23 de outubro de 2009
Registro rápido de um crime jornalístico
A imprensa desta sexta-feira 23 de outubro silencia vergonhosamente sobre a repercussão da denúncia de que o governo golpista de Honduras está praticando tortura contra brasileiros e hóspedes estrangeiros residentes em nossa embaixada de Tegucigalpa. Nenhuma carta de leitor, nenhuma nova notícia, nenhuma entrevista. Nada. A única preocupação da imprensa hoje é tentar vender a idéia de que as eleições em Honduras, manipuladas pelo governo golpista, poderão ter legitimidade, contrariando a orientação da OEA e da comunidade internacional, de que o pleito apenas será válido após a restituição de Zelaya ao poder. A imprensa não tomou posição contra o golpe e não informa aos brasileiros sobre as terríveis arbitrariedades por lá, impedindo, através da desinformação, que se crie, no Brasil, um sentimento de antipatia pelo ditador Micheletti. Ao invés disso Chico Caruso faz charges contra a diplomacia brasileira e contra o presidente legítimo, deposto por um golpe de Estado. Com isso, a imprensa serve ao golpe, e presta um desserviço à causa democrática da América Latina.
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É mesmo preocupante.
Nas aulas de Direito, ouvimos que podemos (e devemos) ser imparciais, jamais neutros.
Nesse contexto, os grupos midiáticos estariam apenas manifestando sua ideologia, legitimamente.
O detalhe é que, ao explicitar essa ideologia, essa mídia torna-se cúmplice de crimes hediondos, pois cometidos contra a liberdade dos povos.
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