14 de dezembro de 2010

Esquerda terá recursos abundantes em 2011



Acho que devemos dar a devida atenção para a matéria e os números abaixo. Eles ilustram a mudança real na correlação das forças partidárias a partir de 2011. O eleitorado brasileiro impõe aos partidos não apenas os candidatos que deseja, mas também quanta verba os partidos receberão. Não é preciso se aprofundar muito na análise politica para entender o impacto que esse tipo de coisa gera nos partidos. Com mais recursos, os partidos ganham musculatura e podem se preparar melhor para futuros embates eleitorais. Ao mesmo tempo, tornam-se também mais independentes do que se passa na superfície, o que tem o lado positivo, de levar adiante debates que não são feitos na mídia, e o negativo, de sentirem menos necessidade de alianças com setores sociais, adquirindo vícios corporativistas. As atenções se voltam sobretudo para o PT, que além de se manter na presidência da república, consolida-se como maior partido do congresso, e como o que recebe mais verbas. Em 2011, o PT receberá 32,5 milhões de reais de fundo partidário, contra 24,2 milhões do PMDB, 23,1 milhões do PSDB e 14,8 milhões do DEM.

PR e PSB ganham relevo na distribuição do fundo partidário de 2011, ganhando o primeiro 14,8 milhões de reais (igualando-se ao DEM) e o segundo, 13,9 milhões.

Torçamos para que essas verbas sejam usadas com inteligência pelos partidos de esquerda. Que invistam em formação política, em inteligência, em criação de instâncias de análise qualificada; principalmente que não seja disperdiçada com burocracia inútil. Dinheiro é uma arma, talvez a mais poderosa de todas. Mas é preciso saber atirar.

Confiram os gráficos e a matéria abaixo.



Oposição perde R$ 14 mi do Fundo Partidário em 2011

Da Folha

Os partidos que apoiaram a candidatura derrotada do tucano José Serra à Presidência --PSDB, DEM, PPS e PTB-- perderão R$ 14 milhões do Fundo Partidário a partir do próximo ano.

O cálculo foi realizado pela Folha seguindo as diretrizes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a previsão do Orçamento, ainda à espera de votação no Congresso, para o repasse anual aos partidos --R$ 201,4 milhões no ano que vem.

O Fundo Partidário é uma das principais fontes financeiras das siglas. No caso de legendas pequenas, na maioria das vezes é a única. Ele é composto de recursos da União, multas eleitorais e, em menor proporção, doações de empresas privadas.

A perda de dinheiro das legendas da oposição ocorrerá porque a fatia destinada a cada uma é calculada de acordo com os votos obtidos na eleição para a Câmara dos Deputados. Nos quatro casos --PSDB, DEM, PPS e PTB--, as bancadas encolheram em relação a 2006.

O principal prejudicado será o DEM, que deixará de receber R$ 6,3 milhões. O partido elegeu 22 deputados a menos do que em 2006 --terá 43 cadeiras--, ainda que ACM Neto (BA) tenha sido um dos mais bem votados do país, com 328.450 votos.

O PSDB sofrerá baixa de R$ 3,5 milhões no caixa. O PPS terá R$ 2,6 milhões a menos, e o PTB, R$ 1,6 milhão.

Apesar da baixa, os tucanos receberão o terceiro maior montante, com R$ 23 milhões, em decorrência do bom volume de votos obtidos por seus candidatos. O PSDB elegeu 54 federais, ante 66 na eleição passada, de 2006.

Desses três partidos oposicionistas --PSDB, PPS e PTB--, quem encolheu mais foi o PPS, que passará a contar com apenas 12 deputados --elegeu 22 em 2006 e depois desidratou.

No caso do PTB, a tendência é que o partido de Roberto Jefferson (RJ) ingresse na base de apoio ao governo Dilma Rousseff (PT), como fez na gestão Lula.

GOVERNO

Das siglas governistas, quem contará com menos recursos em relação à verba recebida em 2010 será o PMDB, com queda de R$ 2,7 milhões.

Os peemedebistas terão 11 deputados a menos em relação à eleição anterior. Mesmo assim, seguem como o segundo partido mais beneficiado na partilha do Fundo Partidário, com um total de R$ 25,2 milhões.

O primeiro da lista de beneficiados é o PT, que ganhará R$ 32,5 milhões --cresceu R$ 3,7 milhões.

A sigla larga com a maior bancada da Casa, com 87 deputados federais --quatro a mais do que no pleito passado. O PT também deverá presidir a Câmara no primeiro biênio da gestão Dilma.

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