bombando na blogosfera. Foi publicado no Conversa Afiada do PHA e no VI o Mundo do Azenha. Valeu.
Caro Miguel, recebi por e-mail e repasso para avaliação de todos.
Confesso que se morasse no Rio, certamente não votaria de maneira alguma no Gabeira. Aliás, ele nunca me enganou.
15 razões para não votar no Gabeira
1- Gabeira é o candidato do César Maia, agora, no 2º turno, ou seja, mais um mandato desta praga do DEMo. Mas vamos recapitular a sua história:
2- O Gabeira era do PV. Como suas votações vinham em constante declínio, percebendo que não seria fá cil se eleger pelo PV, se bandeou para o PT, um fato no mínimo estranho porque no Congresso, ele sempre votou com a base aliada de FHC, com o bloco PSDB, Arena/PDS/PFL/DEMo. Por suas afinidades, deveria ter ido para um desses partidos com os quais tinha mais afinidade, porém o Lula estava em ascensão, portanto tiraria melhores proveitos no PT.
3- Nesta época, Gabeira não se preocupava com a corrupção, porque votou favoravelmente à reeleição de FHC, mesmo com as denúncias comprovadas por gravações, da compra de votos de parlamentares. Depois, questionado, disse que na época não se preocupava tanto com este problema, mas que depois achou que deveria dar a sua contribuição, como se, como representante do povo não fosse uma obrigação denunciar a corrupção.
4- Gabeira votou a favor da flexibilização da Lei do petróleo, que agora permite que grandes empresas multinacionais queiram meter a mão no nosso pré-sal, e mesmo diante de tantas denúncias da forma como FHC estava torrando as estatais brasileiras, votou com o governo, favorável à doação.
5- De bobo o Gabeira não tem nada, portanto ele sabia que para aparecer, tinha que puxar o saco da grande imprensa, e como ela SEMPRE foi contra o Lula, logo no início do novo governo, ele já começou a criticar, dizendo exatamente o que a imprensa queria ouvir, fazendo o jogo do ex-aliado arrependido, e então passou a ter grandes espaços no Jornal Nacional e outros programas.
6- Contra a vontade do governo, visando apenas prejudicá-lo, Gabeira, junto com a oposição, elegeu o Severino para presidir a Câmara. Após o resultado vitorioso da oposição ao Lula, entoou junto com eles o hino Nacional. Afirmava que iria moralizar a Câmara. Mas com o Severino? Será que ele ignorava a vida pregressa de seu colega? Difícil acreditar...
7- O Severino não correspondeu aos anseios golpistas daqueles que o elegeram, e aí então resolveram derrubá-lo. Infelizmente, o Congresso Nacional não tem por hábito punir seus membros por corrupção (exemplos não faltam), mas por razões políticas, e eclodiu o escândalo do presidente da Câmara, com retumbante destaque da mídia. Neste momento, a oposição, da qual Gabeira era membro atuante, ainda tentou responsabilizar o governo pela eleição do Severino, mas como se ele tinha sido eleito exatamente pelo voto deles?
Quanta hipocrisia!!!
Quando o Severino já estava completamente desmoralizado, Gabeira chutou o cão morto, com direito a todos os holofotes que tanto preza, e que vem usando insistentemente em sua propaganda política. "Ele fazia o discurso de um grupo restrito, o Posto 9 de Ipanema, era uma audiência muito pequena. Quando foi em cima do Seve rino, teve a atenção de todo o eleitorado brasileiro, estava falando para 100 milhões de pessoas", diz Ricardo Caldas, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB).
8- Fernando Gabeira, sub-relator da CPI dos sanguessugas (a que apurava a máfia de compras de ambulâncias superfaturadas), demonstrou não estar muito preocupado com a corrupção, quando ela incriminava membros aliados. O depoimento do Juiz Federal Julier Sebastião Rocha (MT) acusou o Senador Antero Paes de Barros (PSDB), de ter recebido recursos irregulares de João Arcanjo, condenado a 37 anos por crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, mas no relatório, Gabeira inocenta o senador. Pegou tão mal que uma semana depois, Gabeira se retrata em seu site, mas Antero já tinha se beneficiado. Pouco depois, Gabeira é capa da revista Veja, como guardião da ética na política brasileira. Mas que ética?
9- Quando o Gabeira, o Franklin e outro s, seqüestraram o embaixador dos EUA no Brasil, Elbrick, além da troca de presos-políticos, exigiram que fosse divulgado um manifesto na imprensa, no qual denunciavam os horrores que rolavam nos porões da ditadura. Depois da anistia, quando voltaram os presos políticos do exílio, a imprensa atribuiu a autoria do texto ao Gabeira, até que muito tempo depois, decobriu-se que o texto era do Franklin. Quando perguntaram ao Gabeira por que ele não tinha desmentido, simplesmente disse que ninguém o havia perguntado.
10- Gabeira é o candidato da Globo e da Veja. Se lembrarmos que elas também apoiaram a ditadura, o ACM, o Collor, etc, conclui-se que o passado não lhes confere qualquer credibilidade em seus apoios políticos.
11- A propaganda da TV de Gabeira é enganosa. São citados inúmeros eventos, afirmando que, quando aconteceram, Gabeira estava lá. Pinochet derrubou Allende e inúmeras pessoas foram presas, torturada s e mortas. O golpe foi um retumbante sucesso, e se Gabeira estava lá, era porque tinha sido banido do Brasil, e não para impedir o golpe, como pretende fazer crer a propaganda. No caso do seqüestro do embaixador norte-americano, o Elbrick, segundo os demais participantes, o Gabeira teve uma atuação pífia. Alugou a casa que serviu de cativeiro do seqüestro, mas, desobedecendo a orientação dos líderes, comprou pizzas em local próximo ao cativeiro, facilitando aos militares a descoberta do local. Foi ainda responsabilizado por não cumprir a tarefa que lhe foi designada, de retirar o mimeógrafo de lá. Vale lembrar que um mimeógrafo naqueles tempos era tão incriminador quanto a posse de armas, uma vez que era o meio usado pela resistência à ditadura, para reproduzir e divulgar os seus informes.Quando os crimes da ditadura foram julgados na Itália, a propaganda alardeia que Gabeira estava lá, fazendo parecer que ele estaria advogando em prol dos persegui dos pela ditadura. Mas Gabeira não é advogado. Estava lá como um simples espectador.
12- Se você tem horror ao crime organizado, saiba que foi Gabeira que ensinou aos criminosos comuns a prática de guerrilha, quando esteve preso na Ilha Grande, tirando proveito de obter a simpatia dos meliantes.
13- Gabeira votou favoravelmente à lei que atenua a punição dos latifundiários que mantêm empregados em regime degradante de semi-escravidão.
14- Mas para mim, o pior foi um episódio que EU VI: o Brasil conseguiu desenvolver uma tecnologia de enriquecimento de urânio muito melhor e mais eficiente do que a dos demais países. Aí então mandaram inspetores para fazer vistoria, naquela paranóia do "desenvolvimento de armas nucleares". Os técnicos brasileiros, cobertos de razão, não quiseram entregar o ouro, e deixaram à mostra a entrada e saída do urânio, cobrindo o segredo. Os inspetores tentaram forçar a barra quer endo ver tudo, e a oposição convidou o ministro Celso Amorim, com a nítida intenção de desmoralizar o governo, que estaria fazendo tempestade num copo d'água, para uma sessão no Congresso, para explicar o grave erro que o governo brasileiro estaria cometendo. O Ministro Celso Amorim então afirmou que os técnicos brasileiros explicaram que o que era necessário inspecionar, estava à mostra, e que o que estava escondido era o processo que eles desenvolveram, totalmente desnecessário ao cumprimento da inspeção. País algum entrega a tecnologia que desenvolveu de graça, e que não via sentido do Brasil fazê-lo. Então o Gabeira diz: "Que besteira desse governo de criar problema internacional por causa de um segredinho. Que deixem ver tudo". Em 1º lugar, não era o governo que fazia a exigência, mas os técnicos. Em 2º lugar, é assim? A gente tem que se sujeitar a tudo que os "países desenvolvidos" querem? O Plínio de A rruda Sampaio, ferrenho crítico do governo Lula, reconhece que a política externa está sendo conduzida com grande eficiência, trazendo maior soberania ao Brasil, perdida nos anos FHC. Resumo da história, no embate entre os técnicos brasileiros e inspetores, nossos representantes saíram vitoriosos. Fácil é enganar os leigos, mas não os argumentos daqueles que conhecem verdadeiramente o assunto. Se insistissem, estariam reconhecendo que o objetivo era de fato espionar para roubar a tecnologia desenvolvida aqui, e tiveram que aceitar a forma de inspeção que o Brasil queria. Vale dizer que o Brasil possui uma grande reserva de urânio, e que pode exportar o urânio enriquecido, trazendo divisas para o país. Neste dia, conheci um outro Gabeira: entreguista e subserviente às grandes potências. Sonia Montenegro
15- A seguir, um artigo de um jornalista sério, Mauricio Dias, publicada na revista Carta Capital: Transparência embaçada - 25/04/2008 15:28:47 O uso de dinheiro nas eleições é uma das questões essenciais do processo político. Malgrado a hipocrisia recente dos varões da ética, não é um problema recente e, muito menos, exclusivo do Brasil. O dinheiro corrompe e transforma o voto em mercadoria. E, para isso, não há solução à vista.
É difícil um candidato sair eticamente ileso das eleições, sempre movidas por interesses em confronto.
Veja-se o caso do deputado Fernando Gabeira, do Partido Verde, pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Ele teve destacada atuação no impeachment do deputado Severino Cavalcanti, presidente da Câmara dos Deputados, assim como nas CPIs nascidas das costelas do publicitário Marcos Valério.
Gabeira saiu condecorado desses episódios. Recebeu da Veja o epíteto de "Exemplo de Ética" e gan hou de O Globo o prêmio "Faz Diferença". A revista e o jornal catapultaram as ambições do deputado verde. Estimulado pelo PSDB, animou-se a disputar o troféu eleitoral que oferece ao vencedor a cadeira de prefeito carioca.
Um dos estandartes de Gabeira é a transparência. Prometeu, se eleito, que as contas municipais seriam publicadas na internet com inteira franqueza. Porém, há sempre um porém.
Nas contas relativas à campanha de 2006, quando se elegeu deputado pela terceira vez, há problemas. Inicialmente por falta de transparência e, também, por sérios deslizes legais.
Gabeira declarou gastos, entre outros, com a empresa Lavorare Produções Artísticas Ltda. no valor de R$ 117 mil. Os gastos foram divididos em três finalidades: R$ 55 mil para "criação e inclusão de páginas na internet", R$ 5 mil para promoção de eventos e R$ 52 mil em "diversas a especificar".
Os pagamentos da rubrica "diversas a especificar" foram feitos após as eleições.
A empresa Lavorare é de propriedade da atriz Neila Tavares, atual namorada e assessora do deputado Fernando Gabeira. A empresa de Neila não é do ramo da criação de sites e não se sabe igualmente do talento da atriz para esse negócio. No endereço declarado pela Lavorare, no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), funciona uma empresa que dá assessoria a empresas teatrais, o ramo de Neila Tavares.
"O endereço daqui é apenas um ponto de referência", explicou a secretária da empresa, que se identifica como Márcia.
Gabeira, no entanto, tem um colaborador de reconhecida competência na sua equipe. Trata-se do webmaster e militante do PV Fabiano Carnevale, responsável pelo site da campanha.
Em princípio Gabeira pagou por serviços que não foram prestados. Talvez com o objetivo de dar cobertura a outra destinação com recursos de sobras de doações eleitorais.
Por lei, esses recursos que sobram devem ser dados ao partido do candidato.
Concordo plenamente com seu raciocínio: vereador não serve para porra nenhuma. Aliás, eu venho defendendo há tempos que esses vigaristas não deveriam receber remuneração nenhuma. Mas pensando bem, a sua solução é melhor e definitiva. Quanta grana não seria economizada? Não tinha pensado em senador. Para que serve? Se já não vale nada, imaginem então Arthur "kiko" Virgílio? Sou novato aqui. Gostei. Como PHA não nos informou há mais tempo? Tudo bem! Serei frequentador deste espaço. Por enquanto sou anônimo.
Com estes informes aí postados pelo Júlio vejo que entre Paes e Gabeira este nem pensar.
E tem mais: Kassab em SP e Gabeira no RJ da kassabeira, uma espécie de pira no corpo,
tem o pre-sal para o Serra e o Civita e o Gilmar abocanhar.
a esquerda tem que se unir em torno de Cabral e seu candidato,
apesar da inconstância e dos problemas do PMDB mas, de qualquer forma, o PMDB faz parte da base de Lula, o que não é o caso do PV/PSDB de Gabeira.
enfim, pelo menos até 2010 o PMDB é aliado de Lula.
O PV/PSDB é oposição rocha.
o que será que se passa na cabeça da Marina Silva para apoiar Gabeira, vi isso hoje no portal MSN, não sei se é verdade.
se é verdade, tomara que ela leia estes comentarios,
a não ser que ela já nem seja mais petista,
que nem a Soninha
posso estar enganado, talvez ela queira enfatizar a sua luta ambiental.
E por acaso o Carlos Minc, que deve apoiar Paes, também não é ambientalista?
Marcos Vits, sim o Paes atacou o Lula na CPI dos correios mas teve a humildade de perdir perdão ao Lula,
enfim, a conjuntura era outra, reconheceu o erro,
Votar a favor da reeileção FHC, como congressista Gabeira foi de um oportunismo só. Para aqueles que pensam que ele vai liberar a maconha, estão muito enganados, esta bandeira é igual a do Amaral Neto com a pena de morte, conversa para ninar boi.
José Carlos Lima, concordo contigo, mas faço das palavras do Miguel as minhas... Creio que aqui em SP o buraco (oops) é mais embaixo, porque independente da campanha da mídia reaça, nossa história política conservadora já está tão enraizada por estas bandas que é difícil revertê-la à longo prazo. Isso desde os tempos da UDN na década de 50, passando pelas marchas da família e o apoio ao golpe de 64, pela redemocratização na déc. de 90 (em 92, em plena campanha "Fora Collor!", elegemos para prefeito... Maluf) até os dias de hoje. É cultural. Aqui, uma frase do tipo "bandido bom é bandido morto" é tão comum na boca de um "elite" quanto na de um peão de obras. Se a esquerda quiser se estabelecer solidamente aqui, precisará lutar muito mais contra esses pré-conceitos arraigados, principalmente os de classe, porém isso leva tempo. Dia 26, a Marta terá que dar bicicleta em bola rasteira para levar essa, mas vamos torcer. Obrigado pelo elogio, Miguel, e abraços a todos.
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