(Esse conto foi publicado no Bestiário. Foi escrito em 2003 ou 2004. Reproduzo aqui porque daqui a pouco esse site também some do mapa. Tenho esse conto em arquivo, mas é sempre mais seguro guardar na internet. Muita gente acreditou que o conto fosse real. O personagem principal é um sujeito de extrema-direita, e um site fascista publicou o conto e deixou no ar por muito tempo, crente que estava abafando... Fui obrigado a inserir um asterisco e um comentário ao final, para evitar mais confusão)
Reza a lenda que a origem da organização criminosa Comando Vermelho deu-se no presídio da Ilha Grande, ao final da década de 30, quando bandidos comuns e presos políticos uniram-se na desgraça para lutar pelos direitos dos presidiários.
Após a decretação do Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas amealhou poderes ditatoriais e deflagrou uma violenta campanha anti-comunista, atendendo o desejo das classes dominantes e respondendo ao impressionante crescimento do partido comunista brasileiro, o qual por sua vez vinha recebendo uma enorme quantidade de recursos de sua matriz em Moscou.
O resultado dessa campanha foi a prisão em massa de políticos, jornalistas, intelectuais, artistas, considerados comunistas ou simpatizantes. Foram mais de cinco mil detenções, hoje consideradas por experientes analistas jurídicos e historiadores como totalmente inconstitucional e anti-democráticas. Entretanto, como se diz, a cada época, sua lei. E atualmente, aprendemos a ver as qualidades e os feitos de Vargas acima de suas escorregadelas totalitárias: afinal, não foi ele o artífice e líder da revolução industrial brasileira, que libertou o país de seu triste destino colonial de simples exportador de matéria-prima e o colocou nos trilhos do desenvolvimento e da modernidade?
Enfim, durante o Estado Novo, as prisões federais ficaram sobrecarregadas de presos políticos, os quais, inevitavelmente, puseram-se em contato com os demais inquilinos compulsórios daqueles recintos. E assim dessa associação teria nascido o Comando Vermelho, sendo que a cor do nome em questão teve sua razão de ser na cor histórica dos movimentos anti-capitalistas.
Até onde minhas pesquisas me levaram, essa história está só em parte correta.
Como toda a comunidade acadêmica já está ciente, fui contratado pelo governo russo, em 2002, muito depois da queda do regime comunista, a realizar uma série de pesquisas sobre os “investimentos” políticos que Stálin, e depois Kruchev, fizeram nos países latino-americanos. Algumas descobertas que fiz foram realmente surpreendentes.
Não pensava em divulgá-las no Brasil, pois o governo russo me contratou com um objetivo puramente científico e acadêmico para seu próprio país. Aliás, cumpre dizer que fui tratado com um respeito e uma dignidade que nunca encontrei aqui. Entretanto, em conversa com meu amigo Olavo de Carvalho, esse colosso da filosofia, marginalizado pelos comunistas enrustidos da academia tupiniquim, fui convencido de que deveria sim publicar no Brasil um livro sobre o assunto, visto que as descobertas que fiz revelam o quão perigosa foi, de fato, a infiltração comunista por essas plagas.
A opinião pública brasileira, contudo, ainda presa à dogmas socialistas, não tem idéia sobre como o comunismo continua a ser um terrível perigo para as instituições democráticas nacionais. Sorte dela que existem pessoas como eu e o Olavo de Carvalho, que cumprimos galhardamente o nosso papel de guardiões da democracia e do capitalismo, sempre denunciando e atacando esses medíocres seguidores de Marx, Lênin, Mao, Fidel e Stálin - todas essas figuras que fazem parte do panteão monstruoso e sangrento do comunismo internacional.
Sendo assim, divulgo nesse momento uma das minhas descobertas que fiz junto aos arquivos da extinta KGB (agência de inteligência russa) e do departamento de influência política do partido comunista russo, arquivos esses que me foram cedidos pelo próprio governo russo, o qual hoje, após se libertar do jugo comunista, procura se desvencilhar ao máximo de seu passado sombrio.
O que descobri foi que Stálin autorizou um plano secreto da KGB chamado Tukik Ried, que significa, num esquecido dialeto siberiano nada mais nada menos do que (sentem-se, caros senhores, e respirem fundo) Comando Vermelho.
De acordo com esse plano, todos os presídios do país seriam infiltrados com agentes comunistas, os quais deveriam fazer um trabalho de conversão ideológica dos delinqüentes, de forma a que sua rebeldia criminosa fosse convertida em rebeldia revolucionária (aliás, a diferença entre as duas é tão sutil! Vide o exemplo das Farcs, entre milhares de outras organizações espalhadas pelo mundo).
O plano teria sido iniciado por volta de 1938, após o fracasso de Moscou em realizar um levante comunista no Brasil através das vias “normais”, inclusive dando trinta milhões de dólares para Carlos Prestes e Olga Benário organizarem uma revolução.
Entretanto, por razões de segurança, foi feito um balão de ensaio primeiramente no Rio de Janeiro. Se fosse bem sucedido na cidade - como quase o foi -, os recursos seriam investidos em todas as prisões do país.
O mesmo plano foi aplicado, anos depois, na Colômbia, culminando com a criação das Farcs, e em diversos outros países latinos. Os resultados desastrosos deste plano comunista - como aliás de todos os planos comunistas - estão aí para todos verem.
No caso do Brasil, ou mais especificamente do Rio de Janeiro, o plano só não foi bem sucedido porque os agentes não contavam com o caráter irremediavelmente individualista e capitalistas dos criminosos nacionais. Os poucos que aceitaram incorporar-se às fileiras comunistas e ter aulas de marxismo e revolução, o fizeram apenas para receber os recursos vindos de Moscou e depois fugiram com o dinheiro, as armas e tornaram-se, isso sim é verdade, bandidos bem mais alfabetizados e politizados, mas nem um pouco interessados em sacrificar o mínimo que fosse em prol dos oprimidos.
No próximo artigo, fornecerei mais detalhes desse infame plano dos russos, que tanto ajudou no aumento da criminalidade do Rio de Janeiro. Por enquanto, esse breve introdução serve como advertência à ingênua opinião pública brasileira, que ainda vê com simpatia ou tolerância partidos e figuras políticas de esquerda, por ignorarem o histórico de atrocidades, crimes e corrupção do movimento comunista internacional.
* A história em questão é totalmente ficcional. Não tem conexão nenhuma com a realidade, apenas brinca, sem compromisso, com alguns fatos e personagens reais. Ao ironizar os supostos perigos do comunismo, procura alertar que, historicamente, tem sido o capitalismo o grande vilão que mata milhões de pessoas, de fome, doenças e guerras.
4 de dezembro de 2008
Arquivo: A história secreta do Comando Vermelho*
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